quarta-feira, junho 03, 2015
Greve geral: dia 4 e 5 de Junho! - explicação detalhada.
ENFERMEIROS
4 e 5/Junho/2015
GREVE NACIONAL DE ENFERMEIROS
do Sector Público
Um poderoso instrumento de Luta
1 - Quem pode fazer Greve?
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Todos os Enfermeiros a trabalhar nas Instituições abrangidas pelo Pré-Aviso de Greve do SEP.
(Setor Público)
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TODOS os Enfermeiros, independentemente da relação de emprego (RTCFP, Contrato a Termo ou Sem Termo/Tempo Indeterminado – CTC e CIT), de todo o Setor Público podem fazer Greve.
Sector Público: Instituições Setor Público Administrativo sem e com Gestão Empresarial/EPE e PPP (Hospitais, CHospitalares, ULSaúde, ACES/CSaúde, INEM, IPSangue, EPrisionais, HMilitares, IOGPinto, SCMLisboa, etc).
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2 – E os que trabalham no Sector Privado, também podem fazer Greve
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NÃO. Os Enfermeiros do Setor Privado NÃO podem fazer esta GREVE
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Apesar de todos os problemas dos Enfermeiros do Setor Privado (elevada precariedade, baixa remuneração, ausência de dotações seguras, desregulamentação dos horários de trabalho, etc), esta Greve tem por objetivo a exigência de negociação do Caderno Reivindicativo dos Enfermeiros do Setor Público, designadamente a manutenção dos regimes de trabalho consagrados na Carreira de Enfermagem (35h semanais e outros) e as questões remuneratórias para TODOS os enfermeiros.
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3 – E quem exerce funções numa Instituição Pública mas tem uma relação de emprego com uma Empresa Privada de Subcontratação … de Trabalho Temporário … está "subcontratado" … também pode fazer Greve? E os que estão a "Recibo
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Os "SubContratados" – NÃO podem fazer esta Greve
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Os "Recibos Verdes" – Podem faltar
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Os Enfermeiros "SubContratados", que detêm um Contrato de Trabalho com uma Empresa de Trabalho Temporário/Prestação de Serviços (Instituição Privada), NÃO estão "cobertos" pelo Pré-Aviso de Greve. Logo, NÃO podem fazer esta Greve… só se faltarem ao serviço.
Os Enfermeiros que trabalham a "Recibo Verde"/"Regime Liberal", numa Instituição Pública estão "cobertos" pelo Pré-Aviso. PODEM FALTAR. Os Enfermeiros nesta situação devem avaliar as suas condições concretas e contactar o SEP.
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4 – Os não sindicalizados também podem fazer?
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Podem e devem!
Os não sócios e sócios de outros Sindicatos também podem aderir à Greve. Contudo, se estiver sindicalizado está mais protegido e seguro … integra uma Organização/Instituição que existe para defender os seus direitos.
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5 - Tenho um Contrato a Termo (Vínculo Precário).
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5.1 – Também posso fazer? Podem cessar-me o Contrato?
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Pode fazer Greve e legalmente não podem cessar o Contrato.
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"É nulo o acto que implique coacção, prejuízo ou discriminação de trabalhador por motivo de adesão ou não à greve". (LGTFP e art.º 540/CT). Nas Greves é habitual surgirem estes boatos como forma de pressão para não aderirem às formas de luta, designadamente as Greves.
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Os Vínculos Precários têm razões acrescidas para fazer Greve. "… Quanto menos Greves fizermos mais o MSaúde/Administração está à vontade para não nos passar a efectivos e degradar as nossas condições de trabalho … "; " … eles não reivindicam … não lutam … ".
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5.2 – A pressão para não aderirmos à Greve é legal?
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É, ética e legalmente, reprovável.
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NÃO PODEM!
Mais, quem exerce a pressão/coação é susceptível de ser punido: Constitui Contra-ordenação MUITO GRAVE o acto do empregador que implique coacção do trabalhador no sentido de não aderir a greve, ou que o prejudique ou discrimine por aderir (LGTFP e art.º 540.º/CT).
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6 – Antes da Greve, estou legalmente obrigado a informar se adiro ou não?
Legalmente não está obrigado a explicitar previamente a sua decisão.
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Inclusive pode decidir aderir no decurso da Greve.
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Contudo, há Serviços onde a equipa reúne/discute previamente a questão dos Serviços/Cuidados Mínimos, se for o caso: Quem os assegura e reflexão acerca dos Cuidados Mínimos a prestar, tendo em consideração o Pré-Aviso e Diretivas de Greve.
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7 – Estou legalmente obrigado a ir ao Serviço?
