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domingo, abril 20, 2008

Enfermagem e a derrota de Bolonha...

Deixo-vos um artigo de opinião escrito pelo Enf. Vítor A:
.
"Há muitos anos que a classe de Enfermagem perseguia a licenciatura e equiparação a técnicos superiores. Tudo fez: reivindicou, enfrentou, investiu tempo, dinheiro e esforço pessoal, familiar, profissional e social para atingir esse objectivo.

Além do que se aprendeu, a classe esperou e espera ainda que o "novo" grau académico conferisse reconhecimento sócio-laboral, servisse de argumento (justo) à renegociação de uma carreira de Enfermagem adequada e por conseguinte uma remuneração compatível.

Não coloco em causa os ensinamentos leccionados. Aprendemos, mas também demos muito a aprender e a conhecer outra realidade a quem só lecciona. Foi uma interessante troca de ideias e experiências. Agora chegou o Processo de Bolonha!

Curso Complemento de Enfermagem? Licenciatura de base? Para que serviram?
O Processo de Bolonha vem aproximar as comparações das formações na área do ensino superior europeu. Este processo na Enfermagem portuguesa vai promover a desqualificação do diploma de licenciado pré-bolonha.

Esta desqualificação vai retirar um argumento de peso às negociações da nossa futura carreira e por conseguinte, mais uma vez as nossas remunerações como técnicos superiores são colocadas em causa.

Seremos equiparados ao 1º grau do ciclo - "bachelor". Temos 4 anos de formação curricular com a possibilidade de um 5º ano. Na restante comunidade, bastam apenas 3 anos de formação curricular para conseguir o mesmo grau!! Não está em causa o tempo, mas as competência adquiridas nesse tempo. Serão as mesmas???

O Ministro da tutela afirmou que "a legislação em vigor não permite, neste momento, mais do que a consolidação do ensino de Enfermagem num 1º Ciclo de 240 créditos (quatro anos)" Para não falar do financiamento... só os cursos universitários é que podem ter acesso a fundos públicos até ao 2º ciclo!

A Enfermagem tem apenas financiamento até ao 1º ciclo! Noutros cursos, quase todos estão a sair como mestres agora das faculdades, competências como gestão e investigação estão apenas garantidas aos detentores do segundo ciclo de formação.

No complemento de formação/licenciatura de base em Enfermagem, tivemos essas cadeiras, elaboramos trabalhos, realizamos estágios!!!
Agora, pelo que se constata, o próximo "degrau" da escada será o mestrado para se conseguir algo (acesso equitativo a posições de liderança, assessoria e gestão relativamente a outros profissionais)! Muito mais haveria a dizer das implicações do Bolonha à Enfermagem portuguesa!!!

Frequentamos o complemento em Enfermagem (e a licenciatura de base passou a ser´a formação mais básica para o exercício da profissão) tendo em vista a evolução da classe. Afinal parece que não passou apenas de uma medida de estética...

Antes seria: concluir o complemento para conseguir "abrir a porta"! Agora: parece que vamos ter que subir mais um "degrau" até chegar à porta! Alguém sabe o que por trás da porta a que os Enfermeiros não conseguem alcançar? Apenas serviu o propósito de alguns... De quem?? Ganhamos algo, isso é certo e inegável. Conquistamos um novo patamar, um título, dinamizamos outros instrumentos de índole profissional, formas de pensar, agir, criticar e construir...mas não temos o reconhecimento social e laboral merecido! As competências actuais dos Enfermeiros também não estão em consonância com a respectiva formação...

Nem tudo o que ganhamos paga as nossas expectativas que colocamos ao fazer este complemento/enveredar pelo curso de Enfermagem, paga o investimento que fizemos e os esforço desenvolvidos...
Quem ganhou com aquilo que investimos não sei... Quem vai perder com esta revira-volta serão, seguramente, os Enfermeiros..."

