terça-feira, janeiro 29, 2008

"Ministro da Saúde quer salários justos e rede hospitalar organizada"




"Chamou a Lisboa os Presidentes dos Conselhos de Administração dos Hospitais EPE para decidir com justiça acerca da massa salarial de quem trabalha, naquelas unidades.
Antes de saírem e, sendo a constituição do grupo homóloga (só Presidentes), já podemos antever que nada de bom vai acontecer a certos grupos Não Médicos, onde se incluem os Enfermeiros, obviamente.

Estão a ver os directores de serviço a distribuírem as benesses pelos amigos mais esforçados, não vá escorregar algo para os Não Médicos. Depois é só dar umas côdeas aos que controlam o pessoal Não Médico e já está feita a justiça que o ministro pretende, pois já temos exemplos desses.

Como nós gostavamos de poder acreditar nas falaciosas palavras...
Simplesmente, a nossa experiência não nos deixa sonhar.

Duma coisa podemos deixar garantia testada: não haverá organização no SNS, hospitais ou outras unidades assistenciais, enquanto os enfermeiros não se impuserem com o seu espírito organizador.

A ideia que transmitiu ao seu antecessor, que falava de directores de serviço como a única solução para a desorganização e baixo rendimento, sempre a cargo dos mesmos protagonistas, deu os resultados que estão à vista de todos.

Vamos citar um parâmetro desta apagada e vil tristeza: não sabemos classificar o desperdício de ter um cirurgião emérito a fazer horário de pessoal e postado à porta do serviço a ver a hora de entrada; a conferir as requisições de material; à procura de jeito para imitar quem faz isto com naturalidade. Se fosse cirurgiar, sempre conseguiria aliviar um pouco a lista de espera e aplicar os seus conhecimentos, de forma útil, que tão dispendiosos ficaram ao Estado, para acabarem em simples e grotescos amanuenses...

"Depois vamos construir grupos de consenso, que serão técnicos, (de quê?) mas trazem já o sentido do vosso pulsar", explicou, admitindo também conversas com os sindicatos. Uma tarefa que Correia de Campos admitiu que vai ser complexa e que demorará alguns meses, mas que irá ajudar a modernização do sistema hospitalar e "a acabar com as injustiças existentes".

Dessas injustiças é o principal responsável, pois esta displicência com que "admite" conversas com os sindicatos, deixa antever a natureza do grupo de consenso.
Com os sindicatos não há conversas; há negociações, que são um direito constitucional que lhe assiste e que o ministro viola, desde que está no cargo.

Lembramos que o Acordo Colectivo de Trabalho por que esperamos e que fizemos em Janeiro de 2005, para os Hospitais SA, que transformou em EPE, aumentando o seu número, é bem a prova de que injustiças Sua Excelência fala.

Os Não Médicos que se preparem para a luta, porque o mais desenfreado espartaquismo vai passar a ser instrumento de subordinação, na mão dos directores de serviço, por isso foram só eles.
O nosso Sindicato deplora veementemente esta política de distruibuição dos dinheiros públicos. Há uma via de atribuir salários com justiça. Essa é, como o Ministro está farto de saber, a via da negociação, com regras e não como compra de favores com o erário público.
Será que ainda não percebeu o fracasso das USF, por causa das injustiças salariais que legitimou?

Será, o grupo do consenso uma nova Unidade de Missão com o presidente da Associais dos Clínicos Especializados, à semelhança do que fez com os Clínicos Gerais, para fazer a mesma injustiça que fez nas USF?

Sabe como é grande a desmotivação dos Não Médicos, onde se englobam os Enfermeiros. Eles querem ser representados pelo seu Sindicato e não pelos directores de serviço. A Constituição da República confere-lhes esse direito.

Preparam-se e mobilizem-se para a luta, porque vamos precisar do vosso apoio generoso para vergarmos estes ministros transviados da legislação negocial, a sentarem-se à mesa das negociações e a não admitirem por qualquer aceno de simpatia, conversar com os sindicatos. Com os Sindicatos não se conversa: negoceia-se aquilo que é do interesse para os associados.

Ponham os olhos no exemplo das Enfermeiras Finlandesas, em 2007.

Nós já fizemos o mesmo, em 1976. A estratégia foi semelhante.

Está a chegar a hora de repetirmos a façanha e impedirmos a criação de elites de controlo, desnaturadas.

Queremos negociar com direito e rejeitamos esmolas de favor.
Sem o empenho dos enfermeiros não há melhoria dos serviços. Mas esse empenho tem um preço justo e esse é aquilatado pelo Sindicato.

É uma vergonha que andem a fazer contratos individuais violando o princípio constitucional que determina "para trabalho igual, salário igual": ora a contratação que fazem é desigual no salário e no trabalho.
Não sabemos pois, a que justiça se reporta o Ministro da Saúde.

Colegas, pedimos que leiam e divulguem, aos interessados as nossas preocupações e estratégias. Estamos a chegar a uma fase de ruptura inevitável.
"


Fonte: www.sen.pt (in JN 26 - Janeiro - 2008)

Comments:
O dia mais feliz do "Dr." Enfermeiro (uau! E em apenas 3 anitos, que prodígio!) e das suas focas:

-O dia das colocações na Faculdade!

Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!

...
Verdadeiro ou Falso?
lolll
 
O ministro teve o fim que se esperava, ao ser um pau mandado do Sócrates.
 
Como é triste ver comentários tão estúpidos como o que aqui se encontra.......
Só devíamos saber quem és, e um dia, quando precisasses de nós, respondiamos-te da mesma forma.....acho que irias adorar.....
 
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