quinta-feira, novembro 30, 2006

Um agradecimento...

(Clique para ampliar p.f. - leitura recomendada!)






O SALÁRIO DOS ENFERMEIROS (principalmente na privada) ESTÁ A DESCER PARA VALORES HUMILHANTES!



TODOS TEMOS DE AGRADECER À ORDEM DOS ENFERMEIROS!


O MINISTRO NEM PRECISOU DE NOS PÔR DE "TANGA", BASTOU A ORDEM DOS ENFERMEIROS PARA O FAZER!


GRAÇAS À SRª BASTONÁRIA & COMPANHIA, HÁ ENFERMEIROS A GANHAREM VALORES RIDÍCULOS PARA UMA PROFISSÃO QUE SE QUER ASSUMIR COMO AUTÓNOMA E DE CARACTÉR SUPERIOR!


GRAÇAS À SENHORA BASTONÁRIA & COMPANHIA, HÁ MILHARES DE ENFERMEIROS NO DESEMPREGO. O SEU NÚMERO AUMENTA VERTIGINOSAMENTE, TODOS SABEM DISSO, O SR. MINISTRO DA SAÚDE (!!) ATÉ JÁ O AFIRMOU, E O QUE FAZ A ENF. MARIA AUGUSTA DE SOUSA?

DIZ QUE É NECESSÁRIO FORMAR MAIS ENFERMEIROS!

SNS: "Morte" anunciada? (Humor)


quarta-feira, novembro 29, 2006

Enfermeiros alertam utentes para consequências do fim de horário acrescido!




"Cerca de 20 elementos do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses estão hoje a alertar os utentes dos Hospitais de S.José e Capuchos, em Lisboa, para os possíveis efeitos do corte das horas dos enfermeiros que entra em vigor sexta-feira.



Pedro Frias, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), explicou à Lusa que a delegação do sindicato está desde as 08:00 a distribuir panfletos ao s utentes para os alertar para as consequências do fim do regime de horário acre scido, decisão anunciada pelo Conselho de Administração em Setembro.

"Em Setembro o conselho de administração aprovou uma medida que visa re tirar [aos enfermeiros] o regime de horário acrescido, o que para nós resulta da perda de 5.250 horas por semana", adiantou o sindicalista.

De acordo com Pedro Frias, os enfermeiros passam a trabalhar 35 horas e não 42.

"Este conselho pretendia com esta medida, que entra em vigor na sexta-f eira, poupar algum dinheiro em recursos humanos", referiu o sindicalista.

Pedro Frias precisou que a administração tomou esta medida mas contrato u mais enfermeiros que não chegam para combater a perda de mais de cinco mil hor as.

O sindicalista disse também à Lusa que o regime de horário acrescido nã o foi retirado aos enfermeiros das urgências, blocos operatórios e dos cuidados intensivos.

"Os profissionais destes três sectores continuam a trabalhar 42 horas m as agora dizem já não estar disponíveis para o fazer", disse Pedro Frias, acresc entando que estes profissionais consideram-se desrespeitados pela administração.

Pedro Frias adiantou ainda à Lusa que uma delegação do SEP vai tentar s er recebido quinta-feira pelo conselho de administração para arranjar uma soluçã o para o problema.

"Se, apesar dos esforços, a situação não for resolvida admitimos recorr er à greve", concluiu.
"


É TRISTE O QUE ESTÁ A ACONTECER. QUEM SOFRE? A POPULAÇÃO!
É UMA MEDIDA PURAMENTE ECONOMICISTA!!!



Fonte: www.rtp.pt

terça-feira, novembro 28, 2006

Querem fechar serviços de urgência? (uma pequena história)




Dezoito horas e trinta minutos. Sou avisado que estava a chegar um utente em paragem cardio respitória. Dirigo-me em passos rápidos para a sala de reanimação.
Os enfermeiros estão avisados, os médicos também. Toda a gente calça luvas, prepara maca hidráulica, laringoscópio aberto, catéteres prontos, medicação fora das gavetas, holofotes da sala ligados...
Lá fora pela janela, é visível o bilho azul dos "pirilampos" das ambulâncias do pré-hospitalar a chegarem a alta velocidade. Os pacientes da sala de espera afastam-se para a entrada directa dos bombeiros.
Por mais vezes que se repita a situação, a taquicardia toma sempre conta de todos nós. Enfermeiros e médicos de coração aos pulos, níveis de adrenalina e cortisol no máximo. Ninguém sabe com que situação nos vamos confrontar.
Os bombeiros, visivelmente exaustos, vinham a realizar manobras de suporte básico de vida dentro da ambulância que tinha percorrido todo o trajecto em velocidades estonteantemente vertiginosas...
O paciente vinha totalmente cianosado, sem possibilidades de revertência da situação. Os bombeiros referem mais de 25 minutos de paragem cardio-respitarória. A família espera ansiosamente lá fora.

