quinta-feira, junho 28, 2007

Lavagem cerebral a inocentes...


Como já vem sendo hábito, quase tradição, após estar de serviço durante a noite, antes de me dirigir para casa, compro "algo" para ler (confesso, sou devorador, passo a publicidade, da revistas Visão, Focus, Sábado, etc..), pois durante o pequeno-almoço sempre se vai desfolhando umas quantas páginas. Hoje a tadição manteve-se e comprei a Focus.
Os olhos rapidamente fugiram-me para o artigo "Saídas Profissionais: À Conquista do Primeiro Emprego". A lenga-lenga deste tipo de artigos é a já costumeiro "blá, blá, blá, quem tem mais saídas profissionais, com quase 100% de empregabilidade, é o sector da saúde, blá, blá, blá, pardais ao ninho...".

Nada de novo, apesar de ser puro engano. Não é o sector da saúde que tem 100% de empregabilidade, é o curso de medicina, isso sim. Depois claro, lá entrevistaram um médica recém-licenciada e as suspeitas confirmaram-se: refere que tem emprego garantido, logicamente (ou os lobbys não funcionassem!).

De seguida, lá entrevistam um recém-licenciado em fisioterapia no desemprego que refere que "(...) quando entrei para o curso era um dos que mais saídas tinha", e que "em quatro anos mudou tudo. Abriram muitas privadas (...)" (onde é que já ouvimos isto??)
A bomba vem a seguir. O mesmo fisioterapeuta, para justificar o desemprego, diz "(...) e depois, porque há muitos profissionais que nos tiram o lugar apesar de não terem formação necessária, como os massagistas, os enfermeiros de reabilitação, os professores de educação física ou as pessoas que saem do curso de motricidade (...)". Fiquei atónito.
Nem sequer vale a pena comentar isto (sou um acérrimo defensor dos Enfermeiros de Reabilitação), pois isto conferia o direito a escrever um livro só sobre isto. Até admito que, provavelmente, a culpa nem é deste jovem, mas sim da trampa que os professores de fisioterapia incutem nas mentes destes inocentes para os tentarem cativar e fazer com que estes não percam a esperança de um emprego.... ou seja, "lavagem cerebral", ainda por cima com argumentos infelizes.

Só para terminar, e como forma de homenagem, não queria deixar de dizer que já conheci Enfermeiros de Reabilitação que são verdadeiros "super-homens"!
E já agora, recomendo o blogue Enfermagem de Reabilitação em Portugal.

Comments:
É Triste culpar os Enfermeiros de Reabilitação pelo seu própio desemprego! Se estes são reconhecidos (enfermeiros) é porque todos os dias comprovam as suas competências! Vejam por exemplo os Clubes de Futebol,tem nos seus quadros(na sua maioria) Enfermeiros Especializados neste Campo, A Reabilitação!

Ninguém rouba o Lugar a ninguém o Trabalho e o respectivo Lugar conquista-se pela Competência, que tem que ser comprovada todos os dias!

Bom artigo, bom tema levantado!
 
O problema é que de quem atribui a "competência", meus senhores.

O autor do blog desfaz-se continuamente em parangonas acerca da "competência" da sua classe em ser "médica".

É curioso observar a "indignação" do mesmo quando alguém levanta a suspeita de ter competência para fazer um acto de "enfermagem", por certo inacessível ao comum dos mortais.

Se a incoerência provocasse cãibras nos dedos, haveria menos posts assim....
 
Tazvez esteja enganado, porque há bons enfermeiros de reabilitação, mas penso que a maioria não executa cuidados de enfermagem especializados, estando ligados a cargos de chefia ou gestão. Penso que podem e poderiam desenvolver muito mais o seu trabalho.

