segunda-feira, novembro 05, 2007

E-mail "A Enfermagem faleceu"...


Ex.mos colegas,
habitualmente recebo alguns e-mails de Enfermeiros, alunos, comentadores, etc... Desde que deixei o meu endereço, aquando das petições (lembram-se), nunca mais deixei de receber mensagens. Por uma questão de confidencialidade e respeito, nunca publiquei nenhum.
Recebi este, que penso reflectir um pouco o estado da profissão (e achei que devia ser partilhado, devidamente autorizado pelo respectivo colega).
No campo "assunto" vinha escrito "A Enfermagem faleceu". Leiam p.f.

"A enfermagem faleceu….
De: xxxxx_xxxxxxx (
xxxxx_xxxxxxx@gmail.com)
Enviada: domingo, 4 de novembro de 2007 14:47:23
Para:
doutorenfermeiro@hotmail.com

Caro colega Doutorenfermeiro,
(…)De uma forma muito breve, eis a questão. Trabalhei 3 meses num hospital EPE. O meu contrato terminou, fiquei no desemprego. Há 2 meses foi trabalhar 40 horas/semana para uma clínica privada. No primeiro mês recebi ilíquidos 629 euros, no segundo 583. Questionei o chefe, e é simples, “a direcção recebe tantos currículos de enfermeiros, que eles baixaram o salário. Só fica quem quer”. Fiquei sem resposta. Trabalho noites, sábados, domingos, feriados e não me pagam mais nada.

A clínica têm enfermeiros mais velhos que trabalham a recibo-verde que são/eram muito bem pagos, ainda são do tempo do “chão que dava uvas”, dizem eles. Lentamente vão sendo “convidados” a sair, infelizmente nem a experiência dos enfermeiros é uma razão para contratar alguém. É caro, saí. É uma anarquia.

Este avalanche de enfermeiros (porque supostamente havia falta) só trouxe miséria e maus-tratos. A competição (muitas vezes sem escrúpulos) baixou os salários de um momento para o outro, com uma rapidez incrível. Ouvimos tudo o que abusivamente nos dizem, e temos de ficar calados, pois precisamos do emprego, e basta dar um “ai”, e está logo outro a preencher a nossa vaga, porque metade do salário. Não me sinto bem trabalhar com auxiliares que ganham mais do que eu. Sinto-me mal. Cada vez que ouço dizer que os nossos rácios são baixos, gostaria de ver essa pessoa viver com pouco mais do que o salário mínimo. E a vida profissional? Por motivos económico não posso comprar livros ou mesmo ter formações. Recorro frequentemente à ajuda dos meus pais. Sou enxovalhado por médicos que falam à vontade, ninguém lhes diz nada, há falta de médicos e os empregadores têm de os respeitar, senão… vão embora para outro lado. Custa-me tb fazer de médico (muitas vezes eles estão ausentes) e depois recebo 1/ 16 do que eles recebem à hora, às vezes sem presença física.

Estudei arduamente 4 anos para nada. Disseram que estava mal, mas pensei que o “mal” era um exagero, pensei que diziam isso porque o país estava em crise. Mas, realmente, agora compreendo. Quando venho ao seu blog (sou leitor assíduo), só vejo desgraça por este país fora (o colega ainda tenta animar, mas…. é difícil)!

Desculpe o desabafo, mas às vezes o desespero e a desmotivação impede de continuar a exercer. Sabe, ganho mais como caixa de um hipermercado, sem responsabilidades, sem riscos, sem preocupações. Infelizmente, no início do próximo ano, vou fazer as provas para ir para a América, e o que mais me custa é deixar a namorada, os amigos, a minha casa, tudo porque os professores e a Ordem querem manter os tachos e continuam a apregoar falta de enfermeiros!

Desculpe avisá-lo, mas a enfermagem faleceu ontem às 2:26 AM, vítima de insuficiência respiratória, sozinha, ignorada. Vai ser sepultada em vala comum, sem cerimónias, lamento.
É pena… depositava tantas esperanças..."

Comments:
"Desculpe avisá-lo, mas a enfermagem faleceu ontem às 2:26 AM, vítima de insuficiência respiratória, sozinha, ignorada. Vai ser sepultada em vala comum, sem cerimónias, lamento."

Esta última parte, é "forte", deixa patente como está a nossa situação.
 
