sábado, outubro 11, 2008

Reunião entre Enfermeiros e Farmacêuticos termina sem acordo!

"A reunião entre as ordens dos Farmacêuticos e dos Enfermeiros sobre a administração de vacinas nas farmácias terminou hoje sem acordo entre as partes, tendo as duas entidades defendido a capacidade dos seus profissionais em administrar vacinas em segurança.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, que durou aproximadamente duas horas e decorreu na Ordem dos Farmacêuticos, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) voltou a defender que a administração de vacinas em farmácias tem de ser feita por um profissional qualificado, ou seja, por um Enfermeiro.

Maria Augusta Sousa lembrou que a OE divulgou na semana passada um comunicado a aconselhar a vacinação só por profissionais qualificados, procurando apenas farmácias onde houvesse Enfermeiros "que foram contratados para garantir que estes serviços fossem administrados com a máxima segurança". No entanto, a bastonária garantiu igualmente que como já ficou marcada uma nova reunião entre as duas Ordens para dia 23 de Outubro não irá, para já, avançar com "outros mecanismos", porque espera "chegar a um consenso".

Poderão haver vários e nós faremos tudo para que isso não aconteça, mas pode haver desde providências cautelares, acções", adiantou, sublinhando, no entanto, que para a Ordem dos Enfermeiros "não é essa a via para a solução dos problemas". Maria Augusta Sousa esclareceu ainda que a posição da Ordem dos Enfermeiros não tem que ver com interesses corporativos, mas antes com a defesa dos interesses dos cidadãos.

Na mesma altura, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) também defendeu que a segurança dos cidadãos está salvaguardada porque a classe tem formação e capacidade profissional para administrar vacinas em segurança. "Os farmacêuticos são profissionais de saúde qualificados e também eles estão preocupados com a segurança e a qualidade do cidadão, com a acessibilidade ao medicamento e com a garantia de que o medicamento é dado, em termos da conservação, nas melhores condições", assegurou Elisabete Faria. Nesse sentido, a bastonária da OF assegurou mesmo que em caso de choque anafilático (reacção alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a uma substância causadora de alergia), os farmacêuticos têm todas as condições e conhecimentos para lidar com a situação. "Sabemos bem, no caso de um choque anafilático, administrar aquilo que for preciso e temos exactamente à disposição, como um Enfermeiro, os meios normais e convencionais para socorro", garantiu.
No entanto, Elisabete Faria acabou por admitir, no final, que fica ao critério de cada Farmacêutico ter formação específica para a administração das vacinas, uma vez que, tal como explicou a bastonária, a formação académica dos farmacêuticos é já de si suficiente. "O Farmacêutico não precisa de ter esse curso [de formação pós-graduada em vacinação], poderá ter ou não. Fica ao critério do Farmacêutico. Se entender que essa é a melhor via para prestar um melhor serviço entenderá que fará, mas a formação não é obrigatória", concluiu." link
.
Facilmente se perspectiva que não haverá qualquer acordo, portanto...

Comments:
...Portanto, esperemos que a OE continue a pressionar como tem feito até aqui, desmobilizar agora é que nunca...
 
Na mesma linha de pensamento da Sra. Elisabete Faria, no "meu entender, a venda de medicamentos e directoria técnica de uma Farmácia ou Parafarmácia, tb pode pertencer a uma zona comum. Não consigo admitir que um Enfermeiro com as qualificações que tem, não possa ser um profissional para este tipo de responsabilidade".

E que tal???

É para um, é para todos!

Luís Sousa (Enfermeiro)
 
Ha aqui algumas coisas que não entendo, desde logo :"...choque anafilático, administrar aquilo que for preciso..." A minha questao e simples, desde quando estas duas classes profissionais, Farmaceuticos e Enfermeiros administram o que quer que seja sem ordem médica??

Ha coisas fantasticas nao ha??
 
Claro que administram, e deveria saber que a lei contempla isso tanto para farmacêuticos, como para enfermeiros.
 