Holofotes são desligados, medicação recolhida, laringoscópio guardado, a equipa dispersa...

Declarado óbito.

Os bombeiros revoltados, cansados, frustrados, disseram que tinham tentado activar a VMER. Esta encontrava-se ocupada, não pôde responder ao apelo.
Mais uma vez, o desalento assolou toda a gente. Luvas descalçadas, olhos no chão, ninguém fala. Um silêncio gelado assolou a sala. Lágrimas disfarçadas reluzem nos olhos de um dos bombeiros.

A família foi avisada.


Para quando:

- Mais VMER's?

- Enfermeiros nas ambulâncias do pré-hospitalar com cobertura legal para realizarem suporte vançado de vida sem a presença de um médico (muitos enfermeiros fazem-no para salvar vidas, infelizmente sem a lei do seu lado...)?




NÃO CONCORDO COM O FECHO DE ALGUNS SERVIÇOS DE URGÊNCIAS.!




Foto: vmeraveiro.blogspot.com

domingo, novembro 26, 2006

O dever de denunciar...



Uma nossa comentadora (Colega Manuela), escreveu o seguinte comentário, bem ilustrativo dos deveres de todos os Enfermeiros, principalmente no momento actual (desemprego...), onde várias atrocidades são cometidas, pondo em causa o nosso exercício profissional e a segurança dos utentes.
Este comentário, vinha na linha de uma discussão acerca do desemprego na profissão.
Boa leitura para reflectir.


"Acresce o facto de a nível nacional o numero de enfermeiros por turno estar a ser diminuido, sendo que os que ficam tentam fazer o seu trabalho e o dos outros pondo em risco a qualidade dos cuidados que prestam e contribuindo para o desemprego dos colegas. Esquecem-se de que estão obrigados nos termos dos estatutos da ordem a denunciar situações que comprometam a qualidade dos cuidados prestados, nomeadamente a redução do numero de enfermeiros por turno,incorrendo no risco de serem formalmente punidos por conivencia e assumpção implicita de que apesar da deteoração das condições de trabalho, são capazes de continuar a assegurar a qualidade dos cuidados prestada."


Colegas, é necessário denunciar às autoridades competentes todos os atentados à nossa profissão! Usurpação de funções incluído!!

quarta-feira, novembro 22, 2006

Dentistas também sofrem com o desemprego!



É sabido que os dentistas também sofrem actualmente as consequências e agruras do desemprego, facto que preocupa muito a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) (em contraste com a falta de preocupação da Ordem dos Enfermeiros). O desemprego e excesso de profissionais no mercado tem vindo a comprometer a actividade destes técnicos, assim como a qualidades do serviços que prestam (será que a nossa bastonária não devia ir falar com a OMD, para compreender que o excesso de profissionais e a banalização do ensino promove a falta de qualidade profissional e o aumento da precariedade e do emprego à tarefa, o que contraria os princípios da Enfermagem!!)!
Deixo aqui para lerem uma notícia retirada do site da OMD, para ler, reflectir, estabelecer um paralelo com a situação dos Enfermeiros e comentar.


"Concorrência desleal preocupa Ordem dos Médicos Dentistas

Bastonário afirma que “esta é uma situação degradante, que penaliza sobretudo os mais jovens sem alternativas em termos de exercício profissional”.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) apresentou queixa à Autoridade da Concorrência contra algumas Seguradoras de Saúde por situações detectadas de prestação de cuidados, quer abaixo do custo quer gratuita.

A Ordem dos Médicos Dentistas defende um funcionamento livre e competitivo do mercado na área da saúde, mas, por outro lado, preserva de forma intransigente os interesses dos consumidores e dos prestadores de saúde na qualidade dos serviços e bens que são disponibilizados.