38 comentários:

  1. Na maioria das profissões e na época pré bolonha também só lhes é reconhecido a licenciatura e ganham todas como técnicos superiores. Nós continuamos a ser a excepção...
    Como sou licenciado EXIJO auferir o mesmo vencimento base de outros licenciados: Assistentes sociais, educadores, professores, etc...muitos deles também fizeram o seu complemento

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  2. Concordo que o facto de a maioria das Escolas ter-se candidatado ao 1º ciclo é um revés. Mas tb já soube que há intenções de alterar isso e brevemente.

    Num altura em que se pretende discutir a carreira este facto é mais um senão. Não sou sindicalista, nem pertenço à ordem, no entanto apelo a todos que quando chegar a altura de lutarmos pela nova carreira nos juntemos.

    Abraço

    PS: Precisamos de uma vez por todas de termos Enfermeiros, Professores, Sindicatos e Ordem a falar todos numa só voz. Recordo que a Ordem deu há já algum tempo o seu parecer para que a formaçao fosse inserida no 2º ciclo!

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  3. Tenho pena que esta recomendaçao tenha sido seguida. Mas espero que ainda vamos a tempo!

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  4. Caro Victor A. , o que resulta da sua exposição traduz-se no jogo camuflado do lucro...de alguns. Como possopensar e como me referiu um Amigo , o espírito que levou ao processo de Bolonha é positivo , mas o aproveitamento que dele fizeram muitos acéfalos torna esse processo perigoso para a Enfermagem. O discurso da falta de dotação orçamental para saúde em especial para Enfermeiros , a falta de isenção de muitos membros da Ordem e os interesses obscuros de alguns que polulam à sua volta , estão na base desta balbúrdia que ora avança ora recua , consoante o gosto e a perspicácia bolorenta .

    Pergunto .Quando é que os enfermeiros acordam e se unem?

    Vejo neste blog alguns comentários que defendem a reexistência de auxiliares de enfermagem .Por acaso estão a pensar em ter o 1º ciclo bolonha de 3 anos para auxiliares de enfermagem ? e o 2º ciclo para os enfermeiros licenciados ?
    Não me admiraria nada que tais comentários , sem querer ofender quem os postou , tivessem origem em conversas afectadas de alguns , que pretendem continuar a usufruir das mordomias do trabalho das " mãos limpas" e a consumir , em seu benefício ,os esforços da abnegação e do cultivo do saber.
    Se pensam alguns com responsabilidades de topo levar por diante absurdos insuspeitos , vão tirando o cavalinho da chuva , porque haverá alguns que chamando a si essa LUTA , não vão permitir que transformem os ENFERMEIROS nos " bodes expiatórios " do calculismo mal disfarçado...

    MB

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  5. A OE sempre defendeu a entrada na profissão pelo 2ºciclo.
    Aqui quem tramou a profissão foram as escolas e os prof´s que n seguiram a orientação dividindo a classe - coisa que o MCES aproveitou!
    (é claro que nem todos os prof´s estão neste saco, mas estão todos os que com poder n fizeram nada)

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  6. Ao Colega Anónimo das 8.33 PM

    Mas parece que a OE não conseguiu passar da ombreira da porta..isto é , não argumentou o necessário ou não interessou .Por isso ficou à porta sem vislumbrar a sala....e agora alguém se prepara para nos colocar na cave..quem será?

    MB

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  7. É completamente utópico pensar que algum governo vai aceitar colocar todos os enfermeiros ao nível do 2º ciclo. é bonito, mas nunca vai acontecer, é simplesmente irrealista...não é financeiramente viável! Reparem nas outras profissões!!
    Enquanto se está parado à espera do 2º ciclo a enfermagem vai desaparecendo...o caminho é novas competências com as especialidades no 2º ciclo para já e com formação universitária.
    Para existirem bases sólidas é necesssário competências técnicas também sólidas.
    Querem que a enfermagem evolua só em termos académicos? Isso é cavar um buraco enorme para a enfermagem a longo prazo...A OE e muitos enfermeiros não conseguem perceber algo simples.
    Neste momento eu como enfermeiro e a trabalhar no privado não posso sequer prescrever um apósito hidrocolóide para lesão de grau 2, tenho que pedir a um médico que passe a receita!! O que é que interessa estarmos todos no segundo ciclo se não evoluimos tecnicamente nem na carreira?

