quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Ex-bastonário da Ordem dos Médicos contra o desemprego dos Enfermeiros!

O apoio por vezes surge de onde menos se espera. De quem menos se espera.
a
O ex-bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Germano de Sousa, repudiou veemente o excesso de Enfermeiros devido à proliferação descontrolada das Escolas de Enfermagem e respectivas vagas de acesso (ou numerus clausus, como lhe chamou...). (clicar na imagem para ampliar e ler)
Ao contrário da actuação da Ordem dos Enfermeiros (OE), o incentivo e as posições firmes favoráveis aos profissionais de Enfermagem, provêm de membros da OM!

Germano de Sousa questiona: "O que fazer com um batalhão de Enfermeiros desempregados"?

A área das Ciências da Saúde não é compatível com desemprego devido à sua complexidade e à necessidade de prática constante. Como tal, afirmou que "não é admissível ter excedentários mas Ciências da Saúde". Asseverou ainda que "o que as Universidades e Politécnicos precisam, é que os seus recém-licenciados no desemprego, por serem excedentários, os coloquem por esse facto em tribunal", "exigindo uma choruda indemnização"!

Num momento apenas, um ex-bastonário da OM prestou mais apoio público aos Enfermeiros, do que a nossa própria Ordem em vários anos!!

Claro que "isto" não é inocente. Visa a "prevenção" do desemprego entre os médicos. De qualquer modo, nunca tivemos uma posição semelhante oriunda dos nossos pares! Com pesar nosso.

Ultimamente é possível observar uma pequena mudança no discurso da Enfª. Maria Augusta de Sousa (OE) que vai ao encontro do que todos nós temos vindo a defender: a adequação da formação às necessidades do mercado, impedindo o excesso de profissionais.

Uma coisa é possível assegurar (e agora dirijo-me, mais concretamente, à nossa bastonária ):

- Srª Bastonária, existem duas opções a ponderar, ou está connosco ou contra nós.
Se enveredar pela última opção, então, será impossível evoluir e a profissão entrará em rotura.
Se decidir estar connosco, então terá a força de mais de 50 mil Enfermeiros! E aí sim, poderá sempre contar com o nosso apoio, dedicação e investimento. Tenho a certeza que, unidos, certamente seremos uma classe com uma palavra a dizer no que respeita ao sector da saúde...
O futuro pode ser muito positivo.
z
Leiam com atenção o referido artigo (clicando na imagem ou seguindo o link que vos deixo, mais precisamente na pág. 7).

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Nunca pensei ver isto, mas...


Hoje não teço comentários. Não é necessário. Deixo-vos o link para lerem a reportagem na íntegra (para mudar de página, p.f. "clicar" nos números de paginação visualizáveis no canto superior esquerdo da mesma).

Como motivar os "profissionais de saúde"? (4 mil euros/mês não motiva ninguém...)


(Clicar na imagem para ampliar e ler)
a
No seguimento dos últimos acontecimentos em Aveiro, e em entrevista ao Jornal O Aveiro, o Administrador do Hospital de Aveiro, Luís Delgado, referiu que é difícil "atrair um médico pagando-lhes 3000 ou 4000 euros se a pessoa ganha isso lá fora numa semana".
a
E tão difícil recrutar médicos que, há dois anos, apesar da publicação de anúncios em Espanha, Brasil e Portugal, não houve interessados.
No entanto, neste momento, já têm candidatos porque "pagam salários decentes".
aa
Há bem pouco tempo, o hospital tentou recrutar médicos para as Urgências com um salário de 4 mil euros, mas, perante o elevado desinteresse dos médicos (que não entram na aventura dos rácios da OCDE!), a instituição subiu a parada de forma a motivá-los um pouco mais, desta feita para valores desconhecidos. Mesmo assim, os interessados não abundam.
a
Os Enfermeiros, por sua vez, nem referenciados são nesta entrevista. Oferece-se pouco mais de 900 euros e aparecem aos milhares e sem necessidades de motivação. Não é necessário pagar exclusividades, pois, mesmo que desejem, os Enfermeiros já têm lugares disponíveis no privado. A existirem, são incrivelmente mal remunerados!
Segundo e-mails de alguns colegas da instituição, os médicos chegam a auferir salários dez vezes superiores ao dos Enfermeiros...
Fica aqui uma questão para a Ordem dos Enfermeiros e Sindicatos pensarem...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Curso Oncologia ORL

(Clicar para ampliar e ler)
a
"A doença oncológica representa uma das situações mais dramáticas na vida do doente e da sua família e um dos momentos em que todo um sistema de saúde é posto à prova.
Quando se trata de um tumor do território ORL, para além dos problemas médicos comuns a todos os doentes oncológicos, o envolvimento da via aéro-digestiva, o compromisso de funções sensoriais, a alteração na capacidade de comunicação e o compromisso da imagem pessoal levantam problemas pessoais, familiares, médicos e de enfermagem acrescidos.
"
a
Destinatários: "Médicos de Família; Enfermeiros dos Cuidados de Saúde Primários; Profissionais de Saúde envolvidos nas equipas de Cuidados Continuados, Apoio Domiciliário ou Cuidados Paliativos"
a
Mais informações: http://www.orlipo-medicofamilia.com/

Coincidência?

Ou talvez não?

domingo, fevereiro 24, 2008

www.deixar-os-enfermeiros-na-miséria.pt


Para quem não sabe, existe um estudo que vaticina o fim da profissão de Enfermagem nos próximos 50 anos. Em Portugal, o SEP e a Ordem dos Enfermeiros dão uma ajuda neste sentido...

Tal como eu, os Enfermeiros estão fartos. Não só fartos. Desmotivadíssimos também. Ah, é verdade: explorados, mal pagos e humilhados.
Não é nada pessoal, mas Enfermeiros como a Maria Augusta de Sousa, Rui Santos (neste post em representação do SEP) e companhia, não interessam a ninguém. Isto, como entenderão é uma mera sinédoque, pois estes pobres coitados não fazem mal a uma palha. Antes fizessem. Refiro-me à Ordem dos Enfermeiros (que começa a ser irritante) e o SEP que, num sentimento cada vez mais comunista, rouba aos Enfermeiros para distribuir pelo patronato.
a
A Maria Augusta de Sousa deixa muito a desejar. Recordo-me bem de uma conversa que tivemos em 2007. Às minhas questões respondia sempre com as mesmas respostas. Nunca descarrilava da mesma “lenga-lenga” que já incomodava o nojo!
Não só deixa muito a desejar, como gosta de fazer dos Enfermeiros “gato-sapato”. Recentemente afirmou que Portugal necessita de 80 mil Enfermeiros.
Facilmente, se deduz que andou a enganar os Enfermeiros, desamparados e aflitos, com a bandeira do “precisamos de racionalizar o fluxo formativo” durante a campanha eleitoral! Lérias demagógicas! Mentiras!
a
Mas não é tudo. Quando esta muy distinta senhora fala em 80 mil, saberá o que palreia?
Não me parece, pois argumenta esta afirmação com um rácio de 1998!! Chego à conclusão que a nossa bastonária é avessa à matemática, à verdade e à realidade! (estranha obsessão esta, a de Portugal ter este indicador "à altura" da OCDE, quando mais nenhum está...! O erro começa aqui!)
As quotas dos Enfermeiros, essas sim, são importantes.