É triste, mas parece ser verdade!!! Custa, a um aluno do 3º ano, que pensa um dia concretrizar um sonho, ler estas coisas, mas "O sonho comanda a vida" e "a esperança é a última a morrer", por isso vamos continuar a ter sonhos e esperança de um dia proximo ver a ENFERMAGEM respeitada e reconhecida como mereçe! Zé_Rega
 
A Enfermagem não morreu nem vai morrer, nunca vi professores ou a Ordem a defender abrir mais vagas nas escolas,as escolas privadas que estam a crescer descontroladamente não é responsabilidade nem das escolas que sempre existiram e têm credibilidade e provas dadas ao longo destes anos, nem da Ordem dos Enfermeiros que nada pode fazer para impedir este processo, que só depende do Ministério que tutela o Ensino Superior. A unica forma de impedir que este processo continue é alterar o desenvolvimento profissional e o acesso á profissão, facto que só será possivel com a alteração aos estatutos da Ordem dos Enfermeiros, processo de dificil execussão no ultimo mandato. O mais triste neste processo não é o colega não estar informado sobre quem tutela o ensino superior e o acesso á profissão e neste momento ter esse sentimento, que é legitimo, é o responsável por este blog ter essa informação, e aparentemente ficar contente por colegas terem este tipo de sentimentos.
 
Todo sabemos na actualidade que este é apenas um exemplo de muitas situações idênticas que todos os dias começam a ser conhecidas.
E esta situação, tal como está tem responsáveis. Responsáveis que tiveram a coragem de uma vez mais concorrerem às eleições da Ordem. Para poderem dar continuidade ao seu projecto... dizem eles... Mas qual Projecto? Se este é o projecto, e é bem patente neste exemplo aqui apresentado, então eu decididamente não quero. Eu vou tentar através da minha possível intervenção, que é o voto, fazer todos os possíveis para que os actuais responsáveis não continuem. Se eles ganharem outra vez como será a minha vidinha daqui a 4/5 anos? Rebentam de vez com esta profissão.
Uma vergonha a que nós jovens não podemos estar indiferentes.
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
"A unica forma de impedir que este processo continue é alterar o desenvolvimento profissional e o acesso á profissão, facto que só será possivel com a alteração aos estatutos da Ordem dos Enfermeiros"

Ou seja, vai permitir que milhares e milhares de alunos possam ingressar e concluir o curso de Enfermagem e depois, por via de critérios de admissão à profissão... impedir o seu exercício?
Não era mais lógico, cortar o "mal pela raíz", e diminuir as vagas. Eu sou de acordo com o modelo desenvolvimento e acesso à profissão, mas penso que o número de vagas é incrivelmente excessivo.
Tem razão. Quem tutela o ensino superior é o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Mas, será que a Ordem ao invés de se congratular com a abertura de mais vagas, alertasse a tutela para o efeito?
A própria Ordem concorda com esta loucura!
 
Se não conhece o projecto de quem lá esteve, então devia conhecer, pois o objectivo é mesmo acabar com isto, não o fez mais cedo porque, só para mudar os estatutos foi o que se viu, é necessário quebrar "lobis", romper com o sistema instituido por alguns. A mudança que se apresenta ainda não apresentou nada e olhando para o passado, nada tem para apresentar.
 
Nunca vi a Ordem a defender abrir mais vagas. É necessário diminuir o nº de vagas, para isso a Ordem tem de afirmar não ter condições a nível clinico que garantam a formação. Para isso é necessário montar um sistema distinto deste.
 
