Depois de um período de calma (suspeita), a virose que atinge a nossa bastonária (e muitos elementos que a rodeiam), recidivou de uma forma violenta e surreal. Revelou na comunicação social que o "desemprego na classe é uma falsa questão". Pois claro que é. Falsa ou verdadeira, é uma questão incontornável!
Infelizmente a Srª Bastonária e companhia continua a perspectivar este problema de uma forma irritante, autista, descontextualizada, deslocada e desadaptada da realidade. Continua a enveredar por uma linha de orientação que não leva a lado algum, que não convence qualquer empregador ou muito menos os próprios Enfermeiros, que, humilhados e abusados por um mercado concorrencial cada vez mais afunilado, não compreendem (e com razão!) como é que a própria Ordem pode veicular estas notícias - "a questão do desemprego se coloca, apenas, por uma questão meramente economicista e de controle orçamental"! É que este argumento é a raiz de todos os males...
As contas não enganam ninguém: dentro de poucos anos, os Enfermeiros serão a classe profissional mais afectada pelo desemprego! A solução passa por adaptar a oferta disponível às necessidades de mercado, através de uma constante regulação dinâmica das entradas para os cursos de Enfermagem.
Já para nem falar na gritante falta de qualidade de grande parte dos cursos que funcionam por esse país fora, sem que haja uma posição firme e responsável por parte da OE!
Depois o que temos? Enfermeiros a trabalhar lado-a-lado com médicos que ganham 60, 70, 80 ou 100 euros/hora (muito facilmente auferem mais de 1000 euros em cada 24 horas), enquanto os profissionais de Enfermagem fazem-no por 2, 3, 4 ou 5 euros/hora! Pasmem-se: apesar da falta de clínicos (devido à má organização do nosso sistema de saúde e atribuições profissionais obsoletas) - com serviços à beira da ruptura -, os mesmos lançaram junto da Ordem dos Médicos um abaixo-assinado contra o actual número de vagas disponibilizadas para o ensino superior!
Numa altura em que os Enfermeiros são explorados de uma forma sem precedentes, vir a público dizer que o desemprego é uma falsa questão é no mínimo ridículo!
Todos sabemos qual a estratégia de intervenção da OE! Não é dessa forma que se concretizam objectivos!
Não seria mais pertinente "olhar", para a actual "perda de terreno" competencial? Para o surgimento de profissões paralelas? Para a substituição de Enfermeiros por outros profissionais? Para o afastamento dos Enfermeiros no âmbito de algumas especialidades?
A diferença dos vencimentos entre Médicos/Enfermeiros está na relação oferta/procura.
ResponderEliminarEles preferem ser poucos e usufruir de grandes vencimentos, os Enfermemeiros, por sua vez, preferem ser muitos e ganhar pouco.(obviamente).
é o mercado a funcionar
Por isso o MDP é tão importante, para regular o acesso à profissão.
ResponderEliminarNumas o DE pôe os neurónios a funcionar e analisa correctamente a intervenção da OE. Outras a sua ira tolda-lhe o espírito e contradiz o que disse anteriormente.
Continuam a faltar realmente muitos enfermeiros nos serviços.
O Governo tem degradado as condições de trabalho dos profissionais e de atendimento dos utentes, por não admitir os enfermeiros necessários.
É o próprio Secretário de Estado que o diz, recentemente:
http://www.pt.cision.com//O4KPTWeb/ClientUser/GetClippingDetails.aspx?id=898835c0-acb1-4583-8b50-7314d7b92e09&analises=1
Mais notícias sobre a falta de enfermeiros:
http://www.pt.cision.com//O4KPTWeb/ClientUser/GetClippingDetails.aspx?id=57504be4-7610-416d-997a-227235c5af78&analises=1
http://www.pt.cision.com//O4KPTWeb/ClientUser/GetClippingDetails.aspx?id=500121d1-bdf0-446e-9ada-c559d48e0ef0&analises=1
Só não vê, quem não quer!