Se o ensino da Enfermagem não cumpre os requisitos de qualidade, não interessa.
Se os professores/orientadores das Escolas não percebem nada de ciências de Enfermagem, não interessa. ("cunhas" e amizades - em muitos casos são pouco mais velhos do que os alunos...)
Se saem Enfermeiros aos milhares para o desemprego, pouco importa!
O fundamental é "dar trabalho" a uma dúzia de professores que partilham interesses comuns com a OE! Os Enfermeiros vivem depois ao sabor do vento dos interesses económicos e pouco dignos de alguns que, com a exploração de alunos, subsistem! Temos a prova deste facto nos inúmeros cursos de Enfermagem, pós-graduações e formações específicas, que não são projectados à medida dos alunos e Enfermeiros, mas sim dos "formadores" que por lá debitam pseudo-conhecimentos! A existência de qualidade ou não, é um pormenor meramente secundário e facilmente ultrapassável assim que os bolsos de alguns "morcegos" se encham com os euros pretendidos!
Como tal, a OE não cumpre o disposto nos seus estatutos, envolvendo os Enfermeiros em mentiras sem fim! Regulação da profissão? Qual regulação?a
a
Apesar da notória evolução académica da nossa profissão, não existem mudanças na prática. Pelo contrário. Cada vez somos mais submissos e dependentes dos médicos. Vejam a publicação do Decreto-Lei dos ACES!
Nem um mísero paracetamol podemos administrar sem indicação médica! Cá fora, é um medicamento não sujeito a receita médica (MNSRM), qualquer um pode comprar e gerir as sua administração! Inclusive os Enfermeiros! Cá fora. Lá dentro, já não somos os mesmos!
A inércia da OE é estupidificante! Dificilmente as situação tomará outro rumo.
Esta OE acredita piamente na idiotice de um rácio que já tem moscas em volta! Com muitos ou poucos Enfermeiros no desemprego, isso é irrelevante!
Quando todas as outras outras ordens e organizações profissionais defendem a prudência na formação de mais profissionais, tomando medidas para refrear a formação atendendo às condições do mercado de trabalho, a OE não!
Nem a OE, nem tão pouco o "atordoado" SEP (que com uma divisa roubada aos comunistas mais ferrenhos, "obrigam" agora os Enfermeiros a marcharem martelo e foice na mão, e t-shirt do Che Guevara)!
a
O SEP, esse, é uma carta fora do baralho. Deslocado da realidade. O Rui Santos é um exemplo disso. Resolvem os problemas dos Enfermeiros com umas pedaladas de bicicleta num dia solarengo. Bestial! Uma estratégia ímpar!
Isso e as notas à comunicação social. Ninguém lhes passa cachimbo!
Pagar quotas ao SEP é o mesmo que militar no PCP. Mais valia pagar directamente aos comunistas! É isso e andarmos a fazer greve para incrementar os números da CGTP! Já cheira mal!

Estas mentes geniais querem que os Enfermeiros lutem, façam greves e se envolvam nas reivindicações! Por vezes pergunto-me se eles vivem no nosso mundo...

Andam milhares de Enfermagem à cata de um mísero emprego, implorando porta a porta, e o Rui Santos e amigos querem "luta", vejam só! Estes ignorantes não percebem nada de mercado, da lei da oferta/procura e respectivas consequências! Milhares e milhares de Enfermeiros lutam pelo seu emprego instável e estes "marmelos" acham que é verosímil que os "Enfermeiros abandonem as USF's" se não forem satisfeitas as suas pretensões!!
Por favor "rapaziada", e que tal abandonar o vosso delírio?
Não há emprego para os Enfermeiros.... ninguém vai arriscar o seu lugar!
Já reparou que os Enfermeiros já só se contentam com o facto de ter um emprego mal pago e fedorento!

O SEP fala, fala e fala. Dizem que faltam Enfermeiros em Portugal porque os relatório "dizem isto, aquilo", pardais ao ninho e porcos às gamelas! A cabeça, essa, não serve para pensar. Os piolhos têm de dormir em algum lugar e ainda nenhum deles me veio explicar a vantagem de mais Enfermeiros no nosso país. Cada vez temos mais Enfermeiros. Cada esquina tem um. E depois? (Faltam 33 mil!)

Os salários subiram? Não. Desceram.
O acesso à profissão melhorou? Não. Há milhares de desempregados.
Os cuidados melhoraram? Não.
A estabilidade laboral melhorou? Não. Piorou.
A visibilidade social incrementou? Não.
A classe está mais motivada? Não. (Motivação já não está no dicionário dos Enfermeiros...)
O gozo e usufruto dos direitos dos Enfermeiros melhorou? Não.

Apelava então ao magnânimo Rui Santos (leia-se: SEP) o favor de fazer meia dúzia de sinapses e explicar aqui ao pessoal desfavorecido, o que melhorou? E o que está previsto melhorar com a suposta introdução de mais 33 mil Enfermeiros? Não está escrito nos relatórios?

O SEP anda a fazer um grande favor ao patronato. De uma penada só, desceram os salários, passaram a poder usar e abusar dos Enfermeiros e deitá-los "ao lixo", quando não precisam deles. Puramente descartáveis.

O Ministério também agradece. Independentemente das condições propostas aos Enfermeiros, haverá sempre quem aceite. Nem que seja trabalhar de borla!

Tomem nota: mesmo que se reduza a formação de Enfermeiros a zero já, o problema do desemprego não se resolverá nos próximos 10 anos! E mesmo assim, aconselho o SEP a "motorizar-se", pois não vão ter bicicletas para todos!
a
A Enfermagem poderia ser uma profissão estimulante com perspectivas de um futuro brilhante, não fossem os dirigentes de algumas organizações de Enfermagem uns mentecaptos sem inteligência e visão!
a
A Enfermagem deixou de ter dignidade desde que se tornou um negócio que alguns vão explorar até ao tutano! O IFE (Instituto de Formação em Enfermagem), por exemplo, oferece férias na compra de livros... O que alguém se esqueceu é que com os salários miseráveis dos Enfermeiros nem livros dá para comprar (quanto mais estatuto e visibilidade social!)...



sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Humilhação! - "nec plus ultra"...


