domingo, novembro 30, 2008

Paramédicos vão ter carreira!!!!!


"A criação da carreira de paramédico no INEM, que tem suscitado várias polémicas e divergências entre técnicos e Enfermeiros, deverá registar-se ainda durante esta legislatura. A promessa é do secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, que ontem acolheu, no Porto, a proposta do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) e da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
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Os novos técnicos serão o "correspondente ao conceito anglo-saxónico de paramédico", disse Manuel Pizarro. Segundo a proposta – que prevê 1475 horas de formação – os profissionais vão poder administrar medicação, fazer acessos venosos nos doentes e reanimação cardíaca avançada.
"As viaturas médicas não podem continuar a fazer 150 quilómetros para se encontrarem com ambulâncias", criticou Pedro Louro, do STAE. Actualmente, os técnicos do INEM não podem efectuar actos médicos.
"O País está interessado em melhorar a emergência médica e isso faz-se prestigiando e reconhecendo os técnicos e oficializando a sua carreira", disse Manuel Pizarro, rejeitando o ambiente de crispação vivido entre os técnicos de emergência do INEM e os Enfermeiros.

A discussão das divergências marcou a conferência e levou o presidente do INEM, Abílio Gomes, a distanciar-se. "Apesar de ser militar, não estou aqui para fazer guerras", disse. A proposta, que carece de discussão e aprovação, prevê um período de transição em que será realizada a requalificação dos actuais técnicos. Parte da formação será feita com estágios em hospitais." link / Foto: FotoBen


ONDE ESTÁ A ORDEM DOS ENFERMEIROS?

ONDE ESTÃO OS SINDICATOS?


Depois vêm falar em falta de Enfermeiros.
Depois vêm falar em desemprego.
Depois vêm falar em rácios.
Depois vêm falar em (perda/usurpação de) funções.
Depois vêm falar em (perda de) status social e profissional.
Depois vêm falar em (falta de) dignidade.
Depois vêm falar em (perda de) regalias e conquistas.
Depois vêm falar em (falta de) qualidade.
Depois vêm falar em (des)motivação.
Depois vêm falar em evolução.
Depois vêm falar em investigação.
Depois vêm falar em (falta de) reconhecimento salarial.
Depois vêm falar em progressão académica.
Blá, blá, blá...
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As 5000 horas de formação dos Enfermeiros não servem para o efeito (veja-se o papel/funções dos Enfermeiros no Pré-Hospitalar). Mas 1475 horas (dos supostos paramédicos) já servem (para realizar os denominados acto médico)!
E já agora... a especialidade de Enfermagem de Urgência/Emergência? Ainda dorme na gaveta?
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Será que é "desta" que os Enfermeiros se "levantam" da enorme sonolência e inércia?

sábado, novembro 29, 2008

MS marca nova reunião para negociação da Carreira de Enfermagem!


Chegou-me por e-mail (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses):

"Fomos contactados pelo Gabinete da Ministra da Saúde informando sobre a marcação de reunião. Assim informou:
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1 – A reunião é marcada para Dia 9 de Dezembro, pelas 10h00 (já chegou o fax)
2 – Tratando-se da 1.ª reunião com este Gabinete sobre a matéria, pretende-se:
Efectuar ainda uma abordagem sobre os Princípios Enformadores
Fixar a metodologia e o calendário negocial, sendo que ainda pretendem realizar reuniões negociais em Dezembro
3 – A Proposta de Projecto de Diploma (articulado) será remetida pós reunião de 9/12

A Comissão Executiva avaliou e decidiu:
1 – Naturalmente, ir à reunião
2 – Escrever (a 3/4-12) nova Carta à Ministra dizendo … queremos a Proposta de Projecto de Diploma até 10 de Dezembro … chega de empaleanço
3 – Continuar a difundir o Comunicado e fornecer esta informação aos colegas
4 – HÁ RAZÕES ACRESCIDAS PARA QUE TODOS PARTICIPEM NO CONSELHO NACIONAL DE 11 e 12 de Dezembro
5 – No dia 9/12, após reunião com a Ministra da Saúde, decidimos se realizamos parte da reunião do Conselho Nacional, de dia 11, em frente ao Ministério
"


