quinta-feira, junho 07, 2007

Circular normativa relativa a utentes agressivos


A Circular Normativa nº 8/DSPSM/DSPCS de 25/05/2007 - Medidas preventivas de comportamentos agressivos/violentos de doentes - contenção física - da Direcção Geral da Saúde, admite e aconselha a imobilização compulsiva dos utentes que se revelem agressivos para com os profissionais de saúde.

Segundo o Jornal Correio da Manhã, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses revelou-se contra esta estratégia por considerá-la pouco ética, acrescentando que devem ser tomadas medidas preventivas. O Correio da Manhã refere ainda que na Suécia, 24% de todos os casos de violência ocorrem na Saúde.

Pessoalmente, compreendo e respeito esta questão ética, mas, se não forem tomadas medidas rigorosas para controlar esta epidemia, não vai ser a ética que vai ajudar alguém quando um profissional de saúde for ameaçado e agredido.

Não esqueçam que os Enfermeiros são a classe que mais sofre com este fenómeno.

Comments:
Ainda bem que as autoridades competentes se preocupam em regular uma actividade tantas vezes alvo de preconceito pela sociedade.

O contexto psiquiátrico é um bom exemplo deste tipo de necessidades, onde os enfermeiros colocam a sua integridade física em risco, muito mais que em qualquer outro contexto!

Pode ser que um dia o seu esforço seja reconhecido pela sociedade e pelos próprios colegas de profissão.

Um bem haja a todos
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
1. Entende-se por contenção física, no âmbito da presente Circular, a restrição dos movimentos da pessoa doente, em situações de agitação psicomotora, confusão mental ou agressividade/violência em relação a si próprio e/ou a outros.


7. A contenção física deve ser realizada sob prescrição médica e registada no processo clínico do doente. No entanto, em situação de urgência os enfermeiros podem iniciar uma contenção física, actuando de acordo com a presente Circular, com o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros1e com o Código Deontológico do Enfermeiro, devendo tais procedimentos ser de seguida comunicados ao médico, para proceder à avaliação da situação clínica do doente.



Quem não concorda com estas medidas de força é Guadalupe Simões, secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a classe de profissionais que mais vezes é alvo das agressões físicas ou verbais de doentes ou familiares. “Essas medidas de controlo dos doentes agressivos não são a forma mais correcta de lidar com o problema porque se deve apostar em medidas preventivas.”
 
?
 
O seu blogue merece um prémio, o Prémio Blog com Tomates, pela pertinência dos assuntos abordados na Enfermagem, contribuindo nomeadamente para o alertar de problemas. Parabéns!
 
"A contenção física deve ser realizada sob prescrição médica e registada no processo clínico do doente. No entanto, em situação de urgência os enfermeiros podem iniciar uma contenção física, actuando de acordo com a presente Circular, com o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros1e com o Código Deontológico do Enfermeiro, devendo tais procedimentos ser de seguida comunicados ao médico, para proceder à avaliação da situação clínica do doente."

Ora muito bem parece que FINALMENTE se acabou com a Hipocrisia...Ou seja isto como todos os colegas sabem já era prática em alguns serviços de Saúde, no entanto parece que tudo se fazia às escondidas, com medo...Finalmente temos indicações da DGS!!! Agora se defenderem como eu que é sempre possivel administrar terapeutica que acabe com estas situações de agitação, isso sim!!!Para isso precisamos de ter a Classe Médica mais atenta sobre esta realidade

Ou seja o que acontece é que a parte médica (tirando algumas excepcções, que conheço) ainda não esta devidamente atenta às consequencias de ter um doente agitado num Serviço! Falo em consequencias fisicas, biologicas e mentais, quer para o proprio doente, quer para os restantes que compartilham a unidade.

Ora também é ironico referir que estes doentes deveriam ser isolados e afastados dos restantes!! Caros colegas de Saúde, digam-me onde o isolo??? Ora se os Serviços estão Sempre CHEIOS, onde é que o isolo!

Mais uma vez as leis encontram-se afastadas da realidade... Reunam um equipa de EXPERTS, mas da Realidade da Saúde, com todos os elementos de uma equipa multidisciplinar e não só a parte Médica!

Notem que não quero nunca entrar em confronto, com nenhuma classe! Mas que quando é necessário tomar decisões na saúde, só ouvem uma Classe isso por vezes é verdade! Ouçam-nos a todos, médicos, enfermeiros, auxiliares, doentes, assistentes sociais... Pois só ouvir uma parte é insuficiente e cria situações e Leis que existem para serem Virtuais!

PS: Quem Ouvia esta noticia na Televisão acreditaria mesmo que esta situação só seria possivel a partir daquela data!!!
 
Na generalidade dos serviços as razões mais frequentes para imobilizar um doente são: a agitação psicomotora e a confusão mental; a maior parte das vezes para a sua própria segurança. A violência contra os profissionais de saúde verifica-se com mais frequência na psiquiatria e nos serviços de urgência. É muito menos frequente nos outros serviços.
Esta circular normativa refere-se a todos os doentes, não só, aos doentes violentos e agressivos. Muitas vezes não há outra alternativa senão imobilizar um idoso que tem uma demência, para garantir a sua segurança física.
Esta circular não vem apenas normalizar a contenção física de doentes agressivos e violentos, vem também tornar a imobilização de qualquer doente e em qualquer situação um acto médico. É óbvio que a decisão de imobilizar um doente deve ser uma decisão partilhada, mas a necessidade de uma prescrição médica parece-me ridículo.
Ridículo também, parecem-me as declarações de Guadalupe Simões ao Correio da Manhã. Sugeria-lhe uma visita a uma urgência psiquiátrica.
 
