sexta-feira, novembro 30, 2007

A "magia" das eleições - a OE respondeu....


O mandato da Enf. Maria Augusta de Sousa tornou-se um pouco mais activo ... na época das eleições!
Um mandato caracterizado pela passividade e pelo silêncio transformou-se. Não me interpretem mal. Sem ilusões. até dia 13 de Dezembro, depois, volta tudo à mesma bradicardia de sempre!
Desta feita a voz da OE ouviu-se, baixinho, mas ouviu-se. Em causa está uma crónica do Prof. Soares Martinez, que ofendeu recentemente de uma forma lamentável a classe de Enfermagem. Na altura, aqui no blog, foi publicado um post relativo ao facto, denominado "Retalhos de uma crónica (estupidamente) anti-Enfermagem!"
O final do post terminava com um repto à OE que dizia:
"A bem da classe de Enfermagem, a Ordem dos Enfermeiros (esqueçamos agora as divergências eleitorais) deveria exigir um pedido formal de desculpas a esta personalidade grotesca! "
E como estamos em campanha eleitoral, a OE fê-lo (não um pedido de desculpa, mas um comunicado a repudiar a referida crónica):
a
"Na sequência da publicação do artigo intitulado «As perseguições ao prestígio e ao mérito», da autoria do Prof. Soares Martinez, na edição de 27 de Novembro do Jornal «O Diabo», a Ordem dos Enfermeiros solicitou, junto da direcção daquele semanário, o exercício do Direito de Reposta. Em causa estiveram determinadas afirmações proferidas por uma uma tão eminente figura do Direito português e relativamente às quais a OE não pôde deixar de expressar a sua mais profunda decepção / indignação.
Com efeito, foi com bastante estranheza que, considerando o vasto currículo profissional do Prof. Soares Martinez - onde consta, entre outra distintas funções, o cargo de Ministro da Saúde e da Assistência (1962- 1963) e a cátedra nas área do Direito, Economia Política e Finanças (entre outras) -, a OE constatou, através do discurso do Prof. Soares Martinez, um manifesto desconhecimento de princípios que integram o ordenamento jurídico nacional.

Estamos a referir-nos, concretamente, ao Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros, um documento consignado no Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro, alterado pelo Decreto-lei n.º 104/98, de 21 de Abril. No nº 3 do Artigo 8º desse diploma, pode ler-se que «Os enfermeiros têm uma actuação de complementaridade funcional relativamente aos demais profissionais de saúde, mas dotada de idêntico nível de dignidade e autonomia de exercício profissional».

Além disso, o referido decreto-lei refere que «a enfermagem registou entre nós, no decurso dos últimos anos, uma evolução (…) que torna imperioso reconhecer como de significativo valor o papel do enfermeiro no âmbito da comunidade científica de saúde e, bem assim, no que concerne à qualidade e eficácia da prestação de cuidados de saúde».

Ora, tendo como referência a «complementaridade funcional» dos enfermeiros no contexto da prestação de cuidados de saúde, bem como o reconhecimento, do legislador, pelo «significativo valor» do papel da Enfermagem «no âmbito da comunidade científica da saúde», a Ordem dos Enfermeiros considera totalmente despropositadas e condenáveis as declarações do Prof. Soares Martinez.
Recorde-se que o artigo em questão menciona, entre outros aspectos, o seguinte:
«Chegaram as perseguições aos corpos clínicos. Compreensivelmente, posto que também os médicos sempre gozaram em Portugal de justificado prestígio. Não se estranhará, pois, que a mediocridade se empenhe em reduzi-los ao plano comum de operários especializados, ou de amanuenses, ou, pelo menos, situando-os ao mesmo nível da enfermagem, da assistência social e da psicologia clínica, cujos elementos ultimamente invadiram os hospitais, em posições, por vezes, desajustadas, sem vantagens assinaláveis para o respectivo funcionamento»."

A opinão que é partilhada por muitos Enfermeiros....


Transcrevo o comentário de um(a) colega. Para reflectir profundamente.


"Vou-lhe dizer a razão pela qual a "Enfermagem está uma Vergonha". Quer saber? Esta mesmo interessada?

Então cá vai:
A primeira razão é a mais óbvia: a Bastonária não é claramente uma líder. E não venha já dizer que estou a ofender; não é uma líder porque não foi capaz de motivar os colegas, não foi capaz de comunicar, comunica mal as ideias, distanciou-se do mundo real da profissão de enfermagem e dos seus problemas; ficou presa ao seu lugar pensando sempre que o seu lugar estaria garantido sem "luta" para um segundo mandato. Já contava com este mandado. Não contava é com outras listas - "saiu-lhe o tiro pela culatra";

Em segundo porque não tem "Poder" político; ao contrário do que muitos tentam afirmar a Ordem deve envolver-se de "corpo e alma" nas políticas da saúde; e na verdade, nenhum dos actuais políticos no poder lhe liga nenhuma pelo seu passado comunista e o dos seus amigos; e não sejam ignorantes ao virem dizer-me que a política não entra nas Ordens... vejam TODAS as outras Ordens e depois digam o que pensam;

Em terceiro porque efectuaram políticas de "ziguezague" em muitas matérias: não se souberam posicionar relativamente a Bolonha, não souberam posicionar-se sobre a problemática de termos "perdido" poder através dos enfermeiros directores, não foram capazes de definir (e o quanto isto era importante) o "perfil" do Enfermeiro (estou a falar de carreira), não foram perdidos nem achados na questão das USF, limitando-se a aceitar o resultado final do diploma, fazendo passar o nível dos cuidados de enfermagem "para empregadas de escritório" (e não me venha falar do Dec-lei que já li) fazendo retroceder a enfermagem para o século XIX, quando esta área dos cuidados de saúde primários deveria ter sido prioridade "política" da actual direcção da Ordem;

Os cuidados de saúde Primários deveriam ter sido liderados pela profissão de Enfermagem e não fazerem de nós empregadas dos médicos como recentemente (e sem querer) disse o candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Leão;Não foram capazes de definir atempadamente e rapidamente as questões e problemáticas referentes às especialidades, em que continuamos a ter a "medico-cirúrgica" a "Reabilitação" a "Obstetrícia" e pouco mais (já existem há 50 anos);

Não foram capazes de "controlar" o crescimento exponencial das escolas onde defenderam um modelo obsoleto e descaracterizado permitindo formar de forma descontrolada profissionais a mais;

Não foram capazes de intervir na qualidade do Ensino da Enfermagem regulando e avaliando, chamando atenção às escolas para a qualidade dos seus docentes e dos seus programas, assim como chamar a atenção pelas qualidade dos Ensinos clínicos(já sei que me vão dizer que não compete À Ordem: tretas e mais tretas! não deve competir só à nossa Ordem porque às outras compete);

Não foram capazes de interferir de forma decisiva sobre a nova lei das farmácias, tendo sido retiradas vergonhosamente e com complacência da actual ordem dos enfermeiros competências aos enfermeiros uma vez mais;

Enfim o leque é imenso - Apenas refiro as mais importantes;

Perdemos nos últimos anos autonomia e com isso "Poder" dentro do SNS, perdemos competências, perdemos motivação, perdemos o interesse, perdemos estatuto, perdemos espaço político, as outras profissões de saúde perderam respeito por nós, enfim... uma vergonha!