Algumas das situações encontradas referem-se a consultas, urgências, Rx, tartarectomias e extracções de dentes a título gratuito. A existência detectada, mais ou menos generalizada, de tratamentos que aos médicos dentistas são pagos muito abaixo dos custos mínimos necessários à sua execução, condiciona, desde logo, a prestação adequada de cuidados de saúde oral.

A saúde pública está, deste modo, afectada, uma vez que não se pode assegurar o rigor e a qualidade dos serviços prestados abaixo de custo ou gratuitos.

Orlando Monteiro da Silva, Bastonário da Ordem, afirma que “esta é uma situação degradante, que penaliza sobretudo os mais jovens sem alternativas em termos de exercício profissional”.

In SIC 1º Jornal - 15/09/2006
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Fonte: www.omd.pt

SE(N) lança proposta para nova carreira de Enfermagem!!!!




Colegas, o Sindicato dos Enfermeiros (ex-Norte), publicou no seu site uma proposta para a nova carreira de Enfermagem. Não é explícita em muitos aspectos (este artigo está provavelmente muito síntetizado), mas pelo menos define de um forma global o posicionamento do sindicato quanto a valores monetários (mais justos do que os actualmente particados - digo eu!). Deixo aqui uma transcrição (na íntegra) do artigo para lerem e comentarem.





"Os novos mecanismos legislativos introduzidos na regulamentação do Serviço Nacional de Saúde, adicionados da reforma do sistema formativo do Enfermeiro e da Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2005 publicada em 30/06/2005 no Diário da República I Série – B, determinam, de forma compulsiva, rever a actual Carreira de Enfermagem.

Urge criar um novo modelo de Carreira, com princípios enformadores de documento convergente quanto a Serviços Públicos Administrativos S.P.A. (Hospitais do Estado, Cuidados de Saúde Primários), Entidades Públicas Empresariais e outros.

É fundamental e necessário que todos os Enfermeiros e Enfermeiras tomem consciência da dificuldade emergente da nova realidade da reordenação da profissão.

Na estrutura documental de revisão e negociação de nova Carreira e Acordo Colectivo de Trabalho muito pode e deve ser equacionado. É isso mesmo que propomos como base negocial.



1. Área remuneratória


1.1 O enquadramento remuneratório do Enfermeiro exige e justifica alterações de critérios com princípios de aplicabilidade quer nos Serviços Públicos Administrativos quer nos Acordos Colectivos de Trabalho, abrangentes de Entidades Públicas Empresariais ou ainda outras áreas de exercício profissional. Por isso, os responsáveis pela apresentação deste documento optaram por apresentar para análise mais que uma alternativa.


2. Âmbito de aplicação


2.1 Para além dos Serviços Públicos Administrativos, Entidades Públicas Empresariais terão de ser analisadas Unidades de Saúde a criar, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde de acordo com o previsto na Lei 27/2002.


3. Estrutura da Carreira (e Acordo Colectivo de Trabalho)


3.1 Devem abranger áreas de actuação correspondentes a prestação de Serviços de Enfermagem, gestão, assessoria, direcção de serviço, gestão de departamentos e Empresas.


4. Níveis e Categorias


4.1 Os níveis e categorias profissionais é matéria que exige alteração e adaptação às novas regras de reordenação da profissão (SPA, EPE e outros), pelo que os níveis e categorias de carreira devem ser reduzidos.


5. Áreas de actuação


5.1 Ao abordarmos as áreas de actuação devemos reflectir sobre alterações nas actuais categorias profissionais bem como sua relação com níveis de formação e competências.

A evolução formativa do Enfermeiro determina que lhe seja reconhecida competência para assumir funções de estudo, investigação e adaptação de métodos e processos científico-técnicos, de âmbito geral e especializada, executados com total autonomia profissional, tendo em vista a preparação para as tomadas de decisão em matéria de Serviços de Saúde e de Enfermagem dirigidos ao indivíduo de forma personalizada, à família e à comunidade, com a abertura suficiente para os mais altos valores de modo a definir o estado da arte da Enfermagem em cada momento e de acordo com o nível de gravidade a resolver. É para dar resposta ao enunciado que apresentamos propostas de novos perfis de competência remunerações, horário de trabalho e outros elementos indexados.


