Já quase não há céus para bradar. Há gente muito...complicada.
Confirma-se aquilo que já se disse várias vezes neste blog: para abrir uma nova faculdade de Medicina (neste caso, curso) é preciso pôr o país em polvorosa, abrir noticiários, consumir muita tinta de jornal e escrever milhões de bytes em opiniões...
Numa iniciativa inédita (confesso que até fiquei surpreendido pela positiva), a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, veio a público comentar o novo acontecimento nacional. Diz a nossa digníssima: "fico satisfeita com a iniciativa da criação da faculdade de medicina". Acrescentou ainda que "haverá sempre seguramente quem deseje ser Enfermeiro ou Médico" e que "acredita que este novo curso não vai retirar profissionais de outras áreas de saúde".
(Pois eu até acho que deveria retirar, pois assim, cada um, teria a liberdade de escolher o que quer cursar, orientando a seu futuro de acordo com as respectivas pretensões...)
Curiosamente, afirmou ainda que "as necessidades na saúde são sempre crescentes", o que me fez suspeitar que introduzisse o conhecido e barbudo argumento dos rácios da OCDE, mas não. (Olhe que o rácio médico em Portugal não é dos piores, mas está longe dos melhores...)
As privadas, revoltadas e sedentas de dinheiro fresco, também querem o curso de Medicina, mas encontram barreiras... porque será?
É aqui que entra o bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, um homem visivelmente pouco habituado a estas andanças relacionadas com abertura de linhas de produção massivas a nível formativo (ainda que estejamos a falar de umas escassas dezenas de vagas)...
Mas nós, Enfermeiros, ensinamos quem não sabe...
Quando questionaram o sr. bastonário relativamente ao que pensava sobre este polémico e mediático evento nacional, o mesmo desabafou com notável sinceridade e alertou "para o risco de se poderem estar a formar médicos a mais". Relembro que estamos a falar de apenas mais 30 vagas!! Mostrou-se ainda preocupado com a existência de "1500 vagas" para medicina. Há uns bons anos atrás (para quem se lembra...), com menos faculdades, quase abriram 5000 vagas, e ninguém se queixou tanto... porque será?
Continuando, o Dr. Pedro Nunes, atemorizado, vincou prontamente que deve existir uma "gestão do número de vagas a nível nacional para que não se estejam a formar pessoas para o desemprego", e não se esqueceu de um pormenor essencial: "recear a dispersão das faculdades de medicina", pois ""tecnicamente é preferível concentrar em pólos as universidades" (...) salientando a necessidade dos futuros médicos terem vivência universitária. E ramatou assim: "Para os médicos é fundamental que durante a sua fase de ensino saiam das suas terrinhas e abram os seus olhos"". Complicado, o homem.
Ora, em termos de eficácia e eficiência os médicos estão muito atrasados...
Os Enfermeiros, vanguardistas, não querem saber da velha história da gestão de vagas, falar em desemprego é uma tolice obsoleta, discutir rácios da OCDE é que é moderno e chic...
Muito frontalmente, deixem-me dizer ao sr. bastonário da OM que, se quiser aprender como é que se abre um curso em cada esquina, com professores de desenrasca-para-a-ocasião, a gente ensina... de borla! A nossa experiência nesse âmbito é abrangente...
... É quem não sabe, é como quem não vê!
O recado seguinte é especialmente dirigido à nossa bastonária: ponha os olhos a isto, Enfª Maria Augusta! Eles [a Ordem dos Médicos] não duram sempre...
Consultem o conceito de enfermeiro na pg 13 http://www.hopkinsmedicine.org/the_johns_hopkins_hospital/pdfs/PatientHandbook.pdf
ResponderEliminarGostaram? Se sim, então não precisaremos de tantos enfermeiros. Fantástico!
Se não, tal como eu, lutaremos para que a enfermagem ocupe o lugar que tanto merece e tenha o prestígio devido. Apostemos numa prática clínica de qualidade e o reconhecimento virá com toda a certeza. Colegas, porque será que os EUA têm tantos problemas de recrutamento de enfermeiros? Profissão prestigiada? Os Enfermeiros americanos têm uma auto-estima acima da média? As taxas de turnouver são baixas? Chega de blá, blá, blá...
