domingo, dezembro 30, 2007

2008


Façam o favor de serem felizes! Um óptimo e memorável 2008!!

Após 60 anos..

Encontrei aqui, uma interessante artigo/página (da nossa história!) da Revista Hospitais Portugueses de 1948 (Pág. 43).
Deixo-vos a última frase, para aguçar a curiosidade (basta clicar para ampliar o documento):
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"E o certo é que nunca é mal empregado o dinheiro com que se retribua o esforço, a dedicação e o sacrifício que a profissão de Enfermeiro exige."
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Talvez seja um bom mote para uma nova, merecida e justa carreira de Enfermagem (que ainda aguardamos...), ainda que 60 anos nos separem desta afirmação!


Um exemplo interessante...


A convite, tive oportunidade de visitar uma reputada instituição de saúde. (Como achei interessante, encontro uma certa pertinência em fazer um breve relato das circunstâncias encontradas.)

Logo à entrada ressaltaram as boas condições físicas de trabalho, com uma estrutura interna pensada e desenvolvida com a relativa valorização da opinião dos vários profissionais, desde das Chefias aos Recepcionistas/Porteiros, passando por Médicos, Enfermeiros, Técnicos Superiores, Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, Auxiliares de Acção Médica, etc...
Após 10 minutos de explicações sobre o funcionamento interno, apercebi-me do papel pivô do Enfermeiro, como coordenador da equipa de saúde.
A maior parte das formalidades, burocracias, registos e procedimentos estão assentes numa matriz informática, e são acedidos por todos. As alteração que concernem directamente aos utentes, estão disponíveis apenas para Médicos, Enfermeiros e alguns Técnicos Superiores.

Cabe a um Enfermeiro-coordenador a gestão e organização de toda a equipa, e nenhum procedimento ou decisão é tomada sem merecer a consideração do respectivo.
Todas actividades estão protocoladas para Médicos e Enfermeiros, pelo que existem uma acrescida autonomia do papel da Enfermagem (podem por exemplo, iniciar antibioterapia numa decisão conjunta com o médico ou não, requisitar parâmetros analíticos urgentes ou administração de várias terapêuticas.)
Algumas alterações da gestão clínica dos utentes podem ser levadas a cabo pelo corpo de Enfermagem, mesmo sem a presença médica. Muitos projectos desenvolvidos pela instituição são liderados por Enfermeiros.
Todas as decisões major, são tomadas no seio da equipa multidisciplinar.
Toda a equipa recebe formação periódica (incluindo congressos, jornadas, workshops, etc...), e a maior "fatia" de formadores são Enfermeiros.

Por fim, e apenas a título de curiosidade, não posso deixar de referir que quase todas as fotografias e pinturas que decoram algumas paredes, assim como uma escultura, são da autoria de Enfermeiros e Médicos...

Bons exemplos são sempre agradáveis!
Resta-me agradecer o convite amável, e a recepção fantástica.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Em democracia não vale tudo!?


Bastou passar o Natal para a Enf. Maria Augusta de Sousa voltar à carga. Desta feita foi ela a cronista de serviço na rubrica "Hoje escrevo eu..." do Jornal 24 Horas.
Uma bela crónica, escrita no estilo "ai e tal, não levantem "pó"... respeitem isto, respeitem aquilo, pá!" (os Gato Fedorento que me desculpem o plágio)... A certa altura a Enf. MAS afirma que "em democracia não vale tudo". Será? Duvido um pouco da moral desta afirmação vinda de quem vem, mas... numa coisa estou de acordo, é preciso "não fragilizar a Enfermagem"!

"Em democracia não vale tudo" - diz a Enf. MAS - mas sempre vale escrever uma cronicazita com mensagens subliminares numa altura em que os outros dois candidatos a bastonário da OE apresentam judicialmente as suas queixas (ver aqui, aqui, aqui e aqui)!! Mas a bem da classe, perdoa-se.

Li também uma entrevista ao Enf. Élvio Jesus (detentor de todo o meu respeito), onde o mesmo deixou escapar que "A Ordem não pode resolver todos os problemas dos Enfermeiros".
Bem sei que não, mas se resolvesse todos aqueles que lhe compete, estávamos no "céu".
Não são os Enfermeiros que são demasiados exigentes, esta Ordem é que é demasiado benevolente.

Mudando de assunto, e ainda na "onda" das boas consequências das eleições, a OE antes de hibernar novamente (espero que não...), resolveu emitir uma Press Release (e muito bem!), relativa ao "Encerramento dos SAP e Reforço dos Meios do INEM".

A questão levantada pela OE é legítima e muito bem colocada:

"Face ao anúncio da colocação de mais ambulâncias para as localidades afectadas pelo encerramento de serviços e ao lançamento de 117 vagas para colaboradores do INEM, é com estranheza que verificamos que 90 dessas vagas se encontram destinadas a técnicos de ambulância de emergência. Apenas seis vagas se destinam a enfermeiros e quatro a médicos. Recordamos que quando o Senhor Ministro da Saúde comunicou a criação de viaturas de suporte intermédio de vida (SIV) para compensar os encerramentos em curso, referiu que as mesmas seriam dotadas de enfermeiros. Será que o número de SIV a operacionalizar é reduzido – e daí o reduzido número de enfermeiros a contratar?"

Alguém arrisca uma resposta?

Por fim, deixo só uma nota interessante para uma notícia que tive oportunidade de ler, relativamente à criação de uma Equipa Móvel Intra-Hospitalar de Cuidados Paliativos (quase merece um aplauso...) no Hospital de Faro. Até aqui tudo sobre rodas. Mas depois li que a equipa seria constituída por Enfermeiros, Médicos, Psicólogos, Assistentes Sociais e... Farmacêuticos!
Se a dúvida da presença, ou não, dos psicólogos pode ser levantada (pois os Enfermeiros têm formação em Psicologia, e aliás, essa área representa um campo de intervenção característico dos Enfermeiros), a presença dos Farmacêuticos ultrapassa-me. Qual será mais-valia destes na equipa móvel?

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Os "efeitos secundários" do "dedómetro"...

O sistema de controlo biométrico tem causado imensos pruridos no sector da saúde.

Há classes pouco interessadas no controlo da sua assiduidade. Durante algum tempo deixei a questão fluir. Agora, em tempo de (quase) "ano novo, vida nova", e após ler nos jornais e revistas aquilo que pode ser classificado como o argumento mais estúpido do mundo, alguns discursos hilariantes incomodam até os vizinhos.

Alguns dos mais surrealistas foram debitados por uma figura curiosa da medicina - José Manuel Silva (actual substituto do bastonário da Ordem dos Médicos). Desculpem, Prof. José Manuel Silva.