Para alguns defensores legítimos da actual Ordem parece que só agora acordaram para a existência de alguns graves problemas.
O facto é que problemas como estes existem. Ou não existem? Alguém os pode negar? Nem a actual Bastonária o nega. E, infelizmente para todos nós, são muitos os casos. E, quanto a responsabilidades? Quem devemos nomear como responsáveis? Então sabemos de situações graves como esta e a Ordem, enquanto responsável pela regulação da profissão, não tem responsabilidades sobre o que está a acontecer à Enfermagem?
É por isso certo que este e muitos outros problemas, não foram debeleados a tempo. Todos o sabemos. O que é certo, e disso não tenho dúvidas, é que não houve intervenção política nem social forte (e deveria de ter havido desde o primeio dia em que tomaram posse), antes pelo contrário (foi tudo muito cinzento e muito despercebido), não houve debates públicos coerentes e esclarecedores; não houve intervenção forte sobre os media nem nenhuma estratégia que visasse este alvo (fora o Avante e a CGTP e o facto por exemplo de não estarmos semanalmente referenciados na TSF como outras ordens reconhecidas socialmente), não houve nenhuma estratégia de actuação no terreno junto dos profissionais no sentido de lhes comunicar o que se pretendia fazer e identificar simultaneamente as suas dúvidas e ansiedades, não houve avaliação da qualidade dos cuidados; não houve esclarecimento e intervenção junto das múltiplas escolas no sentido de alertar para este grave problema; não houve intervenção política visível e com resultados credíveis junto dos governantes... enfim, não houve muita coisa que poderia ter havido. Mais grave... não houve interesse político por parte dos governantes para com a actual Bastonária.
Claro que nada disto é de fácil execução; claro que é extremamente complexo viabilizar projectos mais globalizadores. Mas é para resolver e arranjar soluções para estas dificuldades que a Ordem é eleita. Para as resolver. E tem que ter o engenho e capacidade para o saber fazer com competência.
Mas também é claro, pelo menos para mim, que durante 4 anos assistimos a uma inoperância brutal, a uma profunda inactividade da maioria dos seus enfermeiros (não todos), em que muitos dos seus elementos são hoje identificados facilmente como incompetentes (cegando a competência dos que lá estão e que a têm). Pudémos observar durante 3 nos uma Ordem muito lenta, muito afastada da realidade tal como ela se mostra. E mesmo que a realidade se mostre, como o exemplo aqui trazido, não querem ver. E o mais fácil será obviamente dizer: é tudo muito difícil no terreno, muito difícil de implementar e precisamos de mais tempo. Ora, da minha parte não terão nem mais um minuto. Tivessem mostrado antes. Agora, e mesmo que seja só para mim, é tarde.
 
"Nunca vi a Ordem a defender abrir mais vagas."

Eu já. http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?page=29&news=270
 
Agora nega-se ou procura-se negar o que durante anos se afirmou... de facto muitos colegas andam profundamente distraídos ou querem fazer dos outros "tontos". Nada mais a acrescentar.
 
Demorei algum tempo, porque não sou frequentador assíduo do site da Ordem, mas não vi a bastonária em lado nenhum a defender a abertura de mais vagas.
 
"não vi a bastonária em lado nenhum a defender a abertura de mais vagas"

Não?

http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?page=29&news=270
 
Bem, parece que a causa de morte está suficientemente esclarecida...Só falta arranjar um tratamento para essa mesma causa.Dia 13 de Dezembro, dia de elições para a OE, é uma oportunidade que todos temos de dar o primeiro "choque desfibrilador" que faça a Enfermagem voltar à vida!
 
Continuo sem ver, este foi o site que indicou ontem, procurei e não vi, se poder ser mais preciso agradecia.
Para quem pensa que a Ordem morreu, o tratamento para a morte, que eu saiba nem os Doutores Enfermeiros o têm, é melhor encontrar alguém que cuide de si e o ajude a viver o luto. Esta Ordem pode não ser grande especialidade, mas o candidato que este blogge apoia, meu Deus, nem comento, é cada discurso e posição ,…, embora eu penso que nem isso vá matar a Ordem, mas que vai ficar com uma doença grave vai, e a reabilitação não iria ser nada fácil
 
Se este Blog apoia a candidatura do Enf. º Azevedo, gostaria de perceber qual a vantagem, para as pessoas, cidadãos, em aprovar o “Acto de Enfermagem”. Felizmente não foi aprovado o “Acto Médico”, pois iria clivar os cuidados que os diferentes profissionais de saúde prestam às pessoas, e nós, para bem não sei de quem, nem da profissão porque encerra o seu campo de intervenção e de desenvolvimento, agora queremos “definir Acto de Enfermagem”.
 