Ainda os incentivos das USF. No blog Saude SA está escrito este artigo de opinião (deixo um excerto). Haverá algum Enfermeiro que não se sinta incomodado com o respectivo?

"Primeiro que tudo, sendo o grupo profissional médico o único não atingido pelo desemprego, AJ sabe, à partida, que só a escassez de médicos (concretamente de MCG) inviabilizará a exequibilidade da sua reforma. O que não significa que outros aspectos (incluindo a motivação de todo o pessoal) a não devam preocupar.
Mas, de facto, ninguém levará a sério a ameaça feita por Guadalupe Simões [SEP] (cito de cor) de os enfermeiros se retirarem das USF por discordância com o projecto de atribuição de incentivos que vai entrar em fase de negociação. Até pela simples razão de que há enfermeiros que, não conseguindo o primeiro emprego, estão a aceitar trabalhar em áreas que não correspondem à sua formação específica".
a
Basta ir a uma simples aula da Faculdade de Economia para se compreender as implicações da oferta/procura numa profissão e respectivo mercado. Nenhum utente beneficia com a existência de Enfermeiros no desemprego. Fico por aqui. Um bom entendedor não necessita de mais palavras.

"Enfermagem e Psicologia recordistas no desemprego"


Palavras para quê?

Alguém tenha a caridade de enviar um exemplar do semanário Sol à Ordem dos Enfermeiros. Ah, e sindicatos também (deixo o n.º de telemóvel de um dos membros da Direcção Nacional do SEP - Enfª. Guadalupe Simões (919458983) - para quem desejar enviar em SMS em protesto!).

Ver aqui o estudo realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que revela os dados de empregabilidade dos cursos do ensino Superior.

"Portugal é um pequeno pedaço de terra com 10 milhões de ignorantes. Como podem afirmar estas "heresias", se ainda não atingimos o rácio da OCDE?"
Pensamento colectivo da Ordem dos Enfermeiros

A solidariedade e união entre todos os Enfermeiros: Petição!


"Neste momento a administração do CHLO (Centro Hospital de Lisboa Ocidental) que agrupa o Hospital de Santa Cruz, o Hospital Egas Moniz e o Hospital de S. Francisco Xavier, decidiu deixar de pagar as horas de qualidade como tem feito até agora, para passar a pagar segundo a lei do código de trabalho, isto é, em vez de sermos remunerados a 50% e 100% nas noites, fins de semana e feriados, somos apenas pagos a 25% a qualquer noite a partir das 22h até as 07h. E quando digo deixaram de nos pagar é apenas aos enfermeiros contratados, pois os enfermeiros da função publica continuam a ser pagos a 50% e a 100%.

Em termos práticos perdemos cerca de 150€ a 200€ por mês. Após reuniões com o sindicato o conselho de administração do CHLO decidiu atribuir um subsídio de turno de 71€ de "natureza provisória". *sem palavras* Produzimos o mesmo, trabalhamos as mesmas horas e recebemos menos?

Assim em poucas palavras quis expor lhe mais uma atrocidade! Esta medida já é aplicada em muitos outros locais. O grave disto, é que para além de promover a desigualdade de direitos entre os contratados e funcionários públicos, vem menosprezar o desgaste que nós enfermeiros estamos sujeitos ao trabalho por turnos, para além das complicações familiares que por vezes acarreta. Assim não vale a pena trabalhar por turnos.

Ninguém reconhece o nosso trabalho e o quão difícil é trabalhar à noite, Sábados, Domingos e feriados. O nosso ritmo circadiano fica todo alterado e nem monetariamente agora é recompensado esse desgaste.

Por favor façam chegar esta informação ao maior numero de enfermeiros possível e juntos vamos tentar lutar contra esta situação!!!!!

Muito obrigada!"
<
ASSINAR PETIÇÃO AQUI
a
A título de curiosidade, deixo-vos os salários auferidos em 2006, pela Enfª. Directora do CHLO (Enfª. Fernanda Maria da Rosa):
Remuneração: 74,594.00 euros
Regalias: entre outras coisas, um automóvel de 37 mil euros!
a
Salários do Dr. José Miguel Boquinhas (Presidente do CA do CHLO - 2006)
Remuneração: 86,496.38 euros
Regalias: entre outras coisas, um automóvel de 41,500 euros!
a
Podem consultar os salários de todos os membros do CA aqui!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ficando para trás....

Onde anteriormente existiam Enfermeiros Especialistas de Reabilitação... existem agora Fisioterapeutas!
a
Onde anteriormente existiam Enfermeiros no apoio à prevenção (rastreios por ex.)... existem agora Técnicos de Cardiopneumologia, Farmacêuticos, etc...!

Onde anteriormente existiam Enfermeiros no apoio psicológico aos utentes... existem agora Psicólogos!

Onde anteriormente existiam Enfermeiros no apoio social aos utentes... existem agora Técnicos de Acção Social!

Onde anteriomente existiam Enfermeiros no âmbito da Saúde Alimentar... existem agora Nutricionistas!

Onde anteriormente existiam Enfermeiros (Enfermagem do Trabalho)... existem agora Técnicos de Higiene e Segurança!

Onde anteriormente existiam Enfermeiros na direcção dos Departamentos de Formação... existem agora outros profissionais (Médicos, Gestores, etc...)!

Onde anteriormente existiam Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstetrícia... existem agora Doulas, Pseudo-Parteiras, etc...
a
Onde anteriomente existiam Enfermeiros dedicados ao âmbito do Pé Diabético... existem agora Podologistas!
a
Onde anteriomente existiam Enfermeiros dedicados à Geriatria e Gerontologia... existem agora Técnicos de Geriatria e Gerontologia!
a
Onde anteriormente existiam Enfermeiros em cargos de Auditoria e Assessoria... existem agora Engenheiros, Economistas, Advogados, Médicos, etc...
aa
Continuo?? Ou dou esse prazer à Ordem dos Enfermeiros? Estamos há sensivelmente 30 anos com, basicamente, as mesmas competências, apesar da evolução académica...

Morte anunciada?



De que serviria fabricar chips em 1507 se não havia onde os utilizar?

De que serviria inventar a televisão se não existisse uma tomada onde a ligar?