Enf. Rui
 
O jovem fisioterapeuta deve ter levado mesmo uma lavagem cerebral. Os enfermeiros especialistas de reabilitação já existem há imenso tempo. Não terão sido os fisioterapeutas concebidos pelas necessidades de enfermeiros de reabilitação?
Facto real, é que mesmo havendo enfermeiros de reabilitação a exercer a sua especialidade, estes são insuficientes para as necessidades de cuidados. Só não há emprego tanto para os jovens fisioterapeutas, como para os jovens enfermeiros, porque além do nº de profissionais escoados ser enorme, não há dinheiro para os empregar.
Amigos, há hospitais que ainda só não decretaram falência, graças à generosidade do ministério da saúde que lhes injecta verbas extra que servem para pagar os salários. Irremediavelmente, a privatização plena da saúde será uma realidade à qual não poderemos fugir. E a culpa não poderá ser atribuída a governos, mas sim a todos, desde administradores até aos utentes, passando pelos profissionais.
Como o enf. Rui refere, muitos enfermeiros de outrora tiravam uma especialidade para ascenderem a cargos de chefia (como se uma especialidade os preparasse adequadamente para a gestão de alguma coisa). Depois temos enfermeiros especialistas de obstetrícia a chefiar serviços que nada têm a ver com a sua área.
Actualmente, já existe uma panóplia de formação pós-graduada ligada à gestão, o que é francamente positivo. Peço perdão pela expressão, mas um chefe não pode ser um banana que, por lhe subir o poder à cabeça, pensa que manda em tudo e todos.
Parabéns pelo blog.
 
talvez os fisiterapeutas não saibam, porque não lhes ensinaram, que a fisioterapia e enfermagem de reabilitação foi introduzida em Portugal por uma enfermeira que fez uma pós graduação nos EUA.
 
Saídas profissionais em saúde, só há para 2 cursos: Ciências Farmacêuticas e Medicina.
Os restantes cursos de saúde existem só para dar emprego aos professores.
O amor à camisola acabou e quem somos nós para criticarmos alguém que seguiu determinada área só porque supostamente haveria emprego fácil? Não fizemos o mesmo no nosso tempo? Fizemos só que com a vantagem de termos mesmo emprego.
Há umas semanas, gostei de ouvir o António Vitorino. Estava a relatar o facto de o filho ter reprovado no 12º ano (se não me engano) e de este lhe ter dito que não tencionava ingressar no ensino superior porque, o mais certo, seria acabar no desemprego. A conclusão de Vitorino é que, de facto, só podia concordar com o filho e que o grande flagelo dos nossos jovens é o desemprego, após anos e anos de estudo.
As gerações mais antigas falam dos tempos difíceis da ditadura, em que o ensino só existia para alguns, embora houvesse emprego; os jovens falam dos tempos difíceis da democracia, em que o ensino é para todos, mas não há emprego.
Felizes foram as gerações de 70, 80 e da 1ª metade de 90 que, além do acesso ao ensino superior, tinham emprego em qualquer área.
Apesar de achar uma figura muito simpática, julgo que foi a partir do governo de Guterres que se construiu esta armadilha para os nossos jovens.
Hoje chega-se à conclusão que não precisamos de tantos licenciados, sendo que as maiores necessidades concentram-se no campo das tecnologias, e que os cursos técnico-profissionais, anteriormente suplantados pela febre de «licenciar» o país, são agora o futuro.
Chegou também a hora de os paizinhos deixarem de pressionar os filhos a obterem um canudo, pois não é isso certamente que os fará ser uns Senhores e umas Senhoras.
 
Medicina sim, ainda vai tendo emprego, agora, ciências farmacêiticas também anda pelas ruas da amargura... pelo menos tenho vários colegas sem emprego, apenas com estágios não remunerados...
 
No site do Alcoitão pode ler-se:
"A equipa multidisciplinar de reabilitação de cada serviço é coordenada pelo Director do Serviço, sendo constituída por especialista em Medicina Física e de Reabilitação, internos do internato complementar, enfermeiros de reabilitação e enfermeiros generalistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, técnicos do serviço social, psicólogos, técnicos ortoprotésicos e auxiliares de acção médica."
 
