quinta-feira, maio 03, 2007

Ainda os Enfermeiros (sozinhos) nos SAP's...


Eis o comentário tecido pelo Sindicato dos Enfermeiros a respeito da autonomia dos Enfermeiros:


"Louvamos a atitude da jornalista do “PÚBLICO”, que no passado dia 27 de Abril, passou a noite, ou boa parte dela a analisar os movimentos no SAP de Miranda do Douro.
Que viu, em síntese: um médico que chegou ao Centro de Saúde, em 7 minutos, apenas, depois de a “telefonista” o ter contactado. Aqui está um bom recorde para escrever no respectivo livro e um bom trabalho da telefonista.
Sabendo-se que no SAP está uma Enf.ª e uma Auxiliar (nós preferíamos um “seguritas” que soubesse ler e escrever e dar um pouco de confiança no capítulo da segurança pessoal, sem conotações com essa abstracção chamada qualidade dos cuidados que a enfermeira presta), falta-nos saber qual delas fez a chamada e recebe o classificativo profissional de telefonista.
Ora, como a Enfermeira tem um lugar próprio e de direito nesta conjuntura, quem accionou a campainha de chamada “anjo salvador”, foi certamente a Auxiliar. Esperamos, que sim.
Seria um papel demasiado inútil colocar os Enfermeiros a fazer de telefonistas...
Mas, como não vemos nenhumas instruções do tipo “Bertices “da DRª. frofessora (sem alunos), Berta Nunes, nem da ARSN, agora sem vogal de Enfermagem, por aposentação da MRC, esperamos que a corporação dos “médicos de família” não esteja a aproveitar as circunstâncias, para uma tentativa de menorização dos enfermeiros.
Chegou a hora de os Enfermeiros, no todo e em parte, demonstrarem que são os pilares do sistema e não meros telefonistas alerta para chamar médicos que vêm dar solução a problemas (receitando uma droga qualquer, para mostrar autoridade), que os Enfermeiros estão à altura de poderem resolver, por si, pois conhecem os meios alternativos de recurso.
Pensávamos que os Colegas tinham percebido que o Ministro da Saúde ao decretar esta medida está a dizer aos Enfermeiros que cumpram o seu papel, de acordo com as competências que detêm e que os médicos de família, e não só, se não cansam de tentar atrofiar.
Seguidamente avisamos que vamos dar formação aos Colegas, na área do “trauma” e dos “suportes vitais”, próximo dos seus locais de trabalho, para poderem aparecer mais resolutos junto dos Utentes e Recorrentes ao SAP.
Lembramos a todos que não há nenhuma situação, ao nível do SAP, que os Enfermeiros não possam e devam resolver, localmente, porque conhecem suficientemente bem os Utentes e os seus padecimentos. As outras situações a resolver noutro nível, ser o médico ou o enfermeiro a encaminhá-las é um problema burocrático, tão-só. E deixemo-nos de corporativismos bacocos!"


Relativamente a esta situação, muitas foram as notícias na imprensa, entre as quais destaco as seguintes:

ENFERMEIROS NÃO FICAM SOZINHOS, Jornal O Primeiro de Janeiro

ENFERMEIROS JÁ NÃO FICAM SOZINHOS À NOITE NOS CENTROS DE SAÚDE DE BRAGANÇA, Jornal Público

BRAGANÇA - ENFERMEIROS, Jornal Correio da Manhã

Comments:
Acho bem que os enfermeiros possam assegurar estes serviços com independência de outros profissionais, e com autonomia. Só que não chega dar formação, têm que ser negociadas, por quem de direito, determinadas competências, pois como sabemos, depois em termos jurídico-legais, podemos saber muito, ter experiência e formação, e até muita das vezes superior a outros profissionai. Só que depois em tribunal, o Juíz não quer saber disso, apenas lhe interessa o que diz a Lei. Portanto, caros colegas devem as associações representativas da nosssa profissão, dentro do quadro das competências legais das mesmas, aproveitar este grande momento e negociar alterações às competências legais da nossa profissão. Mais uma vez o digo, nada disto é novidade, já existe nos países anglo-saxónicos, só que por detrás, todo o quadro legal está a proteger a actividade dos enfermeiros, não exercem na sombra, está tudo preto no branco.
 
