domingo, outubro 26, 2008

Resultados da reunião com o Ministério da Saúde para a negociação da Carreira de Enfermagem...


Os resultados ficaram muito aquém das expectativas dos Enfermeiros. Por vários motivos. Desde logo, o Ministério reafirmou alguns princípios enformadores, que não foram a vitória de uma batalha, mas sim a simples manutenção de alguns já conquistados há muitos anos atrás (como por ex., a Enfermagem como carreira especial).

Por outro lado, a intenção em uniformizar a carreira de forma a que possa ter aplicabilidade em todos os regimes contratuais, é um boa medida nos tempos que correm (embora ainda não seja garantida!).
O mercado excedentário necessita de ser regulado (até porque imensos Enfermeiros, vítimas de exploração sem escrúpulos, auferem salários vergonhosos e não condicentes com a nossa especificidade funcional e profissional), embora, os melhores pagadores (raros), poderão ver aqui uma referência, e diminuir salários (a não ser que a dimensão remunerativa da nova carreira seja acima do esperado, o que é improvável. As justas expectativas aguardam um posicionamento remuneratório ao nível da carreira técnica superior). As instituições com autonomia ao nível da gestão, poderão pagar acima da tabela (nada os impede, embora difícil de acontecer tendo em conta a actual conjuntura)...

A coordenação da nova carreira com o Modelo de Desenvolimento Profissional (proposto pela Ordem dos Enfermeiros) é outro aspecto muito positivo.

As más notícias vieram de seguida, embebidas na ambiguidade de alguns princípios (para espanto da classe, com a conivência aleivosa dos Enfermeiros assessores do Ministério da Saúde, nomeados para o efeito!). A classificação das categorias funcionais é desajustada, incorrecta e obsoleta pelo que já foi vivenciado por outros sistemas de saúde (Enfermeiro, Enfermeiro-Especialista e Enfermeiro-Sénior...).

A ausência de referência a função de gestão integradas na carreira pode não ser benéfico, e prejudicar as competências profissionais dos Enfermeiros: essas funções poderão ser atribuídas por nomeação de um gestor em comissão de serviço (nomeado por quem, se não existe chefias de Enfermagem? Por médicos, regredido décadas de evolução, e desrespeitando um princípio sagrado na carreira dos Enfermeiros: os Enfermeiros só podem depender hierarquicamente de outros Enfermeiros? Dará azo as nomeações desfazadas da respectiva formação e competência, mas de acordo com outros factores...?)

O trabalho extraordinário pago de acordo com o valor/hora do período normal é no mínimo... uma medida descaradamente economicista, implicando uma desvalorização pessoal, profissional e da classe de Enfermagem globalmente (é lógico que o pagamento extra deve obedecer a outras bases percentuais!).
Outros aspectos não menos importantes: que repercussão terá a formação académica pós-graduada ao nível da nova carreira? Que instrumento de avaliação de desempenho será adoptado (para quem não sabe, há instituições que, por desconhecimento, estão a avaliar os Enfermeiros segundo o SIADAP!!!)?
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Relativamente ao facto da "a existência dos denominados "horários acrescidos"" serem "um factor de aumento dos custos com recursos humanos sem benefícios para a qualidade assistencial", este tipo de conclusão linear não oferece qualquer lógica. Os "horários acrescidos" oferecem mais horas de cuidados de Enfermagem (embora com um custo incremental de 37%).. é lógico que a tutela terá toda a vontade em não pagar mais horas de cuidados nestas bases percentuais.
É no mínimo ridículo: temos um exemplo flagrante e objectivo. O exclusividade médica não é um factor preponderante para o aumento de produção, ainda assim é um ponto proposto para a sua nova carreira!
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Várias questões ficaram no ar, agendadas para a próxima ronda negocial marcada para 31 de Outubro.