De que serve formar Enfermeiros se não existe disponibilidade para os empregar?
a
A Ordem dos Enfermeiros é a única ordem profissional que não apoia a gestão adequada dos membros da sua classe. Todas as outras afirmam que o número de profissionais inscritos é excessivo, excepto a OE.
Num cenário de desemprego exponencial, de humilhações e explorações indignas, a OE continua exactamente com o mesmo discurso inalterável: "Faltam Enfermeiros"!
Isto com base num indicador ridículo da OCDE (e não extrapolável para a realidade portuguesa!), quando Portugal está afastadíssimo das OCDE em quase todos os indicadores, excepto nos piores!!
a
P.s - Durante anos a fio, os sindicatos dos professores tentaram argumentar a sua exigência de aumento de emprego entre os professores com rácios internacionais, nomeadamente os da OCDE, que define o número ideal de alunos por professor! De nada valeu, e os professores rapidamente abandonaram esta estratégia, incidindo a sua atenção no apoio à forma mais eficaz de redução do desemprego: diminuição das vagas no ensino superior!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Estratégias "made in" china...

É nos momentos de aperto que a génio do cérebro humano vem à tona... A imaginação começa trabalhar a 200%... e a torneira da inspiração abre-se numa torrente de loucura platónica. Ultimamente...
a
Abro um jornal: " falta de enfermeiros" - diz a OE....

Folheio uma revista: "precisamos de 33 mil Enfermeiros" - reivindica o Sindicato....

Na internet: "Não há excesso de Enfermeiros, há falta de emprego" - afirma um iluminado da OE...

Consulto o meu mail: "o meu salário foi reduzido", "trabalho a 3 euros/hora", "estou a exercer a profissão gratuitamente", "não consigo fazer valer os meus direitos, porque sou ameaçado", etc - dizem os colegas...

Depois temos os estrategas do emprego. Este tipo de cancro (desemprego) previne-se, ou então trata-se numa fase inicial. Quando se dissemina torna-se incontrolável.
Neste periodo de vulnerabilidade e susceptibilidade, há quem dê o seu palpite interessantíssimo. Como tal, ouvi uma "mente brilhante" solucionar este flagelo, graciosamente, numa penada só. Então era assim:

1 - Extinguir as acumulações dos Enfermeiros;

2 - Acabar com as horas extra;

3 - Reduzir os horários de trabalho...

Perante tal mestria, torna-se difícil argumentar. Mas como gosto de fazer parte activa das boas soluções, gostaria de dar o meu humilde contributo.
a
Existe uma solução ridícula que seria, talvez, vá lá,.... gerir as vagas do acesso ao curso, reduzindo-as. Ou não? É demasiado estúpido?
a
As acumulações, essas, pagas a preço da lama, são um óptimo recurso para os desempregados. Um emprego a tempo inteiro para um Enfermeiro a realizar colheitas de sangue durante duas horas por dia, era motivador! Uma autêntica força motriz para a sua auto-realização. No topo da carreira, ao invés de exercer numa sala de 4 m2, seria promovido para uma sala de 8 m2 e um garrote de 12 derivações.... Poderá também, fazer uso de uma panóplia de intervenções psicossociais dirigidas ao utente no sentido de estabelecer uma precisosa relação de ajuda... durante os 3 minutos que dura a tal colheita do fluído orgânico... Sem dúvida, alucinante e encorajador! Um futuro risonho recheado de boas experiências!

Se me permitem, existe outra forma de resolver isto: proibir o trabalho de Enfermagem para maiores de 30 anos.... só aí, eram criados milhares de empregos....

Em seguida, se o ritmo de formação de alunos se mantivesse, reduziamos ainda mais os horários. Se cada Enfermeiros trabalhassem apenas 5 horas por semana, precisavamos de, segundos os meus cálculos, 215 mil Enfermeiros! Aí sim, haveria emprego para todos, e um verdadeira motivo de satisfação para a nossa Bastonária: um rácio acima dos 20 enf/mil hab.! Metíamos a OCDE num bolso! No ano seguinte reduzíamos para 4 horas, e assim sucessivamente....
a
Como tal, "mandem" os tais 33 mil Enfermeiros, porque ainda não auferimos salários suficientemente baixos, não temos condições satisfatoriamente deteoradas e ainda vamos tendo alguns direitos ridículos... que necessitam de eliminados da nossa profissão.
Ainda não somos humilhados e explorados de uma forma convincente....
a
Falta pouco para trabalharmos de tanga...


domingo, fevereiro 17, 2008

Hã?


Andam a zombar com os Enfermeiros. Literalmente e sem margem para dúvidas.
a
Já nem vou falar dos ataques recentes à autonomia da Enfermagem, do tipo "o Ministério da Saúde pretende acabar com a autonomia e carreira dos Enfermeiros nos Cuidados de Saúde Primários", pois no projecto de diploma relativo ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) "não vai haver lugar para os Enfermeiros Chefes, Supervisores e Directores, e no Conselho Clínico o Enfermeiro será adjunto do Médico"...
a
Falo de outros tipo de zombaria, igualmente muito grave! De tal forma grave, que põe em causa a integridade da profissão.
a
Chegou-me aos "ouvidos" histórias que violam as "Regras Gerais do Ensino da Enfermagem - DL 353/99", o REPE e os os estatutos da Ordem dos Enfermeiros!! Nem vou mencionar quais os artigos e respectivos pontos violados, pois são uma imensidão...
a
Mais do que histórias, são uma realidade. Dei-me ao trabalho de estabelecer contactos para confirmar a sua veracidade. Infelizmente, são bem reais...
a
Desde da Escola de Enfermagem que lecciona algumas aulas num Centro Comercial (sim, ouviram bem, num Shopping Center!!), aos alunos que vão "estagiar" para Infantários e Escolas do Ensino Básico sem nunca verem nenhum Enfermeiro, nem nunca contactarem com a... Enfermagem, passando pelos alunos que ingressam nos "estágios" em Lares da Terceira Idade (por falta de "Campos de Estágio" de Medicina...), e que são orientados por Ajudantes de Lar...!!!
Existem também aqueles que terminam uma licenciatura sem nunca terem procedido à realização de uma punção, algaliação ou uma intubação nasogátrica, além de terem sido obrigados a "partilhar" cuidados com três ou quatro colegas...! Os alunos chegam a ser mais do que os próprios utentes....
a
Isto não é compatível com a Enfermagem!! A respectiva queixa será elaborada, e seguirá brevemente para a Ordem dos Enfermeiros (a quem não faltará matérial legal para levar o(s) caso(s) às autoridades competentes)!!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Os incentivos das USF's: a anedota!


