sábado, julho 04, 2009

O galho dos macacos...


Sou teimoso, insistente e por vezes inconveniente, reconheço. Vou voltar uma vez mais a um uma tema que me é querido - os farmacêuticos.

Depois de todas as polémicas que emergiram, sem fundamento, do altruísmo e boa vontade dos doutores das farmácias (coitaditos só querem poupar dinheiro e chatices ao povo português), agora temos o Médico Explica a levantar o dedo acusador:

"A Ordem dos Médicos não ouve rádio! No Rádio Clube Português, durante a manhã há um programa que é o Minuto a Minuto, onde existe uma rubrica sobre saúde cujo nome é Mais Saúde, da autoria de um farmacêutico, Dr. António de Aguiar. Hoje falou-se sobre insuficiência cardíaca."


Os Farmacêuticos, incluindo o Peliteiro, andam incomodados com a eventual dispensa de fármacos pelos médicos. A reflexão impõem-se: os farmacêuticos usurpam ao balcão, a torto-e-a-direito, as funções de todos e ficam amuados quando alguém propõem usurpar as deles. Não lhes reconheci tanta indignação enquanto pululavam de contentes quando se implementou a administração de injectáveis nas farmácias.

Em 2007, apelidei-os de profissionais dos 7 ofícios e em nada errei. Eles aparecem na televisão a publicitar o cartão farmácias portuguesas (mais compras, mais pontos), eles fazem anúncios para tampões higiénicos, eles debitam na rádio conhecimento decorado à pressa respeitante a diagnósticos médicos, eles administram injectáveis e até já realizam pensos, eles escrevem no jornal umas palavras, desinteressantes, a aconselhar produtos naturais inertes a troco de meia dúzia de euros e até fazem spots publicitários para mostrar que são simpáticos enquanto uma das suas mãos repousa na caixa registadora...
Houve já, na blogosfera, quem propusesse aos farmacêuticos passarem filmes de cinema enquanto os clientes esperam...
Fazem-me lembrar o típico homem dos sete instrumentos que toca harmónica, pratos, bombo e sei lá mais o quê...

Comments:
=D AHAHAHA

BOA DR ENF!

MAIS UMA VEZ APOIO A SUA ABORDAGEM HUMORÍSTICA A UM ASSUNTO QUE SE REVELA SÉRIO, SÉRIO DEMAIS ATÉ..!

CONTINUA A TENTATIVA DE USURPAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DE ENFERMAGEM.

MAS A MEU VER, OS COLEGAS ESTÃO, PELA POSTURA PASSIVA QUE TÊM ASSUMIDO, A FACILITAR QUE TUDO ISTO ACONTEÇA.

BASTA VER PELA FRACA ADESÃO À PETIÇÃO, MAS VÁ, HAVEMOS DE LEVAR TUDO ISTO A BOM PORTO.

NÃO DESISTAM COLEGAS, ESTÁ QUASE PORRA!! =)
 
Estamos a fazer a cama ao Peliteiro.
Aguardem pelo fim desse cromo.
 
Na questão dos injectáveis, saibamos assumir a culpa da facilidade da usurpação de funções. Na questão dos genéricos, e dados os nossos conhecimentos farmacológicos e a nossa prática profissional, não podemos ser coniventes com os médicos e os seus interesses económicos. Deixo aqui um link para todos:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MEDICAMENTOS_USO_HUMANO/GENERICOS/WO_medgen_DCI.pdf
 
1835 - OF

1998 - OE

Reduza-se à sua insignificância.
 
Que conhecimentos farmacológicos têm os enfermeiros? Constam oito testemunhos no site do INFARMED e as formações académica e profissional dos seus autores são:

- Dr. António Melo Gouveia (Farmacêutico Hospitalar)
- Prof. Dr. Walter Osswald (Professor catedrático aposentado da Faculdade de Medicina do Porto (Terapêutica Geral)
- Prof. Dr. José A. Guimarães Morais (Professor Catedrático de Farmacologia – Faculdade de
Farmácia, Univ. Lisboa; Presidente da Comissão de Avaliação de Medicamentos – INFARMED)
- Prof. Dr. Pedro Pita Barros (Professor Catedrático da Faculdade de Economia, Universidade Nova de Lisboa)
- Prof.ª Dr.ª Cristina Sampaio (Professora Associada com Agregação de Farmacologia Clínica e Terapêutica, Faculdade de Medicina de Lisboa)
- Prof. Dr. Steven Simoens (Professor do Centro de Investigação de Cuidados Farmacêuticos e Fármaco-Economia da Universidade Católica de Lovaina)
- Prof. Dr. António Vaz Carneiro (Especialista em Medicina Interna e Nefrologia; Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa)
- Dr. António Hipólito de Aguiar (Farmacêutico, licenciado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
Mestre em Economia Internacional, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, e Doutorando na Escola Nacional de Saúde Pública.)

Como vê, ninguém quer saber da "opinião" dos enfermeiros sobre esta matéria.
 
