terça-feira, dezembro 01, 2009
Ainda os artigos da Revista Sábado...
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Vou assinar a petição pública, pois o artigo da "SÁBADO" é um atentado à dignidade profissional dos ENFERMEIROS. Até hoje, não é conhecida qualquer tomada de posição da Ordem. Cada vez mais nos questionamos sobre o papel desta instituição em relação aos fins para que foi criada. "Feira de vaidades", foi a designação de um colega que muito a conheceu por dentro. Para o comum dos mortais, simples membros, cada vez mais passa a imagem dos passeios à nossa custa.
Compreendo a leitura que a jornalista fez da realidade que observou, naquele artigo que suscitou tão mau estar entre nós, enfermeiros, não só porque a jornalista não vivenciou o mundo que quis tentar descrever, mas sobretudo porque balizou as suas descrições na perspectiva que Stein (Leonard Stein) apresenta no seu artigo intitulado The Doctor-Nurse Games, publicado em Junho de 1967. Já lá vão 40 anos e ainda está na memória colectiva. Muito embora a nossa realidade ainda apresente traços dessa visão, não são elementos dominantes, nem de longe nem de perto. Talvez alguns contextos de cuidados sejam mais favoráveis à existência de relações entre médicos e enfermeiros em que os segundos se limitam a recomendar sem que pareça que o estão a fazer, enquanto os primeiros lhe pedem informações mas dando sempre a impressão de que não estão a perguntar nada… Mas, mesmo nesses lugares (acredito que aconteça mais em hospitais centrais) é preciso não esquecer que há um poder paralelo permanente e uma hierarquia oculta que não se revela a uma jornalista, já para não falar na imagem interior de cada profissão e na imagem que cada profissão transmite ao público, assim como nas transformações que têm ocorrido nas profissões de saúde nos últimos anos. É que no universo organizacional da saúde, mercê da complexidade das situações e das dinâmicas que se mobilizam para as resolver, não existe autoritarismo que possa conduzir a bons resultados. Existe sim um caos próprio e necessário às configurações de poder que em cada momento emergem, dependendo dos actores, das situações clínicas, dos recursos, e até da hora em que as coisas estão a acontecer. A fronteira de privilégios entre médicos e enfermeiros no que respeita ao poder e autoridade tem um padrão tão instável que essa imagem só pode ser captada por bons observadores e bons contadores de histórias. O que não foi o caso.
Sintetizo a minha opinião sobre o artigo em apreciação dizendo o seguinte: a focalização nos estereótipos sobre enfermeiras e médicos/médicas - descontextualizada daquilo que são as relações de poder e autoridade actuais nos serviços de saúde - foi um recurso fácil e fraco – que sobressai claramente da finalidade do artigo – para não dizer nada sobre o que na realidade deveriam ser os tópicos de uma avaliação da qualidade de um hospital.
Na continuação da saga (os melhores por doença), ficaremos a saber como um serviço de Ortopedia abre só com um médico: “O Serviço que começou só com um médico”. A língua portuguesa é muito traiçoeira, não é?
Também assinei.
PS Seria interessante dar um pouco mais de destaque à petição neste blog pois já há muitos posts e há colegas que só consultam os iniciais.
VV
Sintetizo a minha opinião sobre o artigo em apreciação dizendo o seguinte: a focalização nos estereótipos sobre enfermeiras e médicos/médicas - descontextualizada daquilo que são as relações de poder e autoridade actuais nos serviços de saúde - foi um recurso fácil e fraco – que sobressai claramente da finalidade do artigo – para não dizer nada sobre o que na realidade deveriam ser os tópicos de uma avaliação da qualidade de um hospital.
Na continuação da saga (os melhores por doença), ficaremos a saber como um serviço de Ortopedia abre só com um médico: “O Serviço que começou só com um médico”. A língua portuguesa é muito traiçoeira, não é?
Também assinei.
PS Seria interessante dar um pouco mais de destaque à petição neste blog pois já há muitos posts e há colegas que só consultam os iniciais.
VV
Censurar um comentário em que simplesmente digo que ligar importância a isto, só desprestigia a classe, é sr doutorenfermeiro uma perfeita estupidez. Deixa passar comentários com palavrões a torto e a direito, que esses sim só nos envergonham como enfermeiros, mas não deixa passar a voz de um colega descomplexado. Aprenda a lidar com a diversidade. Calculo que seja coerente e também censure este, mas não faz mal, era também a si que me queria dirigir.
Abraço
Abraço
A Ordem que desembolsse uns milhares de euros e compre uma reportagem do género, mas em que se venda a imagem dos Enfermeiros...afinal para que servem os 75000 contos mensais que nós injectamos todos os meses na Ordem?
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