domingo, fevereiro 08, 2009

CIPE... (mais vale ser mudo!)




Chegou às Direcções de Enfermagem das Instituições de Saúde, uma nota, proveniente da Ordem dos Enfermeiros, para averiguações acerca da aplicação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE).

Esta "invenção" (CIPE), que pretende ser um instrumento uniformizador da linguagem dos Enfermeiros, é um descalabro. Pôs os Enfermeiros a falar francês, quando todo o mundo fala inglês! Até trocou as voltas ao dicionário!

O ímpeto em separar radicalmente a Enfermagem da Medicina e do resto do mundo da saúde, dá nestas preciosidades que ninguém entende e que castra a nossa profissão. Juntando a todo este bradar aos céus, temos os Enfermeiros formadores da CIPE fanáticos.

A conceptualização na CIPE é tão densa e baralhada que surgem verdadeiras pérolas. Basta ir à CIPE para observar estes rasgos de genialidade:

O que é o nascimento?
- "é um tipo de gravidez (...)".

O que é um aborto?
- "é um tipo de gravidez (...)"
Esta foi ao lado.

O que é uma ferida?
- "é um tipo de tecido (...)".
Depois de ler esta fiquei com uma ferida na alma (é um tipo de tecido?).

O que é a asfixia?
- "é um tipo de limpeza das vias aéreas (...)".
Será um mecanismo corporal?

O que é uma hemorragia?
- "(...) é uma perda de grande quantidade de sangue num curto espaço de tempo (...)"
E se for uma perda de pequena quantidade de sangue num largo espaço de tempo? Já não é uma hemorragia?

O que é uma sesta?
- "(..) passar pelas brasas (...)"
Sim, é verdade, esta preciosidade científica está lá bem descrita.

O que é uma fecaloma?
- "é uma tipo de obstipação (...)"
Para a comunidade científica é uma massa constituída por um bolo fecal endurecido, de difícil eliminação intestinal.

O que é uma glândula mamária?
- "é um tipo de glândula com características esféricas: duas grandes glândulas discóides hemisféricas (...)"
E se um indivíduo só tiver uma? Já não tem cabimento neste conceito...

O que é a candidíase?
- "é um tipo de mucosa (...)"
Há muitos deficientes por aí. Falta-lhes uma mucosa.
Seria preciso uniformizar este conceito (entre tantos outros...)? Uma candidíase não será a mesma coisa para os Enfermeiros portugueses, chineses ou egípcios?

Estes são pequenos exemplos, a CIPE brinda-nos com imensos. Alguns tão maus, que é vergonhoso colocá-los aqui.
Mas a CIPE também rivaliza com outras linguagens. Por lá também podemos ler o significado dos conceitos "edifício comercial", "prisão", "ponte" (pontes ou prisões não serão a mesma coisa em qualquer parte do planeta? Andamos a despender esforços para uniformizar o que já está uniformizado?), "caminho de ferro", "impostos", "furacão" etc.
"Impostos", por exemplo, é definido como... "tipo de prosperidade". Até o dicionário fica confuso!!

Para quem desconhece fiquem sabendo, por exemplo, que "deplecção", ou "desejo" são "fenómenos de Enfermagem". Nossos, só nossos e de mais ninguém. Quem usar estes conceitos terá de pagar direitos de autor.

E os diagnósticos de Enfermagem? É mais complexo entrosar os conceitos-base (foco, julgamento, características definidoras, etc), do que fazer o próprio diagnóstico! Obsessão pela complicação?

