terça-feira, outubro 30, 2007

Respondendo a comentário "autistas"....


Fico abismado com afirmações de supostos "colegas", mas ok, vou tentar (resumidamente) expor o meu "point-of-view":

"Pode pedir ao EA para ele lhe explicar o que ouviu no Japão sobre ratios e dotações seguras. Pode ser q ainda não se tenha esquecido, pois lá tb concordou. Quanto a ser apoiante, eu sou apoiante da Enfermagem Portuguesa e não me guio por corporativismos ou bairrismos mesquinhos"

Este argumento só seria válido se o patronato (chamemos-lhe assim) demonstrasse interesse em dotar os serviços de saúde com Enfermeiros suficientes. Mas obviamente (tendo em conta a conjuntura sócio-económico-política), não está.
Então, qual o objectivo de atingir determinados rácios, se o emprego não aumentará? Só irá continuar a acumular profissionais no desemprego, com todos os riscos que este acarreta...
As tentativas de pressão para admissão de profissionais de Enfermagem, são feitas usando outra estratégia que não a "formação-em-massa-para-o-desemprego"!

"sabia que o ratio da OCDE são 8,1 Enf/1000 hab?"

Sabia. Mas o que se calhar o colega não sabe, tal como um colega anónimo também já aqui referiu, é que os rácios da OCDE são calculados usando para o efeito todo o pessoal de "Enfermagem", que nos outros países integram os auxiliares de Enfermagem e em alguns os técnicos de Enfermagem. Daí um rácio tão elevado!

Se calcular exclusivamente o rácio de Enfermeiros "diplomados", constatará (para sua surpresa?) que em Portugal temos ainda mais Enfermeiros "diplomados" que muitos países...

"Meta-se sem casa e largue o duplo."

Este argumento é um clássico desta bastonária. Falacioso, muito falacioso. Antes de mais, muitos empregadores só admitem enfermeiros em part-time em regime de acumulação (grande fatia dos part-times também não serevem como emprego a tempo inteiro para ninguém!)...
Mas vamos fazer um exercício simples: suponha que existem 5 mil Enfermeiros desempregados e que existem 5 mil lugares disponíveis (imaginando que todos deixavam de acumular). O que o colega conseguiria era adiar o problema, nada mais!

Nessa "suposição" ficaria com zero desempregados, certo? Ao ritmo de formação de 4 mil Enfermeiros/ano, para o ano terá 3500-4000 Enfermeiros no desemprego (considerando que as admissões de pessoal são baixas)! Daqui a dois anos terá 7000 a 8000 Enfermeiros desempregados... Vê? O problema continua! (e aí nem o argumento das acumulações servirá!)

A estratégia de combate ao desemprego deve, SEM DÚVIDA, iniciar-se pelo corte de vagas do acesso ao curso. Aliás, este país não tem capacidade estrutural ou humana para formar tantos Enfermeiros com ELEVADO nível de qualidade!

Portugal, como vê, não consegue absorver mais de 45-50 mil Enfermeiros, com esse utópico rácio da OCDE (8,1), significa que Portugal iria ter 81 mil Enfermeiros (!!), logo, um desemprego estimado de 30 mil Enfermeiros!

Tente explicar esta filosofia dos "rácios-para-o-desemprego" a todos os colegas que estão em casa, depois de um curso desgastante sem perspectivas de emprego... ou tente explicar isso aqueles que abandonaram a família para concretizar o sonho "além-fronteiras", ou então aqueles que trabalham graciosamente (à borla!) por não haver vagas para eles... Tente explicar isso a todos os alunos que mesmo antes de terminar o curso sabem, à partida, que vão para o desemprego, e consequentemente estudam sem motivação ou entusiasmo! Fale-lhes nos rácios...
a
Sabe para quem é útil esta situação? Eu digo-lhe. Para quem deseja contratar Enfermeiros pelo salário mínimo! A esses sim, ouvir falar em rácios é "ouro sobre azul"... Ou então aqueles que querem reduzir os salários dos Enfermeiros, argumentado que há muitos no desemprego... Pois é... a isso chama-se cavar a "própria cova"!

Comments:
Completamente de acordo com os seus argumentos.
Com um simples raciocínio chega ao óbvio.
Porque não chegam os actuais responsáveis da Ordem dos Enfermeiros a um raciocínio tão lógico? Não sabem?
Então eu digo.
Porque o interesse ideológico sobrepõe-se de forma óbvia ao do interesse profissional.
E, este factor, apenas este factor, é que é lamentável e muda tudo.
 
Fiz ainda mais uma conta simples....

55 mil que já existem (aproximadamente) mais os 33 mil qu o SEP pede... perfaz... 88 mil Enfermeiros...
Disse bem? 88 mil, sendo que 38 mil destes irão andar a mendigar... e a obrigar aos restantes 50 mil a trabalharem de "borla" para os privados e para o público... que vai ter muito por onde escolher.
Chama-se "dividir" para "reinar"...
Espero sinceramente que esta fobia comunista transmitida continuamente pelo SEP e pela sua antiga Presidente (Enfermeira Maria Augusta de Sousa para os mais distraídos) acabe rapidamente.
 