Mas a curiosidade, e ao contrário do que quis insinuar, é que temos enfermeiros fantásticos a fazerem um trabalho fantástico. Mas graças à actuação da actual Ordem nem isso somos capazes de ver."

quinta-feira, novembro 29, 2007

Lista C - Enf. José Correia de Azevedo


Já são conhecidos os nomes dos Enfermeiros que integram a lista C, liderada pelo Enf. JC Azevedo, para o Órgão Nacional (Bastonário e Conselho Directivo) da OE para as eleições do mandato 2008/2011. Como sabem, o Enf. Azevedo só concorre com às eleições com o órgão nacional. Existe uma candidatura à Secção Regional do Sul que apoia o Enf. Azevedo e vice-versa.

Bastonário

Enf. José Correia Azevedo

Conselho Directivo

Enf. Duarte Marcelo da Cruz Lourenço - Hospital de S. João - Enf. Chefe

Enf. Maria Manuela Pinto Fernandes Leal - Centro Saúde Amora - Enfermeira Especialista

Enf. Maria Adelaide Marques Silveira - Hospital Geral de S. António - Enfermeira Especialista

Enf. Olímpio Varela Baía - Hospitais Universitários de Coimbra - Enf. Chefe

Enf. Sérgio Manuel Roliz Serra - Universidade Atlântica - Professor Adjunto


Conselho Directivo (Suplentes)

Luís Manuel Campos Simões - Hospitais Universitários de Coimbra - Enf. Graduado

Maria João Mello de Lemos e Alvellos Leitão - Hospital Fernando Fonseca - Enf. Chefe

*****

Todos os elementos das várias listas (incluindo Secções Regionais) estão disponíveis aqui.

terça-feira, novembro 27, 2007

Gente importante...

No mundo, há gente importante: cientistas, políticos, filósofos, escritores, etc...
Mas raramente têm a importância destes que eu cá conheço. Aos olhos de uma criança estes, são sem dúvida, os mais importantes...

E nós podemos ajudá-los a ser ainda mais importantes...

www.narizvermelho.pt


Esclarecimento


Foi surpreendido pelo anúncio dos administradores do espaço "Forum Enfermagem", relativamente a actividades de índole fraudulenta, por apropriação indevida de identidades alheias.
Com efeito, a denominação "Doutorenfermeiro" (entre outras) era abusivamente utilizada por terceiros, com emissão de várias opiniões/comentários no referido site. Tais intervenções/comentários não foram efectuadas/concebidos por mim.
Logicamente a denominação "Doutorenfermeiro" não é uma marca registada, mas o uso da mesma pressupunha uma relação com o blog doutorenfermeiro.blogspot.com, o que não é verdade.

O meu obrigado aos administradores do Forum Enfermagem pelo auxílio na reposição da verdade.

Retalhos de uma crónica (estupidamente) anti-Enfermagem!

(clicar para ampliar e ler)


Numa crónica escrita por Pedro Soares Martinez, licenciado em Ciências Jurídicas e em Ciências Político-Económicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, no Jornal "O Diabo", é possível ler algumas tiradas ridículas, características de um indivíduo inculto e idiota, quase a tocar na xenofobia sintomática e desprezível.
A crónica versa sobre o actual estado da nação e a relação do Poder Central com as diversas classes profissionais. Tudo bem, até falar dos Enfermeiros (e não só!).
Este jurista desconhece por completo o que é a Enfermagem e quem são os Enfermeiros. Diz o povo que "o silêncio é de ouro" e com razão. Para desconsiderar assim os Enfermeiros com base na ignorância tosca, estar calado é a melhor alternativa.

O referido senhor, que um dia certamente irá necessitar dos Enfermeiros, afirma o seguinte:

"Chegaram as perseguições aos corpos clínicos. Compreensivelmente, posto que também os médicos sempre gozaram em Portugal de justificado prestígio. Não se estranhará, pois, que a mediocridade se empenhe em reduzi-los ao plano comum de operários especializados, ou de amanuenses, ou, pelo menos, situando-os ao mesmo nível da Enfermagem, da assistência social, da psicologia clínica, cujos elementos invadiram os hospitais em posições, por vezes, desajustadas, sem vantagens assinaláveis para o respectivo funcionamento"

Mas o "iluminado cronista" não ficou por aqui. Ainda conseguiu debitar mais idiotices:

"Nos blocos operatórios como nas enfermarias ou nos conselhos de direcção clínica, onde o bom senso impõe que as posições cimeiras caibam aos médicos"

Há mais:

"Só à ignorância das particularidades das funções clínicas ou a intuitos persecutórios e desprestigiantes poderá atribuir-se a pretensão de aquilatar da diligencia dos clínicos através da aposição de impressões digitais em relógios de ponto. Como seria igualmente inaceitável semelhante exigência em relação aos magistrados judiciais, aos diplomatas e muitos outros profissionais"

(Em suma, os médicos são divindades cujo corpo físico só serve para "carregar" luxuosamente um cérebro ímpar e brilhante de um lado para o outro, estão acima da lei, e devem mandar em tudo e todos!! Mais, colocar a sua impressão digital no pontómetro é um pecado com consequências imprevisíveis...
Médicos, juízes e diplomatas de um lado, simples e reles mortais de outro.)

A bem da classe de Enfermagem, a Ordem dos Enfermeiros (esqueçamos agora as divergências eleitorais) deveria exigir um pedido formal de desculpas a esta personalidade grotesca! Porque este tipo de afirmações, desfazadas da realidade, excede o limite do razoável e da capacidade de perdão!

segunda-feira, novembro 26, 2007

ありがとう (que é como quem diz em Japonês... obrigado!)


Muito obrigado aos colegas dos blogs Visão ENFernal (Enf. Miguel Teixeira) e Enfermeiro de Anestesia (Enf. Nuno Tavares Lopes) pela lembrança.