6. Proposta de Grelhas Salariais, horários de trabalho, progressão e especialização e cargos de gestão.

Índices e escalões de remuneração para as categorias de Enfermeiro e Enfermeiro Especialista:


1 - Categoria: Enfermeiro / Enfermeiro Especialista

1.1 - Horário: 35 horas semanais
1.2 - Escalões / Indice



2 - Categoria: Enfermeiro / Enfermeiro Especialista

2.1- Horário: 40 horas semanais

2.2 - Escalões / Indice

1 2 3 4 5 6 7 Escalões

1674 1928 2182 2437 2691 2946 3199 €


2.3 - A evolução profissional e remuneratória do Enfermeiro e Enfermeiro Especialista resulta de créditos de exercício certificados e avaliação do desempenho.

2.4 – O reconhecimento do nível de especialização evolui a partir do? Escalão.

2.5 – A mudança de escalão adquire-se através de módulos de? Anos.


3 - Cargos de gestão:

3.1 - Gestor de nível I

3.1.1 - Horário: 35 horas semanais

1 2 Escalões

3392 3586 €

3.1.2 - Escalões / Índice

3.2 – Gestor de nível II

3.2.1 - Horário: 35 horas semanais

3.2.2 - Escalões / Índice

1 2 Escalões

3780 3877 €



3.3 – Director Enfermeiro

3.3.1 - Horário: Exclusividade

3.3.2 - Escalões / Índice

1 Escalão

5000 €




7. Quanto à revisão dos restantes conteúdos da Carreira de Enfermagem aplicável aos serviços públicos administrativos utilizaremos com base negocial o decreto-lei n.º 437/91, de 8 de Novembro.


8. No que concerne a negociação do acordo colectivo de trabalho aplicável às entidades públicas empresariais utilizaremos como base negocial os documentos constantes do relatório de revisão agregada datado de 30 de Janeiro de 2006 (Ministério da Saúde).

1 2 3 4 5 6 7 Escalões

1464 1687 1909 2132 2354 2577 2799 €
"









Fonte: www.sen.pt

sábado, novembro 18, 2006

Enfermeiros nas urgências!

Vale (muito) a pena ver este video fabuloso, onde podemos constatar que até nas urgências há tempo para desanuviar.
É em inglês, e o seu título original é "ER Nurses Rap!". Humoristicamente, podemos ver o respeito que os Enfermeiros norte-americanos conquistaram na sociedade, tal como eles referem "our skills are well perfected, we expect the unexpected, that's why we're well respected"!
Aqui fica.





Fonte: www.youtube.com

sexta-feira, novembro 17, 2006

Os Enfermeiros sempre em 1º lugar - dizem os farmacêuticos!



FARMACÊUTICOS ENTRE OS PROFISSIONAIS OS MAIS CONCEITUADOS

A classe farmacêutica ocupa a segunda posição mais alta na sondagem anual da Gallup sobre honestidade e ética profissional. 67% dos inquiridos tem “alta” ou “muito alta” consideração pelos farmacêuticos. Este resultado segue aliás a opinião manifestada nos últimos anos, já que entre 1997 e 2001 os valores estiveram sempre entre os 64% e os 69%. Pelo terceiro ano consecutivo, os enfermeiros ficaram colocados em primeiro lugar (79%), seguidos dos militares (65%), professores (64%), médicos (63%) e polícias (59%).

Fonte: www.anf.pt (Associação nacional de farmácias)

Ainda o desemprego...



É incrível a rapidez com que o desemprego se espalha no seio da classe de Enfermagem (algo sem precendentes), é incrível como as escolas numa perspectiva de negócio pensam em abrir ainda mais vagas... Os directores das escolas não são enfermeiros? Não se apreceberam da realidade? Não se apreceberam do que estão a fazer à profissão?
Caminha-se a um ritmo frenético para o abismo, com milhares de desempregados a serem "forçados" a aceitarem condições humilhantes e pouco dignas.
A juntar a tudo isto não há o apoio da Ordem para esta causa. Só pretendem é que os coitados no desemprego continuem a pagar religiosamente as suas quotas.
O curso de Enfermagem transformou-se em dinheiro, dinheiro, dinheiro...
Já ninguém pensa na classe de uma forma realista, adequada e congruente.
É incrível o que estão a fazer à Enfermagem!!

terça-feira, novembro 14, 2006

Viagem a bordo ( VMER)

Retirei este curioso video da internet, como sendo de um colega (Enf. Pedro Nuno - VMER HSM) num pequeno trecho de condução de emergência. Para sentir um pouco da adrenalina "emergencista", recomendo vivamente a sua visualização.





Fonte: www.youtube.com

sexta-feira, novembro 10, 2006

Alerta máximo!




