sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Alguém me explica estas contas?


Desculpem-me colegas, pelo facto de eu voltar a tocar neste assunto, que é vital para mim e para a profissão, ou seja para todos nós. As contas da Ordem dos Enfermeiros.

Já todo os país sabe, incluindo o sr. ministro da saúde, que neste momento o mercado não comporta mais Enfermeiros. O ritmo formação é exagerado, e em grande parte dos casos sem qualidade de ensino e sem a disponibilidade de estágios necessários para assegurar essa mesma qualidade. Ou seja, estamos a formar mais Enfermeiros do que aqueles que um país pequeno como Portugal pode.

O risco é o desemprego, e o desemprego na área de Enfermagem acarreta muitas consequências nefastas e degragação dos cuidados. Basta olhar para a Espanha e o elevado grau de precariedade. Fazendo um paralelo com os cirurgiões por exemplo, eu não me sentiria seguro em ser operado por um médico que passou dois ou mais anos desempregado. Verdade seja dita.


Começo a ficar adepto da forma de colocação dos médicos: todos os anos abrem um determinado número de vagas consoante as necessidades, e investe-se verdadeiramente na formação desses profisisonais.


Concordo que muitos hospitais até necessitem de mais Enfermeiros nas suas equipas, mas temos de ser reais, as contingências orçamentais permitem pouca margem de manobra, pelo que neste momento as admissões são difíceis e avizinham-se ainda piores. Pergunto-me eu, de que vale formar enfermeiros para atingir rácios malucos, se na realidade uma grande percentagem desses Enfermeiros está sem emprego!! A Ordem tem aqui mesmo ao lado o exemplo desgraçado de Espanha e mesmo assim continua com a obcessão dos rácios!! Parece-me que vai ser esta obcessão que vai dar a machadada final na profissão! (a Ordem dos Médicos já se apressou em dizer que já tem muitos médicos, e que não é precivo mais faculdades, pois vão formando para as necessidades!!!!)


A notícia que vos deixo espanta-me, pois a Ordem dos Enfermeiros anuncia o mesmo rácio de Enfermeiros em Aveiro que anunciava há seis anos atrás. Como é possível? Algum membro da Ordem não está a usar o bom senso nem a máquina de calcular!


Urge acabar com esta vontade de auto-suicídio da Ordem dos Enfermeiros!


Colegas, aceitam-se propostas de luta para combater este desvairo da Ordem! Comentem por favor, juntos poderemos considerar formas de luta! Apelo ao vosso sentido de manifestação e deixem o vosso contributo, para o tentarmos colocar em prática!


Eis a dita notícia:


"Saúde: Aveiro tem metade do número mínimo de enfermeiros

O Distrito de Aveiro regista o pior cenário da Região Centro em termos de falta de enfermeiros, ou seja tem 2,9 profissionais por mil habitantes. Um número que é metade do «minimamente aceitável», segundo responsáveis da Ordem dos Enfermeiros (OE).
A falta de enfermeiros nos hospitais e unidades de saúde da Região Centro foi tema em destaque, na Figueira da Foz, à margem da cerimónia de entrega das cédulas profissionais aos novos enfermeiros licenciados pertencentes aos seis distritos da Região Centro.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, apontou que à excepção de Coimbra, os restantes cinco distritos da região são uma zona com carência de enfermeiros.
A responsável lembrou que de um total de cerca de 51 mil enfermeiros existentes no país, apenas 12 mil estão em unidades de saúde da Região Centro.
Amílcar Carvalho, presidente da Secção Regional do Centro da OE, apontou que é urgente o reforço das equipas de enfermeiros, considerando que a sitação está "à beira da ruptura".
O distrito de Aveiro tem "metade do que seria minimamente aceitável", disse Amílcar Carvalho. Coimbra, por sua vez, é o melhor distrito, com 9,2 enfermeiros por cada mil habitantes."





Fonte: www.moliceiro.com


Comments:
Sr.Doutor Enfermeiro, já tenho intervindo no seu blog. Estamos a chegar a uma altura, em que, para mim e para muitos colegas, dá vontade de fazer à dona Maria Augusta (e a muitos outros) o que fizeram ao Saddam. Por isso, criámos o blog enfermeirosunidos.blogs.sapo.pt (o qual o convido a ler) e o endereço electrónico enf.unidos@sapo.pt. Temos recebido apoios de todo o país, entre enfermeiros desempregados, estudantes, enfermeiros a trabalhar. O próximo passo será contactar todas as AEs das escolas, a fim de fazer chegar a nossa mensagem, alertando, paralelamente, os colegas estudantes para uma situação que muitos ainda não vislumbram, também muito por culpa da classe docente que, para não cair nas malhas do desemprego (é que também não recebem subsídio) vai-lhes ocultando a realidade (fazendo o jogo da bastonária). Pelo menos, na ex-ESEnf de São João (onde me formei) já devo ser considerada «persona non grata» por estar constantemente a enviar e-mails a todos os seus alunos. Aliás, são eles que me fornecem informações sobre a propaganda que os professores andam a fazer para que estes não desistam do curso. Querem fazer sobrepor o bem individual ao bem comum. Preferem ver milhares de enfermeiros no desemprego do que meia dúzia de professores!
No dia 24, os Enfermeiros Unidos marcarão presença na conferência que vem publicitada no blog «A Enfermagem Portuguesa», pois queremos participar activamente em todos os intentos, orientados para a revolução da enfermagem em Portugal. É de todo o nosso interesse mostrar à OE, ao ministro e demais que há uma geração de «enfermeiros sem medo», que não vai ficar a lamentar-se e a desabafar os seus infortúnios com o vizinho do lado.
Além da luta pelo emprego, um dos nossos propósitos é acabar com as medidas «enfermeralistas» que, apenas, contribuem para descredibilizar a nossa profissão (já fragilizada), gerar injustiças e desigualdades entre os enfermeiros recém-licenciados no acesso ao emprego e, por conseguinte, criar mais desemprego.
Mas a «kiduxa» da Mª Augusta está mais preocupada com outras coisas...
Obrigada pelo tempo de antena e esperamos ter o apoio daqueles que já conhecem os emaranhados da Enfermagem há mais tempo.
A convivência entre gerações é construtiva e benéfica!
Respeitosos cumprimentos,
Laura Santos enf.unidos@sapo.pt
 