Como está estipulado (para não quebrar a brincadeira...) aqui ficam as regras e as minhas nomeações:


Regras da lembrança:

1. Este prémio deve ser atribuído aos blogs que considerem serem bons, entende-se como bom os blogs que costuma visitar regularmente e onde deixa comentários.

2. Só e somente se recebeu o “Diz que até não é um mau blog”, deve escrever um post:- Indicando a pessoa que lhe deu o prémio com um link para o respectivo blog;- A tag do prémio;- As regras;- E a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio.

3. Deve exibir orgulhosamente a tag do prémio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele.

4. (Opcional) Se quiser fazer publicidade ao blogger que teve a ideia de inventar este prémio, ou seja – Skynet - pode fazê-lo no post).
a
Nomeações (sem qualquer ordem de preferência):
a
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaVisão Enfernal da Coisaa
aaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaO Enfermeiro

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Enfermeiro de Anestesia

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Neuro_Enfermeiro

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Murcón

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Psikiatrices

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Que raio de saúde a nossa

Onde está a "nova" carreira de Enfermagem?


De acordo com as promessas do Ministério da Saúde para a aguardada negociação da carreira de Enfermagem, neste momento, esse processo negocial deveria estar na sua fase final. O objectivo era que a nova carreira entrasse em vigor a 1 de Janeiro de 2008. No entanto, o silêncio que rodeia esta questão é grande, e os colegas provavelmente já se aperceberam que ainda "não é desta" ...

Porquê?

Segundo o SEP, "as iniciativas de luta protagonizadas pelos trabalhadores da administração pública, permitiram que o governo não levasse tão longe os seus objectivos", pelo que o diploma que servia de base à referida negociação irá ser reapreciado e reproposto "razão pela qual, à partida, não entrará em vigor em Janeiro de 2008".

O que significa este atraso?

"Esta alteração que poderá significar o atraso no início da negociação da carreira de Enfermagem e apesar deste contratempo, deverá ser avaliado por todos nós como mais uma vitória contra a prepotência deste governo mas, principalmente, como a possibilidade do início do processo negocial específico da carreira acontecer em condições mais favoráveis, decorrente das alterações que possam vir a ser introduzidas na proposta de lei".

Entretanto, a proposta de lei já foi aprovada na Assembleia da República, tendo sido introduzidas cerca de 60 alterações à proposta original.

Vamos continuar a acreditar e a lutar pela justiça para os Enfermeiros.

Direito de resposta

Num post colocado no blog saudesa.blogspot.com, pude ler o seguinte comentário:

"Curioso é o controlo que se faz em alguns blogues controlados pelo Enf Azevedo (o 'doutoenfermeiro' e o 'forumenfermagem'): neste momento não deixam ninguém registar-se para comentarem excepto eles próprios. Que espertinhos, não são?"

Em primeiro lugar, este blog não é "controlado" pelo Enf. José Azevedo. É um blog de Enfermagem que apoia indiscutível e incondicionalmente a candidatura do Sr. Enf. JC Azevedo para bastonário da OE. Como tal, é lógico que exista sintonia com a postura e as posições do candidato.
Em segundo lugar, os comentários estão abertos a todos. Inclusivamente, não é necessário fazer qualquer login para proceder à expressão da opinião pessoal de cada colega/leitor/comentador, para exista dinamização nas discussões e debates, através do consequente incremento contributivo. É um método democrático-liberal, que aliás é inerente à postura habitual deste blog.

domingo, novembro 25, 2007

Afinal era verdade...

Um dia, um colega escreveu-me um e-mail que me intrigou.

Entre outras coisas, disse-me: "(...) Desculpe avisá-lo, mas a enfermagem faleceu ontem às 2:26 AM, vítima de insuficiência respiratória, sozinha, ignorada. Vai ser sepultada em vala comum (...)".

Mesmo para os mais cépticos, a realidade não engana. Afinal, faleceu.

Agora, que se encontra em linha isoeléctrica, temos de unir forças, vontades, estratégias e sincronizar todas as nossas energias. Alguns de nós devem colocar os eléctrodos, outros preparar de imediato as adrenalinas, abrir o laringoscópio e intubar, ventilar e outros ainda, encostar as pás para poder "chocar"...
Lembrem-se, o tempo é escasso. Se demoramos demasiadamente corremos o risco de não ter sucesso ou então podemos ter a sorte de reanimar, mas com sequelas irreversíveis...

Agora, a Enfermagem só depende de nós, ou trabalhamos em equipa... ou não....

Células da pele humana "transformadas" em células estaminais!?!


Um grupo de investigadores japoneses e um grupo de investigadores norte-americano, conseguiu reconverter células maturadas da pele humana em células estaminais, que, como sabem, têm a capacidade de ser diferenciar e transformar em qualquer tipo de célula do corpo humano.

Tudo isto, sem recorrer a embriões humanos, o que contorna todas as questões éticas que até aqui se levantavam.

Outrora disse o Neil Armstrong (quando deu os primeiros passos na superfície lunar): "este, é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigante para a humanidade".

Eu, humildemente, tomo a liberdade de adaptar: "este, é um passo microscópico para o homem, mas um salto gigante para a humanidade"!

sexta-feira, novembro 23, 2007

Escolas de Enfermagem: perspectivas dos candidatos!


A classe de Enfermagem está preocupada, e com toda a legitimidade, com o número de escolas que leccionam o curso e com a qualidade do ensino em Portugal.

O boom de escolas/cursos de Enfermagem após o final dos anos 90 foi assustador.

A Enf. Mariana Diniz de Sousa (1ª bastonária da OE) desde logo tomou providências e encetou com a tutela um diálogo no sentido de resolver esta situação (que se revelaria (e revelou!) nefasta para a profissão)!

A Enf. Maria Augusta de Sousa sempre teve uma posição passiva e pouco interventiva em relação a este assunto. Inclusivamente apoiou a tutela quando esta anunciou publicamente o aumento do número de vagas para a Enfermagem. Em comunicado, a OE referiu que, "o Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros considera positiva a decisão do Governo em aumentar o acesso às Escolas de Enfermagem". Isto, em pleno ano de 2006, quando já existiam milhares de Enfermeiros desempregados!!!
Nunca se opôs verdadeiramente ao aumento de vagas ou escolas!
É assim que se contrói um futuro? Com milhares de Enfermeiros no desemprego, que são explorados, humilhados e utilizados como mão-de obra barata pelo patronato?

O que é grave é que todos sabem que existem muitas escolas que não oferecem a qualidade necessária à formação em Enfermagem, promovendo a banalização do acesso e o facilitismo. A falta de campos de estágio de qualidade reconhecida, aliada a estes factores, fragilizou e vulgarizou o ensino da Enfermagem...