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APELA-SE A QUE OS ENFERMEIROS, previamente à Greve, REUNAM PARA, entre outros aspectos, DISCUTIREM COMO SE ORGANIZAM PARA A GREVE, AFERIREM OS CUIDADOS MINIMOS, etc.
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Nos Serviços que "encerram" (não têm que prestar Cuidados Mínimos), nos termos do Pré-Aviso/Directivas, não está legalmente obrigado a comparecer ao serviço (Ver Directivas).
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Nos Serviços onde têm que ser garantidos Serviços/Cuidados Mínimos deve comparecer para os prestar (se for o caso) ou integrar o Piquete de Greve.
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8 - O que é o Pré-Aviso de Greve?
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Nos termos da Constituição e da Lei o Sindicato é obrigado a emitir Pré-Aviso de Greve, publicitado num órgão de comunicação social de expansão nacional. No nosso caso (Saúde), o aviso prévio é de 10 dias úteis. Este Pré-Aviso visa no essencial duas coisas: que as partes em conflito tentem ainda acordar soluções antes de efectivar a Greve; que os Serviços alvo da Greve se reorganizem (com as limitações decorrentes da Lei) para minimizar o impacto junto dos destinatários do serviço.
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9 – O que faz e quem constitui o Piquete de Greve?
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O Piquete de Greve é constituído por TODOS OS enfermeiros GREVISTAS
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O Piquete é constituído pelos grevistas que permanecem nos Serviços a assegurar Cuidados Mínimos, pelos grevistas sediados na sala do Piquete e pelos grevistas ausentes da Instituição.
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O Piquete visa, para além do levantamento rigoroso dos dados (escalados/aderentes), informar e esclarecer os grevistas sobre … e mesmo os não grevistas no sentido de aderirem à greve. Intervém junto das Administrações para resolver problemas. TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA INFORMAÇÃO E ESCLARECIMENTO DOS UTENTES através de ACÇÕES planeadas para esse efeito.
Daí a necessidade e importância de todos os enfermeiros grevistas, à excepção dos que permanecem nos Serviços a assegurar Cuidados Mínimos, permanecerem na Instituição e integrarem o seu Piquete de Greve.
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10 – Enquanto grevista, qual a minha subordinação hierárquica?
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Os grevistas estão subordinados ao Sindicato/Piquete de Greve e às suas orientações/Directivas de Greves.
"A greve suspende, no que respeita aos trabalhadores que a ela aderirem, as relações emergentes do contrato, … em consequência, desvincula-os dos deveres de subordinação e assiduidade" (LGTFP e CT) e os trabalhadores em greve são representados pelo Sindicato.
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Significa que os grevistas estão subordinados ao Sindicato/Piquete de Greve e às suas orientações. Por isso emitimos as designadas "DIRECTIVAS DE GREVE", DE LEITURA IMPRESCINDÍVEL, a que todos os grevistas estão subordinados.
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11 – Pode a Administração substituir os enfermeiros grevistas?
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Não pode
"O empregador não pode, durante a greve, substituir os grevistas por pessoas que, à data do aviso prévio, não trabalhavam no respectivo estabelecimento ou serviço nem pode, desde essa data, admitir trabalhadores para aquele fim" e "A tarefa a cargo de trabalhador em greve não pode, durante esta, ser realizada por …" (LGTFP e art.º 535º/CT).
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12 – Durante a Greve a "Administração" pode colher dados pessoais dos aderentes?
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Não pode
A "Administração" só pode recolher os n.ºs globais - escalados e aderentes. A recolha de outros elementos, diferentes dos anteriormente citados, pode indiciar pressão com vista à não adesão.
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A Comissão Nacional de Protecção de Dados deliberou proibir, ao abrigo da al. b), n.º3, art.º 22º da Lei 67/98, qualquer tratamento autónomo de dados – recolha de tipo de vínculo/nome/n.º mecanográfico/outros dados similares – relativos aos aderentes à greve por constituir violação do disposto no art.º 13º e n.º 3 do 35º da CRP e nos n.ºs 1 e 2 do art.º 7º da Lei de Protecção de Dados Pessoais (Deliberação n.º 225/2007 de 28 de Maio).
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13 – Serviços/Cuidados Mínimos
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13.1 – São obrigatórios na Saúde?
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Na Saúde, a definição de Serviços Mínimos é legalmente obrigatória.
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Nos termos da Constituição (art.º 57º) e da Lei nos "órgãos ou serviços que se destinam à satisfação de necessidades sociais impreteríveis ficam as associações sindicais e os trabalhadores obrigados a assegurar, durante a greve, a prestação dos serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação daquelas necessidades".