Este "professor", relata quem o conhece, é um exemplo vivo do complexo de superioridade médica. É daqueles "iluminados" (da mesma estirpe do Soares Martinez) que concebe o médico como o magnânimo, inteligente, colocado num patamar superior, e o Enfermeiro como um mero auxiliar, um ajudante debaixo da poderosa (?) alçada médica.
Existe alguém que nas suas perfeitas capacidade que diga que o controlo de assiduidade diminui a produtividade dos médicos (será que diminuiu também a dos Enfermeiros e outros profissionais)? Logicamente que não. Não existem estudos que suportem esta afirmação. Nem o próprio senso comum vai ao encontro da mesma. Excepto alguns médicos, poucos acreditam nessa perspectiva.

O problema é outro. Os médicos que durante muitos anos foram um classe privilegiada, vêem-se agora equiparados a todos os outros profissionais, iguais nos direitos, iguais nos deveres. Acabou o status intocabilis. Se quer trabalhar, tem que chegar a horas como todos os outros, e sair depois do horário cumprido, tal como todos os outros. Em que é que isto afecta a produtividade?
Eu sei. Afecta a produtividade fora dos hospitais, isso sim. Só pode ser essa a produtividade de que tanto falam. Acabou também o status duplicatus, ou seja, estar em dois locais (às vezes mais!) ao mesmo tempo, como só os médicos sabiam fazer...

Agora percebe-se. Afinal, "picar o ponto" afecta a produtividade dos médicos (!), não nos hospitais (onde passam a estar mais tempo), mas nos seus consultórios privados, clínicas ou seja lá onde for o seu ganha-pão extra (uns vão ganhar o pão, outros vão extorquir pessoas fragilizadas...)

Afinal o tal José Manuel Silva não é tão estúpido quanto quer fazer crer nas suas palavras. É mesmo muito estúpido. Depois de dizer preciosidades relacionadas com a produtividade, vem dizer que essa já é há muito tempo controlada pelos directores de serviço. Sim, esses mesmo, os tais que vão ao hospital de vez em quando...

Alguns médicos mostram brilhantemente a sua inteligência saloia. Acordam com as galinhas, vão ao hospital de manhã passear o dedo até "dedómetro", e depois vão à sua vida. Só regressam (fresquinhos) ao fim do dia para fazer novamente o gosto ao dedo. Outros mandam "fazer" dedos de silicone. Outros ainda, vandalizam os terminais. Todos estes, ilegalmente, sabem manter o status duplicatus.
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Os Enfermeiros, esses, habituados a cumprir as suas obrigações de uma forma exemplarmente profissional, divertem-se a ver o circo passar.
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Tal como a Revista Visão diz: "Ó doutor, olhe o relógio!"...

quarta-feira, dezembro 26, 2007

24 horas por dia, 365 dias por ano...

Seja de noite ou de dia, feriado ou fim-de-semana, Natal ou passagem de ano, faça sol ou chuva, frio ou calor, os Enfermeiros (entre outros) nunca "param"... Literalmente.
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Aqui fica um vídeo em jeito de homenagem a todos os colegas que sacrificam a sua vida, o seu tempo, a sua família e amigos, para estar 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao serviço de quem mais precisa...
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Há quem o faça num serviço de urgência fervilhante ou num serviço de internamento penoso, e há quem o faça "furando" a escuridão da noite ao volante de um Veículo Médico de Emergência e Reanimação (VMER)...
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VMER à noite...


domingo, dezembro 23, 2007

A todos, sem excepção...

... Um Feliz Natal. Espero, sinceramente, que todos os vossos "pedidos" se concretizem.

A longo da nossa vida vamos progressivamente trocando o Natal "materialista" característico da infância, por um Natal "espiritual", mais característico de uma idade mais madura. E que cada ano que passa por nós, percebemos que realmente é verdade quando banalmente se diz: "o Natal é quando o homem quer"...

Aproveito para reiterar o meu habitual pedido natalício. E é por isso que dedico esta canção/mensagem para alguém especial que "caminha ao meu lado" há vários anos:

...All I want for christmas is you!

FELIZ NATAL


sexta-feira, dezembro 21, 2007

"Anjos de branco"


Não aconteceu comigo (foi-me contado à mesa de um jantar de Natal), mas podia ter acontecido com qualquer um de nós. É angustiante o sentimento de incapacidade para chegar a "todo o lado".
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No meio da multidão de uma sala de espera completamente lotada, uma jovem de bebé ao colo chega perto do Enfermeiro da triagem e diz:
- "Sr. Enfermeiro, por favor, não se esqueça do meu menino...".

A mãe, jovem, de médios recursos económicos, extremamente bem educada, com lágrimas abundantes que lhe escorriam pela cara, trazia um bebé de poucos meses com tiragem respiratória exacerbada e "pieira" marcadíssima, manifestando uma evidente insuficiência respiratória.

O colega apercebeu-se da gravidade, e desrespeitando as regras da triagem de Manchester, pegou no bebé e entrou rapidamente para dentro (posteriormente voltou ao discriminador para lhe atribuir a cor). Ficou internado várias semanas.

Há dias, os Enfermeiros receberam no serviço um postal simples. Ficou afixado no gabinete de Enfermagem. Nele, é possível ler a seguinte mensagem (textualmente):

"Um dia de noite, aflita e desorientada, senti-me sozinha no mundo. Não acredito em magia ou histórias misteriosas, mas no dia 10 de Novembro vi como os meus olhos vários anjos de branco. Não tinham varinhas mágicas, mas fizeram um milagre. Obrigada por serem Enfermeiros. Feliz Natal e um bom ano novo. Mãe do F--------, 14 meses"

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Tão cedo?

Quem diria... os resultados oficiais provisórios das eleições da OE foram publicados!
O vencedor foi a abstenção. O "eleito" foi a Enf. Maria Augusta de Sousa. A palavra mais ouvida agora é "impugnação"!
O futuro, provavelmente, será árido...
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P.s - Os mais velhos merecem todo o nosso respeito, mas desculpem, não resisti à foto...
"Recorte" da Notícia: Jornal Correio da Manhã

Querem uma aposta em como vamos ter novas eleições?


Antigamente chamava-se a isto o milagre da multiplicação dos pães. Agora, a multiplicação dos votos é bem mais interessante...
Para que eu não seja apontado como tendencioso, esta ponta do véu não foi levantada por mim. A "culpa" é do Enf. Mário:
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"Ao que parece o processo eleitoral foi mesmo parar às barras dos tribunais.
Porquê? Simples. Deu-se um milagre: houve locais, onde houve mais votos que votantes. Além disso o Enf. Azevedo ganhou na maior parte dos hospitais, mas pelos vistos quem ganhou as eleições foi a Enf. MAS. Estranho não? Por isso é que os resultados oficiais ainda não saíram. Aguardam-se novos e emocionantes (ou talvez não) episódios desta nova saga…"

A cereja para pôr em cima do bolo, essa, guardo-a para mais tarde. Mais interessante do que estas eleições, só as de há muitos anos atrás quando eu andava no ensino secundário, e um dos candidatos fugiu (literalmente!) com a urna dos votos...
Bons e velhos tempos...