"Caro(a) Colega
1 – Carreira de Enfermagem
Segue Comunicado que objectiva o ponto de situação
[em cima]. Depois de já termos um calendário negocial objectivado e assumido, as alterações no/do Ministério levaram a mais um atraso/incumprimento. Estamos a entrar numa fase crucial relativamente á "agenda desta negociação" … não é passível de mais adiamento … da responsabilidade do MS … É importante a difusão da informação pelos colegas.
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2 – Contratados/reuniões com ARSs
Depois de termos conseguido a prorrogação dos CTC e a manutenção dos colegas nos serviços … depois das acções de denúncia na generalidade das regiões, só faltam as ARSs do Alentejo e Centro agendarem as reuniões para abordar Contratados, USF, ACES, Mapas de Pessoal, Outros assuntos (reunião com ARS Norte já realizada, ARS Algarve a 10/Dez; ARS LxVT a 12/Dez).
Importa relembrar que a prorrogação dos CTC não é solução (esta passa por deter um Contrato de Trabalho Sem Termo OU Tempo Indeterminado). Relembrar que a prorrogação dos CTC foi feita/está a ser feita aos colegas cujo CTC cessa até 31 de Dezembro. A partir de 1.1.2009, todos os CTC (que agora são renovados e outros que cessam depois de 1.1.09), CAP e Func passam a reger-se pelo Regime de Contrato em Funções Públicas. Em finais de Dezembro/princípios de Janeiro haverá novas informações (devem contactar o SEP)
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3 – Cuidados Saúde Primários e USFs
Sobre a anunciada criação, implementação e organização dos ACES a partir de Janeiro, há REGULAMENTAÇÃO que falta e tem que ser discutida.
Sobre as USFs há o compromisso escrito de, até final do ano/2008, se renegociar os Incentivos e há problemas com os Subs Férias e Natal dos enf que integram USFs Modelo B.
Sobre estas matérias: foi pedida reunião ao Sec Estado em início de Novembro, já foi ressolicitada e ainda não está marcada. Vai sair um Comunicado sobre a matéria. Está a chegar o momento de não permitirmos mais adiamentos e lutarmos por algumas matérias.
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4 -
Cuidados Continuados, Saúde Mental e IDT
Está agendada reunião com a Missão para os Cuidados Continuados a 9/Dezembro.
Recebemos agora e vamos emitir Parecer sobre a Rede de Cuidados Continuados de Saúde Mental.
Vai ser pedida reunião ao CD do IDT e possivelmente iremos avançar com formas de luta em Coimbra face aos problemas não resolvidos
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5 – Sector Privado ("o mais relevante")
Continuamos em negociação com a SCMisericórdia de Lisboa e Associação Portuguesa de Hospitalização Privada sobre os Acordos de Empresa - AEs e as condições especificas (carreiras, horários, etc) dos enfermeiros.
Realizou-se reunião com elementos do futuro CA do HAmadora Sintra no sentido de salvaguardar/perspectivar alguns aspectos inerentes à transição (vínculos, mobilidades, AE, etc)
Depois de uma reunião com CA da Saúde 24 (problemas laborais e de funcionamento), de reuniões com os colegas (Porto e Lisboa) e de reunião com a DGSaúde, foi solicitada nova reunião com o CA
Estamos a acompanhar as possíveis mudanças de gestão de instituições várias: do Grupo Português de Saúde – GPS (fruto da nacionalização do BPN e de "outras movimentações"): Centro de Medicina Física e Reabilitação do Algarve, british hospital, HSMaria; do SAMS; do Centro Hospitalar de Cascais.
"

Selectividade!


Infelizmente, vejo-me obrigado a moderar os comentários de modo a filtrar e privilegiar os construtivos, críticos e bem argumentados, daqueles que são vazios de conteúdo e constituídos por uma linguagem pouco adequada.

Relembro são aceites todos os comentários, mesmo aqueles que contenham críticas negativas para a Enfermagem (desde que se paute pelas regras da boa educação e cortesia).

Alguns profissionais oriundos de outras classes destabilizaram o bom funcionamento pretendido (quem vier por bem, continuará a ser bem-vindo) e a partilha de informação entre todos os Enfermeiros. Lamentavelmente, só e apenas no último post, fui forçado a eliminar na fase da moderação mais de 50 comentários que, de outro modo, poderiam ser interessantes e pertinentes para a respectiva discussão.

Espero que compreendam. Obrigado.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Apetece rir!