    FILIPE

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  8. Infelizmente existe gente na nossa classe cujo objectivo é manter o "Lobbie" do ensino, é gente que está estrategicamente bem colocada, e não tem sido dificil manter dito objectivo.
    O problema dos Enfermeiros é realmente a apatia e a passividade com que encaram esta situação.
    Algo me diz que os enfermeiros vão fazer uma nova "corrida" às escolas para tentar novamente "dar o pulo".
    Será que vão cair no "engodo" novamente?

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  9. Caríssimo anónimo das 12:26

    É claro que vão cair no engodo, quais peixinhos esfomeados. É o eterno estigma associado à possibilidade de "ficar para trás", ou perder o comboio. Só que agora, a dificuldade está em saber a que horas passa, ou simplesmente, se passa!!

    Mas honra seja feita. As escolas privadas e públicas têm sabido tirar muito e bom partido desta situação a seu favor. Cambada de parasitas, sanguesugas... que se alimentam à custa da desgraça alheia...

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  10. Pela questão da autonomia profissional é obvio que a formação de enfermagem tem de se colocar ao nível do 2.º ciclo de formação - mestrado.
    Mas...
    Actualmente para se concluir o 1.º ciclo são necessários 180 créditos, pode ir até aos 240.
    Para se concluir o 2.º ciclo são necessários 90 a 120 créditos, também podem ser 60.
    Mestrado integrado: de 300 a 360 créditos.
    A licenciatura de enfermagem - 1.º ciclo - tem 240 créditos. A norma é 180, mas enfermagem é uma das excepções; mas também não chega para ser mestrado - 2.º ciclo.
    As especialidades de enfermagem tem 60 créditos e conferem o grau de mestre - 2.º ciclo. Confere o grau de mestre porque perfaz 300 créditos. Enfermagem é das poucas licenciaturas de 1.º ciclo com 240 créditos, e assim pode ter mestrados com apenas 60 créditos.
    Algumas licenciaturas passaram a 3 anos, 180 créditos, mas a maior parte passou a fazer mestrados integrados, ou seja, passaram a 3 anos + 2 de mestrado, 300 créditos. E algumas passaram a mestrados integrados com 360 créditos.
    A enfermagem passou a 4+1, 240+60. É obvio que se pode fazer de outras maneiras e terminar com mais créditos, se se fizer um mestrado de 120 créditos dá 360.
    Também houve cursos que passaram de 6 para 5 anos. Medicina, Farmácia, Direito, 360 créditos. E para além disso continuam a fazer os mestrados que faziam antes de Bolonha.

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  11. Então a OE não devia deixar que os enfermeiros que não têm mestrado/especialidade exercecem!!!??

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  12. E a fisioterapia, e outros técnicos?
    Nos sites das suas escolas 0 4.º ano aparece como 2.º ciclo, ou seja, com 4 anos ficam detentores de um titulo ao nível do 2 ciclo?
    Mas nunca se referem ao número de créditos.
    Com apenas 4 anos 300 créditos? gostava de saber como!

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  13. Com a quantidade de Médicos frustrados (Enfermeiros)que há por aí (segundo uma sondagem que estava em votação aqui no blog), não me admira nada que vá tudo correr para as escolas outra vez à procura do "mestrado".
    Se queriam ser doutores seguissem medicina e não enfermagem.
    Querem ser enfermeiros mas depois querem ficar bem longe das enfermarias.
    Vão trabalhar e deixem-se de pós-graduações e mestrados que não levam a lado nenhum.
    Como enfermeiro, gosto de tratar dos doentes e não andar de pastinha e portátil na mão armado em "doutor".
    Foi para isso que tirei o meu curso.
    Não interessa se são 3 ou 4 anos, 240 ou 360 créditos.Interessa é aplicarmos os nossos conhecimentos e fazermos o que mais ninguém sabe fazer melhor do que nós.
    Cuidar do doente.
    Tenho dito.

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  14. "Como enfermeiro, gosto de tratar dos doentes e não andar de pastinha e portátil na mão armado em "doutor".
    Foi para isso que tirei o meu curso."