Por outro lado, os diagnósticos são básicos e dignos de leigos. Se nos depararmos com alguém que descreve "dores abdominais intensas", o diagnóstico imediatamente levantado é "dor presente em grau elevado"... "Mas porquê que tenho dores?" - pergunta o utente. (Onde está o valor acrescentado do Enfermeiro? Será que a Enfermagem não deve evoluir de complexidade? Em pleno séc. XXI o paradigma não deve mudar? Reparem que qualquer dona de casa sabe fazer colocar em prática as nossas intervenções independentes - colocar gelo, calor, promover autocuidado, massagem, etc e até pode administrar fármacos (NSRM)...)
Já alguém pensou que, se fosse apenas pelas nossas intervenções independentes, os Enfermeiros eram dispensáveis e ninguém os contratava?

Porque havemos de colocar os Enfermeiros a falar numa linguagem diferente de toda a comunidade científica? Psicólogos, Sociólogos, Biólogos, Médicos, etc, todos falam a mesma linguagem... porque não falam os Enfermeiros também? Há conceitos inerentes apenas à Enfermagem? Óptimo, também as outras disciplinas do saber os têm.

Com esta ânsia canibalesca em separar a Enfermagem das ciências médicas ( não serão a administração de fármacos, suporte avançado de vida, etc, procedimentos demasiado "médicos?" É melhor desistirmos deles... só assim nos podemos separar em pleno do bio-médico e assumimos toda a nossa força no reino do bio-desinteressante!), a curto prazo deixar-se-á de leccionar saúde no curso de Enfermagem. Proponho que o curso passe para as faculdades de letras.
Continuem com a CIPE's e companhia, mas notem bem que:
... não faltam técnicos ansiosos por "deitar a mão" nas áreas que vamos deixando a descoberto.
Depois admiramo-nos que os Enfermeiros já não prescrevam dietas porque existem os nutricionistas/dientistas, já não façam intervenções do âmbito psicológico por existem os psicólogos, que a Enfermagem podológica tenha falecido porque já existem podólogos, que a Enfermagem geriátrica esteja a morrer porque já existem os gerontólogos, que a intervenção da Enfermagem nos meios de diagnóstico e terapêutica seja quase nula, porque os técnicos de diagnóstico e terapêutica disseminaram-se, que a reabilitação esteja a ser assumida na totalidade por fisioterapeutas...

Comments:
Isso é o que se chama " dedo na ferida" ...... mas não vem na CIPE!
Nós trabalhamos com CIPE, tem alguns, como tu dizes são completamente fanáticos! E a título de brincadeira costumo dizer,-" Não vou para a reforma antes que a CIPE fale português!"
Aliás acho que o meu português piorou imenso desde que começamos a cipar ........ perde-se mais tempo em frente ao computador do que com o dte, é horrível .... não nos podemos desculpar que não houve tempo para formular este ou aquele fenómeno, é mais desculpável não se trocar uma algália por falta de tempo, fica para o turno seguinte ou não repuncionar ....ou outras coisas do que não formular um fenómeno ou diagnóstico!
E é como tu dizes, o que para o médico é balanço hídrico, para nós é monitorização de entrada e saída de líquidos .... e outras coisas ... e não me alongo mais ...!!!
 
Palavras para quê???

Oh! Doutor Enfermeiro está tudo dito.

Afinal não sou o único a achar que a CIPE, é mais uma palhaçada, do circo em que a enfermagem se tornou.

A Enfermagem vive um dilema de pura contradição. Por um lado pretende afastar-se do modelo Bio-médico, mas por outro também faz diagnósticos ... de enfermagem, claro!!!!!

Eu pergunto porque razão os diagnósticos médicos não podem ser diagnósticos de enfermagem e os diagnósticos de enfermagem não podem ser diagnósticos médicos??????

NEL
 
Sr. DoutorEnfermeiro. Pode ter toda a razão no que diz em relação a alguns termos que a CIPE utiliza, no entanto, acho que o seu blog perde por uma coisa, ao menos faça críticas contrutivas. Criticar por criticar é fácil. A necessidade de resumo mínimo de dados e a uniformização de linguagem exige uma união de esforços CONSTRUTIVOS.
 
Boa Noite,

Estás de Parabéns, acho que a cipe só veio retirar tempo para estar com os utentes. Acho que e4stará para pouco tempo.
 