DOUTOR enfermeiro, o seu discurso é surrealista. Visite um Hospital ou Centro de Saúde deste país e pergunte se a dotação de enfermeiros é suficiente. Antecipo a resposta, sem dificuldade e sem recorrer a rácios: NÃO, NÃO e NÃO...
Desça ao mundo do real. Ou quererá entregar o futuro da profissão aos famosos TACS, e reduzir os enfermeiros portugueses a meia dúzia fechada no gabinete a gerir e a supervisionar?
Por favor, poupe-nos. Talvez o seu douto título não lhe permita prestar os cuidados de higiene de que tantos doentes necessitam, como cuidado de enfermagem. Qual a alternativa? Colocar uma esponja nas mãos de um profissional com formação de umas poucas horas e aqui vai disto, chegou a lavadeira...
Com o devido respeito por todos os profissionais, os enfermeiros são insubstituíveis naquilo que é a essência do cuidar. Aconselho que revisitem algumas das nossas referências. Poderão começar por Collière, e talvez entendam o que é ser enfermeiro. Assim não virão para aqui com discursos demagógicos sobre o excesso, quando todos os dias nos contextos clínicos sentimos a sua falta. Este desabafo, traduz o sentimento de uma enfermeira que hoje entrou no seu hospital às 7.45 e saiu às 18 H, com a sensação de frustração de ter ficado aquém das necessidades de cuidados dos doentes que cuidei, e mais, fiquei no serviço mais 2 horas, não pagas (por carolice), tentando remediar o impossível, e sabem porquê? Porque em vez das 6 enfermeiras que deveríamos ter no serviço, estivemos 4. Como é difícil e revoltante ver discursos como por vezes aqui vejo. Não “metem a mão na massa” como diz o nosso povo?
TENHAM A CORAGEM DE SER ENFERMEIROS E SENTIRÃO A SUA FALTA…
Novidade! Chegou a censura ao DE. Anteriormente as nossas opiniões eram de imediato colocadas no blog. Agora vão a aprovação. Liberdade necessita-se...
ResponderEliminarOra aí está o exemplo de um bastonário que fala pouco, às vezes até nem faz grandes discursos, mas sempre aparece com os pés bem assentes na terra.
ResponderEliminarO mesmo já não se pode dizer da vossa “padroeira”. Pergunto: ela representa que parte dos enfermeiros portugueses?
Elites Docentes?
Enfermeiros Gestores?
Enfermeiros Prestadores?
Alunos de Enfermagem?
Ou será que apenas faz as vontadinhas do seu círculo de amigos/filósofos?
Como médico, acho que ela está a fazer um excelente trabalho. Parece o Chalana a treinar o Benfica…
Como cidadão, arrepia-me que pessoas com esta “visão” do mundo, estejam no comando de um navio com 40 mil passageiros. Qualquer dia afunda-se…
Saudações,
Sr. Dr. Cirurgião da Naifa
Resolvi descer ao povoado a ver como andam as modas, enquanto hermengarda dorme algures nas campinas onde dominam os infieis sarracenos.
ResponderEliminarComecei por ver um santo milagreiro a oferecer visão a cegos, mesmo em frente à Ordem dos Enfermeiros, onde as bengalinhas detectoras de obstáculos, fazem parte da bagagem dos dirigentes que entram e saem. Vi uma do feitio de um bastão e reparei que seria de alguém importante: era da bastonária.
Pela forma como se apoiava no bastão verifiquei que não se trata de um problema de cegueira fisiológica, mas sim psicológica, pois tem uma inquebrantável vontade de não querer ver. Finge de cega com uma perfeição tal que há cegos de nascença que precisavam de treinar com ela, para aprenderem a ser cegos.
Por qualquer complexo de feixes ligados à central, além de cega treina também o ouvido externo para não ouvir. Está a desenvolver o tacto e o olfacto, para escrever com buraquinhos e descobrir as fezes pelo cheiro.
Por isso não tem aparecido em público e quando aparece perde-se com facilidade no meio dos substantivos abstractos, como aconteceu há dias no Programa televisivo Prós e Contras que bem falta fica a fazer ao Sócrates o de S. Bento, neste longo período de férias. Para nós é um sossego!
Pois esta bestonária que temos ainda não conseguiu apalpar, nem olfatar que o tal curso do "magrebe",é para os médicos adiados, que tiraram outros cursos por falta de vagas nos de medicina.