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Por isso, nos termos legais, o Pré-Aviso de Greve enquadra sempre os "Serviços Mínimos e os meios (n.º de Enfermeiros) para os assegurar".
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13.2 – Quem os define?
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Para o Sector Público, Cooperativo, Social e Privado não abrangido pelo Acordo com APHP (SPA, EPE, PPP, SCML, IPSS, Misericórdias, SAMS) : Estão definidos desde 1992/1994 por Acordo estabelecido entre o SEP, MSaúde e MTrabalho. Por isso, desde essa data, constam sempre do Pré-Aviso e Directivas do SEP.
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13.3 – Onde se concretizam?
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Serviços de Internamento, Atendimentos Permanentes e outros que funcionam 24H00/dia, Cuidados Intensivos, Urgências, Serviços de Hemodiálise e de Tratamento Oncológico. Ver Pré-Aviso/Directivas.
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13.4 – Quem os concretiza? Todos ou alguns Enfermeiros da Equipa de Enfermagem?
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De entre TODOS OS ENFERMEIROS ESCALADOS para o(s) dia(s)/turno(s) de Greve à data da emissão do Pré-Aviso de Greve e de acordo com o número mínimo fixado nas Diretivas de Greve - número de enfermeiros igual ao que figurar para o turno da noite, no horário aprovado, a EQUIPA DE ENFERMAGEM define quais os enfermeiros que devem permanecer no Serviço para assegurar os Cuidados Mínimos a prestar.
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A EQUIPA DE ENFERMAGEM de qualquer serviço É CONSTITUÍDA POR TODOS os enfermeiros que fazem parte dos horários aprovados, independentemente da sua categoria ou função, PELO QUE TODOS DEVERÃO SER CONSIDERADOS PARA O NÚMERO MÍNIMO DE ENFERMEIROS QUE DEVEM ASSEGURAR O TURNO.
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13.5 – Quando nasce a obrigação de prestar Cuidados Mínimos pelos Enfermeiros aderentes à Greve?
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A OBRIGAÇÃO de prestar Cuidados Mínimos pelos Enfermeiros aderentes à Greve SÓ NASCE QUANDO O NÚMERO DE ENFERMEIROS NÃO ADERENTES FOR INFERIOR AO NÚMERO MÍNIMO FIXADO no Pré-Aviso e nas Diretivas de Greve para os assegurar - número de enfermeiros igual ao que figurar para o turno da noite, no horário aprovado à data do anúncio da greve.
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13.6 – Enfermeiros aderentes à Greve e adstritos à prestação de Cuidados Mínimos devem efetuar o "Registo Biométrico" (Registo/Controle da Assiduidade)?
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Surgiram algumas questões em algumas/poucas Instituições sobre esta matéria. Pretendem estas Administrações que os Enfermeiros que asseguram os Serviços/Cuidados Mínimos efetuem o Registo Biométrico. Os argumentos para esta pretensão são essencialmente dois: i) Consta do Regulamento Interno; ii) Só pagam a remuneração a quem prestou Serviços/Cuidados Mínimos se efetuarem o Registo Biométrico porque isto permite/facilita a validação, no sistema informático, pelo Enf.º Chefe/em Chefia.
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Sobre esta matéria o SEP reafirma a sua Orientação constante do Pré Aviso e das Diretivas de Greve
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1 – Nos termos da lei, a greve suspende, relativamente aos trabalhadores que a ela adiram, as relações emergentes do contrato, e, designadamente, desvincula-os do dever de assiduidade;
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2 – Neste quadro, o Pré-Aviso de Greve sempre fixou que "A adesão à greve manifesta-se pela não assinatura do livro de ponto ou pela não marcação no relógio de ponto"
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3 – Entretanto, legalmente, os Enfermeiros aderentes à Greve e que ficam adstritos ao cumprimento dos Serviços/Cuidados Mínimos têm direito, nomeadamente, à remuneração.
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4 – Com vista à concretização do direito à remuneração, os Enfermeiros referidos anteriormente, nos termos das Directivas de Greve do SEP, devem preencher o impresso fornecido pelo SEP (www.sep.org.pt), em duplicado, para a Instituição, e, como comprovativo da sua entrega, para o próprio.
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5 – Assim, os Enfermeiros aderentes à Greve e que ficam adstritos ao cumprimento dos Serviços/Cuidados Mínimos NÃO DEVEM EFETUAR O HABITUAL REGISTO BIOMÉTRICO.
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Notas:
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1 – A confirmação, por parte do Enf.º Chefe, dos Enfermeiros (aderentes à Greve) que ficaram adstritos à prestação dos Serviços/Cuidados Mínimos pode ser feita no citado impresso entregue pelos respetivos Enfermeiros;
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2 – A conjugação da concretização do Registo Biométrico com o fornecimento de dados de aderentes à Greve por parte das Administrações, falseia os dados de aderentes à Greve.