Como sempre, os senhores Enfermeiros pecam pela complexidade. Ou por outra, pela tentativa de demonstrar complexidade.
E pior, eu sou, em mim mesmo, Enfermeiro.

Assisto com espanto à corrida pela especificidade. Que não podemos falar de forma coincidente com os outros. Porque todo o desgraçado com uma mera licenciatura em áreas difusas são doutores. E pior que isso, nós demonstramos o "doutorismo" submisso quando não podemos dizer que "Bolas, uma candidíase é uma infecção por um agente microbiano"...em vez disso dizemos ao utente/cliente/doente/paciente que "é um tecido". Se isto não é demonstrativo do palheiro onde estamos metidos..então, sinceramente, não sei o que será.

Qualquer pessoa que consiga comer pelo menos um gelado sem tocar com ele na fronte saberia que a CIPE versão portuguesa iria anteCIPar muitos dos problemas que se têm vindo a sentir em áreas do conhecimento adjacentes. Os psicólogos passaram pelo mesmo problema. Ah, pois, mas esses são doutores. Assim como as assistentes sociais, os farmacêuticos e etc.

Deixem-se de loucuras com a uniformização de linguagem...OU pelo menos façam a tradução de forma adequada.
 
QUE GRANDE ARTIGO! QUANTO A MIM O MELHOR QUE JÁ FEZ! É CLARO QUE A CIPE É LIMITADORA, INCORRECTA E DESVIA A ENFERMAGEM DO MUNDO!
ESPERO QUE LEIAM ISTO E ESTEJAM LEVEM ESTA OPINIÃO, QUE É PARTILHADA PELA MAIORIA DOS ENFERMEIROS, EM CONTA!
 
Agora sim dr enf, está de parabéns! O seu melhor post de sempre é este!
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
NEL disse:
"Eu pergunto porque razão os diagnósticos médicos não podem ser diagnósticos de enfermagem e os diagnósticos de enfermagem não podem ser diagnósticos médicos????"

Pode pois. Defendo, por exemplo, que a medicina geral e familiar deve desaparecer, isso não é mais do que Enfermagem praticada por médicos.
 
Colega, tirou-me as "palavras da boca", já há muito que digo o mesmo, e até tenho tido alguns confrontos com os formadores da cipe, ao ponto de me considerarem um colega que não quer trabalhar e criar obstáculos ao desenvolvimento da profissão. Olha, até já cheguei a pensar que o problema era mesmo meu, pois via os outros colegas a aceitarem com toda a naturalidade a referida "linguagem de enfermagem"...(cheguei a pensar que eu teria alguma deficiência intelectual...). Para terminar, se algum dia em Portugal se formar uma academia da lingua portuguesa como há, por exemplo em Espanha, a cipe cai por terra, pois tem definições que nada tem a ver com as reais definições existentes nos dicionários...e o meu problema é ter que fazer um esforço para esquecer o que aprendi de português, todos estes anos da minha vida, para dar outros significaods a determinados termos que nada tem a ver com a nossa cultura....Simplesmente parabens por este post
 
A Enfermagem tanto que quis mudar, que mudou, mas não chega a INOVAR.

A Prioridade das Escolas deixou de ser a practica clinica sustentada devidamente por conhecimentos tecnico-cientificos, para ser sustentada por uma linguagem, que julgo ser disforme, incongruente e desfasada. Nos ultimos anos, passamos por quantos modelos de Planos de Cuidados? Varios!
A ideia de uniformizar a linguagem a nivel da pratica de enfermagem foi, na minha opinião, optima, mas a sua concretização foi mal sucedida!