Assim, sim, as coisas começam a fazer sentido. Perfeitamente de acordo com os argumentos expostos acima.
A Ordem não consegue disfarçar a sua costela PCP de criar uma onda de descontentes e desempregados para falar contra o patronato.
As soluções estão aí, bem à vista. è pena que a bastonária as não tenha visto. E se as viu, não dá mostras disso.
A Ordem é a principal responsável pelo desemprego ao dizer que faltam 11 mil enfermeiros no país sem ter dado um passo para impor qualidade à formação dos enfermeiros e regras às instituições, quanto a acumulações e a exigências nas pretações dos enfermeiros.
Não basta dizer que faltam. Se faltam é preciso dizer onde e como criar condições para preencher esses lugares que a Bastonária descobriu, sem dizer onde.
Se o não faz é porque:
está a mentir,
não sabe o que diz,
está a gozar com a malta.
 
Caro Doutor Enfermeiro

Vejo com grande satisfação que pelo menos deu uma importência tal ao meu coment que lhe mereceu um post na página principal do Blog.
O meu grande objectivo foi atingido.
A partir de agora deixo a discussão para os iluminados.
Aliás eu até sou um simples Professor de uma Escola o que neste momento tb não abana muito a meu favor.
Deixo a todos os que percebem de Enfermagem o prazer da discussão.

O Anónimo que teve a honra de merecer um Post na Página Principal

31/10/2007
 
Gostava de lhe deixar aqui o desafio de deixar a ligação ou site onde é explicado que os ratios abrangem na OCDE outros profissionais que não enfermeiros.
 
Pois é… Caro Doutor Enfermeiro

Parece que não nos entendemos. Os dados a que me tenho referido são da OCDE e não os da OMS, sendo que os dados são da OMS são de 2003 e fazem na realidade a ressalva de haver mais funcionários na contabilidade apresentada.
Os dados da OCDE (de Outubro de 2007) que são aqueles nos quais tenho insistido são claros no sentido contrário e estão disponíveis em:

http://www.oecd.org/document/60/0,3343,en_2825_495642_2085200_1_1_1_1,00.html

São dados ainda mais actuais do que os da OMS e fazem a ressalva no sentido contrário, isto é os dados apresentados não incluem outros que não enfermeiros. Aliás até faz a ressalva de que em Portugal não há “Auxiliares de Enfermagem”.

Deixo-lhe de bom grado esta informação que lhe pedia que merecesse o mesmo carácter informativo aos leitores do Blog que têm merecido outras sobre o mesmo assunto.

Só para ajudar: Neste endereço vai aparecer um título: OECD Health Data 2007 - Frequently Requested Data, depois logo abaixo um link: Download this Excel file
Abre-se um ficheiro de Excel que é óptimo pois dá para fazer cálculos.
Deixo à sua consideração e de todos os leitores para discussão.
 
Essa do EA ter concordado com os ratios da MAS, não é credível por duas razões: Estava só entre muitos;
Se nunca concordou com aqueles ratios porque havia de ir tão longe para concordar com tamanho disparate?
A única possibilidade seria uma aletração mental extemporânea devida à lonjura da viagem e a rarefacção do oxigénio, fen´meno que até cá nos locais muito poluidos afecta o raciocinio e atrasa e dificulta ideias válidas.
Mas já recuperou pois já o ouvi dizer que ia arranjar emprego para os 11 mil em falta que a MAS criou, num dos seus delirios rationais.
 
Essa do EA ter concordado com os ratios da MAS, não é credível por duas razões: Estava só entre muitos;
Se nunca concordou com aqueles ratios porque havia de ir tão longe para concordar com tamanho disparate?
A única possibilidade seria uma aletração mental extemporânea devida à lonjura da viagem e a rarefacção do oxigénio, fen´meno que até cá nos locais muito poluidos afecta o raciocinio e atrasa e dificulta ideias válidas.
Mas já recuperou pois já o ouvi dizer que ia arranjar emprego para os 11 mil em falta que a MAS criou, num dos seus delirios rationais.
 
Essa do EA ter concordado com os ratios da MAS, não é credível por duas razões: Estava só entre muitos;
Se nunca concordou com aqueles ratios porque havia de ir tão longe para concordar com tamanho disparate?
A única possibilidade seria uma aletração mental extemporânea devida à lonjura da viagem e a rarefacção do oxigénio, fen´meno que até cá nos locais muito poluidos afecta o raciocinio e atrasa e dificulta ideias válidas.
Mas já recuperou pois já o ouvi dizer que ia arranjar emprego para os 11 mil em falta que a MAS criou, num dos seus delirios rationais.
 
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