Entrando na Instituição e efetuando o Registo Biométrico, ainda que aderente à Greve e adstrito à prestação de Serviços/Cuidados Mínimos, para efeitos de dados, para a Administração/Min. da Saúde "estou ao serviço", "estou a trabalhar normalmente".
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13.7 – O que são Cuidados Mínimos?
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São, EXCLUSIVAMENTE, OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM que, quando não prestados, PONHAM EM RISCO A VIDA DO UTENTE
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Ver Pré-Aviso/Directivas.
Manter os Serviços Mínimos/Prestar os Cuidados Mínimos não poderá entender-se como funcionamento normal.
A garantia de prestação de Serviços Mínimos, em regra, não pode sequer ser aproximada a funcionamento do serviço e muito menos a funcionamento normal.
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Os Serviços Mínimos não podem ter como objectivo a reposição da situação laboral que existiria se não se verificasse a greve. A ser assim dar-se-ia um boicote constitucional ao direito à greve.
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13.8 – Pode-se fazer uma Lista de Cuidados Mínimos?
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NÃO!
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Nenhum Sindicato, Organização, Pessoa Colectiva ou Entidade Individual pode fazer uma Lista de Cuidados Mínimos
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Os Cuidados de Enfermagem não são "padronizáveis", e porquê?
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Porque,
AS ACÇÕES realizadas pelos Enfermeiros, SOB SUA ÚNICA E EXCLUSIVA INICIATIVA E RESPONSABILIDADE, de acordo com as respectivas qualificações profissionais, são consideradas AUTÓNOMAS
(cfr.ª n.º 1, art.º 9º, REPE) - AUTONOMIA
(REPE - Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros -1996)
.De acordo com as suas qualificações inerentes (não só) à sua habilitação académica
(Licenciatura), os Enfermeiros identificam fenómenos, realizam diagnósticos de enfermagem, concebem planos de prestação estabelecendo prioridades, prescrevem cuidados de enfermagem, prestam esses cuidados, monitorizam e avaliam os resultados das intervenções.
.Por outro lado, os destinatários das nossas intervenções são "seres únicos", "com necessidades únicas", perante "situações e em contextos únicos".
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Só os Enfermeiros que, estando a prestar cuidados directos aos utentes/doentes, conhecedores da "situação concreta" daquela pessoa, das "necessidades concretas" daquela pessoa e do "contexto concreto" em que estão a intervir, sabem os cuidados de enfermagem que, quando não prestados, ponham em risco a vida desse utente/doente! Só eles é que sabem porque é que os cuidados que prestam a um utente são prioritários, e, esses mesmos cuidados não o serão para outro utente
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Sabemos que isto requer SEGURANÇA para a DECISÃO CLINICA e que existem conceitos diferentes de Cuidados Mínimos.
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Por isso apelamos aos Enfermeiros para debaterem/aferirem, nas Equipas de Enfermagem, os seus conceitos e uma estratégia de intervenção harmonizada entre todos.
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Não devem os colegas admitir a imposição de uma qualquer lista de
Serviços ou Cuidados Mínimos
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13.9 – Sobre a prossecução dos Cuidados Mínimo.
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A – Número de Enfermeiros adstrito aos Serviços/Cuidados Mínimos
Nos termos do Pré-Aviso e das Diretivas de Greve, o número de Enfermeiros adstrito à prossecução dos Cuidados Mínimos é o "número de Enfermeiros igual ao que figurar para o turno da noite no horário aprovado à data do anúncio da greve."
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B – Aderentes e Não Aderentes à Greve e a prossecução de Cuidados Mínimos
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De entre os Enfermeiros escalados para o respetivo Turno,
Quando o número de Enfermeiros NÃO ADERENTES for IGUAL OU SUPERIOR ao número de Enfermeiros fixado para assegurar os Cuidados Mínimos,
não "nasce" a obrigação legal dos Enfermeiros aderentes à Greve prosseguirem Cuidados Mínimos;
Quando o número de Enfermeiros NÃO ADERENTES for INFERIOR ao número de Enfermeiros fixado para assegurar os Cuidados Mínimos,
de entre os Enfermeiros aderentes à Greve, permanecem adstritos à prestação de Cuidados Mínimos um número que, somado ao número de Enfermeiros não aderentes, perfaça o número fixado para assegurar os Cuidados Mínimos - "número de Enfermeiros igual ao que figurar para o turno da noite no horário aprovado à data do anúncio da greve."