Vê-se isso pela prioridade que dão os prof´s das escolas de enfermagem aos campos de estágio! Primeiro os diagnosticos segundo a CIPE e relatórios e depois a practica clinica sustentada com os 3 saberes. Estes 3 ultimos, já de dificil avaliação para uma grande maioria dos professores que apenas leccionam nas escolas á varios anos, por falta de experiencia e sustenção da pratica por falta de experiencia em campos de estágios.
A ligação dos enfermeiros da pratica ás escolas foi-se detiorando de ano para ano com o afastamento das escolas dos campos estágio, deixando os alunos entregues aos profissionais! Foi o começo do fim da relação institucional entre estes dois profissionais. Enfermeiros das escolas e Enfermeiros da pratica, o que levou á contrução de um modelo, CIPE, por parte dos teóricos em que pouco vai de encontro ás reais necessidades dos serviços.
 
Temos de fazer regressar a enfermagem ao conhecimento científico. Neste momento baseia-se em balelas!
 
Um dos objectivos da cipe é reduzir o tempo dos registos, mas pelos vistos parece passar-se o contrário...
Além do que foi dito, creio que a enfermagem, tem falta de um líder, na verdadeira acepção da palavra, e de uma estratégia, quer a nível da OE, como a nível de cada instituição...
Desassossego
 
Em suma, os Enfermeiros não existem verdadeiramente pois deles nada surge ou nada se cria; são puros reflexos de outras coisas que existem nas suas imediações, vivem do que as outras profissões lhes dão em termos de competências, essas sim geradoras de conhecimento. Isolada desse conhecimento a enfermagem extingue-se, pois ele é o oxigénio que a mantém a respirar. Como quasi-ciência, a Enfermagem é quase totalmente dependente do que as outras lhe dão. E ainda falam em enfermeiros substituirem médicos, nos centros de saúde ou noutra parte qualquer como se um reflexo pudesse substituir o objecto original de onde provém! A Enfermagem creceu em grande parte suportada pelos conhecimentos gerados por outras profissões, nomeadamente médicos; é o que é que a Enfermagem gerou em termos de conhecimentos qproveitáveis para outras profissões? Pois é, nada! Quem vive de favores não se pode queixar muito...
 
colocaram o post no fórum:
http://www.forumenfermagem.org/forum/index.php?topic=3723.msg63584;topicseen#new

desassossego
 
De que interessa a CIPE se passo mais de metade do turno a fazer registos, que se repetem quase todos os dias e o doente ( a quem eu devia prestar cuidados e devia ser o foco principal) passa para segundo plano?

è assim que se prestam cuidados com qualidade?

Será que as outras profissoes têm necessidade como nós temos de demonstrar o que valemos? Só visão mesquinha da Ordem que está a destrurir a Enfermagem Portuguesa! Onde está a qualidade dos cuidados se passo parte significativa do meu turno em frente ao computador?
 
Parabéns!

Quando o meu director (com letra pequena) decidiu que essa coisa chamada CIPE/SAPE seria implementada no "meu" Hospital e OBRIGOU todos os enfermeiros a fazerem formação sobre "essa coisa" na Escola de Enfermagem de S. João (Porto), onde todo o "staf" de Srs. Professores (leia-se Enfermeiros), incluindo o Presidente do Conselho Directivo, foram "mobilizados" (leia-se: pagamentos de formação) para "tão nobre tarefa", eu disse frontalmente que tal "modelo", estaria "morto" ao fim de 5 anos, porquanto não traria ganhos em saúde, apenas "ganho para os gestores profissionais" e aumentaria a despesa publica. Espero que, agora que a crise bateu à porta, os responsáveis por tão execrável instrumento sejam chamados à responsabilidade e demitidos.
 
Percebem agora a vantagem de as categorias de chefe e supervisores deixarem de serem de carreira (vitalicias) e passarem a serem transitórias (nomeação , precedida de concurso, por periodos de 3 anos)?

Percebem agora porque é que todos os Enfermeiros devem serem prestadores de cuidados? Ou seja, deixarem de serem "gestores" vitalicios?