Comments:
Realmente, isto ainda dá pa para mangas. Em tão pouco temp temos assitido a estas flutuações inseguras... Cumprimentos do Rebenta a Bolha
 
Eu estive a ler a primeira proposta do ministerio da saúde e diz basicamente a mesma coisa que as conclusões desta 3ª reunião, ou seja, andam a brincar com os enfermeiros?!nomeadamente:
-já lá estava decriminado enfermeiro, enfermeiro sénior e enfermeiro especialista;
- já lá falavam em uniformizar as carreiras para quem esteja em CIT e em contrato em funções públicas;
- não havia lugar a pagamentos extra além do valor normal da hora;
Expliquem-me (como se fosse muito burro) qual a diferença entre as duas propostas...
ah, esta fala do modelo de desenvolvimento profissional e a anterior não (ainda não tinha sido "aprovado")
Não gosto de ser pessimista, porque não faz parte da minha forma de ser, mas com propostas destas em que não alteraram nem uma virgula ao que tinham escrito, está muito mau para os nossos lados...
Por mim era greve por tempo indeterminado caso a proposta do dia 31 deste mês se mantenha nos mesmos moldes (isto é, sem alteração dos pontos negativos)

Boa sorte Enfermagem!!

Nuno
 
Mais uma razão para fazermos GREVE POR TEMPO INDETERMINADO.

Nel.
 
http://www.sep.org.pt/images/stories/sep/accaosindical/2008/10/outubro23negocial.pdf
 
embora nao esteja de acordo, posso compreender a seguinte medido:

"O trabalho extraordinário pago de acordo com o valor/hora do período normal é no mínimo... uma medida descaradamente economicista, implicando uma desvalorização pessoal, profissional e da classe de Enfermagem globalmente. "

Talvez a curto prazo sirva para muitos enfermeiros deixarem de fazer quase tantas horas em extras como em horario de serviço, pois deixa de ser rentavel... com a positividade da respectiva inclusão de novos trabalhadores nos quadros.

Talvez assim se consiga maior produtividade, não é por acaso que por exemplo na suíça só se podem trabalhar as 40 ou 42 horas estabelecidas e mais nada, pois só assim pode haver produtividade.

Reparei em muitos sitios que varios enfermeiros de tantos extras andam visivelmente cansados, e embora digam que nao se reflicta nos cuidados, talvez nao se esqueçam de dar medicaçoes ou prestar outros cuidados, mas é visível que a lidação com os doentes se torna menor.

Agora outra coisa é certa, é imcomportavel tal situaçao com os salarios actuais de enfermagem.

Talvez se recebermos como Licenciados, a situação dos extras deixe de ser necessárias.

Por isso, penso que a grande batalha na negociação deveria passar pelo reconhecimento (salarial) da nossa profissão como Licenciados.
 
E questões como recomnhecer a penosidade da profissão e redução da carga horaria semanal à medida que se progride na carreira???

Não é so o dinheiro k interessa.....

Lá vai a cenoura em frente dos olhos......
 
Já entendi porque razão o Ministério da Saúde considera os Enfermeiros uma carreira especial.

Devemos ser os únicos "TANSOS" que apesar de licenciados não auferem vencimentos como tal... e continuámos impávidos e serenos!!!

Nel
 
CONCORDO COM O NEL.

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO.
 
Ai está onde queria chegar.

A primeira opção deveria passar pelo reconhecimento como Licenciados... depois o resto vinha por acréscimo.

Muito dos males da enfermagem passam por ai, que levam à necessidade de duplo emprego e muitas horas extras.

A segunda passaria pela carreira que o SEP propõe, e com igual evolução para todos, independentemente do tipo de contrato.
 
Gostariamos de ver e ter a profissão a auferir o que deveria.

Ter os Especialistas com lugar na carreira e não à espera que abram lugares...E já agora os internatos (modelo) já presentes ao nivel reuneratorio.