Em declarações recentes nesta campanha eleitoral, a bastonária declarou que "não faz parte das competências da OE aprovar planos de estudo ou verificar a qualidade dos cursos".

Por este motivo a Enf. Maria Augusta de Sousa não fez cumprir as obrigações da OE determinada pelos seus estatutos!!!

É possível prever, portanto, que nos próximos pouco ou nada mude neste âmbito.
A proposta da Enf. Maria Augusta de Sousa para solucionar esta situação é o Modelo de Desenvolvimento Profissional (brevemente será dedicado um post a esse tema), o qual prevê o estabelecimento de um número de vagas para um suposto internato de Enfermagem, imprescindível para ser reconhecido como Enfermeiro.
O que ela não disse foi que, os licenciados em Enfermagem que não tiverem acesso ao internato, ficarão num impasse burocrático sem reconhecimento legal para exercer a profissão! Serão detentores da licenciatura, mas nunca poderão exercer!
Deste forma, a classe será separada em 3 grandes grupos: o licenciados que não têm autorização para exercer, os que podem exercer, mas não possuem emprego devido ao grande caudal de alunos, e os que podem exercer, mas são explorados no seu local de trabalho! Intolerável!
a
Qual a posição do Enf. José Azevedo sobre esta questão?

"Como sabem, a alínea j do art. 3º do DL 104/98 - Estatuto da Ordem determina que: …."pronunciar-se sobre os modelos de formação e a estrutura geral dos cursos de enfermagem".

Não pode haver referência mais clara acerca da responsabilidade directa da Ordem dos Enfermeiros na definição dos cursos a ministrar.
A inversa vai dar ao mesmo: se um curso está a funcionar sem o parecer favorável da OE esse curso não tem condições de prosseguir. Não vale a pena inventar propostas de desculpa serôdia.
Se a lei atribui à OE a competência de se pronunciar, sobre os cursos de enfermagem e todo o ciscunstancialismo que os rodeia, não precisa mais do que verificar as condições à posteriori, já que o não fez à priori e propor a suspensão dos que não estão, em consonância com o parecer da Ordem, condição essencial de funcionamento, (desculpem: falta esse parecer da OE, na documentação das escolas que, como cogumelos, pululam por todo o norte do país, curiosamente):
Ora como ia dizendo já ouvi à ainda bastonária, numa AG que isso dos cursos e das escolas era com o ministro da ciência e da arte e das letras: letra. É que aquilo está ali escrito porque o Estado delegou na representação mor dos enfermeiros a capacidade de dizer o que entende por um enfermeiro me como deve ser formado para estar de acordo com o que a OE entende por Enfermeiro.
Pelos vistos a OE não tem entendido nada e a formação tornou-se um modo de vida fácil e rentável, para alguns e desgraça para muitos que investiram muito para terem um emprego garantido.
a
A conclusão é óbvia: há aqui muita responsabilidade, sobretudo dos que se aproveitam dos pregões de faltam 20000 enfermeiros, dizem uns; não, faltam 11.000, dizem outros. E os desempregados crescem e os salários degradam-se, aviltam-se.
a
O problema é complexo, no entanto, quando um problema é bem equacionado tem sempre solução, determina a lógica.
A primeira questão é circunscrever ao mínimo as vítimas do lucro fácil; a segunda é usar as competências da Ordem para essa circunscrição ou delimitação, tendo a coragem e o dever de dizer o que está mal e cortar-lhe as raízes sem tergiversações, nem conveniências; em terceiro lugar nunca dizer quantos enfermeiros faltam sem fazer uma previsão correcta, tendo em conta o papel que se pode exercer no emprego dos que se formam; quarta, não inventar maneira de prolongar o desemprego através de cursos que nunca mais acabam: estão sempre à espera da última moda.
a
De indefinição em indefinição chegamos ao estado actual que é alarmante, para quem tiver sensibilidade para com a desgraça alheia. Reduzir os excessivo número de enfermeiros, passa por exigir qualidade idónea nos cuidados de enfermagem que deve definir com clareza onde faltam os enfermeiros e impor, como lhe compete, a sua colocação. Com efeito, os que estão formados são os primeiros a requerem a nossa muito especial atenção.
a
Não pode haver o sacrifício de enfermeiros pois a sobrecarga aumenta a possibilidade de erro. Garantir a qualidade em todas as circunstâncias, dos cuidados de enfermagem é competência da Ordem. Vou exercê-la.
O problema tem solução e até fácil desde que se actue correctamente em função da Enfermagem cuja natureza e problemática deve estar sempre presente enquanto Bastonário.
O meu lema não é agradar mas sim cumprir com eficácia o que interessa ao bem comum, máxima suprema de qualquer deontologia e ética.
O que convém à Enfermagem é o que me convém, como Bastonário.
A nossa Ordem tem sido muito conduzida em vez de ser condutora e esta é uma questão de fundo que só uma mudança, um enxerto no sítio certo pode corrigir."
a
Vamos querer mudança com o Enf. JC Azevedo, ou manter o actual estado de apatia com a Enf. MAS?
É possível ler as posições do Enf. Azevedo na comunicação social aqui (Jornal Sol) e aqui (visita aos HUC).

quinta-feira, novembro 22, 2007

A "carta"...

Clicar para ampliar e ler


"Aquele pensa que sabe muito, mas não sabe de nada, e a sua ignorância é tanta que nem sequer está em condições de saber aquilo que lhe falta"
.........................................................................................- François Fénelon


A incapacidade de alguns dita os seus argumentos. Perante um comunicado do Enf. José Azevedo a todos os Enfermeiros (e não apenas dirigido aos militantes do PSD, como alguns querem fazer crer), logo os militantes da Enf. MAS transformaram o assunto numa polémica infundada, sem qualquer interesse para o seguimento da campanha.

Todos sabem que o Enf. JA é militante Social Democrata, pelo que, na "controversa" carta, apresentou-se como "Enfermeiro de profissão" e "militante do PSD"..., no entanto a maldade de alguns interpretou o facto de outra forma.

"Atacar" pessoas ao invés das suas políticas e estratégias é feio. Revela falta de carácter e postura. Apesar de muita gente conhecer o passado inquietante, apático e anti-Ordem dos Enfermeiros (surpreendidos?) da Enf. MAS, estes factos não serviram de argumentos contra a mesma. O contrário, infelizmente, não é verdade. Mais grave do que isso, é que o "ataque raivoso" não tem fundamentos. Ser militante do PSD é crime? Não é. Da mesma forma que ser comunista não é...(mesmo assim, muitos Enfermeiros ficariam espantados se soubessem que militantes é que controlam as finanças da Ordem, que é o mesmo que dizer, as nossas quotas....!!)