Eis um excerto de um artigo do jornal "Correio da Manhã" sobre o dia-a-dia no INEM:

"O bebé bolsou e engasgou-se enquanto mamava. Fez aspiração de vómito e há já um minuto que não respira. Mergulhou em profundo silêncio, prostrado ao colo da mãe em desespero, jovem inexperiente e incapaz de reagir.

A chamada caiu agora no 112 e a operadora sabe que pouco tempo lhe resta – os próximos segundos podem ser fatais. Os gritos da avó em nada ajudam. Sónia Serrão faz tudo para a acalmar. Contém os nervos mas não há tempo. A senhora está confusa, explica-se mal. Sónia também já grita para ser ouvida. Dá ordens directas. “Tragam o bebé para junto do telefone”, implora sem esconder a ansiedade, com os olhos dos colegas todos postos em si. “Isso. De barriga para baixo. Cinco pancadas entre os ombros. Isso. Agora virem-no, compressão a meio do peito. Isso. Mais.” E assim sucessivamente. Três longos minutos e, finalmente, respira-se de alívio no CODU de Lisboa – o Centro Operacional de Doentes Urgentes na alçada do INEM. Ouve-se chorar do outro lado.

Estes “são momentos de enorme pressão, mas hoje valeu a pena vir trabalhar”, confessa a já experiente operadora, 33 anos, que acabou de salvar a vida a uma criança. “Os bebés são resistentes, mas é preciso actuar, e as pessoas não colaboram. Entram em pânico.” Sónia respira fundo, descomprime, assenta a morada e acciona uma ambulância para o local.

Faz uma pausa neste início de tarde, mas sabe que não tem tempo a perder. Há sempre chamadas à espera. E “nunca se sabe quem está do outro lado” – apesar de, entre as 80 que cada operador recebe em média por oito horas de turno, apenas dez a 15 são chamadas reais, de emergência. Ligam por dores de dentes, unhas encravadas, dedos partidos, constipações, até para furarem a entrada nas urgências. “Não sabem muitas vezes para que serve o 112”, lamenta um responsável do INEM.

O clima no amplo e moderno andar da Rua Almirante Barroso, Lisboa, é agora mais calmo, voltou à rotina. Os 16 operadores e os dois médicos de turno voltam aos lugares, olhos postos nos monitores. “Situações com crianças criam-nos mais ansiedade e stress.” Não conseguem desligar, querem saber o desfecho de alguns casos, ter um ‘feedback’ da tripulação que enviam ao local.

O procedimento repete-se a cada chamada e a sofisticada aplicação informática está pronta a receber informação completa, dada pelos utentes e batida à pressa pelos operadores. A cada chamada abre-se uma ficha de triagem e a conversa é também gravada pelo sistema – uma defesa para o INEM em casos de dúvida e que podem chegar à barra dos tribunais.

A vertente psicológica é muito importante, lidar com as pessoas e com o seu estado emocional, “sobretudo em situações de trauma” – acidentes com vítimas. Perguntam tudo e recolhem “a máxima informação”, o que se está a passar, antecedentes, medicação, tudo. Já conhecem as respostas e detectam “a gravidade dos factos”.

Em caso de dúvida não se correm riscos e os meios são sempre accionados, com o aval dos médicos, que ouvem e podem interferir nas chamadas. Cinco vítimas graves activam o plano de emergência – a Viatura de Intervenção em Catástrofe, uma ambulância equipada e uma viatura médica. Nos casos normais segue uma ambulância e com feridos graves arranca logo atrás a VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação, sempre tripulada por médico e enfermeiro.

As paragens cardiorrespiratórias exigem reacção imediata e mal deixam tempo para accionar os meios. É preciso actuar logo ao telefone, dar indicações para as primeiras manobras de reanimação. A escala de serviço promove interacção de experiências entre CODU e viaturas, com os operadores treinados no terreno, enquanto Técnicos de Ambulância de Emergência – a categoria TAE. Hoje no CODU, Sónia recorda uma saída em ambulância com uma senhora em paragem. “O filho seguiu os conselhos do operador e, com instruções ao telefone, foi capaz de fazer suporte básico de vida. Reverteu a situação e, até chegarmos, combateu minutos de espera. Salvou a mãe.”

