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quinta-feira, abril 10, 2008

A preguiça é cega?


Operou 234 utentes, e deu uma lição de produtividade aos médicos portugueses, que afinal de contas, emperram a grande máquina do SNS.

Os médicos portugueses, exasperados (por este hermano lhes arruinar os "lucros"), contra-argumentaram: "isso não é maneira de fazer medicina, é negócio"!
Nunca pensei, neste mundo, ouvir médico$ portugue$e$ afirmar "é um negócio"...(há uma primeira vez para tudo!)
a
O médico espanhol, de 45 anos, produziu muito mais (em 6 dias, o que muitos não fizeram num ano!), por metade do preço (900 euros/cirurgia) e com sucesso!!
Depois dizem que o SNS está em crise. Há quem tire dinheiro dos nossos bolsos... sem trabalhar!
a
P.s. - Nem todos os médicos são improdutivos. Mas a "carapuça" servirá a muitos....

12 comentários:

  1. Se a lista de espera for pequena, ninguém vai ser operado no privado...

    Isto sim é que é negócio....

    Também vou fazer uma lista de espera para fazer pensos!

    Quem os quiser feitos esta semana venha ao meu consultório privado que os faço hoje!!!!!

    ..............

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  2. olá doutor enfermeiro.
    Pior que isso foi a resposta do bastonário da OM, que estava indignado, pois segundo ele contratar medicos espanhois para isso não devia ser possivel, tendo acrescentado que deveriam também contratar gestores hospitalares espanhois.
    E eu lembrei-me ao ler essas declarações. "Que boa ideia, medicos e administradores espanhois"

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  3. "Isso não é maneira de fazer medicina, é negócio"! - tenho a dizer que de facto não é negócio.. Até porque o tal médico cobra muito menos! lol

    Pois é, vencem os mais rápidos neste momento.

    Não ser possível contratar médicos estrangeiros?! Mas afinal não há falta de médicos em Portugal?! Que venham eles então..

    Ai ai que anda ai muito médico português a fazer negócio...

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  4. Esta é a "bofetada" de luva branca, ao Administrador que ousou dizer que o lado produtivo está no médico, que produz imenso..... como facilmente se repara......
    Mas pode ter-se a certeza que não é pela falta de enfermeiros no bloco, recobro, enfermaria que as cirurgias não se realizam! Se o lado da gestão estivesse na enfermagem, mts dos perguiçosos cirurgiões teriam de "dar à unha" pq quem n desse teria mts espanhóis a concorrer ao seu lugar.
    Este modelo de gestão do Barreiro deveria estender-se a todo o país.
    Já que não aumentam as vagas nas faculdades, vêm os outros para lhes fazer concorrência!
    O privado é o maior negócio paralelo e "papa" mialheiro dos portuguese do SNS.
    Aqui não posso (1 ano de espera), afasta logo qualquer um a esperar, mas com x€, venha à minha clinica e resolve-se de imediato.

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  5. Se o critério de escolha dos candidatos a médicos é ser um barra em matemática é porque os promotores da ideia não acreditam na medicina mas nos números.
    Para os médicos portugueses somos números. E que números!
    Os médicos espanhóis já foram como os nossos ou piores.
    É oportuno perguntar que os fez mudar?!
    O outro diziz: só os burros é que não mudam. Mas ao ver-se ao espelho, para reencaminhar um pelo da barba encravado, deduziu: até os burros mudam!
    Ora bem, será que uma boa parte dos abusos dos médicos portugueses não será culpa nossa, de nós, enfermeiros?
    O de Guimarães foi queixar-se por ter estado à espera para ser operado e mandado embora, porque o médico estava de caganeira...
    Sempre há cada número!
    Mas eu conheço um caso em que a vítima foi sete vezes ao bloco. Foi vítima da sua imprudência:confidenciou a um zelozo voluntário que tinha um negócio lucrativo. Foi preciso ir sete vezes ao bloco para perceber por que não era operado e lhe acenavam com as maravilhas da privada. Zangou-se, porque caiu nele e feriu-se. Deu-lhe um ataque de fúria e partiu tudo que era quebrável à sua volta, porque, ao pretender fazer a reclamação no livro amarelo viu que as folhas eram brancas e sentiu, pressentiu que estavam a enganá-lo.
    E estavam
    E é bem feito.Quem o mandou ser gabarola e armar em rico!
    Médico em Portugal é negócio.
    Até aqueles pobres coitados dos Centros de Saúde vão passar a ganhar €4500 à custa do trabalho dos enfermeiros. Mais outra que e muito bem feita.
    Foram para as USF-B por não quererem ser chefiadas por colegas e estão a descobrir que não passam de mais um número, ou antes; uma fábrica de números, na matemática médica.
    Que dirá a isto o famigerado R. Cardeira, das bandas de Espinho?