Esta discussão sobre Enfermagem de Reabilitação e Fisioterapia nem sequer devia de existir.
Eu trabalho no único Centro de Reabilitação Público do País, o CMRRC - Rovisco Pais há 10 anos, coabitamos profissionalmente - Fisiatras, Enfermeiros, Enfermeiros de Reabilitação, Fisioterapeutas (FT), Terapeutas Ocupacionais (TO), Terapeutas da Fala (TF) - e essa discussão sobre uns ocuparem o lugar de outros só se coloca quando os directores de serviço (médicos) preferem Fisioterapeutas para que desse modo possam pôr e dispor dos recursos humanos como querem (FT, TO, TF), tentando a todo o custo bloquear todo o trabalho dos Enfºs de Reabilitação, porque estes têm autonomia para exercerem um conjunto de intervenções aos utentes e os Enfºs de Reabilitação não estão debaixo das ordens de suas excelências omiscientíssimas da saúde em Portugal.
Enfermeiros de Reabilitação e Fisioterapeutas trabalham lado-a-lado e a carreira de Enfermagem nada tem a ver com a de Fisioterapeuta.
Há pontos comuns mas esses também estão presentes, entre Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e outros.
No entanto há pontos de diferenciação entre um Enfermeiro de Reabilitação e um Fisioterapeuta, seja em actuações específicas como a Cinesioterapia Respiratória, quando um doente necessita de uma intervenção de emergência, seja trabalho em enfermaria, a maior parte, diria mesma a quase totalidade dos Fisioterapeutas tem muita dificuldade ou não possui conhecimentos para actuar nesses campos.
E caros colegas, trabalho com muitos FT, TO e TF e até hoje nunca tivemos qualquer conflito ou mal-entendido.
Costumo dizer e eles também partilham dessa opinião: "ambos trabalhamos para executar os melhores cuidados ao doente" e só um trabalho verdadeiramente em equipa pode dar aos doentes as condições necessárias á sua REABILITAÇÃO.
Há profissionais excelentes na área da Reabilitação Enfermeiros e Fisioterapeutas. Conheço muitos e trabalho com alguns!
O jovem Fisioterapeuta do texto, irá com toda a certeza muito brevemente descobrir esta realidade!

Um abraço

ENFERMAGEM XXI
 
Eu sabia que o colega Enf. Pedro era do CMRRC - Rovisco Pais.
Um pedido: partilhe conosco um pouco mais da sua experiência relativamente às funções de Enf. Esp. Reabilitação e Fisioterapeuta.
Obrigado desde já.
 
Quanto aos farmacêuticos, se não têm emprego, é porque não lêem os classificados do jornal Expresso. Basta ir ao site http://expressoemprego.clix.pt/scripts/vaczoeker/sel-vacancy.asp?funid=3545 e concluir que a procura de licenciados em Ciências Farmacêuticas é enorme, além de que a nova lei que determina a existência de 50% de farmacêuticos, vem-lhes garantir mais emprego.
 
Então porque é que eu conheço inúmeros licenciados em farmácia a trabalhar noutras áreas porue não arranjaram emprego?
Será porque não lêem jornais?
 
Licenciados em Farmácia ou Ciências Farmacêuticas? São distintos. A categoria profissional do primeiro é Técnico de Farmácia, a do segundo Farmacêutico.
Os técnicos de farmácia devem andar pelas ruas da amargura, porque há muitos técnicos que o são (alguns nem o 9º ano têm), porque lhes foi conferido esse estatuto de acordo com o nº de anos que trabalhavam nas farmácias.
Os farmacêuticos não se podem queixar em termos de emprego.
 
Sim, licenciados em ciências farmacêuticas. conheço imensos no desemprego, outros em estágios não remunerados.
 
Caro colega DE, vou tentar responder a esse desafio, com a brevidade possível, já que me encontro a terminar o I CPLEER (13 de Julho) e como calcula estou com timings apertados para uma data de questões decisivas para que seja possível "um final feliz"...