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P.s - Hoje cumpre-se o sexto (6!) dia pós-eleições. Resultados oficiais, nada.

terça-feira, dezembro 18, 2007

A vergonha...?!?!

As verdadeiras urnas de voto...


Mesmo sem ainda (são 17:18 do dia 18-Dez-2007) nos terem sido anunciados os resultados oficiais para as eleições da OE, a vergonha torna-se insuportável, e a incompetência uma imagem de marca que nos vai perseguir mais quatro anos. (Ainda assim, é necessário apelar novamente à união em torno dos objectivos da profissão, independentemente dos resultados das eleições. Há que diferenciar entre discussões "internas" e a convergência de forças para enfrentar os problemas com que nos debatemos... Dentro de casa "acertamos agulhas", fora de casa "lutamos" juntos...)

Não sei bem o que foi mais vergonhoso e lamentável! Será que foi o atraso sem justificação dos boletins de voto? As gralhas estratégicas (revista e boletins de voto...)? As listas das mesas de voto completamente desactualizadas? A pobreza do acto eleitoral em si mesmo (votei numa caixa de papelão, com uma fita-cola a sustentá-la!)?
Talvez tenha sido a constituição das mesas de voto (com apoiantes manifestos da Enf. MAS)? Ou então a campanha que começou antes do tempo... Talvez a maior vergonha tenha sido a falta de transparência e rigor!

A maior certeza destas elições foi mesmo essa: a vergonha que o processo eleitoral decorreu!

Após cinco (5) do dia das eleições, os resultados oficiais ainda não são conhecidos...
Quando os mais dez milhões de portugueses vão a votos, os resultados são conhecidos na madrugada seguinte... Dez milhões...

As eleições da OE tiveram votação por correspondência até ao dia 14 de Dezembro. A Ordem dos Médicos também teve votação por correspomndência, e logo na manhã seguinte os resultados já eram conhecidos.
Os incompetentes (Comissão Eleitoral) afirmaram no site da OE que "a divulgação dos resultados estava prevista para 17 de Dezembro, uma vez que os votos por correspondência foram recepcionados até dia 14".
Curioso, quando os mesmos estabeleceram no calendário eleitoral que as resulatdos provisórios seriam anunciados no prórpio dia 13 de Dezembro...confusos?
Após 5 dias, nada. Justificaram este facto da seguinte forma: "Por falta de apuramento numa das Secções Regionais, tal não aconteceu"... Muitos colegas devem estar curiosos sobre o que aconteceu nessa secção regional... Os que sabem ficam em silêncio, o que não sabem, ficam a saber que foi demasiado terceiro-mundista!

Estou curioso para saber qual justificação da Comissão Eleitoiral para o acontecimento. Provavelmente irão fazer aquilo a que já nos habituaram (não só a referida comissão, como a própria OE): simplesmente ignoram os Enfermeiros e não dão qualquer justificação!

Até dia 20 será possível os interessados reclamarem antes da publicação final dos resultados. Uma coisa é certa: todos os candidatos vão concretizar as suas reclamações, excepto, claro, a Enf. MAS...

Agora a dúvida é outra....


Uma "Visão ENFernal da Coisa"...


Não podia deixar passar este agradecimento pessoal ao blog Visão ENFernal da Coisa e ao seu autor, Enf. Miguel Teixeira. (A admiração é mútua, colega!) O melhor reconhecimento provém sempre dos próprios colegas...
Transcrevo o texto que dedicou ao blog doutorenfermeiro.blogspot.com aquando da respectiva eleição para Blog do Ano:
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"Dispensa apresentações, atribuída não pela fama mas pelo anonimato característico. Quem será o Doutor Enfermeiro? A importância que não se centra na sua figura, mas sim no seu abstracto, um "Doutor" que representa reverência, crítica, perspicácia, retórica e assertividade. Cinco conceitos em torno de um ideal defensor da classe, que nos direcciona o olhar para campos de visão ocultos, incute-nos perspectivas diferentes de assuntos problemáticos cujos tabus impedem de tocar o dedo na ferida. Como diria um bom retro-castelhano, "es un blog grande de cojones"!

Nem sempre em consonância de pensamento, vejo o doutorenfermeiro uma referência, um ideal e um idealista. "I have a dream" e tornou-se realidade. O que dirão da nossa Enfermagem?"

Certezas e premonições...


"A tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino"

André Malraux


Ao contrário do que tinha planeado para o período pós-eleitoral imediato, decidi manter o silêncio e aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Ainda assim, acabamos de escrever uma triste pagina da Enfermagem Portuguesa.
Tudo começou com gralhas e confusões. Nos boletins de votos, na revista da OE, na votação por correspondência e mesmo nas próprias urnas, onde inúmeros colegas ficaram impossibilitados de cumprir o seu dever devido a erros e falta de actualizações nas listas de membros. Quatro anos (!) não foram suficientes para "arrumar" a casa!
Por fim, uma espera eterna para a divulgação oficial dos resultados das eleições.
A incompetência reflecte-se muitas vezes em pequenos pormenores. Este incidente pode ter decido o futuro da Enfermagem.

Infelizmente, para a Enf. Maria Augusta de Sousa tudo foi um "meio" para atingir um "fim". Desde de um início prematuro da campanha eleitoral, às críticas pessoais, passando pelo uso de argumentos semelhantes aos usados por crianças ainda imaturas. Tudo valeu.
Os resultados oficiais ainda não foram emitidos, mas, com esta Comissão Eleitoral... o resto já sabem. Sim, estou a aludir à já referida incompetência.

Aqui não há vencedores ou vencidos.
A actual fragilidade da Enfermagem e dos Enfermeiros, deu azo a uma certa desorientação ideológica e impossibilitou a clareza e a definição estratégica do rumo a tomar pela classe.

Os próximos quatro anos serão negros. Desemprego crescente, banalização e descrédito do ensino de Enfermagem, indefinição estratégica, política laissez-faire, opiniões nebulosas e difusas, ausência completa do poder reivindicativo da classe...

É impossível ter esperança. Nem o benefício da dúvida é possível conceder. Já "vivemos" um tormento que durou quatro longos e penosos anos... pelo que se torna fácil antever o futuro próximo.

Mas, prezados colegas, não fui eu quem lhe pôs a foice na mão...

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Primus Care - os Fisioterapeutas "valem" mais que os Enfermeiros?