Quando o número de Enfermeiros ADERENTES for superior ao número de Enfermeiros fixado para assegurar os Cuidados Mínimos,
decidem entre si quem permanece adstrito à prestação de Cuidados Mínimos e quem integra o Piquete de Greve sediado na Instituição.
C - Enfermeiros-Chefes ou Enfermeiros em Chefia não aderentes: circunstâncias em que é legalmente imposta a sua afetação à prestação de cuidados
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Os Enfermeiros-Chefes ou em Chefia estão legalmente habilitados e capacitados para a prestação de cuidados; Não se encontram, nesta hipótese (não aderentes à Greve), desvinculados dos deveres de subordinação e assiduidade. Por isso, é aos Enfermeiros não aderentes à greve – incluindo os Enfermeiros-Chefes – que a entidade "empregadora" tem que recorrer, em primeiríssima linha, para resolver o problema do funcionamento essencial dos serviços.
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14 – O exercício do direito à Greve e o direito à amamentação/aleitamento
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No decurso de greves anteriores têm sido levantadas questões relativamente à compatibilização do exercício do direito à greve e, simultaneamente, o exercício de outros direitos fundamentais, de que é exemplo a redução da jornada diária de trabalho para a amamentação ou aleitamento.
Recordamos que este é um direito exercido pelas mães/pais mas em favor de criança (ver enfermagem nº 39, Maio/Julho 2000. págs 24-25).
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Relativamente a esta matéria é consensual entre nós que em dia de greve, deve ser respeitada a redução da jornada diária de trabalho.
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Recomendamos:
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A - Aderentes à greve:
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As enfermeiras aderentes à greve, que estão a amamentar, devem ser dispensadas da prestação de Cuidados Mínimos;
Caso tal não seja possível, o seu período de prestação de Cuidados Mínimos nunca pode ultrapassar a duração da jornada diária de trabalho nos termos que tem vindo a cumprir.
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B - Não aderentes à greve
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Os períodos de amamentação têm obrigatoriamente de ser respeitados;
Caso haja outros Enfermeiros não aderentes à greve a solução do problema terá de ser assegurada por eles;
Caso todos os outros Enfermeiros do serviço sejam aderentes à greve, a sua substituição será garantida pelos Enfermeiros em greve, em prestação de Cuidados Mínimos.
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15 – Enfermeiros em Greve "rendem" Enfermeiros não aderentes
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Enfermeiros Grevistas NÃO RENDEM Enfermeiros não grevistas
Os enfermeiros grevistas não têm, o dever legal de render os enfermeiros não aderentes à greve.
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16 – Após o anúncio da Greve, os Horários podem ser alterados?
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Nos termos da LGTFP e CT os Sindicatos devem designar os trabalhadores que ficam
adstritos à prestação dos Serviços/Cuidados Mínimos.
Ora, quando emitimos o Pré-Aviso de Greve com os Serviços Mínimos há muito acordados e quando é referido que os Serviços/Cuidados Mínimos são assegurados, de entre os Enfermeiros escalados para o(s) dia(s)/turno(s) de Greve e de acordo com o número mínimo fixado nas Diretivas de Greve, pelos Enfermeiros que a Equipa de Enfermagem defina, já estamos legalmente a designar os enfermeiros que ficam adstritos à prestação dos Serviços/Cuidados Mínimos:
- de entre os Enfermeiros escalados para o(s) dia(s)/turno(s) de Greve;
- os Enfermeiros que a Equipa de Enfermagem defina.
Por esta razão, APÓS A EMISSÃO DO PRÉ-AVISO DE GREVE OS HORÁRIOS DE TRABALHO NÃO PODEM SER ALTERADOS.
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A seguinte mensagem foi encaminhada para a ACT:
Exmos. Senhores,
Venho por este meio denunciar uma situação relativa aos direitos e deveres da greve, particularmente às greves de enfermeiros decretadas pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, um dos sindicatos de enfermagem que deveria unir os enfermeiros e representa-los, tem no seu pré-aviso de greve uma directiva que diz o seguinte:
"Os enfermeiros grevistas não têm o dever legal de render os enfermeiros não aderentes à greve". Na prática, significa que quem não aderir à greve poderá não ser rendido findo o seu turno de trabalho e ter de prosseguir o turno de quem faz greve (deste modo quem faz greve em vez de prestar cuidados mínimos, abandona o local de trabalho e faz greve em casa.
Há alguns anos a esta parte que discordo desta situação, que para além de imoral está também cheia de ilegalidades.
Ilegal porquê?