Porque assim a Enfermagem crescerá, ao invés do que aconteceu nos ultimos anos, que regrediu.
 
parece que alguns colegas acham que com a CIPE é que vamos falar todos a mesma linguagem!!! porquê? estes anos todos não nos entendiamos??!!!
parece que agora é que estamos a entrar numa linguagem "estranha", não acham? quando tentarmos descrever qualquer sinal ou sintoma de um doente, acham que os outros profissionais de saude vão entender? "sr dr o doente tem um tecido..." lol. sr enf. está a sofrer de dislexia?!!
 
Boa Tarde Sr.(Doutor)Enfermeiro...
A minha perspectiva da utilização da CIPE enquanto estudante de Enfermagem, a frequentar o 3.º ano do curso (já?):
Impingiram-me desde o 1.º ano da licenciatura em Enfermagem...ooops...quer dizer...do 1.º ciclo do curso de Enfermagem, a utlizar este livro que, concordando consigo, "castra" e muito o âmbito da intervenção do Enfermeiro, quer devido à formulação de diagnósticos quer o nível das intervenções autónomas em si. Dou comigo a debater-me entre este e aquele termo ser mais adequado para traduzir determinado fenómeno que observei, e quando chego às intervenções...dou com todos os termos possíveis menos aqueles que, de facto, "encaixavam" melhor para obter determinado resultado de Enfermagem.
Tudo bem e *acho bem* que para a Enfermagem se constituir numa *disciplina na área do conhecimento científico*, demarcando-se da Medicina-embora sirva-se dela, terá que padronizar certos conhecimentos específicos da área. O que é difícil para quem tem como objecto de estudo A Pessoa Humana, com toda a sua condição Biopsicossocial, cultural e espiritual. Claro que conhecimentos específicos não englobam saber o que é um prédio, uma ponte, água, etc. e tal - estes termos e a sua descrição contida na CIPE são no mínimo para rir!
Contudo falta ainda saber-se ao certo quais são as áreas de intervenção que nos restam?
É que assiste-se, actualmente, ao surgir de novas "profissões" que sequestram actividades que podiam ser desempenhadas por nós Enfermeiros(desculpem a presunção)! E de quem é a culpa???
Nossa! É difícil de admitir, mas é verdade! Quanto mais nos descartamos das nossas intervenções autónomas, mais estamos a contribuir para que mais tarde ou mais cedo, surjam profissões neo-formadas que deêm a resposta por metade do preço.
"Quem é que é a pessoa do Enfermeiro? É aquele que dá as picas e trabalha nos Centros de Saúde e nos Hospitais."
Se a CIPE constituir uma rampa para a demarcação desta profissão em relação às outras da área da saúde, porque não? O que tem de mal distanciar-mo-nos da Medicina?
Está nas nossas/vossas mãos *tentar* reconsquistar um pouco mais de dignidade para a profissão, não acham?!

Cumprimentos
 
"REQUIEM"

Pela Enfermagem
 
Já alguém pensou que, se fosse apenas pelas nossas intervenções independentes, os Enfermeiros eram dispensáveis e ninguém os contratava?

pELOS VISTOS OS ELEMNETOS DA ORDEM E OS ENFERMEIROS "GESTORES", NÃO!!!!
 