deixo aqui esta notícia do JN de hoje (3/5/2007, para que possam reflectir da posição dos enfermeiros (alguns) acerca das USF. Quem conhece o projecto de Lei acerca das mesmas, sabe que se alguem vai tirar algum partido, vão ser os médicos e muito bem, pois tem se mantido unidos no processo negocial. Infelizmente, os enfermeiros contenta-se com pouco...Sindicatos e ordem andam a leste e em completa disintonia, para infelicidade nossa...

Enfermeiros "esquecidos" por sindicatos


Dezenas de enfermeiros de unidades de saúde familiar (USF) abertas ou aprovadas queixam-se de não terem sido tidos nem achados pelos sindicatos na negociação do decreto-lei que vai regulamentar esta nova forma de organização de uma parte dos cuidados primários. Defendem a generalidade do projecto, justamente ao contrário das suas estruturas representativas, com as quais o Governo não consegui chegar a acordo.

O processo negocial do decreto-lei, aprovado na generalidade em Conselho de Ministros no início de Março, terminou oficialmente ontem, com o acordo das duas estruturas sindicais médicas (SIM e Fnam) e uma da administração Pública (Sitap). Por convencer ficaram o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a Federação Nacional de Sindicatos de Enfermeiros (Fense) e a Frente Comum. "Foram feitas alterações que vieram clarificar o diploma", garantiu ao JN o coordenador da Missão para os Cuidados Primários, Luís Pisco, segundo o qual o projecto vai agora regressar ao Governo para ser aprovado na especialidade. "Não tem que haver um acordo global", assevera, adiantando que o desacordo com três estruturas sindicais decorre de "questões ideológicas e de princípios em que não dá para chegar a acordo".

O que está em causa é a rejeição, pelos enfermeiros, do sistema de remuneração por lista de utentes e incentivos e do próprio modelo organizativo das USF. O SEP tem vindo a defender antes a organização dos centros de saúde em unidades verticais de enfermagem, medicina, psicologia, etc, em vez das equipas multiprofissionais que são o pilar das USF.

Do seu lado, a Fense considera todo o diploma uma violação de directivas internacionais assinadas por Portugal. São tratados segundo os quais os cuidados primários devem ser progressivamente entregues à gestão dos enfermeiros, com vocação para a saúde familiar. O modelo das USF, acredita a federação, assenta na medicina curativa e não na promoção da saúde. Isolados nas USF, perto de 70 enfermeiros estão a organizar uma associação para fazerem ouvir a sua voz. E dizem-se globalmente satisfeitos com a mudança para o novo modelo. Segundo Rui Cardeira, que lidera o "Enfermagem - USF", o sistema de remuneração previsto no decreto-lei é o mais acertado, tal como o é como o trabalho em equipas multidisciplinares. Embora concordem com algumas das propostas sindicais, como não deixar a coordenação das USF exclusivamente aos médicos, acusam os sindicatos de usar a negociação das USF em proveito da discussão da reorganização dos centros de saúde, que "é outra coisa". IC
 
Tanta sapiÊncia, competência, VMER para aqui e acolá... querem prescrever...e afinal borram-se todos se ficam sozinhos num SAP...
È que isto de administrar o que alguém prescreve é muito bonito, parece fácil e até pode haver padrões repetitivos... mas depois nem tudo o que parece é
 
Caro anónimo, esta necessidade de acompanhamento faz-se por razões que se prendem com a qualidade e segurança dos cuidados. Os Enfermeiros exigiram um Auxiliar de Acção Médica e não um médico!
Nada que já não seja feito noutros países com óptimos resultados por parte dos Enfermeiros!
 