Primeiro porque viola o n.º1 do artigo 540º do Código do Trabalho uma vez que esta regra defendida pelo sindicato provoca coação e discriminação do trabalhador que não adere à greve. Porque cada enfermeiro, após o seu horário laboral, para o qual foi escalado naquele dia, tem vida pessoal e familiar e portanto a única forma de se proteger contra a eventualidade de não poder ir embora por não ser rendido por colegas que estão em greve (como é defendido pelo SEP, mas que têm a obrigação da prestação de serviços durante a greve - artigo 537º do Código do Trabalho) é aderirem à greve. E isto acontece sempre que há greve decretada por este sindicato. Já presenciei esta situação e até já fui vitima (acabei por aderir à greve apenas para não ter de fazer o turno dos colegas grevistas).
Este principio, viola também, o artigo 533º do Código do Trabalho onde a postura do piquete de greve não respeita a liberdade de quem não adere à greve, porque afirma que tem de permanecer no serviço, uma vez que "enfermeiros grevistas não têm o dever legal de render os enfermeiros não aderentes à greve". Deste modo, está também a ser violado o artigo 535º do Código do Trabalho que proibe a substituição de grevistas.
Pela empresa ser um serviço hospitalar, existe a obrigação de prestação de serviços durante a greve, n.º 2 do artigo 537º do Código do Trabalho. O que este sinditaco faz, é dizer aos enfermeiros grevistas que não têm essa obrigação de prestar tais serviços, ao contrário do que diz no n.º1 do referido artigo.
É justamente aqui que começa a imoralidade. Qualquer greve terá como objectivo causar perturbações no normal funcionamento das empresas, seja interromper o seu funcionamento, seja assegurar os serviços minimos nos termos da lei aplicável. Novamente evocando a norma defendida pelo sindicato, as perturbações que a greve poderia causar serão mais ligeiras, do que se os grevistas cumprirem com a sua obrigação na prestação e serviços mínimos.
Mas como a força que a coação tem nos enfermeiros é muito grande (afirmo que dentro da comunidade poucas são as pessoas que questionam esta prática), optam por aderir à greve para não serem prejudicadas e desta forma o SEP obtém uma maior adesão à greve, sem se importar das reais motivações dos enfermeiros.
Exmos. Senhores,
Venho por este meio denunciar uma situação relativa aos direitos e deveres da greve, particularmente às greves de enfermeiros decretadas pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, um dos sindicatos de enfermagem que deveria unir os enfermeiros e representa-los, tem no seu pré-aviso de greve uma directiva que diz o seguinte:
"Os enfermeiros grevistas não têm o dever legal de render os enfermeiros não aderentes à greve". Na prática, significa que quem não aderir à greve poderá não ser rendido findo o seu turno de trabalho e ter de prosseguir o turno de quem faz greve (deste modo quem faz greve em vez de prestar cuidados mínimos, abandona o local de trabalho e faz greve em casa.
Há alguns anos a esta parte que discordo desta situação, que para além de imoral está também cheia de ilegalidades.
Ilegal porquê?
Primeiro porque viola o n.º1 do artigo 540º do Código do Trabalho uma vez que esta regra defendida pelo sindicato provoca coação e discriminação do trabalhador que não adere à greve. Porque cada enfermeiro, após o seu horário laboral, para o qual foi escalado naquele dia, tem vida pessoal e familiar e portanto a única forma de se proteger contra a eventualidade de não poder ir embora por não ser rendido por colegas que estão em greve (como é defendido pelo SEP, mas que têm a obrigação da prestação de serviços durante a greve - artigo 537º do Código do Trabalho) é aderirem à greve. E isto acontece sempre que há greve decretada por este sindicato. Já presenciei esta situação e até já fui vitima (acabei por aderir à greve apenas para não ter de fazer o turno dos colegas grevistas).
Este principio, viola também, o artigo 533º do Código do Trabalho onde a postura do piquete de greve não respeita a liberdade de quem não adere à greve, porque afirma que tem de permanecer no serviço, uma vez que "enfermeiros grevistas não têm o dever legal de render os enfermeiros não aderentes à greve". Deste modo, está também a ser violado o artigo 535º do Código do Trabalho que proibe a substituição de grevistas.
Pela empresa ser um serviço hospitalar, existe a obrigação de prestação de serviços durante a greve, n.º 2 do artigo 537º do Código do Trabalho. O que este sinditaco faz, é dizer aos enfermeiros grevistas que não têm essa obrigação de prestar tais serviços, ao contrário do que diz no n.º1 do referido artigo.
É justamente aqui que começa a imoralidade. Qualquer greve terá como objectivo causar perturbações no normal funcionamento das empresas, seja interromper o seu funcionamento, seja assegurar os serviços minimos nos termos da lei aplicável. Novamente evocando a norma defendida pelo sindicato, as perturbações que a greve poderia causar serão mais ligeiras, do que se os grevistas cumprirem com a sua obrigação na prestação e serviços mínimos.
