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quarta-feira, abril 09, 2008

Outros mundos... outras mentalidades! Há Ministros da Saúde que são Enfermeiros!

Em Portugal, apesar do grau académico da profissão de Enfermagem (Licenciatura) ser dos mais exigentes do mundo, quer as competências dos respectivos profissionais, quer a sua visibilidade e reconhecimento social não correspondem à evolução escolar- um paradoxo (sem que se perceba muito bem porquê...)!

A perspectiva "medicalizada" do mundo da saúde condiciona as mentalidades de um povo agarrado à velha e obsoleta máxima: "o médico é que sabe"!
Noutros países, felizmente, a abertura das mentalidades é bem diferente.

Na Finlândia, por exemplo, a Ministra da Saúde é a Enfermeira Paula Risikko.



Na Suécia, a Ministra da Segurança Social (integrado no Ministério da Saúde) é a Enfermeira Cristina Husmark Pehrsson.



A ex-Ministra da Saúde Alemã também era Enfermeira. São apenas pequenos exemplos....

7 comentários:

  1. Brilhante mais uma vez!
    Fico supreendida como consegue ter um conhecimento tão abrangente de tudo o que se passa relativamente à enfermagem...
    Continua a não querer identificar-se sr. enf?

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  2. Doutor Enfermeiro

    Os Enfermeiros em Portugal têm pouca tendência para seguir a carreira politica ou para se associarem a partidos políticos com assento parlamentar. Não desconhecem os meandros , nem sempre lineares , da vida politica mas dificilmente fazem ouvir a sua voz junto de instâncias politico partidárias.
    Alguns ainda persistem mas a vida profissional suplanta obviamente o interesse simultâneo pela politica activa.

    A panorâmica em Portugal sobre a relação homens/mulheres no quadro da actividade politico partidária é quase a mesma. A Assembleia da República é um quadro óbvio e facilmente constatável da falsa representatividade da sociedade portuguesa . A representação das mulheres passa pela necessidade de respeitar a quotas previstas , e que no âmbito da igualdade de direitos é uma afronta aos mais de 50% das mulheres portuguesas.

    Voltando aos Enfermeiros (55000) , não me parece que sejam menos conhecedores dos aspectos sócio - políticos e estratégicos sobre a vida e politica nacionais e até internacionais , do que os que se " atascaram " nos órgãos de soberania. Temos a mesma potencial competência e visão sobre o interesse nacional e muito provavelmente superior . O problema é o descaso que os enfermeiros atribuem a essa relação com a politica , deixando de mão beijada a definição de politicas sociais , económicas e de saúde onde poderiam dar cartas...Os enfermeiros e enfermeiras deste país , têm de começar a pensar em se misturar à onda dos potenciais partidos políticos deste país . Mas pergunto ? Se nem no que nos diz respeito como enfermeiros , conseguimos o consenso interno para mudar o que está errado ou menos certo , e para melhorar o que temos de melhor , como é que se vão encontrar enfermeiros que consigam fazer frente a lobbies organizados , que nos perturbam e defraldam ? Politica partidária e politica sindical deveriam fazer parte do vocabulário sempre actualizado dos enfermeiros , para que fosse possível termos representantes nas comissões parlamentares diversas , nos órgãos de soberania , pelo menos ao nível da AR . O valor profissional associado ao valor da consciência da cidadania seriam uma mais valia e uma potencial esperança , não só para enfermeiros mas para os cidadãos em geral , pois como muitos , os enfermeiros têm pensamento próprio , visão estratégica organizativa e poderiam tornar-se nos potenciais defensores do interesse público. Só seria necessário que se organizassem e fizessem prevalecer pelo voto interno , ao nível politico partidário , essa vontade participativa no âmbito da politica nacional.