A Primus Care é uma conhecida empresa privada de prestação de serviços de saúde ao domicílio, telemedicina e teleassistência.
Desenvolve actividade no âmbito da prestação de serviços domiciliários por Enfermeiros, Médicos, Fisioterapeutas e Auxiliares de Apoio. Apresenta também uma modalidade assistencial-à-distância inovadora: o primus care alarme com botão de pânico e chamada telefónica automática.
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Dois aspectos em particular prenderam a minha atenção. O primeiro, com o qual fiquei agradado, é o facto do Director Técnico ser um Enfermeiro (Enf. Paula Caetano).
O segundo aspecto, que mereceu a minha curiosidade, prende-se com a Tabela de Preços dos serviços de Enfermagem e Fisioterapia. Um hora de serviço prestado por um Fisioterapeuta custa 50 Euros, enquanto que o mesmo tempo de serviço prestado por um Enfermeiro, custa apenas 40 Euros.
O trabalho desenvolvido pelos Fisioterapeutas é mais valioso do que o dos Enfermeiros? Deveria ter o mesmo valor monetário? Ou um valor superior?
(Este pormenor revela muito sobre o actual status profissional. Enquanto algumas profissões valorizam-se na sociedade, outras vão perdendo, pelo menos economicamente falando...)
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P.s. - Voltando ao tema "eleições da OE", os votos, esses, vão sendo apurados, mas, sem dúvida, foram as eleições mais concorridas de sempre. Sintomático? Os resultados oficiais serão conhecidos apenas na próxima segunda-feira à tarde. Talvez não seja necessário esperar tanto para os não oficiais...

terça-feira, dezembro 11, 2007

A gota que transborda o copo... permitem-me a sinceridade?


Mudaram-se os tempos, tentam-se mudar as vontades. Existem atitudes, comportamentos, diligências e autismos que deixam os Enfermeiros perplexos.
Nesta última semana vários foram os acontecimentos que merecem uma reflexão mais profunda.

Gostaria de focar em primeiro lugar o suposto comportamento da Enfermeira Directora do Hospital de Santa Maria - Lisboa, Enf. Purificação Gandra, que fez revelar o seu carácter durante esta campanha eleitoral. O episódio é contado pelo colega "O Enfermeiro".
Infelizmente, (alguns) Enfermeiros Directores que, supostamente, deveriam ser elementos unificadores e estabilizadores da classe de Enfermagem, são os primeiríssimos a desrespeitar os próprios colegas. Muitos até, com os seus interesses exploratórios instalados e devaneios subvertidos, são os prioneiros na laceração da classe, promovendo confrontos lamentáveis e guerras irracionais. Mas, a seu tempo, cá falaremos melhor da rendição destes ao poder, assim como das suas estratégias "mirabola-humilhantes" para se sentarem num cadeirão de pele genuína (Conselhos de Administração).

Em segundo lugar, gostaria deixar também uma pequena nota em relação às notícias publicadas hoje no Jornal de Negócios e no Diário de Notícias.

A Enf. Maria Augusta de Sousa que lança os foguetes finais em matéria de marketing eleitoral, gosta de masoquismo. Literalmente.
Para fazer provar os seus pontos de vista, hoje junta-se a uns, amanhã a outros, e andamos nisto, mesmo quandos esses "uns" e "outros", desprezam a Enfermagem e própria bastonária. Mas, tal como já nos habituou, o masoquismo parece que veio para ficar (pelo menos até dia 13 de Dezembro, esperam os Enfermeiros...).

Quis fazer um brilharete, e organizou um debate a que foi chamado (pomposamente) "Sistema de Saúde e a Enfermagem: que Futuro para Portugal?". Rodeada de personalidades com o Dr. Rui Nunes (sim, o tal da ERS), o presidente do CA do Santa Maria, Dr. Adalberto Fernandes e da ex-Ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, entre outros, a Enf. Maria Augusta de Sousa afirmou orgulhosamente: "quem presta cuidados no privado não presta no público". Claro que, escusado será dizer que a restante comandita concordou. O Dr. Adalberto Fernandes ainda disse: "Não há bom sector privado nem público que se baseie em profissionais cometa". Isto vindo de um grupo de cometas e ex-cometas. Espantoso. Mesmo a bastonária, lentificada e apática por natureza, parecia um cometa durante a campanha eleitoral (o que não me deixou surpreendido)!
Devo lembrar-lhes que se Portugal foi em tempos o 12º melhor sistema de saúde no Ranking da OCDE (melhor do que a actualidade), deve esse mérito a muitos Médicos e Enfermeiros cometas.

A bastonária chega a roçar na comicidade. Quer dizer, por um lado, quando confrontada com o desemprego fala em empreendedorismo e em liberalismo, agora, vem inflexibilizar o exercício da profissão.

Se o motivo da sua afirmação for o cansaço/burnout então, colegas, recomendo apenas trabalho e descanso. Trabalho-casa e casa-trabalho. Se forem voluntários em associações humanitárias, não podem porque cansa. Se prestarem serviço voluntário nos bombeiros, não podem porque cansa. Se forem desportistas nos tempos livres, não podem porque cansa. Já agora, recomendo abstinência (sim, essa mesmo) total, é que sabem, também cansa. Ter filhos está fora de questão, pois desta forma os Enfermeiros passam várias noites em claro num rodopio frenético. São pais cometa. Isso também causa burnout. Pelo cheiro, parece-me que os Enfermeiros vão dar um passo atrás na história, e a proibição de casar vai ser instaurada de novo para evitar o burnout relacional, que às vezes implica ser mais do que cometas.
Depois do trabalho é obrigatório descanso. Puro e duro. É chegar a casa depois do turno, lavar os dentes, xixi e cama.

Se os Enfermeiros acumulam, é porque querem, não são obrigados (os rendimentos de miséria ajudam a essa escolha - em muitos países como a Finlândia por exemplo, os Enfermeiros, ganha(va)m salário miseráveis, mesmo abaixo do salário médio do trabalhador comum!!! ).
Há quem diga que "o trabalho voluntário não conta"... curioso, não? Faz lembrar aqueles colegas que são contra as acumulações até.... providenciarem uma para si próprios! Os próprios membros desta OE são cometas.

Este tipo de argumento (apenas um emprego para cada Enfermeiro) é demagógico (diga lá quem o disser) e de certa forma popular entre os Enfermeiros recém-licenciados no desemprego, pois acham que aí reside a solução para o seu problema de colocação. Não me venham falar em solidariedade por favor. São exactamente esses mesmos desempregados que apregoam o fim das acumulações que, ao iniciarem a profissão, logo que possível, começam de imediato a acumular.

A solução desta questão é simples. O Enf. Carlos Folgado afirmou com sensatez ao Jornal Diário de Notícias que "perante os ordenados dos Enfermeiros" não se pode criticar as acumulações. A solução que o mesmo vislumbra é "fechar escolas e uniformizar o ensino", de outra forma os Enfermeiros serão sempre "mão-de-obra barata". O mal corta-se sempre pela raíz, concordo.

Se o Eng. José Sócrates se lembra desta estratégia, então Portugal vê ao longe o fim dos profissionais liberais a nível geral para pôr cobro ao desemprego crescente. Estranhamente isto acontece numa época em que, inclusivamente, as Escolas de Enfermagem começam a leccionar cadeiras denominadas de "Empreendedorismo" com o objectivo de fomentar o auto-emprego e a iniciativa de investimento pessoal e liberal no âmbito da profissão. Este investimento não se coaduna com restrições na prestação de serviços. Se o débito formativo se mantiver, então daqui a 10-15 anos, cada Enfermeiro só terá direito a metade de um emprego, visto que o terá que dividir com mais profissionais. Isto não tem cabimento.