Aguardemos decisões finais ...que parecem estar a ser dificeis e por isso é preciso passar a mensagem aos Enfermeiros .
 
há muitas coisas ditas mas alguém pode responder ao que é que vai ser o "enfermeiro sénior"? O que é que vai ser na prática? O que é uma carreira unicategorial? O que é que é isto na prática? Qual é a vantagem de ser carreira especial?
e também...
qual é o problema de virem gestores de fora? o que é que os enfermeiros de chefia têm feito pela qualidade da enfermagem se se limitam a tarefas administrativas e a andar com as corjas de bajuladores atrás, os chamados "segundos" e "terceiros" elementos? quem é que fica com saudade que se acabe com esta fantochada? que não sabem ver quem trabalha e quem finge que trabalha, não querem prejudicar os seus favoiritos que são quase sempre uma nulidade?
finalmente aparece uma carreira que não tem o peso da hierarquia que esta profissão tem tido ao longo dos anos: primeiro éramos nós e a Igreja, depois passámos a ser nós e a tropa e agora... Já nos podemos casar, já acabaram com as batas de saia, já nos livrámos do quepe, olha, acabem também de vez com estes poderzinhos, com os patrõezinhos e as patroazinhas, e preocupem-se em pôr a mão na massa e trabalhar. Têm sido anos e anos de enfermeiros chefes a ganharem ordenados chorudos em comparação com os desgraçados que se fartam de fuçar a trabalhar. ainda por cima os horários acrescidos eram oferecidos aos chefes primeiro, para os incentivarema!... Que vergonha! Quando passam, enojam a profissão. São raros os que sabem trabalhar. Metem-se nos gabinetes a fingir que fazem papelitos e porcariazinhas. Têm bufas e bufos por todo o lado e pensam que são os maiores. Acabou a mama!!! Xô pra fora!!! Venham gestores, venham médicos, venham advogados, venham engenheiros, e façam os horários, peçam o material, vejam se há torneiras para reparar nos serviços, cheirem se está bem feita a limpeza do chão, não nos amolem e deixem-nos trabalhar e deixem-nos estar com os doentes que são o que nos interessa. desde que não se metam no nosso trabalho sejam bem vindos.
 
GREVE POR TEMPO INDETERMINADO,....JÁ !!!!
 
O anónimo das 10.43 disse entre outras coisas o seguinte: - " A primeira opção deveria passar pelo reconhecimento como Licenciados... depois o resto vinha por acréscimo."- Eu só gostaria que alguém me respondesse : o que aconteceu ao DL 34/90 de 24 de janeiro que nunca foi implementado , pelo menos em parte?...
 
"os educadores sociais licenciados passam a diferenciar-se claramente dos educadores sociais não licenciados (cada vez em menor percentagem no nosso país) ao nível do seu enquadramento qualificativo e remuneratório, equivalendo-se (FINALMENTE!!!) a sociólogos, psicólogos, técnicos de serviço social e outros trabalhadores com grau de licenciatura. Nada mais justo!!!

2- A carreira profissional dos educadores sociais nas IPSS passa a desenvolver-se em 2 graus (cada um com três níveis) de acordo com o grau de habilitação: grau 1 para licenciados, grau 2 para não licenciados. EM 6 ANOS DE BOM E EFECTIVO SERVIÇO O EDUCADOR SOCIAL ATINGE O TOPO DA CARREIRA NAS IPSS chegando ao nível de qualificação 1- Quadros Superiores e ao nível III de remuneração (isto se não for coordenador de serviço- neste caso atinge o nível II). Para o ano de 2007, o educador social de grau 1- nível 1, deveria no mínimo, receber 976€, para 2008 deve receber no mínimo 999€.

ATENÇÃO QUE HÁ LUGAR AO PAGAMENTO DE RETROACTIVOS!!!
Por exemplo: Se um educador social licenciado com mais de 6 anos de casa recebia 700€ mensais, tem direito a receber como retroactivos TODA A DIFERENÇA entre o que recebeu e o que lhe haveria de ser pago. É hora de exigirem os vossos direitos!!!]"

Fonte: APES


E os enfermeiros?

Epero bem que os sindicatos estejam atentos...
 
Olá Dr. Enfermeiro,
Sabia que a sua “ídolo” da PrimusCare anda a contratar estudantes da área da saúde para pequenos biscates?
http://www.net-empregos.com/detalhe_anuncio_livre.asp?REF=607499
É do Catano!
 