Os Enfermeiros podem e sempre puderam em caso de emergência administrar "o que quer que seja" para salvaguardar a vida do doente, assim como o novo regime jurídico das farmácias prevê que os farmacêuticos possam dar qualquer medicamento se necessário.

Ha coisas fantasticas nao ha?
 
Para o anónimo das 11:02 AM

De facto há coisas fantásticas!
Uma delas é o Sr. não saber que, EM CASO DE EMERGÊNCIA, aos Enfermeiros cabe actuar com todos os meios que estiverem ao seu alcance e em função dos seus conhecimentos e aptidões, de forma a evitar a morte da vítima de, por exemplo, uma reacção anafilática grave.
Como bem deve saber, nesta situação particular, o tratamento de primeira linha é a drenalina, portanto, não precisa de qualquer autorização\prescrição para a injectar; sob pena de, se não o fizer, ser acusado de negligência grosseira.

Já quanto aos farmacêuticos.... não sei. Não sou farmacêutico.

Esclarecido?
 
HÁ MUITO QUE SE TÊM FALADO EM ADMINISTRAR VACINAS NAS FARMÁCIAS,
é de lamentar que só agora ´na época da vacinação é que a ordem se reune ficando agendada a outra reunião para o final de Outubro e outra e mais outra até o proximo ano,e mais outra.. É uma vergonha isto acontece com outras classes?
Se são funções de enfermeiros para quê tantas reuniões,
Os elementos da ordem não têm conhecimento e nem conhecem ninguem nas farmácias que fazem curativos? que administram injectáveis...Têm alguma reunião agendada para tratar desse assunto? É UMA VERGONHA PAGAR PARA ESTA ORDEM ,ESTÁ CHEIA DE FILOSOFOS
flor
 
Ó caro anónimo das 11.02, eu respondo:

_Desde sempre!

Porque se alguém faz um choque anafilático, o Enfermeiro sabe o que tem a fazer e actua, não está à espera que o Sôtor, que está a coçar os "t...." na cama ou já se pisgou para a privada, venha ao serviço para dizer o que temos de fazer!!!
Onde que andam os Sôtores durante os horários a que os Enfermeiros tem medicação para dar?

Você não conhece ou não sabe o que se passa no dia-a-dia de um hospital, ou C. de Saúde!

Daaahhh!...

M.C.
 
Há coisas fantásticas sim senhora!
um doente que manifeste choque anfilático, é "objecto" de atenção/actuação emergente.
dede que o enfermeiro, possua os conhecimentos para essa actuação, e sim, sei as doses/kg (etc), a lei manda simplesmente actuar, ter uma resposta pronta e eficaz perante a intercorrência diagnosticada.

além de que, não sei se sabe, os farmacêuticos nos EUA decidem qual a medicação a instituir para os doentes - se eles, farmacêuticos, estudam e têm essa formação durante 6 anos, quem melhor para tal ah??? (coisas fantásticas não é!!). Não há ninguém na saúde que saiba qual o melhor fármaco a instituir a não ser o farmacêutico, excepto os principios activos para tratamento de feridas. Nesse campo, é enfermagem só e apenas.

E já referi noutros posts, no meu serviço pelo menos (Hospital Central :) ), quando contacto o médico porque necessito da sua intervenção (prescrição médica!) ele só chega ao serviço e prescreve o que já foi administrado pelo enfermeiro.
se temos os conhecimentos e formação sólida para tal...
 
"Ha aqui algumas coisas que não entendo, desde logo :"...choque anafilático, administrar aquilo que for preciso..." A minha questao e simples, desde quando estas duas classes profissionais, Farmaceuticos e Enfermeiros administram o que quer que seja sem ordem médica??"

Segundo a lei, em caso de emergência não há limites de actuação funcional para os profissionais de saúde, podendo sob esta justificativa tomar todas as providências julgadas necessárias e desde que para isso competente a nível técnico no sentido de salvar a vida do paciente.

Sobre a dita preparação académica dos farmacêuticos para a administração de injectáveis, isso é flaso pois não existe a nível dos currículos escolares da licenciatura de farmácia nenhuma disciplina que contemple este conteúdo.
 
protocolos meu caro, protocolos!!!
É para isso que servem.
 