    Não precisou de "pastinha" nem "papelinhos" durante o curso?
    Aliás, maçou-se a tirar o curso? Porque não "saltou" essa parte e foi logo cuidar?

    Aqui está um exemplo de uma visão retrógrada e obsoleta da classe. No Séc. XXI o profissional de Enferamgem suporta as suas actividades profissionais em teorias e conhecimento científico. Daí o uso de "pastinhas" ou "portáteis"...
    Estou certo que o colega não gosta de computadores (essas modernices tontas)...
    Para quê o Alert? Bastava cuidar!
    Para quê registos? Bastava cuidar!
    Para quê? Para quê?

    Ninguém quer ficar "longe" das Enfermarias. Pelo contrário. Queremos trabalhar nelas com autonomia e rigor, ainda que inseridos numa equipa multidisciplinar...

    Pena é, haver opinião tão heterogénias na classe.
    Já agora... para quê salário?

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  15. É pena que enfermeiros e médicos passem mais tempo a olhar para o computador do que junto dos seus doentes

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  16. Eu quero ganhar como técnico superior. Portanto vou correr para o mestrado/especialidade.
    E não quero que reconheçam o 2ciclo à minha licenciatura que só tem 240 créditos.

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  17. Senhor anánimo das 7:16,
    o que quer que os enfermeiros façam junto dos doentes? Companhia?

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  18. A autonomia profissional, inerente ao 2.º ciclo defendido pela ordem, não é conferida por decreto lei; mas pelo exercicio da autonomia profissional.

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  19. Para o anónimo das 8:10:

    Os enfermeiros virtuais (dos computadores e dos papeis) tornam a enfermagem tão virtual, tão virtual que qualquer dia volatiliza-se e desaparece...

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  20. A prestação dos cuidados de enfermagem não é incompatível com os Sistemas de Informação. Há é que tirar o máximo partido desses SIEs . Eles são uma ferramenta de trabalho que bem usada mantêm informação e troca de informação de modo a melhorar o intercâmbio..., a qualidade dos registos e a melhoria da prestação de cuidados.
    É necessário , isso sim , ponderar o tempo que se atribui aos cuidados e aos registos...
    Já basta tentarem passar-nos de cavalos a póneis (salvo seja) no que diz respeito às qualificações ou como lhes queiram chamar...
    MB

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  21. Existem colegas que não deviam ser Enfermeiros, mas antes auxiliares de Enfermagem.
    Afinal de contas parece que não querem ser reconhecidos como técnicos superiores ( ou não lhes faz qualquer diferença), continuam a defender que deve ser o Enfermeiro a lavar o c* do doente, assim como proceder à mudança da fralda (conheço alguns assim).
    A pensar assim não vamos a lado nenhum!!

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  22. Esses enfermeiros não querem ter responsabilidades. Sem dúvida que é mais facil.

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  23. E as A.A:M. sabem mobilizar um doente com protese total da anca (P.T:A.)?? Ó esperto.
    E sabem mobilizar um doente em bloco?
    A pensar assim é que não vais a lado nenhum.

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  24. "Esses enfermeiros não querem ter responsabilidades. Sem dúvida que é mais facil."

    Mais irresponsável é aquele que pensa que delega funções a uma auxiliar que não sabe o que está a fazer (mesmo que seja lavar um cú)e que depois faz merda.

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  25. Não se esqueçam que a responsabilidade é sempre do enfermeiro...
    Com auxiliares de enfermagem ou com AAM a responsabilidade técnica é sempre do enfermeiro!!!
    Tal como um engenheiro Civil é o responsável pela execução técnica de um prédio...
    Por isso é que existe a supervisão e delegação de determinadas tarefas (supostamente para que os enfermeiros possam desempenhar outras mais diferenciadas....)
    As funções das AAM estão legisladas e são bem mais objectivas do que o nosso REPE.

    FILIPE

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  26. E devia haver auxiliares que deviam substituir certos enfermeiros que querem só ser reconhecidos pelo seu grau académico, com ar de superioridade, que so sabem andar de pastinha e portátil na mão a fazer que trabalha.

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  27. Meninos,
    importante é perceber que não se tem reconhecimento sem responsabilidades.