    As ministras referidas , integraram e integram organizações politico partidárias e souberam gerir a sua necessária ascensão politica ao nível nacional dos respectivos países , pelas suas ideias e pelos seus modos de pensar politica social e de saúde. Mas a mentalidade nórdica e anglo saxónica são distintas da mentalidade , ainda obscurantista , das sociedades mediterrânicas com ascendência multifacetada mas essencialmente patriarcais em sentido negativo e cinzentas. Não é fácil mudar mentalidades , que em Portugal tendem a retroceder aos tempos do antes 25 de Abril .
    Culturalmente e em termos de conhecimento nas mais variadas áreas , os Enfermeiros conseguem ultrapassar o pensamento e a acção de grupos de ideólogos retrógados , balofos e bafientos , que continuam a pugnar pelo secundarismo dos que , melhor que eles , podem desenvolver as capacidades do desenvolvimento sustentado e moderno. Estará nas nossas mãos ?.............

    MB

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  3. Todos os profissionais possuem pessoas com valor dentro do seu Seio. Precisam é d eser reconhecidas socialmente, politicamente e economicamente.

    Penso que todos lutamos para que Portugal esta realidade seja possivel!

    Abraço

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  4. Mais uma vez, DR, mantém-nos informados e atentos. De alguma forma, esbate-me um pouco o tédio cinzento da enfermagem portuguesa, conhecer estes exemplos positivos de colegas de uma enfermagem, provavelmente, ao nível que merece.
    Em Portugal foram notórias melhorias significativas desde o 25 de Abril. Porém a enfermagem, ainda não obteve o reconhecimento social e em alguns casos até de outros profissionais. Somos, em parte temos de ser, uma profissão algo fechada nos cuidados que presta, a utentes com elevadas necessidades, que nem sempre podem reconhecer todo o trabalho desenvolvido e alguns actos realizados oficiosamente, por isso ocultados, para seu benefício.
    Nós também temos algumas culpas, já que por vezes não valorizamos ou exploramos o nosso real valor e competência. Quantos de nós também não dizemos depois de dar informações ou em outras situações "mas depois é melhor falar com o médico" ou algo parecido...
    Para mudar a imagem estereotipada da enfermagem "das vacinas", "dos curativos" será necessário uma clivagem com algumas situações actuais, mas necessitamos chamar a nós muito conhecimento e aceitar a responsabilidade correspondente, deixar de "apagar os fogos médicos", de deixar que queiram ou limitem efectivamente o nosso número no activo para que possamos ter disponibilidade para trabalhar com qualidade que permita uma evolução.
    Se formos bons enfermeiros, será meio caminho, mas falta o nosso "cérebro", o nosso "comando" a OE enveredar por um caminho de evolução séria, rápida, consequente, que seja interventiva, que lute contra o que vai doente na enfermagem e SNS, que tenha coragem e visão! Será que com tantas pedras que lhe atiram, ainda não recolheu as suficientes para fazer o castelo, como diz Pesssoa?!

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  5. Doutor Enfermeiro...

    acho que o problema passa tambem pelo seguinte facto:

    conheço um enfermeiro que foi Enfº director durante muitos anos de um hospital no algarve.

    um excelente Enfermeiro, sempre correcto, adorado por muitos (e odiados por ainda mais pela sua postura de defesa dos enfermeiros)...

    Depois da politizaçao dos cargos hospitalares o referido enfermeiro viu que a sua "influencia" para o bem dos enfermeiros nao ia a lado nenhum.

    resultado... foi tirar direito!

    amanha até pode ser um politico numa qualquer linha de gestao, e o facto é que nao vai aparecer la Enfª X de certeza...

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  6. Para além da mentalidade nesses países há vários níveis de enfermagem e isso também faz a diferença...Há hipótese de ir subindo dentro da enfermagem e há um reconhecimento social EFECTIVO do valor dessa ascensão. Nos países nórdicos e anglo saxónicos os enfermeiros "diplomados" são bastante valorizados incusivamente pelos médicos, em Portugal somos todos "diplomados" e é o que se sabe...
    Filipe

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  7. Meus caros, temos simplesmente de mudar o rumo dentro de cada local onde exercemos a enfermagem.

    Vamos promover esta "máxima" como objecto da vida profissional nos próximos anos, dias, horas do nosso dia-a-dia.

    Enfrentar gestores, enf chefes, médicos inicialmente não será nada fácil, mas tem de se começar!

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