Caro LProlog, eu não sei "assumir a culpa da facilidade de usurpação de funções", pelo que (sem ambages) não a ASSUMO.
Sou Enfermeiro que, desde longa data, LUTEI PELA ASSUMPÇÃO LEGAL do acto de Enfermagem. Ou seja, em FORMA DE LEI, haver um Diploma onde estivesse determinado que o Enfermeiro (SÓ O ENFERMEIRO) tivesse competência e legitimidade para praticar determinados actos QUE TODOS (ancestralmente)SABEM PERTENCERREM AOS ENFERMEIROS.
Dito por outras palavras, "inter alia", os ENFERMEIROS DEVERIAM TER A LEGITIMIDADE LEGAL para internarem doentes que, MAIORITÁRIAMENTE(ou somente), necessitassem de CUIDADADOS DE ENFERMAGEM.
Transmiti isto, sempre, aos titulares de cargos da OE, desde a Comissão Instaladora até aos actuais Orgãos da OE, em especial aos Orgãos Regionais do Norte.
Por tudo isso rejeito liminarmente qualquer responsabilidade que me queiram imputar. Também por tudo isso, NUNCA PAGUEI "COTAS" (impostos?) À ORDEM DOS ENFERMEIROS, que apesar de todas as "AMEAÇAS" ainda não tiveram a coragem de judicialmente o fazerem!!!
PORQUE SERÁ???... Será do....???

Colocando as pedras no seu lugar, RESPONSABILIZEM (única e exclusivamente) TODOS (mas todos) OS QUE OCUPAM ÓRGÃOS DA OE - Exceptuando a SR da Madeira.

Dando "o peito ás balas",

Jorge Diniz
 
expliquem-me porque não consigo perceber...Numa Instituição um Enfermeiro não pode ministrar um Ben-u-ron sem ordem das iminências, mas o cidadão comum pode adquiri-lo sem problemas nos locais de venda...Tem algum sentido...e o burro sou eu......
 
"Estamos a fazer a cama ao Peliteiro.
Aguardem pelo fim desse cromo."

Afinal o que é que esse Peliteiro fez ou escreveu contra os enfermeiros?
 
A "problemática" dos genéricos nada tem a ver com farmacologia, mas sim com outras ciências.
 
LOL ESTES FARMACÊUTICOS PÁ....

deixem-se de tanto bricábraque e rónhónhó. Sabem bem que a Enfermagem é autónoma, mas entra em complementaridade com a medicina e a farmacêutica.

Os farmacêuticos NÃO têm poder de prescrição, não decidem a sua utilização no contexto clínico, não opinam e não administram - Os enfermeiros sim ( se bem que a prescrição ainda não está legalizada no nosso país, nos restantes países europeus sim).

mas também acredito que os farmacÊuticos pudessem prescrever, afinal quem domina quimicos são eles. Mas quem domina a contextualização desses químicos para a fisiologia humana são MÉDICOS E ENFERMEIROS.

FARMACÊUTICOS NÃO! ONDE ESTÁ A RAZÃO PRA TANTA BULHA??...
 
APESAR DA ENFERMAGEM EM PORTUGAL ESTAR A IR MUITO AO FUNDO, EU ACREDITO QUE HÁ-DE DAR A VOLTA!
HAVEMOS DE GANHAR COMO LICENCIADOS QUE SOMOS; HAVEMOS DE PRESCREVER TAL COMO SE FAZ LÁ FORA; HAVEMOS DE TER A GESTÃO POR NOSSA CONTA!

SEM CHANCE DE LAMÚRIAS POR PARTE DE DOUTORES BALCONEIROS OU BOMBEIROS COM MUITOS SONHOS..!
 
Ao anónimo das 2:44 pm, digo apenas que se não quisesse saber da nossa "opinião", não teria vindo a este blog, bem como os restantes farmacêuticos (perdeu a oportunidade de estar calado).

Ao Jorge Diniz, devo um pedido de desculpas pois tomou uma atitude que todos nós deveríamos tomar. Não estamos de acordo com a OE, não pagamos as quotas (para "as cotas" irem passear). Talvez em pouco tempo o acto de enfermagem deixasse de ser "o acto praticado pelo enfermeiro" - para saber isso, não precisamos da OE (até os TEPH chegam lá) e passasse a estar bem definido, de modo a não ser usurpado por quem quiser.
 
Os peixes também sonham, está provado.
 
Caros colega Dr enf. e caros colegas. Tristemente me deparo com guerras desnecessarias e aproximações duvidosas. Como enfermeiro, respeito os Farmaceuticos, Medicos, Economistas etc.. Acredito que há coisas más, mas os enfermeiros tem tanto de mal dentro da classe que não deviam ter tempo para olhar o vizinho. Quem formou os farmaceuticos a administrar os injectaveis???? enfermeiros??? Caro Dr enfermeiro, ademiro muito o seu trabalho, mas deixe-se de criticar os farmaceuticos associando-se aos medicos. Centre a sua inteligencia na nossa crida classe. E já agora, por muito que saibamos, os Framaceuticos são quem conhece os farmacos. E sem ofensa, tem mais anatomia, fisiologia, embriologia etc do que qualquer curso de enfermagem. Não são todos bom, não são todos maus, há de tudo. Um grande abraço e continue!!
 