Fizeram crer que, caso o "José Azevedo se torne bastonário, de os enfermeiros da Ordem virem a ser discriminados em função da sua militância partidária, inclusive no acesso à carteira profissional". Esta dedução malabarística é obra!

Se na realidade os Enfermeiros desejarem levar a cabo uma retrospecção partidária dos candidatos, ficarão surpreendidos com as ligações da actual bastonária. Mas, neste blog, estes "campos" não são explorados. É preferível a bem de toda a classe e da profissão, debater os problemas e planos para o futuro, esses sim, bem mais interessantes.

Se a Enf. MAS pensa que com este tipo de insinuações consegue arrecadar uns "pontitos extra" no caminhada para as eleições, desengane-se. Esse tipo de postura não é característica nem apropriada para um bastonário.

Mas não deixa de ser curioso e interessante, que só no período eleitoral é que a bastonária toma posições e está atenta ao mundo que a rodeia....
a
Tal como referi anteriormente, a próxima série de publicações de posts aqui no blog, será dedicada aos planos e estratégias que cada um dos bastonários traça para a profissão. É pois, desta forma, que se decide qual o melhor....

quarta-feira, novembro 21, 2007

Um sentimento muito comum....


O colega "Vítor A". deixou este comentário:

"Nós enfermeiros estamos a ser mais uma vez vitimas, vitimas do famosa conjuntura, laboral e educaciona, formativa, em que o que conta é enriquecer a entidade patronal em detrimento do resto.
Um exemplo, a distancia entre as classes "rica" e "pobre" é cada vez maior. Porquê? Os preços/hora e privilégios/direitos da classe trabalhadora é cada vez menor, (dizem os patronos que é por causa de o preço do produto comercializado ser o mais competitivo possivel). MAS, quando um de nós vai á prateleira do "Supermercado"/Escola/faculdade, os preços dos "produtos" são ainda mais altos que anteriormente, não baixaram!! Porquê?? Quem fica cada vez mais rico?? E mais pobre porque ganha menos e tem de comprar os "produtos" que cada vez são mais caros? Isto atravessa todas as classes INFELIZMENTE. Imagino que no gabinete do Socrates deve ter um placar enorme com uma fotografia representativa do funcionário que trabalha para a administração publica que é para atirar os dardos. Cada lei é um dardo que nos atinge, que magoam a nossa dignidade, respeito, carteira. São um atentado consumado á todos nós trabalhadores.
A OE não lhe compete, (é o que dizem eles), as lutas laborais e salariais. Eu tenho uma outra opinião. À OE compete a DIGNIFICAÇÃO da profissão.
É digno um Enfermeiro ganhar 3€ hora a trabalhar fins de semana, noites, épocas festivas com a penosidade que lhe é conhecida?

È Digno um enfermeiro que investiu 4 anos da sua vida na sua formação "lutar contra colegas" pelo melhor preço hora, pelo mais baixo preço hora? Dizem que a União faz a força. Acredito que os Enfermeiros são Unidos (Sou um sonhador!!!) Mas falta um líder que lidere essa força e que direccione os objectivos comuns a todos os Enfermeiros. As outras classes são fortes mas a nossa é a mais forte, Sem nós o PAIS PARA!!

Somos a Ordem com mais associados que existe em Portugal. Contudo passamos uma mensagem a nós e á opinião publica de desunião,desorientação, competitividade a baixo preço...
Custa-me muito que o dinheiro das nossas quotas esteja também a ser investido no Luxo das viagens, (se calhar em 1ª classe) dos nossos representantes às conferencias internacionais, o luxo que é o património imobiliário da OE (pago também por quotas dos colegas que estão desempregados ou que nunca trabalharam mas tem que pagar se querem que cédula esteja actualizada. Sou enfermeiro há 13 anos, estou no quadro da quase futura ex-função publica. Estou mais que solidário com os colegas que estão a ser explorados, enganados e outras palavras que não dignificam em nada a nossa classe, com a conivência/paralisia da OE que deixa que actos de enfermagem sejam "usurpados" por outras classes porque ainda o acto de enfermagem não está definido ao contrário de outras classes (Médicos, arquitectos, solicitadores, etc.) Mas o que fazer??
Os enfermeiros tem quase todos o mesmo objectivo mas estão desorientados na sua forma de luta. Falta um líder representativo, que direccione os enfermeiros, não só na luta laboral, mas também na dignificação da carreira.

Quem não sei, mas sei de certeza que com esta bastonária não é de certeza! Desculpem o desabafo alongado!!"


P.S. - Ex.mos Colegas,
tendo em conta a proximidade da data eleitoral, a partir de hoje iniciar-se-à a publicação de um conjunto de posts cujo objectivo é esclarecer todos os colegas relativamente às posições dos candidatos a bastonário da OE.

Os temas a focar são aqueles mais polémicos (e pertinentes) com que a classe de Enfermagem se tem deparado -
- "Escolas",
- "Qualidade do ensino",
- "Fluxo de formação de alunos",
- "Modelo de Desenvolvimento Profissional proposto",
- "Internato de Enfermagem",
- "Acto de Enfermagem",
- "Regulação da profissão",
- "Remodelação das especialidades de Enfermagem",
- "Aquisição de novas competências",
- Etc...

Sobre cada um destes items fundamentais para o futuro da profissão, cruzaremos as opiniões, planos e estratégias da Enf. MAS (recolhidas a partir do site da OE, do seu site de candidatura pessoal, e das posições públicas emitidas), e do Enf. José Azevedo (o Enf. JA teve a amabilidade de emitir via e-mail, especialmente para o doutorenfermeiro.blogspot.com, as suas considerações e posições relativas a cada um destes).

segunda-feira, novembro 19, 2007

Incrível! Mas... o que é isto?


A digníssima Bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) está literalmente a zombar com a classe de Enfermagem!

Volta à ribalta a história dos mestrados profissionalizantes que a Universidade Católica (UC) se propôs a realizar. Como sabem, tais "mestrados", confeririam supostamente, segundo a UC, o título académico de Mestre e em simultâneo, o título de Enfermeiro Especialista, tudo isto em 3 semestres, ou seja, um ano e meio!! (em troca de muitos euros, claro...)

Isso mesmo, tipo shampoo 2 em 1...

Por via normal, o tempo mínimo para a realização de um mestrado + uma especialidade, é cerca de 3,5 a 4 anos. Agora, temos um pack expresso para que tudo seja feito em 1,5 anos!