A polémica que envolve os incentivos das Unidades de Saúde Familiar (USF) é muita. Médicos e Enfermeiros reivindicam os "aliciantes" remunerativos...

Os valores propostos pela tutela no Projecto de Portaria dos Incentivos do Ministério da Saúde, são anedóticos no que diz respeito aos profissionais de Enfermagem.
O proposto (valores máximos) ronda os 7 a 8 mil euros aos Médicos por mês, e 3500 euros ao Enfermeiros por ano! Além disto, os incentivos dos Enfermeiros estão condicionados ao facto da USF ter ou não direito a incentivos institucionais...!!

Os tais incentivos instituicionais dependem dos... Médicos. Tudo claro até agora?
Mas há mais. Embora a Portaria preveja um máximo de 3500 euros/ano para os Enfermeiros, estes nunca receberão mais de 50% desse valor (por ano!). O "bolo monetário" disponível para a Enfermagem assim o dita. Ou seja, mensalmente, os Enfermeiros nunca receberão mais de 140-150 euros!!
a
Os médicos, esses, estão (sempre) queixosos, como habitual. O Sindicato Independente dos Médicos afirma que "aos médicos, esses malandros que já ganham tanto sem nada fazer, só se propõem incentivos institucionais, reservando para enfermeiros e administrativos os incentivos financeiros". Mas ainda guardam espaço para a maledicência pública numa clara alusão a uma determinada classe profissional (qual será?): "A tentação dos fracos em subir pelas costas dos médicos não mudou"...
a
Está tudo dito. O "senhor" que se segue é a negociação da carreira de Enfermagem. As intenções da tutela vão no sentido de manter salário de bacharel, mesmo depois da sua criação, implementação e respectivo reposicionamento dos Enfermeiros na mesma! Isto numa primeira fase, depois, logo se verá...
a
A ser mantido este rumo da conjuntura geral, parece que vamos ter de enveredar pela estratégia finlandesa...

Novo Presidente do INEM


Ja foi nomeado o novo presidente do INEM. Chama-se Abílio Gomes é cardiologista e coronel.
a
"Desempenha actualmente funções de assessor da direcção-geral de pessoal e recrutamento militar do Ministério da defesa, trabalha no Hospital de Belém e preside à direcção da Associação Portuguesa para a Prevenção e Reabilitação Cardiovascular".
Jornal Público

"Esteve envolvido na equipa que analisou a reestruturação da saúde militar, recentemente aprovada em Conselho de Ministros, e que ditou a concentração dos hospitais militares em apenas duas unidades, uma em Lisboa e uma no Porto".
Jornal Correio da Manhã
a
Diz quem sabe que, até chegar ao "eleito", muitos convites foram recusados...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Equipas SIV / VMER do INEM


Deixo-vos o link para a reportagem emitida ontem (13-Fev-08), no Canal 1 da RTP, que relata o dia-a-dia das Equipas SIV (TAE e Enfermeiro) e VMER (Enfermeiro e Médico) do INEM. Nesta peça, os intervenientes são a SIV de Cantanhede e a VMER de Castelo Branco, assim como a ambulância SBV-INEM dos B.V. da mesma localidade.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

INEM - demissão (e homenagem) do Dr. Cunha Ribeiro


O INEM é uma instituição recente. Tem melhorado a sua performance ao longo dos anos.

Por muito que alguns não aceitem, há "dois" INEM - antes do Dr. Cunha Ribeiro e depois dele. As diferenças são visíveis. Sim, nem tudo é perfeito, mas o INEM é uma instituição gigantesca que aprendeu muito com os seus erros e experiência.
a
O Dr. Cunha Ribeiro era aquilo que se pode apelidar de visionário - ambicionava que um dia, em Portugal, "INEM" fosse sinónimo de "socorro pré-hospitalar". Via nos Enfermeiros um elemento fundamental no socorro pré-hospitalar.
Por motivos vários, pediu demissão do cargo de Presidente do INEM. Após 5 anos de funções. Deixou o INEM como uma instituição credível e respeitada.
Nelson Pereira, o Director do Departamento de Emergência Médica do INEM, também pediu a sua demissão.

Entretanto, a personalidade mais falada para a sua substituição é o Dr. António Marques, Director do Departamento de Anestesiologia, Cuidados Intensivos e Emergência do Hospital de Santo António, Porto - um defensor do modelo dos "paramédicos"...
Avizinham-se mais lutas....
Testemunhos como estes, revelados no site do INEM, demonstram o esforço de todos os seus profissionais:
a
"O meu nome é Jorge Galvão e sou, entre outras coisas e desde há muitos anos, o responsável pela comercialização das imagens da Agência Lusa.
Nesse sentido tenho fornecido, de uma forma gratuita, imagens ao INEM para a vossa Newsletter Via VERDE para a Vida, porque entendi sempre que assim devia ser e hoje, felizmente, vejo que estava certo desta opção. São raras as imagens oferecidas porque a LUSA comercializa quase sempre as suas fotos, mas ainda bem que entendi haver lugar a excepções. Hoje, quero eu manifestar ao INEM o meu agradecimento pelo vosso trabalho de salvar vidas. Não sei quem foi, sei que eram 06h00 da manhã do dia 22 de Janeiro de 2007 e eu estava a ter um enfarte cardíaco. Foi chamado o INEM por telefone e passados poucos minutos tinha dois funcionários vossos, julgo que pelo menos um deles era médico, a entrarem pela minha casa na Rua Rainha D. Luísa de Gusmão n.º 8 - 4.º Esq., em Lisboa. Estes senhores actuaram com enorme profissionalismo e rapidez, além de eficácia e amabilidade no trato. De imediato fizeram o diagnóstico, fui medicado e levado para Santa Maria onde posteriormente me foi feita uma angioplastia cardiovascular.
Como não sei os seus nomes mas julgo que o INEM tem capacidade de verificar quem efectuou esta acção, solicito que lhes seja transmitida esta minha mensagem. Se houver possibilidade de saber os seus nomes e endereços electrónicos tanto melhor, pois gostaria de lhes agradecer directamente. Entretanto e desde já, ao INEM na pessoa do seu responsável máximo Dr. Luis Cunha Ribeiro e a eles, o meu MUITO OBRIGADO.
E cá continuo na Lusa, à espera dos vossos pedidos.
Com os melhores cumprimentos
"

Enf. Jorge Marques

Jorge Marques, Enfermeiro do INEM destacado em Timor-Leste, foi o primeiro a prestar auxílio ao Presidente Ramos Horta após o atentado que ocorreu junto da Casa da República, deu uma entrevista ao Rádio Clube Português e à RTP.