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  6. Pois quando eu vi o número não acreditei e continuo a não acreditar. Vamos a factos:
    a) 234 doentes em 6 dias, dá uma média de 39 doentes por cada 24 horas...
    b) como humanamente não é possível trabalhar-se 24 horas por dia em 6 dias seguindos, poderemos admitir um horário de trabalho das 7h00 às 23h00 para se operar os ditos 39 doentes por dia - sem intervalos!! Nem para comer, nem para xixi ou cócó...
    c) o que daria cerca de 2,4 doentes por hora...
    d) não pondo em causa que os enfermeiros do bloco operatório fizeram uma pausa de 15 minutos entre cirurgias - para limpeza da sala, o que corresponde às normas internacionais de controle de infecção (intervalo minimo entre utentes), ficam-nos a faltar horas, ou até mesmo dias...
    Agora pergunto?
    - Seriam mesmo cataratas?
    - Será que os utentes foram devidamente operados?
    - Será que os utentes foram bem cuidados pelos profissionais?
    - Vamos transformar as nossas instituições em máquinas de encher chouriços?
    - Esquecemos os nossos principios do humanismo e da personalização dos cuidados?

    Este número não é motivo de orgulho para ninguém, nem para os médicos, nem para os enfermeiros que integraram esta equipa já que "depressa e bem, não hà quem"...

    M.Neves

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  7. Colega Neves,
    o procedimento utilizado para a intervenção foi a facoemulsão que, como deve saber, é bastante rápido e seguro. É necessário despender de apenas alguns minutos para o efeito.

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  8. "Colega Neves,
    o procedimento utilizado para a intervenção foi a facoemulsão que, como deve saber, é bastante rápido e seguro. É necessário despender de apenas alguns minutos para o efeito"

    Não discuto técnicas cirurgicas, pois sou enfermeira.
    No entanto matenho as minhas dúvidas, pois tenho 15 anos de enfermagem num bloco operatório, estou muito habituada à casuìstica operatória e sou bem conhecedora das boas práticas neste serviço.
    Os doentes não são todos iguais e a "Chapa 3" não serve para todos
    Mantenho as mesmas perguntas:
    - Seriam mesmo cataratas?
    - Será que os utentes foram devidamente operados?
    - Será que os utentes foram bem cuidados pelos profissionais?
    - Vamos transformar as nossas instituições em máquinas de encher chouriços?
    - Esquecemos os nossos principios do humanismo e da personalização dos cuidados? (cuidado com a Chapa 3)

    "depressa e bem, não há quem"...

    M.Neves

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  9. A colega anterior está habituada à casuística opeeratória..portuguesa! Nos EUA o tempo de realização de muitas cirurgias é metade ou até menos do que a duração de cirurgias semelhantes em Portugal. E não consta que o nosso país seja o baluarte das boas práticas médicas!
    O que existem em Portugal é uma manobra deliberada de entupir o SNS para depois usar as privadas para escoar aquilo a que o SNS não consegue dar resposta!
    Acerca da facoemulsificação, os melhores oftalmologistas conseguem efectuar um olho em apenas 10 minutos!

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  10. Colega M. Neves,
    ACREDITE que tal é possível. E escrevo com CONHECIMENTO DE CAUSA (já exerci no privado). Posso dizer-lhe que usando a facoemulsão (técnica rapidíssima nas mãos de quem sabe e pode: +- 5 minutos), num dia (começando às 12h e acabando, tipo 3 ou 4 da manhã) eram operadoa 40 a 50 doentes com cataratas.
    Pois é!
    A 300 contos (+-) cada olho, faça-lhe as continhas...

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  11. Operar perto de 50 doentes por dia sem qualquer especie de follow-up e deixando as complica�es (que as houve!!) para os outros resolverem, sim � um neg�cio!!

    A medicina n�o s�o (s� n�meros...

    Jo�o Delgado

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