Perante esta aberração, e "em resposta às múltiplas solicitações, sobre esta questão", a OE pronunciou-se, e emitiu uma Nota Informativa: "a Ordem dos Enfermeiros, no âmbito das suas competências e no respeito pela autonomia das instituições de Ensino Superior, informa que não lhe cabe pronunciar-se sobre as condições de atribuição de graus académicos e a organização dos cursos a que dizem respeito".

O problema é que estes mestrados profissionalizantes trazem com um brinde: uma especialidade, e isso já compete à Ordem dos Enfermeiros pronunciar-se!
Então a OE referiu que "os cursos de pós - licenciatura de especialização em enfermagem não conferentes de grau académico foram criados e disciplinados através do D.L. n.º 353/99, de 3 de Setembro e do Anexo à Portaria n.º268/2002, de 13 de Março." Acrescentou ainda que "no art. 7º n.os 1 e 2 do Regulamento estabelece-se que (...) esta aprovação carece de parecer da Ordem dos Enfermeiros quanto à sua adequação para a prestação de cuidados especializados."

E concluiu que "a Ordem dos Enfermeiros só poderá reconhecer como adequados para adquirir competência científica, técnica, humana e cultural, para prestar cuidados especializados nas diferentes áreas clínicas, os cursos que respeitem as regras sobre criação, duração e estrutura curricular, planos de estudos e condições de inscrição, previstas no Regulamento e no D.L. n.º 353/99 e que obtenham o parecer favorável da Ordem dos Enfermeiros"... e que "só aos titulares dos cursos que cumpram os requisitos acima mencionados pode ser atribuído o título profissional de enfermeiro especialista".

Todos concordamos! Tendo em conta as linhas de qualidade que supostamente a actual OE se orienta, e até de acordo com o bom-senso de qualquer Enfermeiro, esta aprovação parecia-me algo difícil. Mais do que isso, irreal! Muitos colegas partilharam este pensamento...

...Mas, infelizmente julgo que nos enganamos grosseiramente! De acordo com o Jornal Diário de Viseu, estes mestrados profissionalizantes foram reconhecidos pela OE!!!!!!
A OE sabia desta intenção de "oferecer" um "mestrado + especialidade". Ao ser conivente com estes atropelos à formação superior dos Enfermeiros não está a respeitar ou a zelar pela profissão de Enfermagem... (o fulcro da questão centra-se na intencionalidade da UC)
Desta forma, a OE, não coloca todos os especialistas/mestres em igualdade de circunstâncias... É grave!!
Arrisco mesmo a dizer que, com esta OE, já nada me espanta!
Permitem-me dar uma contribuição/sugestão para a UC/OE?
Porque é que não abrem um curso de Enfermagem com a duração de 3 anos, já com mestrado e especialidade incluída... e se a nota final de curso for razoável oferecem um doutoramento e uma viagem à República Dominicana?!?

sábado, novembro 17, 2007

Infelizmente há sempre quem aceite!


Deixo este post por solidariedade a este colega (Enf. Mário - Neuro_Enfermeiro).

Sabe porque é que isto acontece, colega? Porque há muitos (demasiados!) Enfermeiros, e se o colega não aceita e tentar encetar uma luta, alguém no desemprego aceita, puxa o autoclismo e lança a reivindicação por retrete abaixo (desculpem os termos)...

É esta a Enfermagem que temos. São estes os representantes que temos. E ainda vemos a Enf. Maria Augusta de Sousa em campanha com o lema "Consigo, pela Enfermagem", mas com o sub-lema "Faltam milhares de Enfermeiros"...
Assim não dá! De que falo? Disto (citação na íntegra de um post do referido blog):

"Saíu uma circular no CHLO - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, em que os contratados, vão ser abrangidos pelo novo código de trabalho.
Basicamente: as horas de qualidade vão ser pagas apenas a 25% e a partir das 22h 00 até às 07h 00. Isto representa menos cerca de 200€ ao fim do mês num ordenado já de si pequeno. Até aqui as horas de qualidade eram pagas como aos funcionários públicos: 50% e 100% respectivamente. Esta medida já é aplicada em muitos outros locais. O grave disto, é que para além de promover a desigualdade de direitos entre os contratados e funcionários públicos, vem menosprezar o desgaste que nós enfermeiros estamos sujeitos ao trabalho por turnos, para além das complicações familiares que por vezes acarreta.
Assim não vale a pena trabalhar por turnos. Ninguém reconhece o nosso trabalho e o quão difícil é trabalhar à noite, Sábados, Domingos e feriados. O nosso ritmo circadiano fica todo alterado e nem monetariamente agora é recompensado esse desgaste.

Agora incrível, é o facto de ninguém se manifestar. Muitos enfermeiros vivem acomodados. Nós os contratados somos apenas isso: contratados, pelos vistos ninguém nos respeita...nem os colegas... É triste, mas é a realidade. Dá-me vontade de deixar este país da treta e da tanga."

Da voz ao silêncio!


Há um livro muito interessante e aconselhável aos Enfermeiros, que muitos certamente conhecem denominado "Do Silêncio à Voz".
O marasmo que atingiu a Enf. MAS e a OE é de tal modo acentuado que este julgo que não devem conhecer este livro, mas sim uma perversão de mau gosto, provavelmente intitulado "Da Voz ao Silêncio" - a julgar pelo silêncio profundo e pelo temor da imposição pública!

A Enf. Margarida de Barros (sim, a mesma autora da Carta Aberta aos Enfermeiros), deixou, aqui no blog, um comentário/contributo interessante.
Deixo-o na íntrega:

"Doutor Enfermeiro.
Tenho lido com atenção os vários comentários postados neste blog. Penso que as cartas estão baralhadas e dadas..temos os jogadores...falta ver como se desenrola o jogo..e quem vai ganhar a partida. Pessoalmente não há margem para dúvidas. Acredito que MAS e AZ estão preocupados . A luta e o debate não são fáceis. Mas eu preferia assistir a um debate mais positivo, atacar as partes em confronto ...bem cada um fala por si.

Realmente nunca vi ou ouvi MAS intervir em tempo útil sobre os problemas diversos que afectam os Enfermeiros.

Continuo a ler nos jornais ( Correio da Manhã ) as notícias veiculadas pela OE de que , por exemplo , faltam Enfermeiros em Braga . Por favor acabem com este discurso..porque não faltam Enfermeiros : Sobram Enfermeiros no desemprego , faltam , isso sim , vagas para os colocar.... estão CONGELADAS...