O que encontrou, como actuou? Podem ouvi-lo aqui e vê-lo aqui.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

O internato de Enfermagem... e a redução de vagas no ensino!

(Clicar para ampliar)
a
Quem teme a reduções de vagas no ensino da Enfermagem? Reposta: professores de Enfermagem. Desculpem, alguns professores.
Paulo Parente, Professor e Presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, teme. E muito. Porquê?

O Prof. Paulo Parente viajou até Braga para opinar acerca do futuro Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP) que, como sabem, é preconizado pela Ordem dos Enfermeiros, para o progresso científico, técnico e social da Enfermagem.
Li atentamente o artigo que encima este post (e que fica à vossa disposição), e posso asseverar que discordo frontalmente do Prof. Parente!

Sempre defendi um refinamento do "crivo" de entrada (pré-curso) nas Escolas de Enfermagem (redução do número da vagas) em detrimento de um "crivo" pós-curso, mas, enquanto a primeira opção não é uma realidade, o MDP é um instrumento útil (há que apoiar o que temos!) na regulação do acesso e da qualidade dos Enfermeiros (não só dos recém-formados, mas de todos - a acomodação dos Enfermeiros durante o seu percurso profissional é um factor que influencia negativamente o status qualitatis do exercício e da profissão).

O que "apregoa" o Prof. Paulo Parente?

Enfim, é só ler o artigo (obrigatório!). Mas o "medo" patente retratado no seu discurso mostra que os professores têm receio do MDP e respectivo internato. Porquê?
Inevitavelmente a limitação de vagas do internato terá como consequência uma redução de vagas no acesso ao curso, até que o equilíbrio seja conseguido. Em prol da qualidade é inevitável esta alteração.
O Prof. Paulo Parente sabe isso, daí a razão das mil e uma desculpas contra o MDP. Não é só o "receio" que está patente. A "angústia" também. É que, como sabem, redução de vagas tem implicações nos professores... (talvez por isso tenham votado contra este modelo!)
Venha daí o MDP... rapidamente!



P.s. - Hoje "passou" uma reportagem na TVI sobre o desemprego nos licenciados, com três Enfermeiros "à cabeça". Existem 4 mil desempregados. Em Agosto serão entre 7 a 8 mil. Já faltou mais para atingir o record alcançado pelos professores...
a
Fonte: Diário do Minho

domingo, fevereiro 10, 2008

Pensar Enfermagem


Fiquei supreendido, pela positiva, com um post de um colega ("O Enfermeiro"). Muito bem escrito! Tão bem escrito que não posso deixar de recomendar a sua leitura. Sublime!

sábado, fevereiro 09, 2008

Pós-Graduação em Anestesiologia e Controlo da Dor

Cartaz - (Clicar para ampliar)
a

Folheto - (Clicar para ampliar)

A formação é a melhor forma de evolução pessoal, profissional, assim como de valorização de uma classe profissional.
Uma das docentes da Pós-Graduação em Anestesiologia e Controlo da Dor enviou-me o seguinte e-mail a justificar a pertinência do projecto:

"Os enfermeiros [dos Blocos Operatórios] vêem-se obrigados a desenvolver acções específicas em três áreas: circulação, instrumentação e anestesia.
No entanto, o curso de licenciatura não nos prepara com os conhecimentos específicos para desenvolver estas acções. A Ordem dos Enfermeiros tambem ainda não considerou pertinente conceber uma especialidade que incluísse estes conhecimentos. Desta forma, somos obrigados a aprender com a prática, com os colegas, de geração em geração com os erros que vão passando de profissional para profissional, e cada um vai evoluindo consoante o empenhamento e dedicação pessoal."

"Noutros países existem enfermeiros anestesistas, a desempenharem funções quer sós, quer acompanhados com médico anestesista (dependendo da clínica/hospital e complexidade anestésica)."

Lista dos Docentes (Clicar para Ampliar)


Dos 71 aos 400!


Este assunto já cá foi focado, mas perante o desenrolar dos acontecimentos, e enquanto se aguardam novidades da última reunião do Sindicato com a Administração do CHLO, deixo-vos o e-mail de uma colega, onde está patente as diferenças de tratamento entre as várias classes profissionais dentro da mesma instituição:

"From: xxxxxxxx@hotmail.com
To: doutorenfermeiro@hotmail.com
Subject:
Date: Wed, 6 Feb 2008 05:09:28 +0000

Olá Sr.Enfº.
O meu nome é (...) e sou enfermeira (...) do Hospital de Santa Cruz. Após um primeiro contacto com o seu blog decidi escrever-lhe um mail e felicitar-lhe pelas excelentes críticas escritas.
Escrevo lhe também por outro motivo, (...), trabalho no local onde sempre quis e estou perfeitamente desiludida com a minha vida profissional, assim como com o que li no seu blog e que desconhecia.

Neste momento a administração do CHLO (Centro Hospital de Lisboa Ocidental) que agrupa o Hospital de Santa Cruz, o Hospital Egas Moniz e o Hospital de S. Francisco Xavier, decidiu deixar de pagar as horas de qualidade como tem feito até agora, para passar a pagar segundo a lei do código de trabalho, isto é, em vez de sermos remunerados a 50% e 100% nas noites, fins de semana e feriados, somos apenas pagos a 25% a qualquer noite a partir das 22h.

E quando digo deixaram de nos pagar é apenas aos enfermeiros contratados, pois os enfermeiros da função publica continuam a ser pagos a 50% e a 100%. Em termos práticos perdemos cerca de 150€ a 200€ por mês.

Após reuniões com o sindicato o conselho de administração do CHLO decidiu atribuir um subsídio de turno de 71€ de "natureza provisória". *sem palavras*

Conheço o panorama nacional, que é muito triste, de qualquer forma não podemos nem vamos consentir uma injustiça destas! Produzimos o mesmo, trabalhamos as mesmas horas e recebemos menos? Assim em poucas palavras quis expor lhe mais uma atrocidade, porém espero daqui a pouco tempo dar lhe melhores notícias.
Muito obrigada.

P.S. - No seguimento do seu blog se calhar faz sentido acrescentar que a administração do hospital fez o mesmo à classe médica, mas que em menos de 1 mês já foram compensandos com um aumento de 400€ no seu ordenado base!"

Comentários para quê?

O que têm em comum uma bicicleta, o SEP e o comunismo?


