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Decorreu, no dia passado 21 de Junho, o Fórum "Os Hospitais e a Reforma do Serviço Nacional de Saúde", no qual a Ordem dos Enfermeiros esteve presente.
Do muito que foi aludido, retive dois aspectos interessantes, mencionados pela Ordem dos Enfermeiros:
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1 - A culpabilização dos Enfermeiros-Directores (ED) do SNS no que diz respeito ao contexto actual.
Os grandes problemas da profissão não resultam da (in)acção dos ED (excesso de Enfermeiros/Formação, desemprego, baixos ofertas remuneratórias no contexto privado, retracção da autonomia decisória e funcional da Enfermagem, carreira penalizadora, etc.)
Obviamente, alguém num cargo de Direcção não agradará a todos. Não é possível.
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Apelar, demagogicamente, aos Enfermeiros para encetarem uma causa de diabolização dos ED não me parece sensato, vindo de uma organização regulatória. Não me parece que isso fomente a (famigerada) união em torno de uma causa comum.
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A posição que me parece mais ponderada é a concertação de objectivos e interesses de todos, dentro do quadro actuação de cada um. Há que entender e pensar que aquilo que os Enfermeiros pretendem não é passível de ser concedido pelos ED!
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Uma nota importante: existe um movimento camuflado de Médicos e Administradores Hospitalares que tem congeminado no sentido de fazer desaparecer a figura do ED dos Conselhos de Administração, relegando a classe de Enfermagem para a tutela médica, consubstanciando um retrocesso de mais de 40 anos no tempo!! Tudo isto enquanto o Bastonário da Ordem dos Médicos esfrega as mãos!
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2 - Sistema de Classificação de Doentes (SCD).
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Esta ferramenta de cálculo de necessidades de horas de cuidados de Enfermagem foi severamente criticada.
Quem conhece, sabe que é um instrumento com as suas fragilidades, que consome tempo útil aos Enfermeiros no seu preenchimento e que nem sempre tem consequências directas no dotação de profissionais. Porém, criticar duramente o SCD e depois fundamentar uma das principais bandeiras da Ordem dos Enfermeiros ("faltam 20/25 mil Enfermeiros") não é coerente. No fundo, é contraditório.
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É com base nesses registos do SCD que se apuraram esses números.
O SCD é obsoleto? Não se ajusta? Estou de acordo, mas nesse caso a Ordem deveria, de imediato, apresentar a sua proposta para um instrumento/ferramenta melhor, mais prática e fiável.
Afirmações extraordinárias, requerem provas extraordinárias (e medidas extraordinárias).
Cálculos com base em taxas de ocupação e afins, como imaginam, não se constituem como grandes argumentos (facilmente rebatíveis)l!
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Há questões onde onde passos devem ser pensados e orientados com inteligência.
Se bem me lembro havia um tempo em que o Dr. Enfermeiro diabolizava muitos dos Enfermeiros directores; agora os quer beatificar! Curioso...
ResponderEliminarUm "Enfermeiro-Director" não são os Enfermeiros-Directores!
ResponderEliminarQue os enfermeiros diretores são umas figuras patéticas é verdade! Apenas fazem uso disso (do estatuto), para andarem de peito elevado nos corredores das instituições mas nada fazem pela profissão! Apenas vingam-se dos colegas e obedecem piamente aos sr.s dr.s e presidentes do CA.
ResponderEliminarEm relação à OE, de que estavam à espera de figuras que nem sabem para que serve a OE. Estes 4 anos são para esquecer pq o que vai restar da OE não vai dar para a história. Será o período negro da história! E viva a bastonária cada vez melhor!
Medicos a dirigirem enfermeiros não podem ser piores do que a seita de enfermeiros diretores ressabiados , que nunca quiseram ser verdadeiramente enfermeiros e que actualmente espezinham e humilham os seus pares. Já dizia o velho ditado : não peças a quem pediu e não sirvas a quem serviu.
ResponderEliminarQue grande verdade!
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ResponderEliminarO problema é que os enfermeiros diretores eternizam-se nos lugares, assim como os vogais dos ACES com pretensões a enfermeiros diretores. Mudam os Governos e eles continuam. Reformam-se mas continuam nos cargos. Exercem dois ou mais mandatos mas continuam nos cargos. E a maioria deles fazem tudo para continuarem. Mas com os restantes vogais(presidentes e diretores clínicos, etc.)a situação é idêntica, perpetuando-se nos cargos como se fossem os únicos capazes de gerir os hospitais e os ACES do País.