E há os casos psiquiátricos, “sempre os piores na triagem”. O CODU não tem capacidade para obstruir as linhas de emergência “com aconselhamentos prolongados”. Há casos de potenciais suicidas, em que é accionado o psicólogo – e ainda os crónicos, pessoas já conhecidas dos operadores, que “ligam apenas para desabafar”. Às vezes oito e dez vezes por dia. Forçam uma chamada durante minutos – “uma eternidade”.

Descemos à rua e entramos logo na porta em frente, uma das várias garagens do INEM onde o entra e sai de ambulâncias é constante. Marta Rodrigues e Ana Gandra, 24 anos, são TAE. Formam hoje uma equipa e fazem as apresentações na ambulância. Desfibrilhador Automático Externo, oxigénio, sacos de primeira abordagem e trauma, entre suportes, prateleiras, compartimentos, armários, sacos e gavetas de várias cores com primeiros socorros a postos – um extenso inventário diariamente conferido, assim como todo o material usado reposto. Conhecem a rotina por turnos de oito horas e nada as atrapalha.

A Lisboa 1 apanha Anjos, Arroios e Graça, entre outras freguesias da capital – zonas marcadas pela droga, miséria, mas sobretudo por uma população envelhecida. São 17h45. Toca o telefone e há uma saída urgente. Possível AVC em evolução. Ana avança para o volante, liga as sirenes e acelera pela Estefânia. Os semáforos não têm cor. Descemos à Av. Almirante Reis em hora de ponta e seguimos na direcção da Graça, onde encontramos Esmeralda Costa, simpática senhora de 83 anos, prostrada na cama encostada à húmida e degradada parede de uma casa antiga.

Duas vozes pausadas perguntam por sintomas e antecedentes, primeiro mede-se a tensão. A boca ao lado revela uma recente trombose. Esmeralda ainda nada comeu hoje, mas “está cheia de força”, incentivam as raparigas. “Então já posso jogar ao boxe”, logo riposta a doente, garante já se sentir melhor. Solteira e filha única, vive há décadas sozinha no Beco do Monte. Não tem ninguém. “Quer ir até ao hospital, dona Esmeralda?”, pergunta Marta. “Eu vou, mas desde que me levem no carro. A pé já não posso”, brinca, enquanto procura os óculos e ajeita o roupão azul para se estender na maca.

O percurso até São José é calmo, sem grandes velocidades. “Quando estão estabilizados não se justifica. Mesmo em casos de acidente, para não agravar as lesões”, explica a hábil Ana, treinada em curso de condução defensiva no Autódromo do Estoril. Os dias passam muito por estes casos, idosos na mais baixa dignidade humana. Às vezes vestem-nos para saírem à rua, situações que mexem com os socorristas. Já as noites são diferentes, aos fins-de-semana, dadas ao mundo do crime e da droga – quando a ‘Lisboa 1’ vai ao Bairro Alto por cenas de tiros e facadas.

A entrada no hospital dá-se pelas urgências e as duas TAE logo põem a médica de serviço ao corrente. Esmeralda fica. Preenche-se a ficha e é encaminhada para dentro. Ao cruzar as portas levanta a mão e acena com o sorriso possível, está agradecida às jovens socorristas do INEM.

É tempo de regressar à garagem, uma hora depois, onde a Ambulância de Recém-Nascidos está encostada na parede ao fundo e desperta a nossa curiosidade. Utiliza-se em casos de transporte inter-hospitalar, “bebés demasiado prematuros que nascem em locais sem suporte indicado para a criança vingar”, diz João Reis, 24 anos, o TAE de serviço. Há problemas cardíacos e “são transportes de alto risco” – não podem ser acompanhados pela mãe. “A criança pode precisar de cuidados imediatos, ser entubada em qualquer altura e a mãe entrar em choque.”

Na manhã seguinte entramos no pequeno gabinete de Santa Maria e encontramos Marta Pereira e Susana Santos, médica e enfermeira do INEM, oito horas de prevenção na VMER. A equipa é accionada nos casos mais críticos, “quando é necessária a presença do médico” – e acelera com o mesmo material disponível na ambulância.

É uma “vida de desgaste”. E recordam casos típicos por turno. Enfartes são frequentes “de manhã cedo e depois do almoço”, hipoglicemias “à hora de jantar” e, mais tarde, os edemas pulmonares agudos – situações “gravíssimas”, de “insuficiência cardíaca”, que necessitam de cuidados médicos imediatos. E há ainda as paragens cardiorrespiratórias, a qualquer hora do dia, “também muito frequentes em gente nova”.