Preocupa-me isso sim a falta de intervenção da OE como resposta ao Bastonário da Ordem dos Médicos às suas afirmações sobre os Enfermeiros. Em notícia publicada no Diário da Manhã de 24 de Outubro de 2007 há uma notícia , que ou mostra a ignorância do Jornallista ou a ignorância do Bastonário da Ordem dos Médicos , Dr. Pedro Nunes.

A notícia : LUMIAR : CENTRO DE SAÚDE COM FALTA DE AJUDANTES(??????!!!!!!!......)MÉDICOS ACONSELHADOS A TEREM ENFERMEIROS NAS CONSULTAS. CITO :

A Ordem dos Médicos considera que os clínicos do Centro de Saúde do Lumiar não devem realizar consultas de planeamento familiar sem a presença de enfermeiros , numa apreciação feita na sequência da falta de pessoal de enfermagem naquela unidade `. até aqui o teor na notícia não está mal...à excepção claro do título. O problema está no que se segue : ´A Ordem dos Médicos considera que as consultas que envolvem observação ginecológica devem ser feitas na presença de um AJUDANTE DE CONSULTÓRIO para evitar casos de abuso sexual ou de acusações desse comportamento. `Ignorância ? Agressão ? de quem ?

Diz no preâmbulo do DL 104/98 de 21 de Abril entre outras coisas , o seguinte :´Assim, os enfermeiros constituem , actualmente , uma comunidade profissional e científica da maior relevância no funcionamento do Sistema de Saúde e na garantia do acesso à população a cuidados de saúde de qualidade , em especial em cuidados de enfermagem.

A formação dos Enfermeiros , integrada no sistema educativo nacional a nível do ensino superior desde 1988 , permitiu o acesso aos diferentes graus académicos e a assunção das mais elevadas responsabilidades nas áreas da concepção , organização e prestação dos cuidados de saúde proporcionados à população .`

Abstenho-me de prosseguir a descrição deste preâmbulo. O que referi e citei ...chegam para amostra. Mais informo que quer a CNP ( Classificação Nacional de Profissões )quer a DCRQP ( Directiva Comunitária de Reconhecimento das Qualificações Profissionais ) se referem aos ENFERMEIROS(AS) do seguinte modo :

PROFISSÃO : Enfermeiro (a) responsável por cuidados gerais. é o/a profissional que possui competência científica , técnica e humana para a prestação de cuidados de enfermagem gerais ao indivíduo , família e comunidade....CÓDIGO CNP: esta profissão insere-se no código 223005 Enfermeiro da classificação Nacional das Profissões .

NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DA PROFISSÃO : O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DESTA PROFISSÃO , ... , É O 1 - QUADROS SUPERIORES.

ACESSO À PROFISSÃO ...está condicionado à posse do Título Profissional de Enfermeiro

AUTORIDADE COMPETENTE : A ORDEM DOS ENFERMEIROS É A AUTIRIDADE COMPETENTE PARA A EMISSÃO DE TÍTULO PROFISSIONAL DE ENFERMEIRO.

PROFISSÃO :ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM SAÚDE MATERNA E OBSTÉTRICA : (...) é o profissional que concebe , planeia , implementa e avalia cuidados a prestar à mulher nos períodos pré-concepcional , pré e intra e pós natal e ao recém nascido de forma a promover a saúde e a preveniir a doença. ( fonte : CNP 1994 )
CÓDIGO CNP : 223025NÍVEL :

1 QUADROS SUPERIORESAcredito que o calor da campanha tenha impedido uma maior atenção a aspectos ´periféricos` mas são intervenções aparentemente sem importância que delimitam o direito de terceiros ( jornalista ou Bastonário da OM ) de continuarem a tratar os ENFERMEIROS(AS) como subalternos servis ao serviço de um qualquer médico. Os enfermeiros têm as suas funções altamente dignificantes , e é necessário que a Ordem dos Enfermeiros não continnue a dormir. Já deveria ter-se pronunciado sobre este dislate...AJUDANTES DE CONSULTÓRIO??????????

Um abraço Doutor Enfermeiro , eu estarei ATENTA.

Margarida de Barros"

sexta-feira, novembro 16, 2007

Recomendações...

Posso recomendar uma leitura à moda do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa?

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E uma música? (para escutar até ao fim!)


Uma semana agitada...

Os acontecimentos que envolvem Enfermeiros sucedem-se numa regularidade quase diária. Infelizmente, poucos são os que trazem boas notícias.

Coimbra. Enfermeiros (Unidade de Saúde de Coimbra) em protesto contra o "atraso de dois salários e um subsídio de férias", resolveram em conjunto com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, convocar um plenário para discutir o assunto.

Por suposta "pressão" e "coacção" por parte do Conselho de Administração, todos os Enfermeiros faltaram.

Aqui temos o resultado da política sindical (e Ordem dos Enfermeiros) de propagandearem desmesuradamente "falta de Enfermeiros" em Portugal! Desta forma, chegamos à política do "cala-te, porque se tu não queres há outros que querem!" E como tal, perdeu-se todo o poder reivindicativo!

Será que os Sindicatos e OE não previam isto? Ou estão afectados por estupidez intelectual?



Porto. A Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria dispõe "equipamentos de vanguarda". O Jornal Primeiro de Janeiro, mostra uma foto com uma cama, um tripé de soros e uma mesinha de cabeceira.



Lisboa. Numa entrevista ao Jornal de Notícias, o Ministro da Saúde refere que o novos sistema de mobilidade inclui incentivos para os médicos. A decisão (de mobilizar ou não...) nunca será unilateral, pois o "respeito pela vida pessoal" é uma factor importante (muito bem!)! Em relação aos Enfermeiros... nada refere.

Palpita-me que não é necessário incentivar os Enfermeiros, pois haverá sempre alguém disponível para ir para qualquer lado....


Greve geral da Função Pública dia 30 de Novembro. A greve está marca há algum tempo. Até agora, era só uma greve geral. Há uns dias atrás tornou-se uma "greve geral de peso" (segundo um cronista). Porquê? Simplesmente porque um sindicato médico resolveu aderir...
Uma greve geral dos trabalhadores foi reduzida às reivindicações dos médicos. É este o país (e os cronistas) que temos!
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Revista Semana Médica. Os Enfermeiros e a OE têm andado numa discussão ardente sobre rácios. Este jornal semanal da classe médica (?) revela que Portugal tem mais Enfermeiros diplomados do que Espanha (!?!), por exemplo... Revela também que, andamos no encalço de um dos países com maior rácio de Enfermeiros, a Bélgica.