A pressão que está a ser feita para admissão de mais enfermeiros para os serviços públicos é também uma das razões da greve de 30/9 e 1/10. Estudantes e desempregados juntem-se a nós na Manifestação de dia 1/10: da Cidade Universitária, em frente à Aula Magna, às 14.30h, até ao Ministério da Saúde.
A LUTA É DE TODOS E É ESTE O MOMENTO!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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ResponderEliminarNÃO PODIA CONCORDAR MAIS CONSIGO DE!
ResponderEliminarEssa malta, queo DE eliminou os posts tem que aprender que pode-se falar verdade sem ser ofensivo. Aqui, ninguem é contra a classe médica, somos sim a favor da classe de enfermagem. Há necessidade de criticar politicas, pois somos todos profissionais de saúde.
ResponderEliminarMuito bem DE,é verdade, mas a realidade é que realmente não devia haver desemprego, pois ainda são necessários muitos mais enfermeiros nos serviços. O que há é escolas a mais, espero que o MDP venha regular e normalizar esta situação.
então surge a dúvida, porque é que à 10 - 20 anos com tanta falta de enfermeiros não eramos mais bem pagos?????
ResponderEliminarEu há 11 anos era mais bem pago. Ganhava mais no privado do que agora, e no público recebia todos os turnos extra (às vezes mais de 10 turnos)...
ResponderEliminarPor isso...
eu há 15 anos atrás também era muito melhor pago que agora.
ResponderEliminarAliás, o meu vencimento no Privado era sensivelmente o dobro do que se podia obter no Serviço Publico
Havia escassez de Enfermeiros, o que era benéfico para quem queria ganhar dinheiro.
mm, uma bastionária que refere que o desemprego é uma falsa questão...acha que lhe passou pela cabeça o MDP (nomeadamente o internato) como controlador de vagas e assim do dito cujo internato?
ResponderEliminarAcordemos para a vida...
Os caçadores da Ordem dos Enfermeiros usaram zagalote nos cartuchos em vez de chumbo, para terem a certeza de domínio completo da presa.
ResponderEliminarA Ordem emite uns oráculos através de pitonizas, uma espécie de ventrílucos que arrotam uns sons esquisitos, fingindo que sabem do que estão a arrotar, mas nem postas de pescada são.
A história se encarregará de os castigar: aos apoiantes e aos apoiados.
Efectivamente a OE não pode resolver nada porque para isso era necessário dar a cara e sair da área do "quanto pior melhor".
ResponderEliminarSe quisermos avançar, não é por aí.
Estavam à espera de quê? Com aspirantes a enfermeiros a entrarem às toneladas nas Escolas...vão ter que inventar doentes! Talvez os novos hospitais privados, a abrirem às dúzias... enquanto não falirem, ou os hospitais psiquiátricos a precisarem de mais pessoal para tratarem enfermeiros em depressão profunda!
ResponderEliminarCriadodos pela natureza ou inventados pelos médicos, doentes é coisa que não vai faltar, certo!?
ResponderEliminarO problema é qual o papel que os enfermeiros se reservam nesta situação!
Se forem minimamente soçidários e assumirem como seus os problemas do outro, numa ética da alteridade, nunca mais há quem segure os enfermeiros.
Agora se a dominante for uns esperarem que outors se enfiem num buraco que ajudam a abrir, com brocas tipo explorador de enfermeiros desprevenidos, para lhes ocuparem o lugar, autoe alteroconvencidos de que são melhores e que o outro é para abater, não iremos a lado nenhum que não seja mais abaixo e pior que o anterior.
"Não digas nem faças mal ao vizinho, porque o teu pode vir a caminho", diz João Evangelista.
não li o texto colega, mas se o desemprego é uma falsa realidade, porque estou eu em casa desde 18 de Julho, sonhando com o dia em que entrarei num hospital ou num centro de saúde?
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