Pelo que eu percebi, dia 31 outubro é decisivo.
 
Em relação ao comentário das 7:11, o CCT das misericórdias engloba também os enfermeiros. De qualquer forma é dificil o gocerno explicar como é que um enfermeiro nas IPSS tem um ordenado equivalente a um assistente social e na função pública está a uns 400 euros de diferença ...
 
Ao anónimo das 10.17

Um Enfermeiro está ao nível de um Assistente Social relativamente ao vencimento, contudo segundo o CCT das misericordias o vencimento é inferior ao da função publica.
Foi o que a UGT e o Sindicato dos Enfermeiros negociou. Podem estar orgulhosos com a miseravel negociação.
 
Ao anónimo das 11:12:

Sim,de acoro mas a questão mantém-se ... porque carga de água um enfermeiro numa IPSS tem um ordenado equivalente a um Asistente social, professor ou psicólogo e na Função pública ganhe muito, mas muito menos que estes profissionais ???
E é importante colocar estas questões! Um professor licenciado e inicia a carreira com cerca de 1400 Euros (35h/semana) e um enfermeiro com 35 horas por semana, licenciado ganha quanto?
O mesmo se aplica a outros profissionais da FP, os enfermeiros são a excepção!!
Isto tem um nome: DISCRIMINAÇÃO!!!

Nota: não quero nivelar por baixo, até porque a carreira dos professores e educadores(com os tais 1400 euros de início) foi recentemente implementada por este governo que está agora a "negociar" a nossa carreira.
 
quem são os enfermeiros acessores do governo alguem já viu ou ouviu falar?
 
Ainda nao.
Mas que os há lá, há.
Mas para deixarem fazer estas cagadas todas com os enfermeiros,era melhor estarem nos serviços de internamento a cuidar dos doentes, que bem sao precisos.
Temos o que merecemos por maos dos proprios.
Lamentavel nao é?
 
Expliquem me uma coisa, no post o DE afirma que um principio sagrado na carreira de enfermagem e de que um enfermeiro so pode depender hierarquicamente de outro enfermeiro. Mas na realidade o enfermeiro chefe (supostamente o mais graduado) depende do director do serviço (que por sua vez é medico) ou seja, onde esta a independencia?? Qualquer médico pode fazer queixa de um enfermeiro directamente ao director de serviço sem sequer passar pelo enf. chefe, logo nao percebo essa questao da independencia?
 
Caro colega (presumo eu) do comentário anterior:

está completamente errado no seu raciocínio e nas suas convicções. Os Enfermeiros apenas dependem hierarquicamente de outros Enfermeiros. Na Enfermagem temos a chamada carreira vertical, que é acompanhada da respectiva hierarquia. E não existe, em instituição hospitalar alguma, um médico que seja superior hierárquico (de carreira) de um Enfermeiro. Veja, os Enfermeiros dependem hierarquicamente do Enf-Chefe, que depende do Enf-Supervisor, que depende do Enf-Director.
Se por acaso se referir ao presidente do CA, deixe-me dizer-lhe que a unica obrigatoriedade é ser licenciado: pode ser Enfermeiro, Médico, Economista, Advogado, Gestor, etc...
Como vê...
 
Ali o comboio das 8 menos 10 diz que o enf. chefe depende do director de serviço,e qualquer pessoa pode fazer queixa ao patrão sem passar pelo enfermeiro chefe.
Lá isso pode, mas essa circunstância não os torna dependentes hierarquicamente.
Essa é uma velha aspiração dos médicos: subordinar os enfermeiros.
Enquanto houver um director clínico e um director enfermeiro no mesmo conselho de administração, há independência hierárquica.
 
Meus senhores há que fazer GREVE POR TEMPO INDETERMINADO E SEM CUIDADOS MINIMOS como fizeram os nossos colegas Finlandeses, e vocês vão ver que RESULTA!!!
Deixem de pagar quotas de OE e Sindicatos, vam vêr como se tornam mais proactivos!!!!
 
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