É natural, este estudo refere-se apenas a Enfermeiros e não contempla Auxiliares de Enfermagem... (os colegas sentem-se enganados pela OE?)
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Lista Propor-Intervir-Cumprir. A lista de candidatura à Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, Propor-Intervir-Cumprir, afirma relativamente às quotas para desempregados, que "iremos propor a revisão do artº 9º do Estatuto da OE, de forma a acrescentar ao mesmo uma alínea, que permita a isenção temporária do pagamento de quotas, sem efeitos suspensivos da inscrição, aos enfermeiros que façam prova da sua situação de desemprego".

Concordo. Mas, e que tal promover a erradicação do desemprego em Enfermagem? Seria melhor "cortar o mal pela raiz"...


Fonte: http://www.consigopelaenfermagem.org/

Eleições. Mais dissimulada do que o Paulo Portas (conhecido como o Paulinho-das-feiras) é a Enf. Maria Augusta de Sousa. Dedicou-se de corpo e alma à campanha eleitoral! Receios? (ou remorsos dos últimos 4 longos e áridos anos?)

Enf. José Azevedo, candidato a Bastonário da OE. "Não podemos estar à espera, como é vulgar acontecer, que sejam os outros a dizer o que somos e pensamos. Essa exposição é da nossa exclusiva responsabilidade [Ordem dos Enfermeiros]. (...)Não devemos ter receio de proclamar a nossa razão. Alguém a há-de ouvir se o eco por persistente. Não podemos é deixar de dar o contributo que se nos pede. É para isso, também, que me candidato."


quarta-feira, novembro 14, 2007

www.enganar-os-enfermeiros.com

Bibliografia fundamental para quem pensa em votar na Enf. MAS

A Enf. Maria Augusta de Sousa repensou a sua campanha, e decidiu explorar outras estratégias para angariação de votos. À falta de argumentos racionais e suportados, a concepção de um novo site de candidatura pareceu a medida mais favorável.

A grande maioria dos seus apoiantes regozijam-se agora, pelo novo design do seu interface. De facto, é mesmo isso, apenas um facelift. As ideias são obsoletas, a ideologia é a mesma de sempre (obcecada pelos rácios, apesar do aumento exponencial do desemprego), e a postura reflecte a mesma inércia que bem a caracteriza.

Agora, impossível de negar, é a campanha desaustinada que a Enf. MAS encetou. Durante 4 anos quase não se ouviu a sua voz, subitamente, dá a cara às televisões, defende a falta de campos de estágios, reivindica Enfermeiros nas ambulâncias, entre outras coisas...
Mais parece marketing político barato, do tipo "deixa-as-inaugurações-para-a-véspera-das-eleições". Haverá ainda alguém que acredite nesta "fantasia-de-último-minuto"?
Ela viaja, visita hospitais e centros de saúde, aparece nas televisões e rádios, encomenda, almoça/janta com Enfermeiros apoiantes, pernoita em hotéis requintados e até quer fazer transparecer que pensa em resolver alguns problemas que afectam da classe! Poderá enganar os que sofrem de memória curta, os outros certamente não.

Mais grave, os curiosos poderão levantar algumas questões acerca do financiamento da sua campanha. De onde provirá o dinheiro? É isso mesmo colegas, acertaram... das nossas quotas!
É que com os 1000 Euros/"por órgão nacional" e 800 Euros/"por cada um dos órgãos regionais" atribuídos pela própria OE, não pagam os devaneios eleitorais da Enf. MAS e respectiva comitiva!
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Resolvi visitar o orgulho da Enf. MAS (novo site), e vi, estupefacto, o vídeo com o qual nos presenteia logo à chegada. Um discurso gasto e vago, sem novidades. Disse tudo... e não disse nada.
Basta escutar o início do vídeo: "Dirijo-me a todos os colegas, com o objectivo de.. por um lado, vos transmitir uma grande convicção de que temos 4 anos pela frente"...
Bom, espero que todos tenham bem mais do que 4 anos pela frente, mas de qualquer forma, agradecemos à actual bastonária essa preciosa informação que, creio, a maioria desconhecia até ao momento!

Referiu ainda, com um sorriso irónico (não lhe ficou bem!), que muitos colegas confundem as funções da Ordem com a dos Sindicatos. Acho que, sinceramente, a nossa Ordem perde pela tentativa exagerada em se demarcar dos sindicatos. Há, como sabem, lutas e projectos comuns aos dois (as boas condições de trabalho, por exemplo)!

Muitos colegas, quando atribuem à Ordem dos Enfermeiros certas responsabilidades e deveres, fazem-no a pensar na capacidade interventiva de outras Ordens profissionais (Médicos, Advogados, Engenheiros...). Essas sim, intervêm, defendem e promovem a respectiva classe, ignorando muitas vezes questões burocráticas, as quais a Ordem dos Enfermeiros se dedica sistematicamente a invocar para nada fazer.

Ouve-se dizer, por exemplo, que "não é a Ordem que regula o número de vagas do ensino superior" . De facto, sabemos que não o faz directamente. Não tem competência legal. Mas outras Ordens indirectamente fazem-no... como?
Tal como o Enf. José Azevedo sabiamente refere,: "mas há outra que é a forma de as abordar com inteligência e imaginação suficientes, para que sejam dinâmicas e produzam os efeitos que se esperam da nossa Ordem". A tal inteligência e imaginação que caracterizam algumas Ordens! Algumas podem mesmo servir de modelo para várias classes!
Todos nós já ouvimos as afirmações dos vários bastonários (Médicos, Advogados, Engenheiros, Dentistas) contra o excesso de vagas no ensino superior. Todos sabemos que estes recorrem a "estratégias diversas" para gerir essa situação... apesar de ser a tutela a responsável oficial!

Quanto aos projectos das candidaturas, o do Enf. Azevedo (10 "linhas de acção"), é possível lê-lo aqui. Os 10 "compromissos" do projecto da Enf. MAS são, como era de esperar, incongruentes e demasiadamente turvos.
Leia-se por exemplo o 3º compromisso: "Participar activamente na reorganização da oferta formativa". Mas... não é a própria Enf. MAS e respectivos apoiantes, que afirmam que a Ordem não tem competência para regular as vagas no curso de Enfermagem? Então... mas agora já falam em "reorganização da oferta"?
O 8º ponto já tem "barbas": "Promover a reflexão ética e deontológica". Ainda mais?
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Os pilares básicos estratégicos delineados pelo Enf. José Correia de Azevedo (e respectiva equipa) para a nova Ordem dos Enfermeiros e respectiva equipa são:
"Qualidade, Formação e Emprego Seguro "
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Quanto a sites com design agradável, se esse for o problema..

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

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