Intrigante. A Ordem dos Farmacêuticos (OF), há bem pouco tempo, afirmou afincadamente que a administração de injectáveis por parte de Farmacêuticos não constitui usurpação de funções relativamente aos Enfermeiros (ressalvou mesmo que não compreendia a preocupação dos profissionais de Enfermagem!). Mas fomenta os seus membros a frequentar formações do tipo: "Curso alargado de Primeiros Socorros" ou "Desfibrilhação Automática Externa" (para fazer exactamente o quê?).
Agora, vem a público - sem um pingo de vergonha! - emitir este comunicado altruísta (que forma mais palonça de insinuação!)....
P.s. - Só mais uma coisa: alguém me explica exactamente o que é o "acto farmacêutico"? Tenho curiosidade...

"Ordem dos Farmacêuticos desaconselha recurso ao Saúde 24" link

"A OF desaconselhou hoje o recurso à Linha Saúde 24 [maioritariamente composta por Enfermeiros!] porque não reconhece a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos.
"Desaconselhamos o recurso da população a este serviço enquanto a entidade gestora não proceder à contratação de profissionais com formação e competências adequadas", lê-se num comunicado hoje divulgado.
A linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade.
A OF alerta que este aconselhamento terapêutico não tem sido supervisionado por um farmacêutico e que "é efectuado por colaboradores sem qualificações para o efeito", o que constitui não só uma infracção ao Estatuto da Ordem, como ao próprio contrato de concessão estabelecido entre a Direcção Geral da Saúde e a Linha de Cuidados de Saúde, SA.
(...)
"As recentes notícias vindas a público sobre o funcionamento deste serviço (...) comprovam os receios da OF em relação às informações que são disponibilizadas à população", acrescenta no comunicado.
A OF adianta que já solicitou uma reunião com a entidade gestora do serviço para analisar este "incumprimento do acto farmacêutico" e resolver um problema que considera "grave" e que "poderá inclusivamente colocar em causa a saúde e qualidade de vida" dos doentes e as terapêuticas que lhes formam prescritas.
"Até ao regular funcionamento deste serviço, a OF sugere aos doentes que dissipem as suas dúvidas em matéria relacionadas com medicamentos junto dos cerca de seis mil farmacêuticos que diariamente se encontram nas farmácias portuguesas", anuncia.
A ordem anuncia ainda a intenção de se manter "vigilante" em relação a informações sobre medicamentos que são disponibilizadas ao público em geral "neste como em outros serviços".
"
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Portanto, devolvo o argumento que a OF em tempos utilizou: que eu saiba, todos os profissionais da Saúde 24 têm formação em farmacologia! Não é só: em que parte é que se usurpa funções dos farmacêuticos? Em ler o que está nos índices terapêuticos, ou em transmitir as respectivas informações constantes, via telefone, aos utentes?
Nota final: ver notícia "Profissionais da Linha Saúde 24 rejeitam críticas".

sábado, novembro 22, 2008

Mais uma..."descida abrupta"!! Que futuro?


