terça-feira, maio 01, 2007

Autonomia dos Enfermeiros


O colega João Pessoa, deixou-nos este testemunho interessantíssimo que documenta um exemplo (de sucesso) de autonomia dos Enfermeiros. Entre outras coisas, a prescrição de fármacos por parte dos Enfermeiros já cá foi discutida, no entanto, este tema por razões que todos sabemos, encontra-se cada vez mais na ordem do dia. Eu pessoalmente, sou totalmente a favor da prescriçãos dos Enfermeiros.


"Volto a um assunto já falado num post anterior: E para isso falo da minha experiência: Trabalhei numa instituição privada, em Portugal, na qual existiam protocolos para que os enfermeiros pudessem prescrever terapêutica. Existiam apenas dois protocolos para prescrição e implementação de terapêutica, concretamente para a abstinência de heroína, e depois era o discernimento clínico do enfermeiro que o fazia decidir qual deles implementar. No entanto era comum, e com o conhecimento do director clínico, a prescrição de: analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, anti-hipertensores, protectores gástricos, anti-heméticos, antidiarreicos e até antibióticos.
Acho bastante discutível a prescrição de antibióticos por parte dos enfermeiros, acho que deveriam ser apenas os médicos a faze-lo, ou então existir um protocolo específico para a prescrição destes.
No entanto, o número de médicos era muito reduzido e não tinham tempo de observar todos o utentes, ocupando o tempo que passavam na instituição a observar os doentes mais graves; pelo que as circunstâncias obrigavam a que tal fosse necessário acontecer. Como é óbvio aprendi muito com os nossos colegas mais velhos, que já lá trabalhavam lá há mais tempo e com os médicos, com quem tínhamos uma excelente relação.
Na instituição éramos todos colegas, profissionais de saúde, adultos, onde a opinião de cada um era ouvida, independentemente de ser enfermeiro ou médico, e o profissionalismo era a imagem de marca da instituição. É obvio que se um enfermeiro tivesse dúvidas sobre a introdução de determinado medicamento pediria apoio a um médico.
Falo disto na sequência a um comentário de um post publicado anteriormente neste blog e à criação, pelos vistos confirmada, das SIV e do SAP em Bragança, sem médico em presença física. Parece-me que este é o momento de tornar público que os enfermeiros tem discernimento clínico, que a s suas intervenções são baseadas em conhecimentos fundamentados em investigação científica, que a enfermagem é – também – isto, e que os enfermeiros não estão ligados em rede aos cérebros dos médicos quando tomam decisões. E que estão a tomar decisões permanentemente nos hospitais, centros de saúde, ou em quaisquer instituições onde quer que trabalhem.
Aproveito por saudar o Doutor Enfermeiro pela qualidade especial dos últimos posts e pelo aumento da regularidade de publicação. Aguardo ver aqui, neste espaço, mais assuntos relacionados com as politicas de saúde, que neste momento estão a sofrer grandes alterações. "

Comments:
A Psiquiatria é, indubitavelmente, uma das áreas onde a autonomia dos cuidados de Enfermagem adquire maior relevo. No entanto, é, muitas vezes, menosprezada pela restante classe!
Infelizmente, o estigma social abarca também profissionais de saúde!
Cabe a todos nós, em especial àqueles que diariamente trabalham com estes doentes, a luta pelo fim deste tipo de preconceitos!

A implementação de um Enfermagem psiquiátrica autónoma baseada num objectivo terapêutico, será um óptimo primeiro passo!


Cumprimentos...
 
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