Agora regressam às sua preferências para não ter que lhes acontecer como à filha do Sr. Guterres, que andou a treinar para primeiro Ministro de Portugal e foi perder-se num pantano por si criado com a água que verteu.
A probezinha teve de demandar terras de Praga (não deve ler-se Braga), para tirar o curso de sua vontade - medicina.
Com um jeito que não tem poderia perceber que essa área está reservada aos enfermeiros, pois não há falta de médicos; andam ameter o nariz onde não devem, nomeadamente na dispersão dos enfermeiros que a OE devia orientar, na assunção progressiva da promoção da saúde e prevenção e detcção da doença: no primeiro conceito, porque vale mais prevenir do que remediar; no segundo caso para empurrar o doente para o médico, mas só quando está doente.
Atá já aquele sindicalista unionista de seu nome almerindo Rego, no JN do 8/7, vociferava aos 4 ventos que os enfermeiros ususrpavam funções aos técnicos de análises, porque não entendem o que ensinaram, enquanto enfermeiros, aos pupilos do sr.Almerindo Rego.
Da OE dos Enfermeiros vem o silêncio, a escuridão e nada mais.
Eu quero volta para a caverna de Covadonga, porque não aguento mais isto.
LINDO!!!
ResponderEliminarEste post traz lume!
ResponderEliminarMuito bem dito!!!!
onde andam os Enfermeiros que votaram na actual bastonária?
ResponderEliminarOu então aqueles (maioria...) que não votaram?
Coisas destas não acontecem por falta de avisos...
Deixem-se de tretas ó srs da Ordem.
ResponderEliminarNo meu tempo, nao havia ingles nos cursos de Enfermagem.
Vejam a realidade portuguesa, precionem o governo a empregar os enfermeiros portugueses, que neste momento tiveram que emigrar para o estrangeiro, porque já sao milhares, e voces ainda con racios e americanos ou lá o que é isso.
Passem mas é por os serviços de internamentos dos hospitais portugueses,medicinas,cirurgias,pediatrias etc, e deixem-se de lirismos. Venham pra prestaçao de cuidados e depois vangloriassem desta vergonha que é a Enfermagem Portuguesa. Saiam dos tronos e do pedestal em que encontram
Aparecem nos serviços hospitalares e centros de saúde, mas sem avisar.
Isto já me anda a dar volta ao estomago.
Sr Ciruigiao da naifa.
ResponderEliminarJá estava com saudades suas.
Acredite.
Mas isto deu para lhe descobrir a careca.
Os seus sentimentos recalcados e nao assumidos, derivam do facto de alguem na enfermegem lhe ter dado com os pés.
Já sei.Foi a nossa bastonária, apesar de nao gostar do trabalho dela, o sr parece que está infernizado sim.
A anónima da 1.48h AM, disse:
ResponderEliminar"(...)fiquei no serviço mais 2 horas, não pagas (por carolice), tentando remediar o impossível(...)"
É por estas e por outras como estas que não vamos a lado nenhum... MAS OS GESTORES AGRADECEM.
Até já os estou a imaginar a vangloriar-se!!!
Epá!!, estás ver como eu sei gerir, não é que tiro 2 enfermeiros, mas o trabalho é feito na mesmo e além disso os pacóvios ainda trabalharam mais 2horas de graça.
Vou já estender esta medida a todos os outros serviços...
Oh! cara colega vá mas é plantar batatas e utilize essa filosofia barata como estrume.
ASSIM NÃO VÁ LÁ!!!
É PRECISO PURGAR A ENFERMAGEM DESTE TIPO DE FILOSOFIA DE SACRIFÍCIO E SUBSERVIÊNCIA!!!!!!
Cumprimentos!
NEL
so discordo da ultima frase... a continuar com o mesmo pensamento [a ordem dos médicos] dura para sempre... já a de enfermagem...
ResponderEliminarPara a Anónima da 1:48..
ResponderEliminarAcho que ela é que deve de ter coragem de ser ENFERMEIRA DIGNA. E quando acabar o turno, SAI...
Se é preciso ou querem que trabalhe mais horas, então paguem..
deixe de ser o Calimero, que toda a gente lhe bate....
"Consultem o conceito de enfermeiro na pg 13 http://www.hopkinsmedicine.org/the_johns_hopkins_hospital/pdfs/PatientHandbook.pdf"
ResponderEliminarSim...e depois????