No Aeródromo de Tires está sempre pronto a levantar um dos dois helicópteros ao serviço do INEM – o outro fica 24 horas de prevenção no Hospital Pedro Hispano, Porto. Ana Rafael e Paulo Malta são médica e enfermeiro de turno, 12 horas, e circulam pelo hangar numa madrugada calma. Mas sabem que em qualquer altura podem rumar ao Algarve ou a qualquer estrada no Centro do País. “Intervimos em situações de catástrofe, resgate em zonas de difícil acesso ou transferências de doentes em estado crítico.” E também eles esperam não encontrar crianças.

MÉDICA

Marta Pereira, Viatura Médica do Hospital de Santa Maria, Lisboa

"MUITA ADRENALINA E ESPÍRITO DE MISSÃO"

A adrenalina e o espírito de missão no INEM, “mais do que pelo dinheiro”, fazem com que Marta Pereira acabe as noites de banco, como anestesista no Hospital Amadora-Sintra, e, em vez de dormir, siga para oito horas de prevenção em Santa Maria. “É muito gratificante salvar a vida de alguém.”

ENFERMEIRA

Susana Santos, Viatura Médica do Hospital de Santa Maria, Lisboa

"SENTI O CHEIRO DO PERFUME DELE"

A distância entre enfermeiros e doentes é mais fácil em Santa Maria, “eles vestem o pijama do hospital, não é tão pessoal”. Nas horas de serviço no INEM, Susana recorda um acidente brutal na Nacional 10. “Dois jovens capotaram, um deles fez traumatismo craniano grave e paragem cardiorrespiratória.” Acabou por morrer. “Tentava a reanimação e senti o perfume, reparei na roupa, na pulseira que usava no pé. Marcou-me.”
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Fonte: www.correiodamanha.pt

quinta-feira, novembro 09, 2006

O Doutor Enfermeiro (blog) mudou de visual!

Espero que apreciem o novo look. A mudança regular é necessária e saudável!
Obrigado a todos os vistantes!

Enf. Rodolfo Moura é quem manda no departamento médico do Benfica!!




Interessantíssima a forma como "especialistas em medicina desportiva" analizam o Enfermeiro Rodolfo Moura. Todos são unânimes em reconhecer a sua competência, mas... o velho sentimento de suposta superioridade vem ao de cima. É a velha história dos médicos quererem mandar nos Enfermeiros, mas o tiro saiu-lhes pela culatra...
Logicamente custa-lhes a admitir que na prática seja um Enfermeiro quem dirige o departamento médico de um dos maiores clubes do mundo... e tentam contra-argumentar, seja de que forma for. Que o Enf. Rodolfo Moura é um grande profissional, é. Eis uma notícia interessantíssima retirada do jornal "Correio da Manhã":


"O departamento de Rodolfo

Especialistas em medicina desportiva ouvidos pelo Correio Sport criticam a forma como funciona o corpo médico do Benfica, que dizem ser, na prática, liderado por Rodolfo Moura, por vontade expressa de José Veiga. Reconhecem-lhe competência enquanto recuperador de lesões mas apontam-lhe a falta de formação médica como lacuna de peso.



O departamento médico do Benfica volta a estar no centro das atenções por causa do ‘caso Rui Costa’, que viu uma lesão agravar-se devido a um erro de diagnóstico. Este foi o último de uma longa lista de casos que têm envolvido o corpo clínico da Luz. O Correio Sport foi tentar perceber como funciona o departamento e cruzou depoimentos de diversas fontes ligadas à medicina desportiva e outras do clube. Todos solicitaram o anonimato e todos apontaram para a mesma conclusão: quem manda no departamento médico é Rodolfo Moura.

O enfermeiro e cinesioterapeuta, que já passou por FC Porto e Sporting, foi uma escolha pessoal do director geral José Veiga, que deposita total confiança na experiência de Moura. A sua competência na recuperação de lesões é sobejamente conhecida e não é colocada em causa por nenhuma das nossas fontes. O problema, segundo diversos especialistas contactados pelo Correio Sport, reside no facto de Moura estar a desempenhar funções que ultrapassam as suas competências. “Rodolfo Moura é, na prática, o chefe do departamento médico. José Veiga escolheu-o com esse objectivo. Só que, apesar de toda a sua experiência, tem as limitações de quem não possui formação médica”, afirma um especialista em medicina desportiva, conhecedor da realidade do Benfica.