Não pude deixar de responder ao desafio amigável lançado pelo Enf. Pedro Frias e Enf. Rui Santos (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses). A discutir é que a verdade e a consciência florescem. O texto que se segue é meu:

Caríssimo colega Pedro Frias,
o tema do desemprego é mais do que altercado por todos os colegas. Todos nós sabemos que a etiologia do mesmo é plurifactorial, embora, naturalmente, existam factores mais preponderantes do que outros.
Não vale a pena consumir muitas palavras para tentar mudar ideologias made in SEP incutidas em alguns dos seus membros activos. Como muitos já tiveram oportunidade de expressar, o SEP ao invés de se afirmar um como Sindicato dos Enfermeiros, tornou-se, tristemente, numa filial comunista.
Os interesses dos Enfermeiros, embora na sua base sejam partilhados por outros profissionais e sectores, são muito próprios. No entanto, banalizam-se as lutas – o SEP integrou as reivindicações do seio laboral generalista - e como consequência, amainam-se as vontades e possibilidades dos próprios Enfermeiros que, lentamente, deixam de aderir.
Quando os interesses defendidos são apenas e só os nossos, as iniciativas ficam-se pelas voltas de bicicleta (com 20 ou 30 “ciclistas”) entre hospitais. Adiante.
a
O desemprego. Este problema tem um mal na própria raiz. Independentemente da existência de carências, o fluxo de formação de Enfermeiros não é compatível com os elevados índices de qualidade requeridos para a formação de um profissional de Enfermagem. Ponto assente. Julgo que não há uma alma relacionada com a profissão que não concorde.
a
As carências. Como sabe, e como em tudo na vida, o idealismo e respectivas concepções são condicionadas por aspectos que na maior parte das vezes ultrapassam-nos. Com efeito, a conjuntura da realidade sobrepõe-se. Por vários motivos. Existe muito desemprego entre os Enfermeiros portugueses. Dentro de poucos meses juntam-se a estes, mais 3500 novos profissionais. A este ritmo, e olhando a tendência dos últimos anos, receber 2 euros à hora será muito bom, ter um estágio não remunerado será agradável, pois o futuro que se avizinha mostra-se tão madastro para os Enfermeiros, que só pagando poderão trabalhar.
a
Por minha vontade, haveria um professor para cada aluno, um polícia para cada civil, um médico e um Enfermeiro para cada utente… mas não é possível. Certamente, o colega desejaria um automóvel topo de gama, uma casa com piscina na praia, um avião particular, mas, com o dinheiro, fruto do seu trabalho, não será possível. O processo já nasceu “torto”, e a argumentação do SEP teve de se adaptar a essa “escoliose” - mas continua torto.
Não se formam milhares e milhares de Enfermeiros, para só depois lhes ser reivindicado um lugar. Primeiro apuram-se necessidades, reivindicam-se, e só depois colmatam-se quando existir essa possibilidade real. Realço, quando existir!
Se o colega quer a tal casa com piscina na praia, primeiro analisa a sua disponibilidade financeira e só depois se lança ao projecto, ou primeiro compra os tijolos para depois pensar o que há-de fazer com eles. Certamente todos serão necessários para a concepção da casa, mas o colega tem dinheiro?
a
Serve o pequeno figurino para mostrar que, quando a carroça se apresenta à frente dos bois, invulgarmente alguém consegue chegar a bom porto. A estratégia de “pressing” que o SEP utiliza para coactar o SNS admitir Enfermeiros é rudimentar. Aliás, admito, neste caso, poucas soluções restam, pois “apertar o pescoço” à tutela está fora de causa. Mas deixemo-nos de propagandear este estratagema (com barbas) para não vos prejudicar o vosso trabalho e os vossos passeios de velocípede.Na carruagem seguinte viajam os rácios.
a
O segundo fundamento mais propalado é o “rácio médio da OCDE”. Se sustentassem a implementação do salário médio dos Enfermeiros da OCDE é que era de glorificar.Por mais que se argua com factos, os colegas do SEP não assimilam como são ponderados tais rácios. Sinceramente, já estou entediado de tagarelar acerca nisso. Como estou certo que saberá, tais “demónios” são calculados englobando os auxiliares de Enfermagem, o que sobrestima a média final. Desafio-o a apresentar-me um país com um rácio exclusivamente de Enfermeiros diplomados (equivalente aos nossos licenciados), superior ao de Portugal sem o flagelo do desemprego. Procure que eu espero.
a
Por último, o argumento da vigarice (promovida pelos empregadores). Este sustenta que mais Enfermeiros nos serviços permitirá o gozo dos direitos adquiridos. O que se apura é que o cenário se agravou.
Apesar de existência de mais Enfermeiros em Portugal, é mais difícil fruir os nosso direitos do que há 15 anos atrás. Simples. Com tanta precariedade, os nossos colegas mais novos sujeitam-se ao trabalho sem direitos, sem regalias e sem remuneração se tal for necessário. Vai-me dizer que todos esses colegas têm cabimento no SNS. E depois? O colega obriga o senhora ministra a admiti-los?
Não seria mais sensato discutir necessidades, negociar condições e então só depois formar os profissionais? É moroso, mas sensato. Não é agora depois de ter os aflitos na rua, que vai pregar a aflição.
a
Os professores portugueses e os Enfermeiros espanhóis perceberam isso há muito. Não é dessa forma que se deve actuar.
Mas, neste momento, mais nenhuma arma tem o SEP do que apregoar sem balas. Os caçadores são muitos e os coelhos são poucos. Das duas uma, ou se diminui os caçadores, ou então terá de servir de sexólogo para fomentar a natalidade entre coelhos. Tão mais fácil seria se os caçadores aparecessem à medida que os coelhos fossem surgindo. Assim o SEP poderia ser um sindicato dos caçadores, e não dos coelhos.
a
Convém não dizer que não podemos deixar os Enfermeiros do privado (pois o mundo não gira só à volta do SNS) ao sabor da maré, boa vontade e compaixão do patronato.


quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A pobreza... a miséria.... o drama!

A Revista Visão, esta semana (edição n. 779), levantou a ponta de um véu "perigoso" - os transplantes e todo o dinheiro que os envolve, nomeadamente, os incentivos monetários.
a
Os transplantes são uma mina de ouro para os médicos, que ganham milhões de euros com eles.

Ficamos a saber, por exemplo, que o cirugião Eduardo Barroso é um homem com dificuldades no âmbito financeiro. Confunde-se com o número de zeros do seu salário, pago pelo estado português.