"Enfermeiros descontentes com valores pagos para acompanhar doentes" link

"São os enfermeiros contratados que estão a assegurar o acompanhamento de doentes para outras unidades. Vários enfermeiros do Hospital de Chaves estão a recusar fazer o acompanhamento de doentes transportados para outras unidades, depois da direcção do Centro Hospitalar ter reduzido drasticamente o valor pago por hora. O serviço está a ser assegurado por enfermeiros contratados, que não poderão dizer “não”, com medo de não verem os contratos renovados. A administração nega, no entanto, que tenha havido qualquer pressão sobre os profissionais neste regime.
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Uma descida abrupta do valor pago por hora aos enfermeiros do Hospital de Chaves que, nas folgas, acompanham doentes que são transportados em ambulância para outras unidades, seja para fazer exames médicos ou para ali ficarem internados, está a gerar indignação junto destes profissionais.(...) Os Enfermeiros que pertenciam à lista de voluntários para o efeito já se recusaram prestar o serviço segundo a nova tabela, que rondará os 7,25 euros por hora. Anteriormente, o serviço era pago como hora extraordinária, nocturna ou diurna, e era paga segundo a categoria do Enfermeiro. Além disso, agora, ao que foi possível apurar, durante as viagens, os Enfermeiros também não estarão cobertos por nenhum seguro.
Ao que tudo indica, os Enfermeiros foram informados da alteração pelos enfermeiros chefes de cada serviço de forma verbal.
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Perante a recusa dos Enfermeiros que constituíam a lista de voluntários, a direcção do Centro Hospitalar terá proposto que fossem os enfermeiros contratados a fazer o acompanhamento. A decisão terá sido comunicada aos Enfermeiros em causa pelos Enfermeiros chefes. “Assim, sem hipótese de dizer não, os Enfermeiros contratados são desta forma sujeitos a ‘escravidão moderna’. O mesmo será dizer ‘ou fazem ou vão para a rua’”, criticam alguns enfermeiros que preferem não ser identificados.
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(...) O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Carlos Vaz, justificou a alteração dos valores pagos com a necessidade de “uniformizar procedimentos” ao nível das várias unidades pertencentes ao Centro. De acordo com Carlos Vaz, os preços pagos em Chaves eram mais altos que no resto das unidades. “Quando uns não querem, arranjam-se outros que os substituam, é como em tudo”, afirmou o administrador, rejeitando que exista qualquer “polémica”. Há sítios onde até são contratadas equipas só para fazer acompanhamento”, observou. Além disso, Vaz nega também que tenha existido qualquer pressão sobre os enfermeiros contratados para fazerem o acompanhamento, fazendo uso da precariedade da sua situação. “Ninguém foi pressionado. Era o que faltava!”, garantiu.
"

sexta-feira, novembro 21, 2008

A melhor sorte...


A vida é feita de decisões. Opções. O meu (e nosso) prezado colega R.S. fez a sua. Para melhor, obviamente.

Desejo-lhe desta forma (porque tenho a certeza que irá ler), a melhor sorte a um excelente crítico, leitor assíduo e inteligente comentador.

Um grande abraço ao excelente colega, estimado amigo e fabuloso profissional. Não seria necessário dizer, pois está implicíto, mas reitera-se assim a certeza que esta porta estará sempre aberta.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Os Enfermeiros precisam de ir à "bruxa", mas parece que a "bruxa" anda pelo INEM!


"Enfermeiros desempregados protestam!" link 1

"Existem propostas indecentes em que pagam dois euros à hora sem salário base“, ou então (...) à comissão, sendo que por cada tratamento recebemos 10 por cento".

Portanto, é só fazer contas (já dizia o ex-Primeiro Ministro, António Guterres): se optarem pela proposta à hora, no fim de uma jornada de trabalho (supondo serem 8 horas) terão no bolso cerca de... 16 euros. Nada mau! Comparativamente, para termos uma noção em termos de escala, certos profissionais de saúde (quem serão?) - que auferem 100 euros/hora - demoram pouco mais de 9 minutos e meio a auferir o mesmo que um Enfermeiro aufere ao fim de um dia inteiro!

A opção à comissão é interessante: como o preço praticado pelos actos de Enfermagem é baixíssimo, o Enfermeiro corre o risco de enriquecer demasiado rápido. Perigoso!

"Desorganização total no INEM" link 1, link 2, link 3, link 4, link 5


"Ofícios por assinar, propostas sem resposta, documentos que desaparecem, atitudes arrogantes e prepotentes de superiores hierárquicos", etc.

Engenheiros florestais com uma remuneração de cerca de 3214 euros mensais e advogados externos "brindados" com 100 euros/hora (nota: o INEM tem um departamento jurídico!).

600 mil euros de horas extra em apenas dois meses ("vários médicos que ocupam cargos de direcção assumirem as funções como ‘responsáveis’ e não como ‘dirigentes’, não sendo obrigados assim ao dever de exclusividade e de isenção de horário (...) com o conhecimento e a autorização da direcção do INEM. Os médicos escapam assim à limitação dos deveres de exclusividade e de isenção de horário e fazem horas extraordinárias")!

"O INEM tem um buraco financeiro de cerca de dez milhões de euros. As dívidas aos fornecedores acumulam-se. Há viaturas inoperacionais, porque a instituição não paga os arranjos".

Há coordenadores a abandonar cargos...!

Por tudo isto e muito mais... bem-vindos à era Abílio Gomes (Presidente do CD do INEM) e Altino Almeida (Vogal do CD do INEM)!

terça-feira, novembro 18, 2008

Bem pagos?