Meus amigos, relativamente aos comentários da colega do sindicato, penso ser melhor não comentar.
Agora a da imobilização do paciente com quadro de agitação psicomotora ser um "acto médico", bom creio que se chegou ao extremo da paciência, do DEVANEIO e da QUIMERA.

SIMPLESMENTE INTRAGÁVEL.

Santa mãe de Deus...
 
Não tarda terão os pacientes que pedir ao srº enfermeiro que interceda junto do srº médico para que este se digne prescrever em diário clínico a autorização ou proibição da NHB de eliminação, nomeadamente a flatulência, sendo que deverá ficar claro o nº de vezes que o paciente poderá flatular por dia, portanto:
- R\: x-flatos/id

Irra, porra, e outras mais com rê.
 
lolol
 
Prescrição médica para imobilização de doentes???? Grande piada esta.
A única coisa que ouço dos médicos quando contactam com um doente em agitação psicomotora é: "Senhora enfermeira faça qualquer coisa...eu vou andando...vocês é que sabem lidar com eles!"

Pois bem, eu trabalho num serviço de psiquiatria onde apenas temos médicos 3 vezes por semana, durante 1 ou 2 horas.
O que eles fazem nesse intervalo de tempo é "passar" pelos serviços onde observam os doentes indicados pelos enfermeiros. Assim, os médicos observam aqueles que nós achamos que devem ser vistos, alteram a medicação em função do que nós achamos mais apropriado e está feito.

Gestão de medicação?! Meus caros, é o pão nosso de cada dia...Sabemos quando iniciar ou suspender determinada medicação, ajuste de doses, via de administração, enfim...tudo o que possam imaginar!

E sabem o que eles (psiquiatras)nos dizem: "vocês é que cá estão com eles, vocês é que sabem o que é o melhor"

Não podiam ter mais razão...

SB
 
É pá, lembrei-me desta agora de repente. Se a imobilização é um acto médico, e se qualquer agente da autoridade pode efectuar uma imobilização...eureka! Para que são precisoos médicos? Temos policias.


P.S. Devo dizer, que para além de técnicas de imobilização lecionadas no curso, tenho formação complementar neste tipo de recurso ou técnicas, pelo que não necessito para nada, RIGOROSAMENTE NADA, da prescrição ou sequer aconselhamento sobre a matéria em causa. Quando muito poderei precisar de uma mãozita a auxiliar. Isso sim, é conversa séria, o resto??Ai, ai...!
 
Na prática fazemos o que nos compete. Fazemos ainda mais algumas funções não nos competem na teoria, mas na prática as realizamos como se fossem nossas,como pensos, ajustes de insulina, etc. Penso que falta falta definir o acto de enfermagem. Deviamos ter novas competências,mantendo as actuais, não que fossem retiradas a outros profissionais, mas que fosse uma competência partilhada e não competência exclusiva de quem a detem na teoria, mas na prática não a exerce.

Enf. Rui
 
Colega Rui, completamente de acordo.
Mas que conversa é essa de competências exclusivas??
De exclusivo só conheço uma coisa: a morte (desculpem lá este desabafo mais macabro).
 
Respondendo ao todos : Ora sendo isto um acto médico, apesar de como todos sabermos, isto não passa de PAPEL. MAs o que é importante é que está escrito, regulado! E esta regulação vem num sentido ilogico, pois para que de facto fosse possivel teria que haver um médico de permanencia nos serviços... Isso não acontece!! Para além disso´sem referir os inumeros Teoricos e estudos cientificos o ENFERMEIRO é o profissional de Saúde que mais tempo passa com o doente.

Apesar deste facto Não fomos considerados pelo Ministerio, mais uma vez! Continuamos sem voz...de decisão Legal!
 
Nós continuamos é em silêncio.
 
Pelo menos no blog não estamos em silêncio... Somos um dos pilares fundamentais na saúde, dos profissionais que mais contribuimos para a segurança do utente. Porque não nos conseguimos impor ao nível que merecemos?

Acho que há pequenas melhoras... Também no reconhecimento social se operam algumas mudanças positivas, principalmente por parte de quem recebe bons cuidados de enfermagem.

Mas deviamos ter como prioridade o acto de acto de enfermagem, que só o enfermeiro pudesse realizar.

Enf. Rui
 
Colega enfermeiro.
Sou enfermeira graduada no Brasil.
Adorei seu blog sobre a realidade da enfermagem em Portugal e posso asssegurar que atualmente no Brasil estamos passando por siutações muito parecidas. Como alternativa muitos colegas, inclusive eu mesma, pleiteiam a possibilidade de exercer a profissão em Portugal, e pelo que li, concluo que, em verdade, a luta é constante por valorização profissional por aí também. Acredito que essa troca de experiências e divulgação de informações só fortalece o sentimento de que precisamos colaborar uns com os outros para mudar a cara da enfermagem mundialmente. Parabéns pela iniciativa.
Fabiana
 
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