O que está lá que o choca tanto?
É muito diferente de Portugal?
O discurso da OE enjoa....
ResponderEliminarOlá DE este comentário talvez não tenha muito a ver com o post que colocou por isso peço desculpa mas gostava de colocar uma pergunta. Tentei entrar para o complemento por duas vezes e não consegui é certo que só tentei na minha escola calouste gulbenkian mas pronto. Este ano decidi que tentaria para qualuqer escola pk tenho disponibilidade pessoal durante o próximo ano. Qual é o meu espanto quando me deparo com respostas por parte das escolas de enfermagem (e contactei quase todas) que para o ano não haverá abertura do CCFE, alguém sabe o ke se passa?? sei de mais colegas que pertendem também fazer o curso e a resposta é a mesma, estou a estranhar será que já não é lucrável abrir vagas para CCFE?? estou de realmente intrigado e preocupado se alguém me puder elucidar sobre o ke está a passar agradecia.
ResponderEliminarEstimado colega,
ResponderEliminarembora aas vagas para o CCFE tendencialmente se esgotem (porque talvez os bacharéis vão sendo cada vez menos...), no seu caso, a ESEL vai abrir vagas para o respectivo (08/09) - no entanto as candidaturas são realiazadas no pólo Maria Fernanda Resende e não na Calouste Gulbenkian...
Boa sorte, bom trabalho e os melhores cumprimentos.
Por mais que os médicos tentem defender o feudo, é mais do que sabido que o número é insuficiente para responder às reais necessidades da População. Senão, porque seria necessário contratar médicos espanhóis , argentinos, colombianos, chilenos, uruguaios, cubanos e venezuelanos?
ResponderEliminarAlegam alguns, que o número é mais do que suficiente , estão é mal distribuídos. Pois estarão mal distribuídos .... afinal não compensará muito trabalhar em locais onde "judas perdeu as botas"...sempre será melhor exercer em cidades onde a clientela é farta .
Só que , a OM ao defender a limitação das vagas nas Faculdades de Medicina Portuguesas, está a limitar o acesso dos jovens não só ao referido curso, como indirectamente a facultar o direito de importação de médicos estrangeiros, que se por um lado poderão ser uma mais valia(talvez) pelo "multiculturalismo" por outro lado tornam-se o problema..e não precisarei de explicar muito mais...de qualquer modo, expresso o meu respeito aos que ,vindos de longínquas paragens, se deslocam para Este rectângulo à beira mar plantado, para suprir as deficiências de recursos humanos médicos e garantirem à População os cuidados de saúde que merecem...
Caro Doutor Enfermeiro, há um ditado popular que diz: "água mole em pedra dura, tanto dá até que fura"....e pesa-me que não seja o caso nos Enfermeiros. Continua-se a dizer "FALTAM ENFERMEIROS" mas esquecem-se de referenciar o contexto dessa falta. Todos os anos saem novos enfermeiros das escolas superiores, que se debatem com as dificuldades do 1º emprego e quando o conseguem, não auferem das melhores condições de exercício profissional e dos direitos remuneratórios que lhes são devidos.
Em contrapartida, nos hospitais, centros de saúde, usfs, clínicas ... os enfermeiros são de menos porque, por razões reducionistas das políticas económicas e do lucro visado pelas administrações, os enfermeiros não são contratados para os respectivos quadros. Assim, onde são necessários 6 há 4, onde são necessários 10 há 5; as enfermarias com ainda 40 utentes, com necessidades diversificadas de Cuidados de Enfermagem, tem 3 enfermeiros no turno da manhã, 2 de tarde e 2 no turno da noite. Será que está garantida a Prestação dos Cuidados de Enfermagem de Qualidade? Ou apenas se procura dar resposta ao mais premente custe o que custar? Acredito que nós Enfermeiros pugnamos pela qualidade dos cuidados que prestamos. Mas tudo tem limite. Como seres humanos os Enfermeiros, por mais que queiram fazer , por melhores cuidados que queiram prestar, vêem-se a braços com o número deficitário nas Equipas...quando há Colegas no desemprego; quando há Colegas em debandada para outros países, quando há Colegas que caminham pesadamente para o desânimo, depois de baterem a muitas portas que se vão fechando repetidamente.
