sexta-feira, novembro 02, 2007

"Doulas": só faltavam mais estas!


Começamos agora a ouvir falar de "doulas" em Portugal! Alguns já ouviram falar, outros nem tanto.

Mas, o que é uma doula?

"Uma doula é uma mulher que está com a mãe durante o parto, e cujo objectivo primordial é assegurar a satisfação das necessidades básicas da mulher durante o parto."

O que faz uma doula?

"Antes do parto:
- Orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.
Durante o parto:
- A doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..
Após o parto:
- Faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebé "
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Já não há paciência!
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Para apaziguar a pachorra, leiam este excelente artigo acerca de Enfermeiros Especialistas publicado na Revista "Pais e Filhos", denominado "Parteiras ao poder e Parteiras ao poder (continuação)"!
Aqui, desmistifica-se um pouco a função dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, assim como o próprio conceito de parteira (obsoleto!).
Eis alguns excertos:
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"A enfermeira-obstetra tem mais competências para fazer a vigilância da gravidez do que o médico de família, mas em Portugal ainda se pensa que só os médicos é que sabem"
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"Podem seguir a gravidez de baixo risco e podem orientar a preparação para o nascimento. Defendem o mínimo de intervenção durante o parto e o respeito pelas decisões das mulheres. É caso para dizer: dêem-lhes mais poder!"
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"Actualmente, os profissionais de saúde que seguem o parto chamam-se enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica (EESMO). Um nome comprido que acaba, muitas vezes, por ser abreviado para enfermeiros-obstetras"
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"Entre elas, está o aconselhamento em matéria de planeamento familiar, a vigilância da gravidez normal, a prescrição de exames, a elaboração de programas de preparação para o parto, a assistência ao parto normal e o exame ao recém-nascido (ver caixa). No entanto, este artigo não consta no decreto-Lei nº333/87, que transpôs para o direito interno português a directiva europeia."

"As parteiras e os parteiros «de antigamente», esses, estão verdadeiramente em vias de extinção"
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"«As mulheres precisam de ser ouvidas e as enfermeiras estão preparadas para isso. Muitas vezes, nas minhas consultas nem digo nada, só oiço. Elas têm muita informação e só querem confirmar as suas competências. Isso dá-lhes segurança», conta a enfermeira. "

Comments:
Mais outro post brilhante!
É notável como o doutorenfermeiro defende a classe!
 
Ou sou muito burro ou não percebi. É a favor ou contra.
Brilhante só na cor.
 
Obviamente contra.
 
Parabéns enfermeiros/as especialistas de saúde materna e obstétrica por não se deixarem manipular por este encantador doutorenfermeiro.
 
Concordo plenamente com o doutorenfermeiro. Plenamente!
 
As doulas e quejandas são um aproveitamento comercial de um conceito à muito abraçado pola enfermagem obstetrica. No entanto, este e muitos outros exemplos que se arvoram em projectos inovadores quando de inovação não tem nada pois constituem o dia a dia da Enfermagem deve-se à falta de uma estratégida de "Marketing" e divulgação daquilo que é realmente a prática da enfermagem e a importância que tem na qualidade de vida dos cidadãos. Caso contrário, muito daquilo que é "patenteado" pela Enfermagem será usado por outras profissões como se de sua criação e exclusivo se tratasse.
 
Então o que fazer?

Nada, porque não posso?
ou,

Desenvolver campanhas de marketing comercial (é disso que também se trata), divulgar a Enfermagem, promover a sua imagem (nem que se tenha de contratar profissioanis para o efeito - a Enfermagem é um "produto" que pode e deve ser rentabilizado)?

Não levem a mal, mas gosto mais da segunda opção.
 
Visibilidade dos Cuidados... o nosso maior Problema no Reconhecimento Social do nosso papel. Quase tudo se resume a isto...
 
Acho que o principal problema desta questão, é justamente um problema de imagem, isto porque a maioria das pessoas que não conhecem o mundo da saude excepto como utentes, ainda tem uma ideia do enfermeiro como aquele que dá as picas e que tem um "papel" de submissão face ao todo poderoso médico.É uma imagem muito "anos 60", que persiste e, até agora, ainda não existiu a preocupação de alterar.Por outro lado entendo que com o delegar de competencias que a enfermagem tem deixado existir para os chamados "Paramédicos???" que agora são técnicos de análises, técnicos de ECG, técnicos de tudo e mais alguma coisa, começou a criar-se, talvez de uma forma involuntária, uma imagem do enfermeiro FRACA, que em termos de sociedade significa imediatamente falta de crédito.
Já visitei alguns Paises por esse mundo fora, e registei com agrado que a profissão de enfermeiro está em muitos lados crediblizada, ao ponto de se ver como eu vi por exemplo em Londres e a propósito de um grande acidente que uma televisão local estava a fazer a cobertura noticiosa, estar um painel de comentadores em que o representante na area de emergência era justamente um enfermeiro.
Isto reflete o investimento que por lá se fez na imagem do enfermeiro.
E isso falta aqui em Portugal, cuja sociedade é por natureza mesquinha e tende a esquecer com facilidade.
Tenho um familiar que trabalha num grande banco português e que numa formação que recebeu lhe disseram o seguinte: O funcionário deve sempre aparecer,dar a cara para o conhecerem, porque senão arrisca-se a ser um mero numero mecanográfico.Esta máxima aplica-se á enfermagem.QUEM NÃO APARECE É ESQUECIDO!
 
Caríssimos,
não sou enfermeira, doula ou médica. Sou uma simples UTENTE.
E de acordo com a minha experiência: "casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão".
O drenfº faz um trabalho de propaganda meritório, porque está a defender a sua causa, mas inapropriado, porque se defende atacando outras profissões, que tão claramente desconhece.
Sim, a saúde vai mal em Pt. Sim, os enfºs são diariamente desrespeitados e ignorados pela classe médica, digo mais, pelo próprio sistema. têm um nicho próprio de existÊncia, que não deve ser substituído por nenhuma outra profissão pois têm a sua própria e inestimável valência. Mas não podem simplesmente dizer que são melhores que todos os outros, quando não sabem sequer o que os outros fazem...
Sim, é verdade, as doulas e outros que tais não têm uma Ordem que os defenda ou regule. E isso está mal. Mas quando surgiu a electricidade, será que houve alguém a dizer, "não podemos ter lâmpadas porque não há uma Ordem que as regule"???
Mas não vim defender as doulas em detrimento dos enfºs.
Na minha humilde opinião ambos são COMPLEMENTARES e ESSENCIAIS para o bem-estar de uma grávida ou puerpera. Um não deve pretender substituir o outro, embora possam actuar na mesma linha de acção: enquanto que a doula não está capacitada para executar procedimentos e actos médicos que o enfº faz "de olhos fechados", o enfº, desculpem a minha franqueza, não tem a mesma delicadeza, atenção e disponibilidade que uma doula.
Não discutam, ajam! Não se separem, unam-se!
Sendo um pouco paranóica, diria que quem beneficia mais com as vossas lutas são os médicos, que acabam por ficar com as vossas clientes, que pensam que o médico é a melhor opção e os outros todos são charlatões.
Se houvesse casas de parto legalizadas, que pudessem seguir mulheres de gravidezes de baixo risco que quisessem outro tipo de atendimento e nascimento (como aliás se vê em países desenvolvidos como a Holanda e o UK, e cada vez há mais adeptas em Pt), vocês e os outros assistentes "não-especializados" desta área saíriam muito mais beneficiados!
Um abraço,
 
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