A cipe assusta muita gente porque obriga os enfermeiros a pensar no que fazem, o que para muitos, habituados a a agir baseados em reflexos condicionados ( Ver Pavlov)é realmente um problema. Concordo que algumas traduções de certos fenómenos, não são as mais felizes, mas a cipe é uma classificação taxonómica, que tal como o cid 10 ( Classificação internacional de doenças)usa termos que traduzidos que não parecem científicos......mas são.
Não vou falar das vantagens do uso de uma linguagem uniforme, porque acho que é tão óbvio, que não merece se quer discussão. pretendo falar sim do que é que a cipe produziu de bom no meu serviço. Os enfermeiros finalmente conceptualizam diagnósticos de uma forma rigorosa utilizando os critérios da cipe. reflecte-se quais as intenções das nossas intervenções.Os doentes passam a ter um conjunto de diagnósticos que reflectem a sua condição, que são discutidos e analisados tendo por base critérios científicos, e não o " eu acho que", " para mim é assim". O doente é visto e analisado noutra perspectiva, que não apenas o modelo biomédico, contribuindo assim para a satisfação de mais necessidades do que aquelas que emergem apenas do modelo biomédico. Os enfermeiros começaram a tornar foco da sua atenção áreas que nunca se tinham debruçado.
Eu sei que para quem está a começar, não consegue perceber de imediato a vantagem da cipe. Todas as mudanças levantam problemas . Alguns devem se lembrar dos problemas que surgiram quando o processo de enfermagem (hoje consensual) foi implementado. Ou seja, têm de existir sempre "velhos do restelo", o que não é necessariamente mau, desde que façam críticas mas apontem alternativas. O objectivo é criar uma linguagem comum em saúde ( juntar a CIPE e CID), mas enquanto isso não acontecer penso que é importante contribuir para melhorar a única classificação taxonómica de enfermagem que é usada e aceite em mais de 100 países.
 
Como sempre há alguns Enfermeiros(?????) que têem a tendência para complicar o que é simples, e como já temos pouco para fazer até querem arranjar uma linguagem só para nós, que é para ninguem nos perceber.
 
Deixemo-nos de tretas pá.
Vão buscar estas palhaçadas sei lá onde para quê???
Deixem os Enfermeiros fazerem o seu trabalho e por em pratica os seus conhecimentos para o bem estar das pessoas.
O doente não quer saber de CIPES nem de classificações.
 
Amigo Augusto P, como é que estás?
Certo como na maioria das vezes e nesta coisa da CIPE que considero ser importante (portanto uniformizar linguagem) para UNIFORMIZAR não para INVENTAR...
Mas que porraaaaaaaaa.
Prurido no períneo é igual ou na Transilvânia. Se um doente me diz que tem comichão no cu, é porque comichão é prurido e cu é esse local dito universal. Agora só porque se quer ser diferente cu há-de ser uma "especie" de tecido???!!!
Um abraço a todos, particularmente ao amigo Augusto P.
 
Comecei a estudar enfermagem no ano de 2001 numa escola em que a CIPE era já como a Bíblia, o livro sagrado da Enfermagem. Realmente, havia professores que assentavam todo o seu ensino em avaliar planos de cuidados baseados na CIPE, negligenciando o ensino no campo de estágio e nao se importando se os diagnósticos/intervencoes eram reais ou inventados pelos alunos. Felizmente, também tive professores (os que considero pessoas verdadeiramente inteligentes) que, através do real acompanhamento dos alunos em estágio, sabiam aliar a formulacao dos diagnósticos de enfermagem, ajudando os alunos a focar os problemas dos doentes, com a linguagem CIPE. Vejo aspectos positivos e negativos na CIPE e na sua aplicacao na prática profissional. Penso que nasceu realmente um fanatismo à volta da CIPE, razao pela qual esta se tornou num quebra-cabecas. E para piorar criou-se aquele sistema informático (a pior coisa que se poderia ter inventado) que encrava, nao deixa os enfermeiros transmitirem o que realmente importa e quando surgem problemas só se podem resolve-los no dia seguinte. Por outro lado, a CIPE veio ajudar os enfermeiros a desenvolver um vocabulário mais científico, pois a verdade é que ainda há muitos enfermeiros que usam uma linguagem muito corrente para descrever os tais fenómenos de enfermagem.
O que mais me surpreende é a Ordem andar a fazer de KGB para averiguar quem usa ou nao a CIPE. Mais uma manobra de diversao para fugir aos verdeiros problemas da enfermagem em Portugal.
Saudacoes!
 