Resposta ao anónimo 11:02 AM

Bem para ser justo, existe situações onde o enfermeiro tem autonomia para administração de terapêutica sem ordem médica. E isso está previsto no Decreto-Lei nº161/96 de 4 de Setembro onde referem que:

Artigo 9º nº4

Dos Direitos: e) procedem a administração de terapeutica prescrita, detectando os seus efeitos e actuando em ocnformidade, DEVENDO, em situações de emergencia, AGIR de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade e manutenção ou recuperação das funções vitais.

(Já digam lá que os enfermeiros não tem qualificações nem conhecimentos... Já estou a espera desse presunção)

Artigo 12º. Dos deveres.

Os enfermeiros estão obrigados a: 5) assegurar por todos os meios ao seu alcance a manutenção da vida do utente em casa de emergencia.



Assim sendo... Os enfermeiros não só PODEM administrar terapeutica, em casos de emergencia, sem indicação médica, como DEVEM!


Sara - Finalista de Enfermagem
 
"Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro, alterado pelo Decreto-lei n.º 104/98, de 21 de Abril

CAPÍTULO IV
Exercício e intervenção dos enfermeiros

Artigo 8.º
Exercício profissional dos enfermeiros


4 - Para efeitos dos números anteriores e em conformidade com o diagnóstico de enfermagem, os enfermeiros, de acordo com as suas qualificações profissionais:

e) Procedem à administração da terapêutica prescrita, detectando os seus efeitos e actuando em conformidade, devendo, em situação de emergência, agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais;

f) Participam na elaboração e concretização de protocolos referentes a normas e critérios para administração de tratamentos e medicamentos;"

de facto... a ignorância é uma coisa ainda fantástica...
 
No seguimento da linha de pensamento corroboro com o comentário do caro colegas das 8:16 AM, qundo escreve, e passo a citar:
"a venda de medicamentos e directoria técnica de uma Farmácia ou Parafarmácia, tb pode pertencer a uma zona comum. Não consigo admitir que um Enfermeiro com as qualificações que tem, não possa ser um profissional para este tipo de responsabilidade"

Providências cautelares? "Cheira-me" a muito pouco, mas já é um começo...
Cambada de "cientistas transviados" cujo epílogo final, vejam bem, é o bem estar e segurança das...mitocôndrias dos clientes.
Quanto ao outro deve pensar que está numa qualquer "parada militar". Ordens, meu caro, só lá em casa e isto se a "patroa" estiver bem disposta.
 
Só se fala mal das farmácias? Então falemos de mais reais:
1º Já há um ano que é possivel administrar vacinas nas farmacias, a Ordem dos Enfermeiros teve tempo para agir antes dos actos consumados
2º O mundo está em crise mas os portugueses preferem pagar 2,5€ para "levar" uma vacina do que faze-lo gratuitamente e por profissionais competentes
3º O governo lançou uma publicidade atraves da DGS em que os Enfermeiros foram esquecidos pois no final diz "em caso de dúvida pergunte ao seu médico ou farmaceutico"
4º Os Enfermeiros são uma classe que fala, fala, fala, mas não passa disso devemos acima de tudo ser unidos, exigir à suposta Ordem que nos defenda com mais garra, que se mostre de uma vez por todas na luta por uma classe com reconhecimento e que se deixe de estar na sombra das secretarias, porque mais vale um tacho furado pelo uso doque um tacho furado por não ser usado. E para finalizar lembrem-se que "a união faz a força" e eu não vejo Enfermeiros unidos pelo reconhecimento da profissão, nem pela dignificação, só vejo as outras classes como as dos farmaceuticos a ficarem com os nossos atributos e a passare-nos a perna, é essa a realidade da Enfermagem em Portugal não tarda por este andar seremos uns simples auxiliares dos médicos e criados do sistema.
 