Aos Enfermeiros a quem não é paga exclusividade, esses, são livres de serem profissionais liberais. Tal como os engenheiros, advogados, médicos, etc... A esses não se impõe um limite de trabalho. Seria ridículo dizer que um advogado só pode aceitar um processo por mês (para haver trabalho para todos) ou um médico observar um doente por dia, ou mesmo um professor só poder dar explicações a um aluno apenas, para que possoa dividir o mercado com os outros colegas!

A liberalização do mercado implica isso mesmo, pressupõe a liberdade do exercício sem fasquias definidas.

Estou de acordo, isso sim, com o impedimento na acumulação de cargos de chefia no sector público e privado, por factos e argumentos que estou certo que todos compreenderão. Sou a favor das acumulações, que em minha opinião acarretam experiência e auto-estima aos Enfermeiros, rompendo a monotonia do exercício exclusivo.
A exclusividade deviria ser uma realidade para quem o pretendesse, mediante uma consequente compensação remunerativa.

Mas ninguém pode esquecer que o prestígio e valorização social das várias classes profissionais, estão directamente relacionados com o seu poder económico (ex. médicos, engenheiros, advogados, etc...). Ou seja, em grande parte os Enfermeiros tiveram um incremento importante no seu reconhecimento (ideia vulgar de que os Enfermeiros auferem bons salários) ditado pelas boas remunerações fruto de acumulações, que permitiu aos profissionais de Enfermagem pertencer à classe média-alta e gozar de um status que lhe permitiu evoluir no seio da sociedade.

Por fim, deixo uma nota final para a entrevista aos 3 candidatos a bastonário da OE realizada pelo Jornal de Notícias (a foto e o nome do Enf. Carlos Vaz Folgado estão errados, pois tal identificação pertence a um candidato a bastanário da OM). A actual bastonária foi a mais evasiva e difusa, sem posições firmes, queimando os foguetes finais na caça inveterada ao voto, tomando agora posições que habitualmente era contra, porque digamos, a demagodia da actual bastonária parece não ter limites.

Hoje apeteceu-me dizer isto. Amanhã decide-se.

domingo, dezembro 09, 2007

Votem LISTA C

QUALIDADE - FORMAÇÃO - EMPREGO SEGURO

Estes, são os 3 pilares básicos da estratégia que o Enf. José Correia Azevedo (Lista C) delineou para a classe de Enfermagem. A mesma classe que andou à deriva durante estes últimos anos, tendo chegado à situação lamentável que todos nós conhecemos.
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Colega, a bem da profissão, temos que, necessariamente, romper com a actual inércia, apatia e introversão.
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Esperamos uma mudança firme, sólida, orientada pelos princípios que balizam a profissão. Aposta-se no reconhecimento, na dignificação, na qualidade, no emprego, na competência, na segurança, na formação, na modernidade, no desenvolvimento, na solidariedade, no rigor e na afirmação.
Acima de tudo, aposta-se no FUTURO.
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- Lista C -
(Bastonário + Conselho Directivo + Órgãos Sociais Regionais - Sul)
AaA
A
P.s. - A Lista A concorre aos Órgãos Regionais do Norte com uma excelente equipa, liderada pelo Enf. Germano Couto. Na Secção Regional do Centro, dos Açores e da Madeira, não existe alternativa.

sábado, dezembro 08, 2007

A "gralha" do voto por correspondência....

Imagem: consigopelaenfermagem.org


Mais outra "gralha". A esmagadora maioria dos Enfermeiros que pretender votar por correspondência, não encontrará "espaços" disponíveis para colocar o seu número efectivo de membro constante da cédula profissional, tal como podem verificar pela imagem.
As "gralhas" já são mais do que muitas.... estranhamente muitas.

"Eleições da Ordem sob ameaça de impugnação"!!!!!

Já aqui foi referido que a Enf. Maria Augusta de Sousa, por várias ocasiões, usou a sua posição como bastonária para proveito próprio na eleições da OE para 2008-2011. Muita gente partilha esta opinião.
A comissão eleitoral (afecta à actual OE) foi acusada, pelo Enf. Carlos Vaz Folgado, de falta de coerência e incumprimento dos estatutos. A actual bastonária também foi visada e acusada de auto-favorecimento.
Dexo-vos na íntegra o artigo da polémica, publicado no Jornal Diário de Notícias:
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"O candidato a bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Carlos Folgado, ameaça impugnar as eleições marcadas para dia 13, perante a existência de várias ilegalidades no processo eleitoral.
A sua aceitação como candidato chegou apenas dia 27 de Novembro, mas a campanha já começou no dia 20. O candidato não terá, assim, direito aos 13 dias de campanha previstos por lei. O enfermeiro acusa ainda a actual bastonária de fazer campanha oito dias antes do permitido. O enfermeiro, que reuniu ontem com a comissão eleitoral, explicou ao DN que "a candidatura a bastonário foi aceite apenas no dia 27 de Novembro", exactamente uma semana depois de a campanha ter começado. "Apenas enviei as cartas ontem e os folhetos não foram impressos a tempo, apesar de estarem prontos", diz.

A única solução é o adiamento "para dia 19 ou 20" , refere Carlos Folgado poucas horas antes de reunir com os seus responsáveis. "Estamos a ser flexíveis. Mas, se não aceitarem, vamos impugnar as eleições. O Tribunal que decida", frisa, apesar de os estatutos da Ordem obrigarem à realização das eleições até dia 15.
"A candidatura foi entregue no dia 26 de Outubro", dentro da data prevista, mas foi recusada doze dias depois pela comissão eleitoral. "Alegaram o incumprimento de aspectos burocráticos, como o uso abusivo do logotipo da Ordem dos Enfermeiros", acrescenta Carlos Folgado. No dia 12, quatro dias depois de ter recebido a carta da OE, enviou toda a documentação necessária à correcção das irregularidades. No entanto, voltou a ver a sua candidatura recusada.

Em carta enviada à Comissão Eleitoral, Carlos Folgado mostra-se surpreso com a recusa que recebeu no dia 19. Mas foi informado que teria uma reunião, no dia seguinte, com a presidente da comissão eleitoral. Durante o encontro, apercebeu-se que estavam em causa irregularidades não relacionadas com o seu processo, mas sim com os candidatos ao conselho directivo na sua lista. Os candidatos não tinham assinado os termos de aceitação. Nesse dia, seria aconselhado a pedir recurso à presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros, o que fez exactamente dois dias depois. "Resolveram só aprovar a minha candidatura a bastonário e recusaram a dos candidatos a Conselho Directivo e Assembleia Geral", sublinha. Os membros da lista não acataram a decisão e retaliaram novamente com um recurso no passado dia 3.