Mas como a força que a coação tem nos enfermeiros é muito grande (afirmo que dentro da comunidade poucas são as pessoas que questionam esta prática), optam por aderir à greve para não serem prejudicadas e desta forma o SEP obtém uma maior adesão à greve, sem se importar das reais motivações dos enfermeiros.
Esse ponto 15 tem muito a dizer... O não grevista é OBRIGADO a seguir turno e prestar cuidados normais ao utente e o Grevista invés de assumir o seu turno e prestar cuidados mínimos ( isso é que é greve que se veja) ... Não vão para o shopping as compras pq aqui não temos praia...
Os comentários do pessoal que trabalha longe dos hospitais não é assim lá muito benéfico para nos ... Perdemos pontos todos os dias:(
Os comentários do pessoal que trabalha longe dos hospitais não é assim lá muito benéfico para nos ... Perdemos pontos todos os dias:(
Caro Pedro Duarte
Compreendo a dificuldade mas, a opção que cada um faz tem as suas consequência.
Assim, que não adere à greve (tem toda a liberdade para o fazer)fica subordinado à entidade patronal e tem que cumprir a lei nomeadamente o código deontológico onde so pode ler que o enfermeiro não pode abandonar o seu posto de trabalho enquanto não for substituído e por isso não tem perdas remuneratórias.
Por outro lado os colegas que, com a mesma legitimidade, aderem à greve não estão subordinados ao empregador e por isso perdem o direito à remuneração.
São opções e temos que assumir as consequências das nossas é assim em tudo na vida.
Mas o importante, sob o meu ponto de vista é aderir às lutas da profissão e mesmo que se discorde de algum aspeto não fazer nada é sempre pior.
BOA GREVE
Compreendo a dificuldade mas, a opção que cada um faz tem as suas consequência.
Assim, que não adere à greve (tem toda a liberdade para o fazer)fica subordinado à entidade patronal e tem que cumprir a lei nomeadamente o código deontológico onde so pode ler que o enfermeiro não pode abandonar o seu posto de trabalho enquanto não for substituído e por isso não tem perdas remuneratórias.
Por outro lado os colegas que, com a mesma legitimidade, aderem à greve não estão subordinados ao empregador e por isso perdem o direito à remuneração.
São opções e temos que assumir as consequências das nossas é assim em tudo na vida.
Mas o importante, sob o meu ponto de vista é aderir às lutas da profissão e mesmo que se discorde de algum aspeto não fazer nada é sempre pior.
BOA GREVE
Lamentável que nós Enfermeiros apenas estejamos preocupados na luta de uns contra os outros e não com princípios gerais para a profissão e visibilidade externa do papel do enfermeiro, aquele que faz a diferença na sua atuação no seu dia a dia com o utente e família.
Com essas lutas e radicalismos de ambos os lados dos sindicados, parece-me que só conseguimos que a greve apenas tenha visibilidade interna junto dos enfermeiros uns contra os outros ou com os parceiros das equipas multidisciplinares de uns e outros a medir forças e poderes.
Assumimos todos que somos uma profissão diferente mas nestas alturas queremos ser iguais aos outros
Talvez seja importante validarmos as coisas que ouvimos todos os dias de greve, para saber se o que nos dizem é realmente assim, conhecimento da lei e do nosso REPE tornam-nos mais fortes e mais capazes de tomar decisões.
Receitas para a visibilidade da profissão? Não conheço receitas bimby, se fosse fácil já alguém tinha apresentado. Mas o poder da união de todos pode fazer a diferença e mostrar que somos diferentes, juntos seremos mais fortes e poderosos e para isso não temos que nos digladiar uns aos outros, basta estar-mos juntos e mostrar que estamos todos descontentes, acredito que há unanimidade no descontentamento nos enfermeiros.
EU FAÇO GREVE NOS DOIS DIAS, APENAS PARA MOSTRAR O MEU DESCONTENTAMENTO AOS POLITICOS DESTE PAIS E NÃO PARA PENALIZAR A MINHA INSTITUIÇÃO, NEM PARA PENALIZAR O MEU CHEFE NEM OS MEUS COLEGAS E MUITO MENOS OS MEUS DOENTES E FAMILIAS.
Com essas lutas e radicalismos de ambos os lados dos sindicados, parece-me que só conseguimos que a greve apenas tenha visibilidade interna junto dos enfermeiros uns contra os outros ou com os parceiros das equipas multidisciplinares de uns e outros a medir forças e poderes.