Por exemplo:
> Só em Novembro de 2007, recebeu de incentivos...30 mil euros... "limpos"!
> No ano de 2007 recebeu 277 mil euros em prémios!!
a
Não admira que o seu estilista favorito seja o Giorgio Armani! Mas, vai daí, o "pobre" Eduardo Barroso contra-ataca: "estes incentivos permitem que eu me dedique ao Serviço Nacional de Saúde com um salário semelhante ao que é praticado no privado. Porque no hospital já ganho bem, deixei a minha actividade privada. Não posso viver sem eles e não tenho vergonha de o fazer".
a
Andam aqui os Enfermeiros preocupados com uma nova carreira, e com um aumento de meia dúzia de euros (já para não falar nos salários miseráveis da maioria dos privados), quando temos funcionários públicos a auferirem salários milionários!

Mas, o próprio, revoltado por ter sido apelidado de "euromilhões dos transplantes", afirmou que entre algumas propostas delineadas por ele, está, "nomeadamente, a fixação de tectos máximos para os incentivos aos profissionais envolvidos no processo de transplantação".
a
Quem também está revoltada com os incentivos é a classe de Enfermagem. Não com os milhões, mas com os tostões. E só são para alguns....
"A revista, na edição de hoje, refere que entre a equipa de enfermagem do Curry Cabral, só alguns recebem incentivos".
a
Não admira que uma Enfermeira do Curry Cabral tenha afirmado que "tudo o que rodeia os incentivos é profundamente imoral e injusto"...
a

"A César o que é de César"!


Li por aí na net que este artigo, que denominaram "Artigo de Opinião - Enf. Rui Santos" foi escrito pelo Enf. Rui Santos do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Não foi.

Esse artigo, foi escrito por mim, como resposta a um comentário do Enf. Rui Santos. Fica reposta a verdade.

Ordem dos Enfermeiros: subsídio de fixação...


A Ordem dos Enfermeiros gosta de brincar com os... Enfermeiros.
Por um lado gosta de afirmar que o seu desígnio é" regular a profissão" (e dizer que "faltam Enfermeiros" - digo eu!), por outro argumenta com voz-de-ferro que tudo o que diz respeito a carreiras e remunerações é do âmbito sindical, entrando por vezes num extremismo radical que em nada beneficia a profissão, e muito menos a sua regulação (para falar a verdade, de regulação, ainda não vi nada!)!

Após o anúncio da existência de uma Portaria que acabava com o subsídio (remuneração!) de fixação dos Enfermeiros na Região Autónoma da Madeira ter sido revogada, a Ordem dos Enfermeiros veio a público congratular os colegas...

Ora, eu pensava que o isto (dinheiro) era um assunto tabu, visto que a Ordem dos Enfermeiros tenta desmarcar-se a todo o custo de tudo o que diga respeito a remunerações...

Proposta da OE: acompanhamento de utentes....


Se bem se lembram, aquando do episódio da morte de um idoso no Hospital de Aveiro, vítima de uma queda no Serviço de Urgência, a Ordem dos Enfermeiros propôs um plano de acompanhamento de utentes, tendo avançado com uma proposta ao Ministério da saúde para que fossem os enfermeiros a fazer esse acompanhamento.

Quem melhor do que os Enfermeiros para essa gestão?

O Ministério da Saúde, segundo o Jornal de Notícias, achou este "projecto-ideia" interessante, mas... mudou um pequiníssimo pormenor quase sem importância: "Acompanhamento de doentes vai ficar nas mãos dos médicos"! - A notícia fica ao vosso dispor, basta clicar.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

180 dias....


"Negociações sobre as carreiras especiais deveriam estar concluídas no prazo de 180 dias".


Como sabem, nas carreiras ditas especiais inclui-se a de Enfermagem. Previa-se que entrasse em vigor em Janeiro de 2008. Não entrou. Aguardemos, mais 180 dias... (será desta?)

Escalões de Enfermagem - Descongelamento/Progressão


Como deve ser do conhecimento dos todos os colegas, o Governo congelou as progressões remuneratórias na carreira de Enfermagem até 31/12/2007.
A partir de 01/01/2008, o processo de progressão remuneratória deixou de estar congelado.

Como tal, os sindicatos (aqui e aqui) aconselham vivamente todos os Enfermeiros, a requerer o direito de progressão junto dos respectivos Conselhos de Administração.
a
Apesar da Direcção Geral da Administração e Emprego Público, através da Circular nº 16/GDG/07, "aconselhar" as instituições no sentido de aguardar a "entrada em vigor do novo regime de vínculos, carreiras e remunerações, para então procederem à progressão de acordo com as normas que ali vierem a ser fixadas", devemos requerer a referida progressão.

Após a concretização dos processos de avaliação (no máximo até Março de 2008) poder-se-à progredir na carreira.
A não publicação da nova Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações, não produz novo congelamento.

Em relação à futura avaliação dos Enfermeiros, o que se sabe actualmente é que não se aplicará o SIADAP de âmbito geral, pois "médicos e Enfermeiros serão abrangidos por diplomas autónomos, a aprovar mais tarde", ou seja, teremos um sistema de avaliação próprio.

A minuta para o pedido de progressão na carreira é simples:
a
"Nome, categoria, local e serviço onde desemprenha função, escalão/índice, vem por esta via requerer a revisão do seu escalão/índice, de acordo com a lei vigente.

Pede Deferimento
Local, data
Assinatura"

terça-feira, fevereiro 05, 2008

(Evolução das) Remunerações dos Enfermeiros...

(Clicar na imagem para ampliar)

Em virtude de estarmos próximos (esperamos nós!) da negociação no âmbito da implementação nova carreira de Enfermagem, deixo à vossa disposição um pequeno "estudo" de pesquisa relativo aos salários dos Enfermeiros (um pouco por todo o mundo) comparativamente a várias classes profissionais (Dentistas, Engenheiros, Médicos e Professores). Todos os salários são valores médios.

Como podem constatar, as remunerações dos Enfermeiros são na generalidade (as mais) baixas.

A título de curiosidade, deixo-vos também a tabela salarial da carreira docente (básico e secundário - 2008) para comparação (clicar na ampliar).

No entanto, e como é possível observar no quadro seguinte (clicar para ampliar), foram também os Enfermeiros que registaram a maior subida salarial dos últimos 20 anos. Ainda assim, continuamos a ser a classe o retorno económico mais reduzido.

Em Portugal, aguarda-se agora novo enquadramento salarial (e não só!), consequência do "renovado" perfil académico dos Enfermeiros.

Existem vários sites internacionais, onde é possível simular o salário da cada grupo profissional em determinado país. Estas simulações servem de orientação global, o que auxilia a gestão dos respectivos honorários (em valores médios).


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

AmazingCounters.comVisitas ao blog Doutor Enfermeiro


tracker visitantes online


.

Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!