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  28. Meninos...Gostei desta paternalice "carinhosa" pra carago.
    Mas vamos ao que interessa porque hoje vou ser breve. Estive a comer um dos pães que o diabo amassou e tenho de ir acamar os ossos, porque o aço precisa de ser temperado. Antes porém quero dar umas achegas a quem não foi a Bolonha ver a Ordem dos Enfermeiros.
    É do conhecimento de quem se interessa por estas coisas que o PCP tem uma apetência (no sentido de apetite) para arregimentar grupos de bondade ingénua. Os Enfermeiros reunem essas condições melhor do que qualquer outro grupo pois não investem muito em pensamentos profundos. Para mal nosso e dos nossos!
    Quando aqui há uns anos se deu uma greve de que tenho ouvido falar, ao que parece a demonstrar a imbatibilidade da Enfermagem, o dito PCP foi recrutando dentre os ingénuos, os mais ingénuos para as suas fileiras. Aperecia o "controleiro" com uma senhas que dão direito a entrar directamente no paraiso das virgens e dos virgens, consoante os casos, foi contratando militantes para as suas fileiras, que plantou com especiais cuidados, nas escolas de Enfermagem ou já lá estavam, de preferência em lugares cimeiros.
    Ainda vinha longe essa maluqueira das escolas privadas do Almeida Dias, do Quintanilha e do Armadilha.
    Com aquele jeitinho que se conhece aos "controleiros do PCP", foram estendendo os tentáculos de acordo com as facilidades locais. Começou o fabrico em série, felizmente com alguns desaires, pois a pouca atenção que os enfermeiros dedicam a estas coisas é para todos os quadrantes ideológicos e não só para alguns. Porém, nos pks a fidelidade é mais duradoira, porque virgem atrai e glotão gosta.
    Tal como os polícias na caça a quem gosta de telemovar ao volante, também os pks têm de mostrar serviço.
    As licenciaturas a que não puderam opor-se, pois iniciaram a sua longa marcha no tempo da Senhora Dª Leonor Beleza lá por volta de 1988, vieram pôr em perigo a colheita de papalvos para a sua seita, pois os olhos vão-se abrindo um pouco por todo o lado e em número cada vez maior. Também aqui chegou a crise.
    Para encurtar caminho vamos ao papel da Ordem dos Enfermeiros.
    Controlado, como é sabido pelo PCP, só não o vê a DªSara Brito e outros distraídos naturais ou de cultura, é um ponto de referência para os professores das escolas sejam Marçais ou Marcelos ou Marsanos, que atiram aos olhos do Sr. Mariano Gago, o da Ciência.
    Este responde e muito bem que os Enfermeiros são licenciados.
    E disse mais: com 180 Mega Pycles de curso têm de lhe dar o título de licenciado.
    Se pretenderem fazer mestrados ou doutoramentos seguem a via normal, como os outros.
    A formação especializada, essa é com os serviços onde precisam de enfermeiros com especialidades (onde é que eu já ouvi isto!?).
    Ora esta singeleza do Minisnistro deixou os pks das escolas e da Ordem de mãos a abanar, porque queriam fazer os enfermeiros seus camaradas, para lugares de comando e os dependentes, uma espécie de antigos Auxiliares de Enfermagem.
    Tirarariam um ano à licenciatura, para darem, em troca, com 2 anos o mestrado, para uns quantos, entenda-se.
    É contra estas manobras da Ordem (ler pks instalados na OE e não só) que os Enfermeiros, que se prezam e gostam de ver respeitada a sua integridade moral e profissional se devem revoltar.
    A seu tempo serão dados sinais de alerta, já agora usando por adaptação a estratégia Stalinista, porque é a que dá menos trabalho a montar. É só seguir os trilhos traçados pelos pks.
    Vão-se divertindo com coisas menosres pois a hora zero aproxima-se. E aí que ninguém ceda à preguiça ou ao comodismo.
    A Enfermagem é livre e não pode ser aprisionada por ideologias sejam elas quais forem.
    Não desesperem por terem de esperar um pouco. Temos de ir discursando até juntarmos o exército que vai dar uma volta a tudo isto.
    Qualquer património acumulado por uma geração vai até à sua 3ª geração. Os avós montam a fábrica; os filhos tiram proveito disso, sem evoluirem; os netos destroem até onde puderem. Com a Enfermagem está a passar-se mais ou menos o mesmo.
    Mas o Élan Vital Bergsoniano vem em nosso auxílio e tudo vai mudar, porque não há mal que sempre dure...
    Gardingo