Assumimos todos que somos uma profissão diferente mas nestas alturas queremos ser iguais aos outros
Talvez seja importante validarmos as coisas que ouvimos todos os dias de greve, para saber se o que nos dizem é realmente assim, conhecimento da lei e do nosso REPE tornam-nos mais fortes e mais capazes de tomar decisões.
Receitas para a visibilidade da profissão? Não conheço receitas bimby, se fosse fácil já alguém tinha apresentado. Mas o poder da união de todos pode fazer a diferença e mostrar que somos diferentes, juntos seremos mais fortes e poderosos e para isso não temos que nos digladiar uns aos outros, basta estar-mos juntos e mostrar que estamos todos descontentes, acredito que há unanimidade no descontentamento nos enfermeiros.
EU FAÇO GREVE NOS DOIS DIAS, APENAS PARA MOSTRAR O MEU DESCONTENTAMENTO AOS POLITICOS DESTE PAIS E NÃO PARA PENALIZAR A MINHA INSTITUIÇÃO, NEM PARA PENALIZAR O MEU CHEFE NEM OS MEUS COLEGAS E MUITO MENOS OS MEUS DOENTES E FAMILIAS.
a lei diz que é proibido substitui grevistas, logo são estes que assumem os cuidados minimos os não grevistas não podem nem devem substituir os grevistas, porque qq. enfermeiro, grevista ou não tem direito a ser substituido findo o seu turno de trabalho. Diz a lei que o enfermeiro não pode abandonar o seu posto de trabalho sem ser substituido, este principio está correto e não há nenhum enfermeiro que saia do seu posto de trabalho sem ser substituido, tal como tb. acontece nos dias de greve, pois nos locais onde a continuidade de cuidados é 24/24 horas todos os enfermeiros sejam grevistas ou não devem apresentar-se ao serviço para cumprirem o seu turno de trabalho, logo não se poe a questão dos enfermeiros que terminaram o seu turno não poderem abandonar o serviço, porque estes efetivamente foram substituidos, agora se os que entram ao serviço são grevistas ou não os que terminaram o turno não tem nada ver com isso porque foram substituidos,; já não podem sair do serviço se por acaso algum dos que venham substitui os anteriores faltar, e aí terá que justificar a sua falta e não pode alegar que está de greve. se está de greve tem de se apresentar ao serviço, salvo nos serviços que não funcionem 24 horas, como por ex.: consultas externas.
a lei diz que é proibido substitui grevistas, logo são estes que assumem os cuidados minimos os não grevistas não podem nem devem substituir os grevistas, porque qq. enfermeiro, grevista ou não tem direito a ser substituido findo o seu turno de trabalho. Diz a lei que o enfermeiro não pode abandonar o seu posto de trabalho sem ser substituido, este principio está correto e não há nenhum enfermeiro que saia do seu posto de trabalho sem ser substituido, tal como tb. acontece nos dias de greve, pois nos locais onde a continuidade de cuidados é 24/24 horas todos os enfermeiros sejam grevistas ou não devem apresentar-se ao serviço para cumprirem o seu turno de trabalho, logo não se poe a questão dos enfermeiros que terminaram o seu turno não poderem abandonar o serviço, porque estes efetivamente foram substituidos, agora se os que entram ao serviço são grevistas ou não os que terminaram o turno não tem nada ver com isso porque foram substituidos,; já não podem sair do serviço se por acaso algum dos que venham substitui os anteriores faltar, e aí terá que justificar a sua falta e não pode alegar que está de greve. se está de greve tem de se apresentar ao serviço, salvo nos serviços que não funcionem 24 horas, como por ex.: consultas externas.
Continuem a fazer greve decretada pelo sep e o único resultado que têm é o desconto no ordenado e o governo agradece.
Deste o tempo do homem do cadáver, quem consegue dar um único exemplo de ganho obtido através das sucessivas greves do sep?
Continuem a fazer greve que a cgtp agradece - é o único resultado e que nada tem a ver com os interesses da enfermagem e dos enfermeiros.
Quem duvida ?
Deste o tempo do homem do cadáver, quem consegue dar um único exemplo de ganho obtido através das sucessivas greves do sep?
Continuem a fazer greve que a cgtp agradece - é o único resultado e que nada tem a ver com os interesses da enfermagem e dos enfermeiros.
Quem duvida ?
A lei diz que é proibido substituir grevistas, logo continuar um turno que estava escalado um enfermeiro grevista é crime. O enfermeiro que não faz greve está proibido de substituir o enfermeiro grevista no turno que se segue. Turno da manhã: enfermeiro não grevista - presta cuidados de enfermagem integrais. Turno da tarde: enfermeiro em greve - presta cuidados mínimos.
Até é simples de compreender.
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Até é simples de compreender.
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