Semana de campanha ilegal

Carlos Folgado alerta que "a actual bastonária e candidata [Maria Augusta de Sousa] começou a fazer campanha no dia 12 de Dezembro [nota: erro, provavelmente seria uma referência a Novembro], quando só o podia fazer a partir de dia 20. Segundo o calendário definido para as eleições para o mandato 2008-2011, a campanha teria lugar de 20 de Novembro a 12 de Dezembro.
No entanto, de acordo com o enfermeiro Carlos Folgado e com os dados constantes do site da lista D (Consigo pela Enfermagem), a candidata já estaria em campanha desde essa data. No dia 12, esteve nos Açores, onde visitou diversos hospitais e centros de saúde. De acordo com os textos presentes no site, integrados na categoria diário da campanha, "os contactos efectuados possibilitaram a síntese dos dez compromissos que a candidatura nacional se propõe concretizar no próximo mandato da Ordem dos Enfermeiros".

A bastonária disse ao DN que não concorda com as acusações: " Comecei a ir às instituições no dia 12, mas isso é pré-campanha. Tive o cuidado de o dizer aos meus colegas", frisa. "Os nossos advogados vão falar com a Ordem para tentar perceber o porquê de a campanha ter começado antes. Há possibilidade de a enfermeira deixar de ser candidata à OE", conclui. O DN tentou contactar a comissão eleitoral sem sucesso."

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Porquê votar no Enf. José Azevedo? - Lista C

(Clicar para ampliar e ler)

"O que vai a OE dizer sobre isto?" - As reacções.

Relativamente às afirmações proferidas pela Ordem dos Médicos (ler comunicado da OM e esta notícia do Jornal Correio da Manhã), fazendo crer à população que o Enfermeiros são profissionais sem qualificações para assegurar cuidados pré-hospitalares, e após emitir um parecer técnico que aconselha os médicos dos CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) a não assumir os actos dos Enfermeiros, a Ordem dos Enfermeiros na pessoa do seu vice-presidente, Enf. Jacinto Oliveira, reagiu timidamente. A Enf. Maria Augusta de Sousa, convidada pela SIC Notícias na posição de bastonária/analista, teve um reacção contida e diplomática acerca deste assunto, preferido focar outros aspectos mais difusos.

O Enf. José Azevedo, também reagiu publicamente de uma forma peremptória, sem receios, delineando inclusivamente estratégias e prometendo a antecipação de medidas há muito solicitadas pelos Enfermeiros, no sentido pôr termo a certas indefinições e lacunas protocolares nesta área de intervenção (pré-hospitalar):
"O êxito do Suporte Imediato, do Suporte Avançado e do Suporte Básico de Vida, áreas essencialmente de enfermagem, fica a dever-se sobretudo a estes profissionais, já que os Enfermeiros foram os seus principais promotores e aperfeiçoadores."
"Quando um Enfermeiro se descontrola por falta de treino ou por qualquer outra circunstância, o doente ou morre ou fica muito maltratado. Experiência que só por si atesta o valor da enfermagem nestes suportes de vida"


Não se conhece qualquer tipo de reacção pública por parte do terceiro candidato, Enf. Carlos Vaz Folgado.
a
P.S. - Permitam-me só acrescentar que, seja qual for o vencedor das próximas eleições da OE, a Enfermagem portuguesa já teve a sua pequena vitória.
O incremento de visibilidade na comunicação social, fruto do esforço devotado para estas eleições por parte dos vários candidatos, tive como consequência natural um reflexo acrescido da nossa classe nas páginas dos jornais, rádios e televisões.
Ou seja, para já, os vencedores são os Enfermeiros.

O que vai dizer a Ordem dos Enfermeiros sobre isto?

"A Ordem dos Médicos proíbe a ajuda por telefone aos enfermeiros que se desloquem nas viaturas de suporte intermédio de vida."

... vai ficar em silêncio?

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O mistério da "gralha" da pág. 39!


Por vezes as coincidências são inquietantes. Existe um termo inglês, que deriva de um antigo conto de fadas persa, para descrever estes fenómenos - "serendipity"!
O "guru", médico indiano e filósofo metafísico Deepak Chopra refere-se a estes coisas denominado-as de sincrodestino.
Cá em Portugal chamamos a isto... um "acaso do catano"!
Então, vejam lá, que na Revista da OE dedicada às eleições houve uma gralha: no cimo da página 39, onde deveria estar escrito "Lista C", está escrito "Lista B". Na página anterior (38) e na posterior (40), não existe qualquer erro!!
Esta gralha aconteceu precisamente na página onde está a foto, a identificação da respectiva lista eleitoral e a mensagem de candidatura a bastonário do... Enf. José Azevedo!
Não estou com isto a querer deixar transparecer algo nas entrelinhas....
A Ordem dos Enfermeiros já pediu desculpas pelo incómodo. Estão desculpados.
Mas serviu para animar a conversa do dia... e desanuviar.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

(Modelo de) Desenvolvimento Profissional: perspectivas dos candidatos!




A suposta solução (?) para muitos problemas da Enfermagem chama-se Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP), e é o instrumento estratégico da Enf. Maria Augusta de Sousa para os próximos quatro anos, e que a mesma usa como bandeira eleitoral. Com este instrumento pretende regular a profissão com base na certificação de competências profissionais.
Este modelo organiza-se "a partir de um período de internato de Enfermagem (com a duração a definir pela OE), constituído por duas fases", das quais o referido internato é primeira.

Em que consiste este internato?

Num ano de "exercício profissional tutelado", com um "programa formativo proposto pela OE (experiências de cuidados + formação + investigação)", tendo como referência as competências do Enfermeiro de cuidados gerais.
As condições de acesso e de avaliação serão definidas pela própria OE.

O que é que este modelo implica logo na primeira fase?

O número de vagas a criar para este internato será definido anualmente, mas presume-se que esse número será sempre inferior ao número de alunos que conclui todos os anos o curso superior de Enfermagem, o que pressupõe que não haverá vagas para todos, deixando licenciados de Enfermagem sem possibilidades de progredir e exercer.

Com este modelo, a Enf. Maria Augusta de Sousa admite que a qualidade das escolas fica aquém do pretendido (o que confirma a ineficácia da OE), que o fluxo formativo, ao contrário do que muitas vezes quer fazer crer, está desregulado e fora de controlo, e que a OE ao invés de intervir na fase de admissão ao curso de Enfermagem através do accionamento dos mecanismos necessários, tenta contornar a situação, barrando o acesso à profissão a muitos licenciados, permitindo o fácil acesso ao curso e a banalização completa da profissão.

Em poucos anos existirão milhares de licenciados em Enfermagem, que ficarão impossibilitados de continuarem o seu percurso, o que logicamente promoverá guerras entre a classe e a destabilização profissional, o que eu discordo completamente.