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  29. e é assim que a droga bate

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  30. Ó Gardingo a isso chama-se verborreia descritiva: escreves, escreves, escreves e não sai nada...
    A MAS sofre de verborreia mista...

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  31. Responsabilidade?? Ainda mais?
    Dois enfermeiros numa noite a cuidar de 30 ou mais doentes.
    A isso chama-se o quê??

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  32. Chama-se responsabilidade, se esses dois enfermeiros transmintirem as esses 30 doentes e às suas familias, a complexidade e quantidade de coisas pelas quais são responsáveis, por forma ao público ficar a conhecer o que os enfermeiros fazem realmente. Se não formos nós a dizer quem somos e o que fazemos ninguém o fará. As pessoas não andam a ler o Diário da República (os politicos também não, nomeadamente competências dos enfermeiros) e a imagem tradicional da enfermeira continua...
    Um bom exemplo que transmite que os enfermeiros não têm responsabilidades no processo saúde/doença dos doentes é quando um enfermeiros não responde às perguntas do doente e o manda perguntar ao médico.

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  33. 2 enfermeiros para 30 doentes?
    Cheios de sorte, no meu serviço a administração quer reduzir para 1 enfermeiro e são 40 doentes...

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  34. Quando se esticam algumas cordas, lá vêm aquelas dores que ainda não estão na tabela, mais conhecidas por de c.o.r.n.o.de que um renegado foi atacado e de que não há maneira de se ver livre de tanta e tal dor, lá ressalta a dita dor.
    Quem dá o que tem a mais não é obrigado. Palavras, palavras é o que antecede a acção. Ora tu, meu caro anónimo limitas-te a comentar; mas essa também é útil, pois gera dinâmica e prova que leste e és exigente: querias mais! tem calma, porque a hora de passarmos das palavras aos actos há-de chegar. As palavras são necessárias, pois nem só de pão vive o homem, dizem os entendidos na matéria. Se se pudessem mandar outras coisas por esta via, oh mama mia! Ia ser divertido!
    Já agora um breve comentário de 2 enfermeiros de noite a cuidar 30 doentes é um bom tema para reflexão.
    No rigor da coisa, de noite vela-se, não se devem prestar cuidados para além do estritamente indispensável.
    Podemos admitir sempre, a possibilidade de haver algum doente que ainda não tenha perdido, de todo, o hábito de dormir de noite, mesmo e apesar do internamento hospitalar...
    Um Enfermeiro atento te de supor isto. Se forem dois Enfermeiros vêem a dobrar.
    Os Américos, lá da terra do tio Sam, têm uma agência joint Comission, ou coisa assim, que é concorrente do KF da nossa qualidade, que já admite, em teoria que o número de Enfermeiros deve ser uniforme em todos os turnos: tantos de manhã, como à tarde, e como de noite.
    Mas isso são terras onde as actividades se desenrolam em função dos doentes.
    Cá no nosso quintal anda tudo em função do médico, mesmo os próprios doentes que ganharam a mania de aparecerem para desequilibrar o sistema.
    Para já 2/30 é mesmo só para velar.
    E não falo mais nem em pks, porque senão o controleiro da área irrita-se e manda-me falar pouco e baixo, não vá o camarada acordar.
    Concorde-se ou não a Enfermagem é comunitária, mas nunca será comuniStária. Este S faz a diferença, que não é pequena.
    Gardingo

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  35. Ó Gardingo, dá-lhes prá cabeça, porque eles é que são os culpados da nossa desgraça.
    Um Cidadão Atento