Em tempos afirmei que a classe de Enfermagem é patológicamente heterogénea (sim, porque a heterogeneidade só é vantajosa até certo ponto...). Porquê? Porque em determinadas posições, que deveriam ser unânimes no seio de uma classe que quer evoluir, não existe consenso, o que dificulta qualquer estratégia interventiva.

Numa altura em que se aguarda a proposta - por parte da tutela - para a nova carreira de Enfermagem (e porque não uma reformulação do conteúdo funcional?), eis que ouço um exemplo dessa heterogeneidade. Diz uma Enfermeira-Chefe:

"Os Enfermeiros são muito bem pagos. Não acho que devam ganhar mais dinheiro."

Conseguiu a proeza de me deixar incrédulo.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Recordar...


Recordo-me perfeitamente da minha tomada de posse para o quadro da função pública.
Com direito a fotografia, oferta simbólica da Direcção de Enfermagem, discurso, chá e biscoitos, assinatura pomposa e aplauso dos todos os presentes no final - não só a mim, mas aos quatro Enfermeiros que naquele dia tomaram posse (um "tratamento" concedido à Enfermagem bem diferente dos dias de hoje).
Pormenor interessante: estava de greve (integrava o piquete)! Mas o que eu nunca esquecerei, foi a citação que me ofereceram nesse dia:

"Não se deve ter medo de dar um grande passo quando for altura disso.
Não se pode atravessar um abismo aos saltinhos"

David Lloy George

sexta-feira, novembro 14, 2008

"Nova" Carreira de Enfermagem (desenvolvimentos...)


Colegas, relativamente à negociação da nova Carreira de Enfermagem não há desenvolvimentos.
O Ministério da Saúde faltou ao prometido. Ainda não entregou nova proposta. Aliás, se exceptuarmos um documento insultuoso entregue há 3 semanas, ainda não existe uma verdadeira e digna proposta!


"A tristeza impede o indivíduo de reflectir com toda a liberdade e adquirir a paz interior"

NaHaum de Breslav - Tx. J.
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E.n.q.f.c.o.u.d.t.s.m.b.a.V.A.p.f.A:o.t.m.l.

terça-feira, novembro 11, 2008

Nivelar?



"Bastonário da Ordem dos Médicos considera um absurdo a tentativa do Governo de regular a contratação de médicos através de empresas privadas. Em causa está (...) a criação de uma tabela de preços para uniformizar o pagamento por hora nos hospitais do SNS. Pedro Nunes contesta as intenções da tutela: “o problema é mais vasto, isto limita-se a aplicar uma tabela, quanto muito provoca algum conforto aos administradores dos hospitais - que tanto clamaram que eram capazes de administrar os hospitais melhor do que os médicos - e agora precisam de se colocar por baixo do chapéu de chuva Governo para que o Governo os proíba de pagarem aquilo que eles sabem que têm que pagar”." link

"Médicos estatais não podem ser contratados por empresas privadas" link

"(...) Os médicos com vínculo à Função Pública e dispensados de trabalho extraordinário não podem ser contratados através de empresas privadas. O presidente da Associação de Administradores Hospitalares aplaude as novas regras (...) Quanto à tabela de preços, Pedro Lopes diz que alguns hospitais contratavam médicos a preços “completamente ilógicos”, que duplicavam ou triplicavam aquilo que era a hora extraordinária de um médico do quadro de um hospital”." link

Admito que o Bastonário da Ordem dos Médicos tenha ficado enfurecido. Não interessa nivelar por baixo quando o mercado está a favor deles. Aos Enfermeiros interessava - e muito! - nivelar por cima, visto que, em termos de mão-de-obra de Enfermagem, a oferta excede largamente a procura.
Temos Médicos a auferir 100 euros/hora e Enfermeiros a 2,5 euros pela mesma hora de trabalho. Ou seja, a hora do Médico vale, em alguns casos, 40 vezes mais do que uma hora de exercício profissional de Enfermagem.
Quanto aos Administradores Hospitalares, nada de novo. Dispensáveis. Continuo a afirmar que este cargo deve ser preenchido por um profissional de saúde e deixar de ser atribuído com a etiqueta jobs-for-the-boys.

A imutável "essência" da Enfermagem?


"A definição de enfermagem não é para toda a vida. Creio que a enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde."

- Virgínia Henderson -

Contribuição: A. Mafra

segunda-feira, novembro 10, 2008

As "maravilhas" do Enf. Manuel Oliveira (SRC-OE)...