Colega DoutorEnfermeiro,já há muito tempo que não comentava no seu espaço (tenho mantido a leitura frequente, mas uma posição menos activa), por isso em primeiro lugar envio-lhe um abraço.
Quanto à atitude desta Bastonária e da sua equipa quanto à política de admissão de candidatos aos Cursos de Licenciatura em Enfermagem creio não poderem existir dúvidas que foi desastrosa.
O resultado da falta de intervenção capaz da Ordem vê-se agora pelos relatos de colegas que estão desempregados ou a ser explorados física, mental e economicamente. A verdade é que já todos pagamos a factura e aqueles que, despreocupados, dizem não a pagar, também sofrerão consequências num futuro próximo. É a lei de mercado...é cega e implacável.
Infelizmente e ao contrário do meu amigo autor do blog, não apoio a candidatura do Enf. Azevedo. Já o ouvi várias vezes pessoalmente...não consigo deixar de acreditar que não tem perfil para "ser a cara" da profissão.
No entanto, quero a mudança, só temo não conhecer o melhor caminho.
Abraço a todos.
 
Colega Rui, já dei a minha opinião neste blog quando se comenta a afirmação em relação ao nº de vagas no ensino superior, vamos ser honestos, a OE não tem nada a ver com isso, tendo em conta como as coisas funcionam neste momento, seja com esta Bastonária ou outro. Reforço de novo a opinião sobre a incapacidade do Enf.º Azevedo para poder vir a ser Bastonário.
 
Caro colega Paulo, sei que efectivamente não compete à Ordem fazer reivindicações, mas sim aos sindicatos. Mas não esqueça do discurso repetitivo deste mandato: "Faltam x enfermeiros...". Quer queiramos, quer não, este discurso contribuíu para a situação que hoje conhecemos.
É da competência da Ordem regular a profissão e o seu acesso. Não concorda comigo Enf. Paulo se disser que a comissão científica da Ordem dos Enfermeiros deveria ter realizado avaliações isentas da qualidade da formação dada em algumas instituições, especialmente as privadas?
Certamente que conhece enfermeiros que leccionam em algumas universidades que só lá desempenham funções por terem uma belíssima "cunha". Real capacidade, muito pouca.
Ora, infelizmente, temos hoje um grande número de enfermeiros no mercado, com uma diversidade e qualidade de formação tão díspares, que até custa acreditar que possuem o mesmo nível académico e o mesmo título profissional.
Tal como já disse (há bastante tempo atrás), a culpa não é dos colegas que tiveram a pouca sorte de terem tido uma formação pobre, mas sim dos responsáveis que permitiram que isso acontecesse.
E por formação pobre entenda-se falta de conhecimentos científicos, pouquíssima experiência em campo de estágio, desconhecimento das competências profissionais e desconhecimento daquela "treta":) que aprendemos que é o saber estar...

Um abraço.
 
É da competência da Ordem regular a profissão e o seu acesso, certo, só que neste momento para ter acesso, basta ter licenciatura em enfermagem, e licenciatura em enfermagem é da competência do Ministério Ciência técnologia e Ensino Superior, a Ordem não tem como "meter o nariz", com o que existe, é que estes senhores têm o plano de estudos em concordância com a legislação, a forma como ele é operacionalizado é que é uma vergonha.
Abraço
 
Sem dúvida Paulo.
Mas vejamos o exemplo da Licenciatura em Medicina.
Não é também um curso atractivo socialmente? Não faltam (ou faltavam) médicos?
 
Axo que ate ganha de mais......
 
para mim ja morreu ha mto tempo. a farda foi imediatamente para o lixo!
 
E eu digo novamente...FALTAM ENFERMEIROS EM PORTUGAL (a trabalhar, claro)!
1 Enf. para 50 doentes PSIQUIÁTRICOS = INADMISSÍVEL
2 Enf. para um serviço de cirurgia (sem AAM) no turno da noite = INADMISSÍVEL

TENHO DITO.
 
Se possivel esclareçam-me aqui uma duvida:
Uns dizem que faltam enfermeiros, e eu acredito...
Outros dizem que estão no desemprego e eu acredito...
Então se uns estão desempregados e outros entendem que faltam profissionais, no meio disto tem de haver algo que impede a resolução deste problema, que pelos vistos tem a solução á vista:
Pegar nos desempregados e empregá-los,correcto?
Quem pode ou tem o poder de resolver este impasse?
A Ordem? Os sindicatos? O Ministério da Saude?
É que no meio deste fluxo de informação de empregado versus desempregado, ainda me dizem que por exemplo os HUC, vão redimensionar os serviços e que por causa desse mesmo redimensionamento centenas de profissionais de diversas areas vão embora, nomedamente enfermeiros...
Afinal faltam ou não enfermeiros?
 