Ciencias Farmaceuticas não é o mesmo que Farmacia (para os que não entendem). Acho que o problema dos enfermeiros está resolvido com o titulo deste blog "Doutor Enfermeiro", são doutores, sabem de tudo um pouco. Alias, as farmaceuticas internacionais estao a despedir os farmaceuticos para contratar enfermeiros!! Vá, candidatem-se já, enquanto os bombeiros não ficam com o vosso lugar!!!
Sr Dr enf. continue em guerra com os farmaceuticos!! Deixe que os bombeiros e afins fiquem com o seu trabalho, já não falta muito!
 
Discussões tristes à portuguesa... Este país enoja-me... assim como certas pessoas que aqui comentam independentemente da sua classe profissional.
 
Anónimo das 10:51 AM:
São os bombeiros, os farmaceuticos e outros. Mas não relaxem muito porque enquanto vocês se distraem a ficar com funções da enfermagem, os médicos vão tentando ficar com as vossas. Não nos tomem por exemplo, relaxem e depois queixem-se!
 
Os Enfermeiros precisam muito de ter aulas de Português!!!
 
"Que conhecimentos farmacológicos têm os enfermeiros?
Como vê, ninguém quer saber da "opinião" dos enfermeiros sobre esta matéria."

Ai é!
Existem vários intervenientes na terapêutica farmacológica. Nós os três aliás (enfermeiro, médico e farmacêutico)!
Se o 1º falha a administração e a respectiva farmacovigilância o objectivo terapêutico falha, e algo de fatal pode acontecer!
Além de que as obras desses senhores, falha redondamente no capítulo das vias de administração, e na justificação da sua selecção das respectivas (refiro-me mesmo à grandiosa obra do doutor oswald e companheiros. é um bom livro, mas nessa matéria - dos enfermeiros - induz os outos profissionais a um falso domínio de posologias, distribuição horária e selecção de vias de administração. no restante, nada a apontar).
Só uma pergunta (que os farmacêuticos trocam sempre as voltas).
Aquando da administração de insulina intermédia e lenta, qual é que aspiram 1º para a seringa?
[com certeza sabem que o ordem pela qual aspiram influencia o risco de anafilaxia, e óbvio, o efeito esperado].
 
Na administração de Mixtard 30 qual a que é a insulina injectada em primeiro lugar, a 30 ou a 70?
lol
 
1. Sant'lago, como sabe qual deve aspirar primeiro? É alguma sabedoria de enfermagem? Essa informação cientifica que os enfermeiros têm de saber sobre a administração de injectaveis e suas implicações, advem de que ciencia? Da farmaceutica que estuda exactamente isso e que vos ensina ou da ciencia de enfermagem que se limita a aprender o que os outros lhe ensinam?

2. Ilhota... a diferença não está no mal que pode fazer, está em quem assume as responsabilidades se algo corre mal... dentro de um hospital um doente tb não pode ir a pé ao Rx, tem de ir de cadeirinha de rodas por mais autonomo que seja! Fora das portas do hospital pode fazer o que quiser... se o enfermeiro lhe der um Ben-U-Ron no hospital e tiver uma reacção alergica vai culpar o enfermeiro, não vai? Ou talvez o médico? Vai querer é que alguém assuma a responsabilidade!
 
"como sabe qual deve aspirar primeiro? É alguma sabedoria de enfermagem? Essa informação cientifica que os enfermeiros têm de saber sobre a administração de injectaveis e suas implicações, advem de que ciencia? Da farmaceutica que estuda exactamente isso e que vos ensina ou da ciencia de enfermagem que se limita a aprender o que os outros lhe ensinam?"

Que argumento paupérrimo. As "ciências farmacêuticas" limitam-se a aprender com o que os outros lhe "ensinam" - química e biologia.
Existem 4 pilares-base, os quais servem de "origem" para todos: química, física, matemática e biologia.
 
Dê-me só apenas UM exemplo de algo atribuível à "ciência farmacêutica"! Um só exemplo!
Se conseguir, disponbilize-me o seu NIB, que eu tranfiro mil euros para a sua conta! Mil, leu bem!
 
Farmacocinética. Todas as formulações devem ser testadas quanto à sua Farmacocinética, ie, LADME (Libertação, Absorção, Distribuição, Metabolismo e Eliminação).
São tb estes estudos que determinam a bioequivalência entre uma especialidade farmacêutica e o respectivo genérico.

Também nos Hospitais, a Farmacocinética Clínica é feita unicamente por farmacêuticos. É através do estudo dos níveis séricos e de outros parâmetros analíticos que o farmacêutico determina a dose ideal para cada doente. Exemplos: Digoxina, Teofilina, Vancomicina, Aminoglicosidos, ...

Tenho direito ao prémio?

m&m (farmacêutica)
 
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