O Enf. Manuel Oliveira (Presidente do Conselho Directivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros - SRC-OE) foi o protagonista de uma entrevista levada a cabo pelo Diário de Aveiro, cujo título principal foi "Ainda não temos Enfermeiros a mais"...!

Gostava de tecer alguns comentários sobre a mesma, pois não concordo em absoluto o que propangandeia. Julgo que a visão obstinada da generalidade dos representantes da Ordem dos Enfermeiros, não beneficia uma luta que, necessariamente, carece de coadunação com a realidade que impera em Portugal. Então, trecho-a-trecho:

"(...) Quanto mais Enfermeiros tivermos, melhor é a qualidade dos cuidados, e melhor são os resultados nas unidades de saúde (...)"
Manifestação de uma tendência raciocracista muito preocupante. Por experiência própria e relatos de inúmeros profissionais de saúde, é possível constatar e afirmar que, mais importante que a quantidade é, sem dúvida, a qualidade. Então, na citação anterior, onde está escrito "mais", a palavra correcta seria "melhores". Todos os que seguem o ensino de Enfermagem de relativamente perto e conhecem a actual conjuntura, podem confirmar a degradação da respectiva qualidade em detrimento de um ensino massificado, rendido ao lucro, por via do florescimento desgovernado de escolas privadas. A OE tem conhecimento desta degradação e até aqui nada tem feito. Esta inactividade viola gravemente o disposto no ponto 1 e as alíneas a), d) e j) do ponto 2, ambos relativos ao artigo 3º do Estatuto da OE.

Não existem estudos que comprovem que ainda mais Enfermeiros significam mais ganhos em saúde (partindo do pressuposto que existe um número basal consonante com a articulação/prestação de cuidados). Existem sim, estudo que demonstram claramente que melhores cuidados de Enfermagem significam um incremento qualitativo exponencial nos cuidados de saúde, e melhores cuidados de Enfermagem conseguem-se através de melhores profissionais de saúde. Isto é facilmente constatado na prática: nem sempre as equipas com mais Enfermeiros são as detentoras dos melhores indicadores. Teoricamente também é fácil de comprovar: não existe relação directa entre os países (dentro da UE, por ex.) que apresentam melhores rácios de Médicos ou Enfermeiros e a qualidade dos respectivos Sistemas de Saúde. Portanto, se a OE se preocupa verdadeiramente com os cuidados prestados, então deveria preocupar-se - muito mais do que o demonstra - com a qualidade formativa!

Igualmente grave: os profissionais de Enfermagem ocupam imenso tempo da sua actividade, envolvidos em tarefas (burocráticas, administrativas, inerentes aos AAM, etc.) não relacionadas com as respectivas funções! Imaginem que produtividade teria um Bloco Operatório, se o próprio cirurgião tivesse que levar a cabo procedimentos relativos ao processo administrativo-burocrático, limpeza e desinfecção do espaço e material, preparação do material, etc. Analogamente, se os Enfermeiros se dedicarem apenas à Enfermagem, então teremos uma melhoria significativa da produtividade/qualidade.


"(...) acompanhado por um Enfermeiro Sénior (...)"
Sénior? A nova carreira de Enfermagem (e respectiva nomenclatura) já está aprovada? Olhe que não... mas parece.

"(...) A questão da empresarialização é curiosa, porque ontem era-nos referido que o objectivo principal era dotar estes hospitais de uma maior autonomia ao nível da capacidade de tomada de decisão gestionária (...)"
Só soube disso "ontem"?

"(...) De acordo com o relatório da OCDE 2008, os países da OCDE têm, em média, um rácio de 9,7 Enfermeiro por mil habitantes, enquanto que em Portugal temos um rácio de 4,6 Enfermeiros por mil habitantes, o que significa que temos um défice grande de Enfermeiros nos país (...)"
Ora, erro atrás de erro. Explico isto uma última vez, apesar de eu saber que alguns elementos da OE já assimilaram a explicação e... concordam comigo. Aliás, não há possibilidade de discordância face a factos objectivos. Em primeiro lugar, não é por, constante e exaustivamente, se afirmar que faltam Enfermeiros (institucionalmente falando ou não), que se convence o poder político ou os administradores a contratá-los. Não é uma estratégia que convença alguém, principalmente num momento de recessão. Nunca irá chover mesmo que se repita continuamente que precisamos de chuva.