A coisa é simples: neste momento há enfermeiros a mais para as vagas existentes.
Os médicos, por exemplo, vão-se deparar com este problema nos próximos anos.

Se o colega tem uma fábrica com 50 vagas e com 100 trabalhadores disponíveis, isso é excesso, ainda que em teoria fossem precisos mais trabalhadores do que as 50 vagas!
 
"A coisa é simples: neste momento há enfermeiros a mais para as vagas existentes".
Não me parece boa estratégia ouvir enfermeiros dizer que há enfermeiros a mais, será melhor dizer que não há verba (dinheiro) suficiente para contratar o nº de enfermeiros necessários, esta é a verdadeira realidade, os enfermeiros fazem falta, não há é diheiro, a exigência passa por todos reivindicarmos mais dinheiro no Oçamento de estado para o MSaúde.
 
Vamos pedir um aumento de dinheiro no OE (Orçamento de Estado) e um aumento na OE (Ordem dos Enfermeiros)de intervenção há situação por nós vivida actualmente!
Assim sendo o defeito é da(o) OE´s...
 
Estou profundamente solidário com o colega autor do e-mail. É triste quando se trabalha e o nosso trabalho não é devidamente reconhecido monetariamente, já que nas outras vertentes o é. Existe uma discrepância muito grande entre as remunerações das diferentes classes e penso que pouco justificada.

Convençam-se que isto só levará outro rumo quando: as greves tiverem adesões significativas, constatando-se que sem enfermeiros tudo pára; existirem "numerus clausus", tal como em medicina, profissão que se soube proteger; existirem dirigentes à altura, que lutem verdadeiramente pela profissão (os que lá estão são autênticos fantoches telecomandados, a começar pela bastonária que, pouco sabe dizer e muito abana com a cabeça!)...

Já não sei se hei-de confortar os colegas em situações laborais desconfortáveis dizendo-lhes para terem confiança no futuro ou então dezer-lhes para abandonar a profissão ou então emigrar...

Madureira
 
Correcção: é "dizer-lhes" e não "dezer-lhes".

Madureira
 
"Não me parece boa estratégia ouvir enfermeiros dizer que há enfermeiros a mais, será melhor dizer que não há verba (dinheiro) suficiente para contratar o nº de enfermeiros necessários, esta é a verdadeira realidade, os enfermeiros fazem falta, não há é diheiro, a exigência passa por todos reivindicarmos mais dinheiro no Oçamento de estado para o MSaúde."

Olha... descobriu a pólvora. Repito: neste momento há enfermeiros a mais para as vagas existentes... É mentira?
 
Mais ou menos...
E se continuarem a "parametrizar" as poucas vagas ainda existentes, vamos então ter ainda mais enfermeiros em excesso. Ora se estão em excesso, uma das regras do mercado será o de diminuir a oferta. É mentira?
 
Não sei o porquê de tanta polémica, vivemos numa sociedade de consumo, onde a lei da oferta e da procura são factores importantes, e os senhores deviam se precaver, porque se inundam o mercado de trabalho com tantos profissionais, tem lógica os vencimentos descerem.
E eu pensava que pagava mal, mas pelos vistos ainda sou bom patrão.
 
Este mail não é de apenas uma pessoa mas de milhares...e da enfermagem em geral (talvez menos os directores, chefes de enfermagem... pode der que quando começarem a retirar as suas poucas regalias estes façam finalmente algo em prol da profissão). Sr paulo ferreira, gostava de o ver a estudar uma vida inteira, para tirar um curso e depois vir a ganhar uns miseros 600euros...
 
pois,pois caro enfermeiro tem toda a razão!... a enfermagem morreu. Não ontem, há muito, muito tempo...
a ordem nada faz pelos enfermeiros. A bastonaria diz que ha falta de enfermeiros, mas onde estão os numeros?...o importante para eles meu caro colega é comprar imoveis e garantir emprego aos amigos.
Quanto as senhoras enfermeiras directoras servem para compor o "ramalhete" da administração...a maioria nem sei que habilitações tem?...desculpe mas é apenas um desabafo
 
LOLOL| Estudar a vida inteira!!!
Caluda pá, cursozeco de 2 anos mais 2 de estágio com cadeiras mais faceis do que aquelas da primária.

LOL!
 
Se tivermos em conta as necessidades reais dos serviços de saúde, existe claramente uma necessidade de enfermeiros. Mas,e há sempre um "mas", estamos em Portugal! No entanto há alguns enfermeiros que estão a mais...
 