Há aqui uma grande confusão que é bom não descurar: não são os farmacêutcos que vão administrar vacinas, mas os serventes de farmácia, balconeiros como já ouvi chamar-lhes, que fazem esse serviço e não só.
É evidente que no tempo das vacas gordas e déficit de enfermeiros, só procuravam o centro de saúde ou o hospital, abandonando uma área, como o exercício liberal, justamente aquele que a Ordem abarca por excelência, à saciedade dos curiosos, curandeiros e falsários.
Até as Cotrim dão uma machadada ensinando os serventes de farmácia, que me parece não são licenciados em farmacopeia, a fazer injectáveis.
Quando deviam andar a pastar em montes de altitude considerável para aumentarem os glóbulos rubros e depois venderem aos ciclistas dopados, entretêm-se a ensinar o que não sabem pois tenho sérias e fundadas dúvidas se por entre tanta doutorice tiveram tempo de aprender a injectar.
Toda esta intelectulidade doutoral esquece que os enfermeiros como licenciados que são já não têm de esperar pelas receitas do médico, que confunde prescrição com ordens para fazer isto e aquilo.
Os enfermeiros sendo licenciados como os médicos e os farmacêuticos têm o mesmo pleníssimo direito de verem respeitada a sua capacidade técnica.
E lá por os enfermeiros serem pouco aficionados na defesa dos seus interesses (vida Cotrim in €850-cursinho com direito a certificado da OF), nem por isso perdem o direito ao respeito.
E não todos são de bom comer ou com tendência para se deixarem comer por lorpas paspalhões. Lá por haver meia dúzia de Kotrins, não generalizem.
Quanto à Ordem dos Enfermeiros, faz parte do conjunto; há-de evoluir quando os Enfermeiros despertarem. Tiveram uma oportunidade e deixaram-na fugir.
A limpeza tem de começar de dentro para fora, desde logo por exigir dos neflibatas que andaram as dizer coisas e a fazer promessas que agora não conseguem cumprir, porque nem sabem por onde hão-de pegar a coisa.
É triste, mas é verdadeiro...
Já agora não devemos deixar de referir que para lá da Ordem também há a desOrdem, que em desepero de causa pode atacar.
 
Ora, Ora, como é bonito ver como duas classes profissionais fazem da discussão acerca de quem pode espetar a agulha num deltóide e empurrar o êmbolo da seringa um assunto de quase sobrevivência. De facto, em tempos de fome os servem de banquete! Depois querem ser vistos como uma classes de vanguarda, discutindo questões do paleolítico num tempo em que se discute a terapia com células estaminais, de terapia genética e outros assuntos densos de interesse? Se querem encontrar uma solução de consenso cá vai: farmacêuticos e enfermeiros, administrem as vacinas em conjunto; um desinfecta e outro pica!
 
Espanta-me que se venha para aqui dizer que é prática habitual, pelo menos em situações de urgência, que os enfermeiros administrem determinado tipo de fármacos. Mais tarde o médico só vem prescrevê-los...

Se o médico acaba por ser chamado a uma situação dessas, das duas uma: ou é para ajudar no controlo da situação, ou é apenas para que tudo fique “direitinho” em termos de prescrições.

Se o motivo é o primeiro, então quer dizer que nas instituições e saúde, nem sempre estão reunidas as melhores condições de segurança (porque o médico não está presente!) – e o senhores enfermeiros são coniventes com isso. Logo não estão a zelar pela segurança do doente.

Se o motivo é o segundo, então quer dizer que os senhores enfermeiros andam há anos a reivindicar autonomia, mas aceitam como “normal” o facto de administrarem um medicamento, que tem de ser prescrito 10 minutos depois, só para que no processo do doente, fique tudo “dentro dos conformes”. Pergunto: é assim que se demonstra e reclama autonomia para os enfermeiros?
 
Fala-se aqui em adrenalina, como se isso fosse a única coisa a ser dominada em situações de emergência...

Já vi médicos com um desfibrilhador na mão e sem saberem verdadeiramente como ele funcionava...
Já vi enfermeiros a preparar medicação de urgência, e as ampolas a caírem no chão...
Não duvido que casos destes se verifiquem também com os farmacêuticos...