Quando estes Colegas desempregados, com contratos precários, a exercer a troco de falsos recibos verdes ( falsos porque estes enfermeiros têm hierarquia, horários que têm de cumprir...), forem integrados onde são necessários: nos hospitais públicos, nos HEPE, nos centros de saúde, nas usf e nas organizações de saúde privadas, contratados com o respeito devido e remunerados com dignidade...talvez este fado deixe de ser cantado...
A Ética não existe quando há indignidade nas contratações, quando há indignidade nas retribuições, quando se exige aos Enfermeiros o sacrifício da própria vida. Quando um colega cai porque o stress é demais e faz um EM quase fulminante, quando um Colega se suicida porque não suporta a indignidade das condições de trabalho, quando nós Enfermeiros pactuamos com a indignidade do exercício que é nobre...Não há Ética...porque a tão falada Ética profissional não existe apenas na consciência do dever cumprido , não existe apenas no direito dos cidadãos a um Cuidar de Qualidade, a Ética está também na garantia de condições de trabalho dignas, a Ética está também no direito à DIGNIDADE das condições do Exercício...
Consultem o conceito de enfermeiro na pg 13 http://www.hopkinsmedicine.org/the_johns_hopkins_hospital/pdfs/PatientHandbook.pdf
ResponderEliminarGostaram? Se sim, então não precisaremos de tantos enfermeiros. Fantástico!
Se não, tal como eu, lutaremos para que a enfermagem ocupe o lugar que tanto merece e tenha o prestígio devido. Apostemos numa prática clínica de qualidade e o reconhecimento virá com toda a certeza. Colegas, porque será que os EUA têm tantos problemas de recrutamento de enfermeiros? Profissão prestigiada? Os Enfermeiros americanos têm uma auto-estima acima da média? As taxas de turnouver são baixas? Chega de blá, blá, blá...
Importa-se de me explicar qual o gravissimo problema que aparentemente vê nessa definição de enfermeiro hospitalar???? Na minha opinião até fiquei "satisfeito" com esta definição. Pelo menos não diz: "Nurses: Medical Assistant". Este conceito reconhce a nossa importancia na alta hospitalar, na prestação de cuidados que visam o conforto do utente/doente/cliente (como preferirem!), a nossa importancia na articulação entre o doente/familia com os restantes profissionais de saúde. É verdade que esta definição não nos chega. Mas não é de todo má, tendo em conta que este tipo de documento se direcciona para a pessoa internada. Não é necessário fazer um testamento a explicar para que servimos.
Concordo quando diz que temos de melhorar a qualidade dos cuidados que prestamos, e so quando lutar-mos por isso é que vamos ser reconhecidos e sentirão a nossa falta, mas é algo que já afirmei e reafirmei aqui neste blog, a necessidade de exigirmos a nos proprios que apenas prestemos cuidados tal e qual como devem ser prestados, e não de forma facil e despachada. Não trabalhamos para agradar a gestores, enquanto houver quem o faça sem questionar.........
Aqueles jovens enfermeiros que não entraram no curso de medicina por umas décimas têm aqui uma oportunidade, nesta pós-graduação em medicina, para seguir a sua verdadeira vocação e serem felizes.
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarNo regresso a Covadonga reparei que ali para o Reino (ler Algarve, porque é a tradução do Reino em linguagem de sarracenos)reina uma grande confusão quanto ao repescar de uns quantos foragidos dispersos por cursos com que nem as suas mãezonhas sonharam, mesmo antes de os conceberem.
ResponderEliminarSem que isso seja muito habitual, dei comigo a pensar nos porquês desta situação e encontrei umas quantas causas recônditas e outras mais recentes. E permanentes no nosso dia-a-dia.
À medida que o ensino de Enfermagem se foi laicizando foram aparecendo uns voluntariosos docentes, que frequentemente se enrolavam na prega da bata e se enredavem por caminhos ínvios, como hoje se vê (à excepção dos cegos da OE e de outros que não querem ver).
A primeira grande inviabilidade para o nosso caminhar de roteiros na vida profissional é que não deviam estar a ensinar alunos de Enfermagem, aqueles que não a praticam para lhe poderem extrair o sumo, a essência, resultante das necessidades emergentes, em cada instante que passa, sem terem de recorrer a cismas e sofismas, para se manterrem como docentes. Esta causa é a principal responsável por tudo o que está a acontecer na Enfermagem.