O mais vantajoso seria intervir junto do acesso ao curso, impedindo a proliferação descontrolada de vagas e o acesso facilitado que desprestigia a Enfermagem. A negociação com a tutela torna-se inevitável para impedir o caos formativo. Instaurar uma política de numerus clausus a variar de acordo com as necessidades, e afinar e uniformizar os critérios de admissão ao curso, será o mais lógico, e o que reflectirá uma maior qualidade nos alunos e futuros profissionais.

Em relação ao modo de certificação de Enfermeiros especialistas de acordo com a prática clínica + formação + investigação, concordo. Nesta fase, este tipo de condições já são mais exequíveis e lógicas, e terão como consequência uma melhoria e uma mais-valia para a formação dos Enfermeiros especialistas. Concordo com a segunda fase do MDP proposto pela Enf. Maria Augusta de Sousa.

Urge também certificar quais os campos de estágio que reúnem condições para a formação de alunos (visto que devido à falta de locais de estágio, muitas escolas enviam os alunos para creches, lares, escolas, etc, o que é inaceitável e impensável para a formação de Enfermeiros). Neste momento, e durante os últimos quatro anos não existiu qualquer tipo de regulação e controlo. E mesmo sem controlo, a Enf. Maria Augusta de Sousa continuar a içar a bandeira da falta de Enfermeiros...
*****

A perspectiva do Enf. José Correia Azevedo (Lista C) sobre esta matéria é clara, consistente e faz uso do poder da OE como entidade reguladora da profissão. Não descrimina Enfermeiros, promove a qualidade e uniformidade formativa, devolvendo o prestígio ao ensino de Enfermagem e criando crivos selectivos no acesso ao curso, impedindo a sua banalização.

Especialmente para o doutorenfermeiro.blogspot.com, o Enf. José C Azevedo apresentou o seu ponto de visto sobre este tema essencial:

"De facto tudo isto foi longe de mais e impõe-se definir uma estratégia correcta.Como sabe a alínea j do art. 3º do DL 104/98 - Estatuto da Ordem determina que: …."pronunciar-se sobre os modelos de formação e a estrutura geral dos cursos de enfermagem".

Não pode haver referência mais clara acerca da responsabilidade directa da Ordem dos Enfermeiros na definição dos cursos a ministrar. A inversa vai dar ao mesmo: se um curso está a funcionar sem o parecer favorável da OE esse curso não tem condições de prosseguir.

Não vale a pena inventar propostas de desculpa serôdia. Se a lei atribui à OE a competência de se pronunciar, sobre os cursos de enfermagem e todo o circunstancialismo que os rodeia, não precisa mais do que verificar as condições à posteriori, já que o não fez à priori e propor a suspensão dos que não estão, em consonância com o parecer da Ordem, condição essencial de funcionamento, (desculpem: falta esse parecer da OE, na documentação das escolas que, como cogumelos, pululam por todo o norte do país, curiosamente):

Ora como ia dizendo já ouvi à ainda bastonária, numa AG que isso dos cursos e das escolas era com o ministro da ciência e da arte e das letras: letra.
É que aquilo está ali escrito porque o Estado delegou na representação mor dos enfermeiros a capacidade de dizer o que entende por um enfermeiro me como deve ser formado para estar de acordo com o que a OE entende por Enfermeiro. Pelos vistos a OE não tem entendido nada e a formação tornou-se um modo de vida fácil e rentável, para alguns e desgraça para muitos que investiram muito para terem um emprego garantido.

A conclusão é óbvia: há aqui muita responsabilidade, sobretudo dos que se aproveitam dos pregões de faltam 20000 enfermeiros, dizem uns; não, faltam 11.000, dizem outros. E os desempregados crescem e os salários degradam-se, aviltam-se.
O problema é complexo, no entanto, quando um problema é bem equacionado tem sempre solução, determina a lógica.

A primeira questão é circunscrever ao mínimo as vítimas do lucro fácil;
a segunda é usar as competências da Ordem para essa circunscrição ou delimitação, tendo a coragem e o dever de dizer o que está mal e cortar-lhe as raízes sem tergiversações, nem conveniências; em terceiro lugar nunca dizer quantos enfermeiros faltam sem fazer uma previsão correcta, tendo em conta o papel que se pode exercer no emprego dos que se formam; quarta, não inventar maneira de prolongar o desemprego através de cursos que nunca mais acabam: estão sempre à espera da última moda.
De indefinição em indefinição chegamos ao estado actual que é alarmante, para quem tiver sensibilidade para com a desgraça alheia.
a
Reduzir os excessivo número de enfermeiros, passa por exigir qualidade idónea nos cuidados de enfermagem que deve definir com clareza onde faltam os enfermeiros e impor, como lhe compete, a sua colocação. Com efeito, os que estão formados são os primeiros a requerem a nossa muito especial atenção. Tenho vindo a dizer que a área dos cuidados primários tem de absorver muitos milhares de enfermeiros, para que se transforme numa assistência de qualidade, como já foi experimentado com êxito noutros países.

Não pode haver o sacrifício de enfermeiros pois a sobrecarga aumenta a possibilidade de erro. Garantir a qualidade em todas as circunstâncias, dos cuidados de enfermagem é competência da Ordem. Vou exercê-la. Por isso meu caro e atento doutorenfermeiro o problema tem solução e até fácil desde que se actue correctamente em função da Enfermagem cuja natureza e problemática deve estar sempre presente enquanto Bastonário. O meu lema não é agradar mas sim cumprir com eficácia o que interessa ao bem comum, máxima suprema de qualquer deontologia e ética.

O que convém à Enfermagem é o que me convém, como Bastonário.

A nossa Ordem tem sido muito conduzida em vez de ser condutora e esta é uma questão de fundo que só uma mudança, um enxerto no sítio certo pode corrigir."
a
"A certificação de competências só faz sentido, não para os cursos deficitários das escolas (quais escolas?), mas para a formação extra-escolar, com o enfermeiro contratado como tal, pois o modelo dos cursos de enfermagem já tem uma dose de prática, devia ter, que habilite para a profissão, exercida com a segurança, que essa prática confere.

Sendo os cursos feitos com a observância desse predomínio da prática sobre a teoria, a Ordem deve emitir a respectiva cédula. De contrário estaria a permitir o funcionamento de cursos que teriam de ser eternamente complementados, mantendo o “sempre estudante”, no dizer da cantiga. Esta é a formação geral, base de toda a outra."

"Criar um internato de um ano para suprir carências de formação é uma forma de fugir à questão essencial. Impõe-se saber quando termina o curso de enfermeiro e quando é que a escola o dá por completo.
Se a Ordem tem possibilidades de controlar durante 4 anos a qualidade do ensino, exigindo dos professores e da escola formação teórico-prática adequada à prática da Profissão, estar a criar um ano de estágio, obviamente remunerado, para complemento do que não foi e devia ter sido feito antes, é perda de tempo.