Por outro lado, tenho plena confiança em muitos médicos, em muitos enfermeiros (que não são apenas os que trabalham no INEM), e para que não haja dúvidas, aconselho-me frequentemente com o ajudante da farmácia onde habitualmente sou cliente.

Cada caso é um caso!!!!
 
Alguém disse que no Centro de Saúde, as vacinas são administradas a custo zero, ao passo que nas farmácias isso vai custar 2,5€.
Vendo assim as coisas isso até pode ser verdade.
Mas esquecemos as filas enormes nos Centros de Saúde bem como outro tipo de “exigências” que nada facilitam o atendimento dos utentes. 2,5€ pode até ser um preço baixo se olharmos para o modo como funcionam muitos Centros de Saúde.
Por isso é que eu questiono os profissionais dos Centros de Saúde: o que é que andaram a fazer estes anos todos? Será que colocaram o utente no topo das vossas prioridades?
 
As “farmácias” nestes últimos tempos, arregaçaram as mangas por forma a conquistar uma posição sólida no mercado: alguns procedimentos até aqui executados praticamente só por enfermeiros estão a ser executados por farmacêuticos.
Questiona-se a segurança...
Por favor. Não brinquem comigo.
Quantos Centros de Saúde têm pessoal (médico e de enfermagem) preparado para lidar cabalmente com uma situação de choque anafilático?
Situações destas não se resumem à adrenalina...
Há muitos outros fármacos em jogo, e um leque variado de procedimentos que eu duvido estarem “na ponta da língua” dos profissionais dos centros de saúde.
Será que encontramos todo o material para assegurar a via aérea ou intervir imediatamente em alterações cardíacas e hemodinâmicas?
Relembro que muitas “salas de directos” de serviços de urgência deste país, não têm sequer um carro “de via aérea difícil”.

A probabilidade de acontecer um choque anafilático é baixíssima.
Em vez de estarmos aqui a ver quem é o mais habilitado para dar resposta a isso, se calhar, mais valia afixar em letras bem grandes, o contacto do INEM, nessas farmácias...
 
"Sobre a dita preparação académica dos farmacêuticos para a administração de injectáveis, isso é falso pois não existe a nível dos currículos escolares da licenciatura de farmácia nenhuma disciplina que contemple este conteúdo"
Actualmente, desconheço os planos curriculares das diferentes Faculdades, mas no meu tempo (1981-1987) na FFUP a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas, Ramo de Farmácia de Oficina e Hospitalar tinha uma Cadeira de Primeiros Socorros onde era ensinada a administração de injectáveis.
 
Toda a lesgislação apresentada refere uma parte que os srs. enfermeiros se esquecem de colocar : ..."em situação de emergência, agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais"...

Ora aqui não diz que podem os enfermeiros admnistrar qualquer tipo de medicação que vos der na cabeça, ate porque a lei refere e bem que devem agir mediante qualificaçoes e conhecimentos. E sim, claro que um simples enfermeiro nao os possui para que possa por sua iniciativa admnistar medicaçao!! Ate acredito que possam seguir protocolos ja realizados em situaçoes de emergencia, mas não me venham com tangas a dizer que em emergencia podem fazer o que entenderem porque nao ha nada na lei que o diga!!
Alias, a referencia a admnistraçao de farmacos esta bem explicita: "...Procedem à administração da terapêutica prescrita, detectando..."
Metam na cabeça que cada um tem a sua funçao, e nao faz parte da dos enfermeiros tratar doentes, mas sim cuidar dos doentes!!
 
Voltemos agora à Terra! Toda a gente se preocupa muito com reacções anafiláticas, mas de todas as vezes que eu ou os meus filhos tomámos uma vacina, sempre no Centro de Saúde, nunca vi qualquer preocupação por parte do pessoal de enfermagem em nos fazer aguardar o tempo necessário para que tais reacções se pudessem manifestar.
É toma lá e vai-te embora. Se tiveres uma reacção adversa que seja na rua ou em casa.
Isto para não falar nos enfermeiros que injectam a torto e a direito em qualquer vão de escada, certamente muito prestáveis mas pouco profissionais. Onde está a adrenalina, o SF EV, a hidrocortisona, etc?
 