Mais dependentes de tudo e todos e até do acaso, os recem-formados parecem baratas tontas quando se lhes acende a luz, porque foram vítimas inocentes de um ensino, onde perderam anos sem intuirem o que a verdeira enfermagem e como penetrar na sua essência.
Amarrados a um esquema ultrapassado de hospital/centro de saúde, onde os médicos abocaharam tudo, por causa da tal fragilidade atacante dos Enfermeiros, estão a formar alunos que têm de se contentar com as migalhas que os médicos deixam cair da mesa da bastança.
Sem repararem no excesso dos enfermeiros, porque eles também nem se mostram nem se impõem, dão-se ao luxo de manter a tese de que são poucos e por isso importam indios da América do Sul, seja qual for a floresta de onde provêm.
E que vão fazer esses índios ou os futuros cursilhantes de cursos de verão, às portas do deserto do Saará: vão fazer o que os enfermeiros podem e devem fazer, quando aprenderem mais e mais bem a lutarem por aquilo que deviam saber fazer se os modelos de formação do que deve ser enfermeiro in Cuidados Primários ou noutra área.
Claro está que, além da impreparação docente para alterar, renovando modelos caducos ou reimplantado os que deram melhores provas de eficácia, há as potencialidades dos fabricantes de química e várias formas de raios (incluindo os raios que os partam), a vociferarem aos quatro ventos e canais, os erros e as fraudes da saúde, para eles altamente lucrativos, proporcionalmente à dimensão do tal rectângulo virado para o mar como a janela do quarto do poeta.
A segunda causa será a que diz respeito ao servilismo acomodado de muitas chefias de Enfermagem, sobretudo as de "conveniência", seleccionadas por métodos anti-enfermagem. à custa desse servilismo perpetuam as práticas de cuidados mínimos permanentes, deixando a descoberto uma das maiores dimensões da Enfermagem: a Humana.
Se for preciso, passam horas alapadas em salas improdutivas de DEPs prevertidos, a falar de humanização, sem conseguirem abarcar o conceito de tornar mais humana a própria humanidade, vertida nos bocadinhos da dita que caem no nosso campo de acção, porque humazição é humanizar a humanidade, que por sinal é um substantivo abstracto, sem substância, entenda-se.
Mas as chefias de conveniência são aquelas que nunca se tornam inconvenientes com exigências que extravazem as dimensões talhadas pelo mandante: médico ou administrador (familiar ou não dos instalados).
Vou fazer uns momentos de contemplação junto da minha querida Hermengarda, que dorme.
Depois entrarei em meditação sobre as causas últimas destas coisas abstruzas.
Mas volto para a luta, porque as perspectivas da vitória estão do lado da ala dos Enfermeiros.Não obstante!
Já me tinha esquecido da filosofia barata.
ResponderEliminarMas... eis que surge.
Ao gardingo
ResponderEliminarEstava ansiosa à espera destas tuas palavras tão especiais como vazias de conteudo. Quem muito fala pouco acerca.
Quem lê o que escreves não pensa no que és capaz de fazer para atingir os teus objectivos.
Sabes a vida dá muitas voltas, eu vou saber esperar ...
Beijinhos
caro gardingo pelo seu discurso, receio estar errado, mas parece-me que o gardingo está fora da realidade do nosso país, ou então não conhece nada da enfermagem.Em que mundo vive? Vem falar do servilismo das chefias de enfermagem, as de conveniência? Não soube das últimas da ordem? Não conhece as posições do sep? Felizmente que essas chefias vão acabar e vamos ter gestores á séria e assim acabar com os enfermeiros que como o sr diz só servem para se enrolare na prega da bata. Parabéns gardingo e aproveite para avisar os enfermeiros que vale a pena apoiar a ordem, pois a bastonária é o máximo e cada vez mais tem mostrado serviço, pois o sep anda a dormir e não sei como vai ser a nossa carreira.Os enfermeiros estão á deriva e apenas podem contar com a Ordem.
ResponderEliminarO SEP NAO DORME.
ResponderEliminarTem estado bem disperto, no desenrolar de Desenvolvimento profissinal, Que a Ordem já podia ter resolvido á muito tempo.
Quem vai negociar a Carreira de Enfermagem ,sao os sindicatos. E os Enfermeiros podem sempre e sempre contaram foi com o SEP.
Agora, muita coisa tem é dependido da ordem.
Vamos a ver se nos entendemos.