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  36. Esse Enfermeiro que não dá respostas ao Doente e o manda perguntar ao médico foi aluno duma escola de enfermagem, cujos docentes (forma desnaturada de dizer professores)terminam sempre a sua irresponsável lição dizendo: se não souber pergunte ao médico.
    Mas perguntar ao médico coisas sobre Enfermagem é juntar a fome com a vontade de comer.Quem tem de dar respostas de Enfermeiro é o próprio, sem ter de perguntar a outros, pois de contrário lá se vai a plantinha da "autonomia" que os mesmos tanto prezam.
    No livro das preferências deontológicas diz que a "responsabiliade" está acima da "obediência".
    Ora se a responsabilidade é um valor mais alto do que a obediência, os Enfermeiros não se devem deitar da ponte abaixo, quando o médico ou outro estranho ao seu nível de responsabilidade manda.
    Sejam responsáveis: assumam-se como licenciados, mesmo que estejam errados.
    Karl Poper diz que uma teoria para ser verdadeira tem de ser ser falsificável.
    Como ninguém nasce ensinado temos de ir tentando errar cada vez menos, porque errar é próprio dos humanos. Só os deuses não erram.
    Perguntar ao médico o que se devia saber é dar àquele o estatuto de deus < ou > do que.
    Com o tempo lá iremos dando prioridade à responsabilidade própria deixando a obediência cega para outros, não licenciados.
    Gardingo

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  37. Atenção: está ali acima um Vitor A, sem saída e na rua do lá vai um que vem disfarçado de antibolonhês a fazer o jogo do Bolonha. Quem disse que os enfermeiros não era licenciados foi a Ordem dos Enfermeiros que foi ao M.Gago para encontrar um pretexto para manter os enfermeiros sob contolo (do controleiro tutor - onde é que já ouvi isto!?). Mariano dixit: quer queiram quer não o problema dos enfermeiros está resolvido; têm uma licenciatura de 4 anos e são licenciados. Mesmo que tenham 180 unidades de conta (os tais créditos) terão de os reconhecer como licenciados.
    Ora vejamos: "terão de os reconhecer como licenciados...
    Quem?
    Vejam se será a OE como interlocutor do M.Gago, enquanto ministro da Ciência?
    Quanto mais tempo a OE tiver os enfermeiros sob controlo mais comunistários sairão.
    Quem pensa que o tal Victor A é o do papagaio do sapateiro que elogiava o Júlio César enganam-se.
    Peguem numa lupa e verão como o nosso avaliado tenta dar a coisa como certa, com o que consegue duas coisas equivalentemente perversas:
    1 - deixa a ideia de que tudo está terminado e o Bolonha é uma fataliade;
    2 - tenta convencer os enfermeiros que julgavam a sua formação já acabada, a irem aquecendo a ideia para entrarem de novo em campo numa escola qualquer.
    Por arrasto vem a possibiliadde de dificultar o acesso às chefias a quem não embarcar no modelo, deixando os enfermeiros à mercê dos seus kapangas atemorizadores.
    A figura do "medo" que assola os jovens enfermeiros não é uma ficção: é praticada por torcionários com aquela origem e deviamente treinados para manterem os enfermeiros às suas ordens e de quem os comanda. Não é preciso ir tirar as cataratas; vê-se através delas.
    Só nos faltava mais esta; vestir carrascos da nossa Classe de Vitors Inofensivos e Defensores a lembrarem pecados velhos ao diabo. Só nos faltava mais esta!!!

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  38. Sou enfermeira há 13 anos e desde que arrancou o complemento que todos os anos me tenho candidatado numa escola publica próxima da minha residência/local de trabalho, pois com filhos menores é-me impossível deslocações longas ou increver-me em escolas privadas. E até hoje nunca entrei. No último concurso entraram colegas estrangeiros com notas inferiores à minha e eu... voltei a ficar de fora. Não sei se não terá sido a última oportunidade, pois fala-se que pode não abrir mais qualquer curso para o complemento. E agora, o que me acontecerá? Vou passar a ser classificada como enfermeira de 2.ª? Sempre me bati pelos meus direitos enquanto profissional e tudo o que quero é que me deixem exercer aquilo para o que estudei durante 3500 horas... em três anos.

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