"Ora, Ora, como é bonito ver como duas classes profissionais fazem da discussão acerca de quem pode espetar a agulha num deltóide e empurrar o êmbolo da seringa um assunto de quase sobrevivência. De facto, em tempos de fome os servem de banquete! Depois querem ser vistos como uma classes de vanguarda, discutindo questões do paleolítico num tempo em que se discute a terapia com células estaminais, de terapia genética e outros assuntos densos de interesse? Se querem encontrar uma solução de consenso cá vai: farmacêuticos e enfermeiros, administrem as vacinas em conjunto; um desinfecta e outro pica!"


Já estou farta desta conversa. A ordem dos farmacêuticos não emitiu nem um único comunicado sobre o assunto até a bastonaria ser entrevistada após a reunião entre as ordens. A ordem dos enfermeiros está a fazer um escabeche desgraçado desde o inicio como se a nossa actividade profissional dependesse disso, parece o fim do mundo. Esta atitude está a dar um lindo nome da nossa profissão lá para fora sim senhora.
A OE deveria falar com o legislador ou com a anf, o que me dá a entender é que a OE quer que os farmacêuticos prescindam do direito por si só mas isso só não chega, não se esqueçam dos ajudantes de farmacia.
 
Quantos enfermeiros sabem actuar perante uma anafilaxia? Quantos sabem a sequência e a dose dos fármacos a administrarem? Quantos enfermeiros conhecem a fundo os fármacos que administram? Quantos enfermeiros se preocupam em informar devidamente os seus pacientes acerca do que lhes administram? Quantos enfermeiros conhecem bem as estruturas anatómicas onde aplicam as injecções IM ou IV? Aquilo por que a Enfermagem está a passar é o reflexo do laxismo por esta adoptado nos últimos anos. A maioria dos enfermeiros têm uma preparação básica para aquilo que faz, circunscreve-se à rotina e dá-se bem com o conforto de ter um médico de suporte que assume as situações mais complexas. A maioria adopta a relação profissional "Enfermeiro-Médico" como único processo de formação contínua . Não basta reivindicar a competência num determinado acto; É necessário demonstrar essa mesma competência, todos os dias, no que se faz e não debitá-la em blogs e fóruns frequentados por uma minoria de Enfermeiros, alguns deles esclarecidos, mas longe de constituírem uma amostragem fidedigna do resto da classe. Faça-se um exame geral de conhecimentos à classe de Enfermagem acerca de matérias básicas de suporte da prática rotineira e vejam os resultados! Sou médico, e gostaria muito de que a classe de Enfermagem tivesse um alto nível de preparação técnica e científica, para bem de todos, porque a prestação das instituições de saúde depende muito do desempenho destes profissionais, que a meu ver ainda se encontra regra geral muito aquém daquilo que se desejaria. Reestruturem o vosso ensino académico, os processos de formação contínua e actualização, assumam-se como licenciados de pleno direito mas também de plenos deveres e sobretudo, entendam o que é ser profissional numa determinada área!
 
Com tanta reunião, a Ordem dos farmacêuticos vai lavando o barco a bom porto. A vacinação para a gripe é até Dezembro e assim os Enfermeiros perdem mais uma batalha!
Já não bastava o Lobby dos médicos e agora levamos com o dos farmacêuticos. Basta ver como as noticias saem cá para fora!!
 
Este blogue mt visitado.....