Em segundo lugar, Portugal não tem um rácio de 4,6 Enf/mil habitantes. Ainda que se referira ao membros activos as contas não estão correctas. Nem mesmo se se cingir apenas aos activos do SNS, e mesmo que assim fosse, as contas não são feitas assim Enf. Manuel!

Em terceiro lugar, os rácios da OCDE são calculados juntando Enfermeiros + Auxiliares de Enfermagem + Técnicos afins relacionados com a Enfermagem, ou seja, os rácios são sobrestimados! Portugal, sendo o único país onde os cálculos englobam apenas os Enfermeiros diplomados, apresenta um valor aparente e comparativamente mais baixo. Deste modo, existe a ilusão que temos menos Enfermeiros que a generalidade dos países. Se porventura, juntássemos os AAM às contas portuguesas (comparado-os, grosseiramente, aos Auxiliares de Enfermagem), surpresa... teríamos um rácio superior à maior parte dos países. Como é que julga que a Noruega apresenta um rácio de pessoal de Enfermagem de 31,6/mil habitantes? Acha que todos estes profissionais são equivalentes aos nossos Enfermeiros licenciados? Extrapolando, este rácio significaria a existência de cerca de 316 mil Enfermeiros em Portugal que, de acordo com a conjuntura actual, se pautaria em 266 mil Enfermeiros desempregados!!

Os argumentos que o Enf. Manuel utiliza, funcionarão simbioticamente contra os Enfermeiros, pois fomentará a vontade em reintroduzir, novamente, os Auxiliares de Enfermagem em Portugal (uma inevitabilidade?), além de dificultar a optimização dos aspectos laborais (remunerações, por ex.), pois todos sabem que quanto maior é uma classe, mais elementos terá para distribuir o bolo ou um pacote de regalias, ou seja, a cada um caberá um valor absoluto ou percentual mais baixo desse bolo.

Em quarto lugar (e por fim), sabia que o concelho do Porto (e falo do Porto porque é no norte do país onde se encontram mais dificuldades de emprego e situação de exploração/humilhação) tem 18,3 Enf/mil habitantes? (fonte: GCP/INE)

domingo, novembro 09, 2008

Asfixia vs "rebound" da Enfermagem!


"Cuidados paliativos estão a recusar doentes incuráveis por falta de camas" link

"(...) Os cuidados paliativos servem para aliviar o sofrimento físico (com o uso de fármacos) e emocional (a equipa inclui psicólogos) de pessoas com doença incurável e progressiva (...)"
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"(...) O objectivo da equipa domiciliária (...) que junta médicos, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas é prestar apoio para que os que queiram possam morrer em casa (...)"
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Portanto, Médicos para coordenar, diagnosticar e prescrever. Psicólogos para prestar apoio emocional ao indivíduo/família. Assistentes Sociais para a orientação/apoio social. Fisioterapeutas para a prestação de cuidados de reabilitação (compreende a músculo-esquelética (trauma-ortopédicas, neurológicas, reumatológicas, etc...), respiratória, cardíaca, etc.).

E os Enfermeiros? Administrar medicação e colaborar nos cuidados de higiene? Parece-me que a Enfermagem se vai asfixiando (as outras classes profissionais vão evoluindo e conquistando presença e novas áreas de actuação).

Soluções? Que rumo? Necessidade de viragem de paradigma? Necessidade de reafirmação profissional? Perda de visibilidade social?

sábado, novembro 08, 2008

O futuro...


"What to expect from a Nurse who can prescribe drugs" link
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"'Nurses are the biggest single staff group in the NHS [Sistema Nacional de Saúde Inglês] and they have already demonstrated that they are safe, careful and professional prescribers" link
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"Nurses have qualified to prescribe around 240 drugs for 110 conditions" link
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"Nurse prescribing is expected to have several benefits, e.g.: an improvement in quality of care for patients, improvement in patients access to health care, better use of the skills and experience of nurses, more recognition for their competences and expertise, an improved working relationship between health care professionals" link

sexta-feira, novembro 07, 2008

O Enf. Manuel Oliveira (SRCOE) e a nuvem n.º 9...


A Ministra da Saúde diz que há Enfermeiros a mais em algumas instituições, enquanto que outras poderão estar um pouco deficitárias. Ou seja, é como quem diz que, as admissões de Enfermeiros nos próximos tempos (anos?), contar-se-ão pelos dedos.