que tal organizarmos uma petição para enviar-mos ao sr. ministro e à senhora bastonária?? dar visibilidade a tudo isto através da comunicação social, era tb uma execelente ideia...
 
Os senhores são mesmo enfermeiros? duvido. Nos vossos serviços existem enfermeiros a mais? Os cuidados às pessoas doentes são os que elas têm direito?
As questões laborais são para ser tratadas por quem?
É melhor estudar um pouco para compreender o que é uma Ordem Profissional, qual o seu designío....
Deixo um artigo de um Jornal para que se veja quem anda a trabalhar pela enfermagem.
Joaquim

Bastonária dos Enfermeiros alerta nos Açores para a "desregulação" no sector
Regional | 2007-10-11 13:01

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros alertou hoje, em Angra do Heroísmo, os enfermeiros açorianos para a continuada “desregulação das organizações prestadoras de cuidados de Saúde”.
Maria Augusta Sousa, que falava na conferência de abertura do IV Encontro de Enfermagem da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros, sustentou que essa desregulação se verifica “no conjunto da legislação do sector da Saúde, Administração Pública e contratos de trabalho”.

“A mudança do estatuto jurídico das organizações de saúde não ajuda a qualificar o papel dos diversos agentes que intervêm directamente nos cuidados de saúde”, acrescentou.

A bastonária dos enfermeiros portugueses preconizou uma “organização não economicista”, alegando que “as organizações de saúde não têm por objectivo o lucro nem devem perspectivar áreas de negócio”, mas fazer o que sabem: “a melhoria dos cuidados de saúde”.

Alegou, ainda, que “a produtividade não deve ser o factor principal da análise à qualidade dos serviços de saúde, mas, sobretudo, garantir que, a médio e longo prazo, os níveis e a qualidade dos cuidados de saúde serão superiores aos actuais”.

Maria Augusta Sousa questionou, ainda, a introdução do processo de Bolonha no ensino da enfermagem, com receio de que “o caminho a percorrer seja de retrocesso e não de progresso”.

Justificou as suas dúvidas realçando que “o curso reconhecia na licenciatura o conhecimento científico dos cuidados de enfermagem o que, com Bolonha, só acontece no segundo ciclo do ensino superior, ou seja no final do Mestrado”.

A Bastonária garantiu, porém, que as escolas superiores de enfermagem “vão garantir, nos três anos de licenciatura, um ensino em que estará salvaguardado o que é necessário e fundamental aprender”.

Não deixou, contudo, de fazer um reparo no sentido de que “a paridade das equipas de saúde é fundamental”, porque, para além do que se ensina, existe “o contexto social e organizacional e neste a organização dos cuidados de saúde, fazem-se com equipas do mesmo nível de responsabilidade e complementaridade”.

Maria Augusta Sousa revelou ainda que, dentro de cinco anos, “os enfermeiros serão a classe que, proporcionalmente, terão o mais elevado número de doutorados: duzentos profissionais”.

O secretário regional dos Assuntos Sociais, Domingos Cunha, que presidiu à sessão de abertura das jornadas, salientou o empenho do Governo Regional em “aumentar o número de vagas para enfermeiros nas unidades de saúde das ilhas”.

Revelou que “vão ser brevemente descongeladas mais 50 vagas para enfermeiros, destinadas aos Centros de Saúde/Unidades de Saúde de ilha”, enquanto o estatuto jurídico dos hospitais permite que sejam eles a descongelar as suas próprias vagas.
 
Não sou apoiante da Enfª Maria augusta Sousa, e folgo em dize-lo, apoio incondiocionalmente o Enf.José Azevedo. Porque neste momento ele é a alternativa legitima, honesta e assertiva para o futuro da enfermagem, contrariamente à candidatura da actual bastonária que de nada novo apresenta, que se serve do seu exercer como bastonária para divulgar o seu programa como futura candidata, que começou a fazer campanha ainda decorriam as candidaturas, e que utiliza como vectores de divulgação da sua candidatura meios menos próprios que um entidade idónea e apartidária como a ordem dos enfermeiros deve ser. E não posso ficar calado e não dizer o que se passa, porque é verdade caros colegas a actual bastonária utiliza vectores menos próprios como as reuniões sindicais para divulgar o seu site de candidatura, apartidária em ???

Relectiam e votem, votem na mudança no dia 13 Dezembro, se não puderem deslocar-se enviem por correspondência, ou querem que esta situação continue a verificar-se, sim porque tal não é só em campanha como estarão as contas da ordem dos enfermeiros, pouco claras ??? onde para o nosso dinheiro, talvez em algum sindicato?? ou partido ?? porque isenção ela não existe?

Até outro dia
 
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