Quem lhe responde, depois de terminar o curso geral de enfermagem começou a trabalhar com estagiário, categoria que antecedia a de enfermeiro de 2ª classe.
Trata-se de um curso que deve ter maioritariamente formação prática. Por isso parece-me mais fácil exigir às escolas essa condição, a priori do que estar a tolerar deficiências às escolas e lançar sobre os alunos mais um ano de complemento de insuficiências, a posteriori. É adiar por mais um ano um problema que tem de ser resolvido, a priori, na escola.
"

"A formação especializada, esta sim, credenciada pela Ordem, pode ter duração variável e é comum a todos os enfermeiros, sob o nome de internato (à semelhança do internato complementar e de especialidade dos médicos).
A Ordem deve exigir às escolas qualidade, senão providencia o seu encerramento junto de quem as autorizou a funcionar sem estarem garantidas as condições de reconhecida idoneidade. Dar num ano o que não deram 4, é pouco.

"Uma das competências da Ordem (Artº 3º do seu Estatuto) é promover o desenvolvimento da profissão. O que estamos a assistir é ao definhamento, ou morte lenta. Promoverei a investigação para fundamentar cientificamente a evolução."
a
"Se continuamos a desperdiçar as nossas potencialidades, no sentido aristotélico do termo (a potência contém já o acto, “em potência”) nem para 100 enfermeiros arranjamos lugar, quanto mais para 11 milÉ óbvio que a afirmação de que faltam no país x ou y enfermeiros sem ter critérios definidos para saber o que é o enfermeiro (daí a possível confusão com os auxiliares), é duma imprudência inqualificável, que só agrava a situação dos realmente enfermeiros diplomados, como tal... "

42500!


"Enfermeiros da Linha "Saúde 24" evitam 42 mil e 500 idas à urgência"

Simplesmente... impressionante!


Feridas - referências.


Existem já disponíveis na internet bons sites não-associativos sobre o complexo tema das feridas.
Deixo-vos o links para um deles, que se caracteriza pela boa qualidade científica:

Feridas (autoria: Enf. Ricardo Ribeiro)

terça-feira, dezembro 04, 2007

Será que há alguém interessado em boicotar este acto eleitoral?


O candidato a bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enf. José C Azevedo, emitiu no seu blog de candidatura, o seguinte comunicado para a imprensa:


COMUNICADO PARA A IMPRENSA
a
"A candidatura de José Correia Azevedo vem mais uma vez manifestar a sua preocupação pela forma como todo o processo que conduzirá, no próximo dia 13 de Dezembro, à eleição dos novos corpos sociais (2008-2011) da Ordem dos Enfermeiros, se tem vindo a desenrolar.

A juntar ao impedimento em contactar com todos os membros da OE, por não lhe terem sido facultados os respectivos contactos, temos o atraso no envio dos boletins de voto por correspondência e a não divulgação das candidaturas bem como dos seus programas de acção, cuja responsabilidade é dos actuais corpos sociais.
Também o número especial da Revista da OE, que deveria incluir informação sobre as candidaturas não foi ainda enviado para os seus membros. Segundo a informação constante no Calendário Eleitoral, os boletins dos votos por correspondência deveriam ter sido enviados para todos os membros até ao passado dia 29 de Novembro, o que até à data ainda não aconteceu.

Esta situação é grave, já que, segundo o mesmo Calendário Eleitoral, os profissionais que pretendam exercer o seu direito de voto por correspondência, deverão fazer chegar o respectivo boletim à Ordem dos Enfermeiros em tempo útil, ou seja até ao próximo dia 13 de Dezembro. Com este atraso dificilmente tal será possível.
Tal como é grave o atraso no envio da Revista, porque, objectivamente, impede que chegue a todos os membros da Ordem informação sobre a Candidatura de José Correia Azevedo, viciando à partida os resultados. Esta candidatura mais uma vez manifesta e reitera a sua extrema preocupação e apreensão pelo facto do direito à informação não estar a ser devidamente assegurado neste processo eleitoral.
Será que há alguém interessado em boicotar este acto eleitoral?"
a
Pois é, a responsabilidade é da actual OE. Até neste aspecto (!) os actuais constituintes da OE mostram a sua inércia.

Mas se alguns dificultam, aqui tenta-se facilitar. Podem consultar, enquanto esperamos que chegue a nossa casa, a referida versão da Revista da OE (com um editorial escrito pela saudosa ex-bastonária, Enf. Mariana Diniz de Sousa) que contém todas as informações sobre as eleições, aqui (formato pdf).

a
P.s - Se há alguma coisa que não podemos apontar à actual Ordem dos Enfermeiros, é falta de rapidez no envio da nota de liquidação das quotas. Estão em nossa casa sempre a tempo e horas! Não falha...

Enfermacêuticos


A Ordem dos Enfermeiros, actualmente liderada pela Enf. Maria Augusta de Sousa, deixou que se desse mais uma machadada na classe de Enfermagem (e ainda, sem vergonha, nos pedem o voto!).
O que está em causa é a recente alteração do regime jurídico das farmácias de oficina, que, como sabem, permite às farmácias prestar serviços de saúde como sejam os primeiros socorros ou a administração de medicação por exemplo.
Perante a indiferença da OE (como já é habitual), foi aprovada a Portaria n.º 1429/2007, onde está escrito sem margem para dúvidas (artigo 2º):
a
Serviços farmacêuticos
As farmácias podem prestar os seguintes serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem -estar dos utentes:
a) Apoio domiciliário;
b) Administração de primeiros socorros;
c) Administração de medicamentos;
d) Utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica;
e) Administração de vacinas não incluídas no Plano
Nacional de Vacinação;
f) Programas de cuidados farmacêuticos;
g) Campanhas de informação;
h) Colaboração em programas de educação para a saúde.
a
Tudo isto inscrito sob a nomenclatura de serviços farmacêuticos. O artigo 3º, é o da discórdia. Aqui, estabelece-se quais os requisitos para a prestação desses serviços. O ponto n.º 1 é quem dá largas à polémica:
a
Requisitos para a prestação de serviços
1 — Os serviços referidos no artigo anterior têm de ser prestados nas condições legais e regulamentares e por profissionais legalmente habilitados.
a
Quem são os profissionais habilitados para a prestação dos serviços farmacêuticos acima mencionados? Farmacêuticos? Com que formação? Enfermeiros? Então deveriam ser classificados como serviços de Enfermagem...
a
De qualquer forma, mais uma vez a inércia da Enf. Maria Augusta de Sousa certamente deitará tudo a perder...
Este assunto, de extrema importância para os Enfermeiros, parece estar a passar despercebido à OE, que, como já é habitual, prefere remeter-se ao silêncio ao invés de tomar medidas concretas e não simples comunicados ou notas informativas sem qualquer efeito prático.

Para alguém que diz lutar contra a usurpação das funções dos Enfermeiros, a Enf. MAS (pouco interessada em definir o acto de Enfermagem), parece estar passivamente a observar todo este processo que se desenrola mesmo debaixo do seu nariz! Como podemos confiar o voto em alguém que tem receio em agir firmemente?

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!