"...os senhores deviam se precaver, porque se..."

Senhor Paulo Ferreira, devo entender isto como uma ameaça ou como um insulto(?)
Quando diz: "...e eu que pensava que pagava mal..." É porque reconhece que os enfermeiros desenvolvem um trabalho fundamental e que não estamos a ser correctamente remunerados...
 
"...os senhores deviam se precaver, porque se..."

Senhor Paulo Ferreira, devo entender isto como uma ameaça ou como um insulto(?)
Quando diz: "...e eu que pensava que pagava mal..." É porque reconhece que os enfermeiros desenvolvem um trabalho fundamental e que não estamos a ser correctamente remunerados...
 
Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
Enfermeiros de Chaves acusam administração de os tratar como escravos


Os enfermeiros da Unidade de Chaves, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, decidiram tornar pública a situação de precariedade em que se encontram.


O transporte de doentes, desde a integração da Unidade de Chaves no centro hospitalar de Vila Real, passou a fazer-se com mais frequência, mas as novas políticas de poupança, para além de não estarem a garantir um transporte em segurança, faz com que os enfermeiros se sintam os verdadeiros “escravos” da era moderna.


Ao que conseguimos apurar, depois do alerta dado através de uma carta enviada para a redacção do jornal, no centro hospitalar, entre outras situações, os enfermeiros contratados foram “subtilmente convidados” a acompanhar doentes que necessitam de efectuar exames médicos, ou evacuações urgentes para outras unidades hospitalares, após a recusa dos enfermeiros mais experientes que pertenciam a uma lista de voluntários para o efeito.


Esta recusa dos profissionais de saúde, que faziam estes transportes durante as suas folgas, só aconteceu depois de lhes ter sido comunicado, verbalmente (sem nenhum documento escrito que o comprova-se), pelos enfermeiros chefes que as transferências dos doentes, que são feitas fora do horário de serviço, que até aqui eram pagas como horas extraordinárias, mediante a categoria de cada enfermeiro, lhes passariam a ser pagas a 7,25 euros.


Este valor, muito inferior ao anterior, não agradou aos profissionais, que para além do dinheiro que perdiam deixavam de ter seguro de acidentes durante os transportes, pois este só cobre os turnos considerados extra.
Perante isto e de uma forma massiva, os enfermeiros que compunham a lista de voluntários do Hospital de Chaves mostraram-se indisponíveis para fazer o transporte dos doentes.


Supostamente, o centro hospitalar sem outra alternativa, pois negociar com os enfermeiros estava fora de questão, pediu às enfermeiras chefes de cada serviço que individualmente comunicassem aos enfermeiros contratados que passariam estes a fazer o acompanhamento dos doentes pelo valor de 7,25 euros a hora, pois era sua função servir a instituição e dar resposta a este e a outro tipo de problemas.


Ao que conseguimos apurar, os contratados, que também atravessam uma situação precária e de futuro incerto, viram-se obrigados a concordar, não por discordarem da atitude dos restantes enfermeiros, mas por temerem o futuro e não verem os seus vínculos renováveis.


Assim, e tal como se podia ler na carta que nos foi enviada, sem hipótese de dizer não, os enfermeiros contratados são desta forma sujeitos a “escravidão moderna”... o mesmo será dizer “ou fazem ou vão para a rua”.


A Voz de Chaves tentou confrontar o administrador do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Carlos Vaz com toda a situação, mas este manteve-se incontactável.


Como a situação é grave e a administração tem certamente uma palavra a dizer sobre toda a problemática que o transporte de doentes tem causado, vamos tentar obter uma reacção de Carlos Vaz numa próxima edição.
Esta situação, até porque também está em causa a segurança dos doentes, começou a preocupar responsáveis, médicos, enfermeiros e até mesmo os sindicatos, pois não há garantias que a lista dos contratados consiga garantir os transportes.


Esta situação, ao que conseguimos apurar, tem vindo a verificar-se e como não conseguem contactar nenhum dos enfermeiros que compõem a lista, os serviços têm muitas vezes de ficar com menos um elemento, enquanto os transportes decorrem.


A situação está atingir proporções tão graves, que o próprio sindicato esteve em Chaves, para falar com os enfermeiros sobre esta situação, na quinta-feira.


Por: Paulo Silva Reis
 
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