Caros,

em resposta ao Sr Monterroso


de facto o que escreve tem uma grd veracidade, no entanto, apontar erros à classe médica é tb mt fácil:
mts são os que estão no domicilio, a dormir, na privada, confiando nesses enfermeiros (burros e pouco informados tecnicamente, que não obtêm informaçao e formaçao nos mais paradisiacos países e hoteis de 5* pagos pelos contribuintes portugueses)e que se sacrificam até à última gota para manter o utente com o maior conforto necessário. Fala-se em autonomia, de facto tem mt razão os enfermeiros têm uma cultura mt subalterna, fruto de tradição e cultura mas que está todos os dias a mudar, e Sr Dr sabe disso. Mas a sorte de mts médicos é renovar conhecimentos na urgência de mts hospitais, pois nos seus CS ganham prática de nada fazer 10 consultas/ dia (entre elas as receitas, sem ver dtes).
Qt a prática de injectáveis por farmaceuticos, acho simplesmente injusto. Cada macaco no seu galho, mas caso os tec de farmacia o comecem a fazer, os enfermeiros só têm de pressionar a ordem a recompor os estatutos e implementar a venda de farmacos nas suas clinicas de enfermagem. tao simples qt isto!
 
Em resposta ao anónimo das 10:56, nos centros de saude só há filas de gente se não houver organização por parte dos profissionais, as exigências para administrar a vacina da gripe são poucas ou nenhumas e só fala assim quem desvaloriza por completo os profissionais mais sobrecarregados do SNS, quem desvaloriza os cuidados de saude primários que não são essenciais, são fundamentais para todos.
Mas nem falemos de coisas tristes quando em vez de se preocuparem a falar passem à acção e deixem de desvalorizar os Enfermeiros dos cuidados de saude primários que com estas atitudes perdem valor, motivação e eles sim merecem todo o apoio da classe por serem os mais massacrados com esta politiquices e com as novas reformas da saude.
Para terminar muito do que li deu a entender que quem mais comenta é o dito Enfermeiro hospitalar para reforçar, quem não sabe do que fala não desvalorize a classe porque cada um tem o valor que lhe é merecido.


Agora em resposta ao anonimo 11:41
Se souber que a adrenalina até à bem pouco tempo era distribuida em quantidades minimas para os centros de saude por ser considerado um produto de uso hospitalar, e se souber que nos hospitais é proporcionada mais formação que nos centros de saúde que até à bem pouco tempo quem queria ter um curso de suporte basico ou avançado tinha que o pagar do bolso e na maioria das extintas sub regiões de saude os cursos para enfermeiros eram obsuletos, lá está falam e julgam ser mais importantes.
Finalmente o toma-lá e vai ter a reacção lá para fora, será que a maioria dos enfermeiros quando leva os filhos à vacina, ou vai a correr, ou diz eu já sei tudo, até porque são os que mais tentam saltar o sistema, não gostam de ser ensinados por julgarem saber tudo e até digo mais há uma grande diferença de comportamento e atitude por parte dos enfermeiros que Trabalham em Centro de Saude, e dos que trabalham em Hospitais.
Uns mandam as reacções para a rua e os outros mandam escaras para os centros de saude e mais não digo.
 
Caríssimos :

Realmente cada vez mais me convenço que este blog é mesmo uma terapia de catarse emocional para muitos enfermeiros, que vivem aqui numa realidade paralela. Se acordarem para a nossa realidade e se deslocarem a qualquer um destes Centros de Saúde (faço aqui um desafio público a todos) e pedirem a um qualquer enfermeiro (salvo raras e honrosas excepções )para efectuar certo acto ou opinar sobre algo, aquilo que vão ouvir alto e em bom som é: TEM QUE IR AO SEU MÉDICO E TRAZER UMA GUIA ! E isto é válido para vacinas da gripe, avaliação de TA e glicemia, dispensa de contraceptivos e tudo o mais. Nem são capazes de autonomamente realizar um combur test sem a milagrosa guia do médico. Por isso, para quê tanta guerra com vacinas e sua administração nas farmácias. Utentes, comprem a vossa vacina e depois desloquem-se ao centro de saúde para administrar. Não se esqueçam é de marcar também a consulta para o médico, porque sem ela....... melhor ficar pela farmácia.
 
Qualquer dia não são precisos médicos nem enfermeiros pois os farmacêuticos podem fazer tudo.... a um familiar meu é que ele não administram coisa nenhuma.
 
É tramado quando outros profissionais de saude começam a fazer o "nosso" trabalho não é oh malta da enfermagem????

ahahahahahah
 
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