Esta época já houve onze lesões musculares no plantel. E a época passada houve seis casos de jogadores que se lesionaram e regressaram à competição antes do tempo, agravando as lesões: Quim, Nélson, Simão, Karagounis, Miccoli e Manuel Fernandes. “Querem-se fazer brilharetes nas recuperações e quando as coisas correm mal são os médicos que ficam com a criança nos braços”, afirma a mesma fonte.

Um outro especialista da área da medicina desportiva recorda a saída do departamento do ortopedista Pedro Magro em 2004: “Ele percebeu como é que as coisas iriam passar a funcionar e saiu quando lhe impuseram Rodolfo Moura”. Qual é então o papel de João Paulo Almeida, reponsável pelo departamento médico? “É um papel secundário, que ele aceita desempenhar não se percebe bem porquê. No ‘caso Rui Costa’ foi chamado para apagar o fogo”. Por outro lado, o facto de João Paulo Almeida ter de lidar também com o futebol de formação e com as modalidades faz com que esteja muitas vezes longe da equipa profissional. Mais presente está o médico de clínica geral António Barata, que acompanha todos os treinos mas, segundo as nossas fontes, ocupa posição subalterna em relação a Moura.

Rodolfo Moura é, contudo, muito bem visto pelos jogadores, sendo vários os casos de atletas que o elogiaram publicamente ou correram a abraçá-lo quando festejavam golos após períodos de recuperação. Jardel, Beto, Niculae, Quim ou Mantorras são só alguns exemplos. E quando na sua primeira época na Luz (2004/05), o Benfica foi campeão, muitos atribuíram a Moura quota considerável de mérito. “Ele consegue criar grande cumplicidade com os jogadores, está sempre disponível para os ajudar. Só que depois tem limitações a outros níveis”, refere um conceituado médico. Certo é que Luís Filipe Vieira ficou muito irritado com o ‘caso Rui Costa’ e não está colocada de parte uma remodelação do departamento. Contactado pelo Correio Sport, João Paulo Almeida escusou-se a prestar declarações. Já Rodolfo Moura e José Veiga estiveram incontactáveis.
"


Fonte: www.correiodamanha.pt

Enfermeiros VS Hospital Vila Real




Relativamente ao caso "Vila Real", os Enfermeiros da Unidade de Cuidados Intensivos em conjunto com o SEP remeteram a seguinte carta ao governador civil:

"Exmo. Sr. Governador Civil
Os enfermeiros do Hospital de Vila Real, reunidos em Plenário no dia 23 de Outubro,
decidiram comunicar a V. EXª, ao Sr. Presidente da Câmara de Vila Real, aos meios de
Comunicação Social e à população, toda a sua preocupação face à aparente indiferença
do Conselho de Administração do Hospital de Vila Real para com as condições de
trabalho impostas aos enfermeiros da Unidade de Cuidados Intensivos que, com base na
nossa análise técnica, podem pôr em causa a segurança dos doentes ali internados.
De facto, os enfermeiros estão obrigados pelo seu Código Deontológico a comunicar
todas as situações que possam pôr em causa a saúde e a segurança dos doentes ou a
profissão de enfermagem. Foi, também, com base nesta obrigatoriedade que os
enfermeiros da Unidade tentaram, por diversas vezes, alertar os seus superiores
hierárquicos. Porque todas as iniciativas se mostraram infrutíferas, os enfermeiros,
tentaram uma última pensando que desta forma iriam conseguir chamar a atenção para
os problemas: dos 22 enfermeiros 15 pediram transferência.
Sr. Governador Civil, numa qualquer organização, um pedido de transferência quase
colectiva teria motivado, no mínimo, uma averiguação das razões dos protagonistas, tanto
mais que estes são, reconhecidamente, enfermeiros peritos nesta área, com
competências adquiridas e formação feita.
Pois assim não aconteceu na organização que dá pelo nome de Hospital de Vila Real
".



Srª Bastonária, não tem uma palavra a dizer?



Fonte: www.sep.pt

quarta-feira, novembro 08, 2006

Greve geral Função Pública (Enfermeiros incluídos!)




GREVE GERAL PARA A FUNÇÃO PÚBLICA. LOGICAMENTE OS ENFERMEIROS ESTÃO INCLUÍDOS. PORQUE TEMOS (MESMO) MUITAS RAZÕES PARA LUTAR!!


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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!