Bom dia!
Não discuto as qualidades de um enfermeiro em exercer as funções para as quis esta qulificado. Não tendo lido o artigo em questão, atrevo-me (e arrisco!)a dizer que a jornalista, não disse quanto tempo demorou a chegara Miranda, ainda que fosse de Bragança.
Por ultimo digo aínda que o serviço de atendimento permanente, é apenas provisório, já que o nosso presidente da câmara não soube negociar mais, duvido muito que um doente com um AVC aguente 45 minutos de viagem e ainda por cima em estradas em pessimas condições (por Portugal, ja que normalmente se vai por Espanha)!
 
Realmente não compreendo a necessidade de ter que telefonar ao médico para dar seguimento a uma trivial situação de ida a um SAP, sendo que a maioria das situações são de natureza e resolução menos "complexa" (entre parênteses para não ferir susceptilidades! - não é que isso me importe muito, mas...).
É realmente às vezes penso que não é de enfermeiros que as instituições de saúde precisam, mas antes de mordomos. Para isso a solução é simples meus caros:
- Vão as páginas amarelas!

JÁ NÃO HÁ PACHORRA.

Plim
 
"para dar seguimento a uma trivial situação de ida a um SAP" não percebendo o que um doente tem acredito que tudo lhe pareça trivial meu caro (se até a muitos médicos acontece quanto mais.... Quanto as um enfermeiro e ... imagine-se um auxiliar de acção médico... havia de ter piada diagnostivar, resolver, salvar vidas... tudo coisas triviais
eu às vezes penso se estes post são piadas ou se é mesmo isso que vocês pensam... entregariam um familiar a esses cuidados... para o caso de dizerem que sim então porque raio sempre que têm uma cunha vão cravar um internista na urgência porque nem aos tarefeiros os entregam (estou a falar de urgências de hospital central)... vocês devem é quer brincar aos médicos da província só pode
 
O auxiliar não está lá diagnosticar ou prescrever, está para apoiar o Enfermeiros nas funções contempladas pela profissão de auxiliar de acção médica!
Existem países altamente desenvolvidos como a Austrália e como a Inglaterra onde os Enfermeiros estão de presença nas urgências sem médico!

Defendo uma formação dirigida aos novos desafios dos Enfermeiros.
 
Meu caro, sabe porque é que se vai cravar uma cunha ao internista??

É para não ter de estar à espera cerca de 8 horas que o mui digno especialista chegue, olhe rapidamente para o negativo do rx, estabeleça um diagnóstico do tipo - "isso foi uma cólica renal (como se disso eu já não soubesse), se doer venha cá outra vez". Ponto final.

Terei sido claro?
 
No dia de 8 de Maio o tal de bastonário da ordem dos médicos (como não sei o nome identifico-o como bigodes) foi ao jornal da TVI dizer que irão morrer pessoas em Bragança.

Meu caro, seguramente. Mas não só.

Permitam-me só fazer uma correção:
- disse a supracitada figura, que o ministro da saúde não queria médicos toda a noite a "dormir" em regime de urgência noturna com o estetoscópio ao pescoço. Disse ainda que agora iriam ser enfermeiros com o telefone ao pescoço!?

Meu caro, para si não era um estetoscópio que deveria ter ao pescoço; deveria sim ser uma peça de fios unidos e torcidos uns com os outros (vulgo CORDA).
 
Só vejo um motivo para os enfermeiros sozinhos nos SAP: é que assim o médico pode estar descansadinho em casa a dormir enquanto o Enfermeiro lhe trata dos doentes. O Enfermeiro não está para quebrar galhos a ninguém! Ou o médico está de permanência física ou então que se deixe estar em caso pois não é preciso no SAP para nada!
 
Concordo Absolutamente. Mas esse será o futuro....

Façamos formaçao e protocolos formativos com Países Europeus e Americanos.

A Enfermagem Portuguesa só ganharia com a experiencia desses países, bem como os nossos cidadãos e o país em geral!
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

AmazingCounters.comVisitas ao blog Doutor Enfermeiro


tracker visitantes online


.

Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!