Um abraço,

ENFERMAGEM XXI
 
pois os enfermeiros ficam mt ofendidos se alguém lhes equivale nas tarefas e principalmente se tb for por profissionais igualmente categorizados e decretados. lembremo-nos das tarefas que poderiam e foram sugeridas pelo ministério serem passadas para auxiliares e aklo foi uma luta (provavelmente são tarefas q na pratica são auxiliares a fazer mas no papel são enfermeiros pois quem tira tarefas tira postos). Se lhes aprouver sabemos que enfermeiro at´especialização em lavagem de lençol é capaz de transformar em algo de extremo bom gosto e ciência se isso lhe garantir noites pagas a duplicar. o unico status que têm é financeiro e serve só para este país de tansos que no resto da europa finlândia e afins são profisssionais de escolaridade obrigatóris e mainada! lá virá o tempo em que já fartos de aturar profissionais cheios de peneira e economicamente dispendiosos para o que fazem muitas instituições decidam preterir muitos enfermeiros em relação a fisioterapeutas e aí (talvez até já os hajam, enfermeiros a queixarem-se que são preteridos em relação a fisioterapeutas (cujo tema da reabilitação é uma constante na dua formação)
 
Muito fraco este post...
Muito fraco...
Enf de Reabilitação???
Isso é mediocre.

PS. Ouvi dizer que tem uns fisioterapeutas fazendo preventivo, aplicando vacinas e fazendo curativos....hsahahaha.

Brincadeiras a parte...
Muito fraco este post.
 
meu caro anónimo que relata a falta de emprego em ciencias farmaceuticas, basta para a refutar dizer que o curso com mais saida da universidade de lisboa e ciencias farmaceuticas, com 85 por cento de empregabilidade no primeiro mes...Cheira-me que os seus amigos tão com muito azar em fazer parte das outras percentagens tao pequenas
 
Sou fisioterapeuta e lido diariamente com enf. de reabilitação, tenho muitos amigos enfemeiros de reabilitação e ninguém conhece melhor o seu trabalho do que eu! Esta especialidade serve apenas para uma ascenção na carreira de enfermagem. Os enfemeiros de reabilitação que conheço têm ideias de certos principios mas não possuem conhecimentos que lhes permita um racicionio clínico. Pela parte que me toca não me sinto afrontado, acho rídiculo as suas abordagens, tanto é que agora os médicos já prescrevem fisioterapia! Se não tivesse conhecimentos suficientes não faria um trabalho em que reconheço noutros profissionais essas competências (é uma questão de saúde publica!!!)
 
E que tal pôr um aframaceutico a vacinar pessoas?!

Então não ponham um enf. sem conhecimentos de cariz teórico/prático a realizar fisioterapia... porque reabilitação é um conceito redutor!!!
 
Deixo apenas uma questão para todos reflectirem e para quem tenha coragem de responder... Tendo um familiar com AVC que aboradagem preferiam para a sua recuperação funcional?
1) FT + TO + TF?
ou
2) Enfermagem de reabilitação?
 
Deixo apenas uma questão para todos reflectirem e para quem tenha coragem de responder... Tendo um familiar com AVC que aboradagem preferiam para a sua recuperação funcional?
1) FT + TO + TF?
ou
2) Enfermagem de reabilitação?
 
Será que os enfermeiros também vão querer ser DEUS ??
O que está faltando aos profissionais é ter mais ética e vergonha na cara para exercer sua profissão de acordo com a sua formação. Exercício ilegal da profissão é crime!
 
A única "lavagem cerebral" que a minha Universidade me deu ao longo destes 3 anos de percurso foi: a trabalhar com uma equipa multidisciplinar, a valorizar e a RESPEITAR o conhecimento de cada elemento da mesma, com o único objetivo de Qualidade de tratamento! Um muito Obrigada a esta instituição privada, que me formou com um corpo docente cheio de conhecimento e experiência. Podemos sair profissionais sem emprego garantido, mas saímos com muito mais: a parte humana essencial a uma intervenção com qualidade na área da saúde.

Atentamente, uma fisioterapeuta.
 
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