O que eu constato, empiricamente (visto não haver estudos relacionados), é que os Enfermeiros ocupam imenso tempo da sua actividade envolvidos em tarefas (burocráticas, administrativas, inerentes aos AAM, etc.) não relacionadas com as respectivas funções.

Enquanto tudo isto acontece, há dirigentes da OE que dão entrevistas no mínimo... masoquistas, imprecisas e irrealistas. Nada a que o Enf. Manuel Oliveira (Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros) já não nos tenha habituado. Fico com a sensação que o Enf. MO anda a dormir, ou então devem estar sentado na nuvem n.º 9. Desça cá abaixo, Sr. Enfermeiro, tome atenção à realidade.

Hoje o tempo é escasso, amanhã comento a referida entrevista (usando as citações mais polémicas).

quarta-feira, novembro 05, 2008

Irrita-me...


Irrita-me solenemente a falta de visão de alguns Enfermeiros.
Irrita-me muito mais a falta de ambição de outros tantos.
Irrita-me a resistência à evolução e desenvolvimento.
Irrita-me que contra-argumentem os paradigmas evolutivos com base na "essência da Enfermagem" (a Enfermagem é uma convenção, é aquilo que nós quisermos que seja, é aquilo que a sociedade exige...).

Sem evolução profissional os Enfermeiros seriam, ainda hoje, os responsáveis pelos arranjos florais na mesinha-de-cabeceira dos utentes (tal como era ensinado nas escolas!), pela limpeza do suor da testa dos médicos, etc. Quem perseguiu essa "essência" rigidamente, perdeu-se num emaranhado de concepções inúteis, sem aplicabilidade prática, que se desvaneceram num vazio de conteúdo, obrigando, posteriormente, à reinvenção da profissão (tal como vai acontecendo em alguns países).
O que os Enfermeiros hoje conhecem como funções de Enfermagem nem sempre o foram. Sem esta mudança, nos dias que correm, nenhum Enfermeiro poderia cateterizar/canalizar uma simples veia. Não poderia introduzir uma sonda nasogástrica. Dois exemplos, haveria muitos outros.
É fácil compreender que os cuidados de Enfermagem não teriam a continuidade/autonomia desejada se, para cada um destes procedimentos, fosse necessário a presença de um clínico. Esses cuidados seriam constante e permanentemente quebrados, interrompidos e espartilhados/fraccionados.
Talvez, actualmente, muitos ainda não compreendam de uma forma sustentável e lógica, porque é que os Enfermeiros deveriam poder prescrever alguns fármacos "generalistas" (com a consequente necessidade de repensar a formação em Enfermagem!), mas daqui a alguns anos, ninguém porá em causa esta inevitabilidade, e o tempo em que os Enfermeiros não podiam prescrever fará parte de uma passado, tal e qual como quando os Enfermeiros não podiam puncionar ou faziam arranjos florais. Não se trata da infeliz teoria do mini-médico. Trata-se sim, de munir a Enfermagem dos instrumentos necessários para exercer de forma autónoma. Raciocinemos de forma inversa: porque não consideramos nós que os médicos invadem o campo da Enfermagem (e que supostamente muitos o concebem como puramente médico?).
Um exemplo: considero que, o que hoje conhecemos como Medicina Geral e Familiar, não é mais do que terreno da Enfermagem. Apesar de estar convencionado como exercício da medicina, não tenho margem para dúvidas. Na cadeira onde está sentado um médico de clínica geral, deveria estar um Enfermeiro! Simples.
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Irrita-me que os muitos Enfermeiros não dêem a devida importância à formação contínua e à actualização científico-profissional.
Irrita-me a inércia dos Enfermeiros relativamente à conquista/evolução de novos campos de actuação/aumento da sua esfera competencial (e que se resignem às funções delegadas).
Irrita-me a exagerada heterogeneidade conceptual/formativa/opinativa que ainda prevalece no seio da classe.
Irrita-me que a escolas fomentem o serventilismo em detrimento da dignidade profissional.
Irrita-me que se escolha apenas o caminho da dimensão psico-sócio-espiritual em Enfermagem, desprezando a sua dimensão bio-orgânica, química e farmacológica!
Irrita-me que os Enfermeiros só se apercebam dos erros estratégicos depois deles terem sido cometidos.

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