O melhor Post de sempre, sem dúvida!!!

A CIPE e o aplicativo SAPE parecem ter sido feitos por atrasados mentais e isso envergonha-me profundamente como enfermeiro!|
 
Sugiro ao DE a abertura de um POST dedicado às intervenções do SAPE e ao fenómenos e conceitos Cipescos. Era fartar de rir!!!! Se não fosse para chorar ...
Tenho realmente vergonha de saber que foram enfermeiros que construiram aquelas aberrações ...São pessoas completamente desfasadas do real, vivem num mundo paralelo!!!
 
Curioso post...

Passei quatro da licenciatura à volta da CIPE... Entregar planos para aqui...para ali. Em toda a escola, apenhas um punhado de professores/enfermeiros focalizavam como o nosso principal foco de atenção o utente. O resto era pelos planos.

A CIPE tem os seus pontos positivos e negativos.

Vantagem é de facto o que a CIPE pretende ser... uma linguagem comum a todos os enfermeiros [pensem num sistema de CIPE/SAPE, em que existe uma base de dados nacional e que todos os serviços têm acesso à mesma, bastando apenas proceder à transferência do processo virtual de um serviço para o outro]. Aqui assenta a mobilidade, transparência, paper-free versão do SAPE. Existe um input de dados que podem ser submetidos para estatística, evolução, etc... Basta aliarem o poder da informática ao SAPE e chegam lá... Tal como um jogo web-browser, em que existe uma base de dados, com vários jogadores online, o SAPE poderá ser assim no futuro.

Mais, vejam o interface entre os vários departamentos de uma instituição. Uniformização de cuidados ao utente. Porque o SAPE gira em torno de um número de processo, que está ligado a um nome, que porventura está ligado a um plano de cuidados actualizado e adaptado ao momento.

Pontos negativos também há muitos... Mas são todas fáceis de resolver. Muitos referem que se perde muito tempo à volta do SAPE. Isto é verdade actualmente, todos sabem disso, e nenhum "fanático" da CIPE/SAPE poderá dizer o contrário. Formas de se resolver isso? Porque não colocar um computador por unidade [entenda-se enfermaria]? Com monitor touch-screen? Seria actualizado à medida que iramos fazer os cuidados. [Pensem no interface do software Alert].

Ou até mesmo um butão que validasse todas as intervenções comuns.

Outro ponto negativo é mesmo os diagnósticos de Enfermagem. Alguns nada têm a haver com o mundo actual. Mas isso preciso apenas de mera correcção gramatical, ortográfica, etc...

Mas para mim, o grande ponto negativo da CIPE/SAPE é o seguinte...

Imaginem que temos todos os focos possíveis e imagináveis determinados...

Imaginem que temos todos os juízos possíveis e imagináveis...

Imaginem todas as intervenções possíveis e imagináveis...

E imaginem todas as acções possíveis para cada uma dessas intervenções [tipo intervençao A tem o seguinte procedimento B e todas as acções estão lá descritas]..

Sabem no que isto resultará e que já está a acontecer?

Que a Enfermagem não passe de algo descrito num computador, em que bastará seguir o que está lá escrito.

Por isso, penso que a CIPE é uma linguagem reduta do valor da Enfermagem.

A título de exemplo, pensem num utente com certa idade, certa etnia, com um diagnóstico médico determinado. Para esse diagnóstico, o computador enuncia certos diagnósticos de enfermagem, que nós validamos, e depois intervenções associadas e acções independentes e interdependentes... Onde estará a Enfermagem aqui?!

Porque sinceramente, e sem más intenções, porque não usar um misto de linguagem, tal como a parte médica utiliza?!

Porque no dia em que descrevermos tudo na CIPE, a Enfermagem será a CIPE.

Enfim... Um pensamento... Quem sabe se já não estaremos nesse momento?
 
toda a comunidade científica usa um determinado termo para descrever um fenómeno, é ridículo os enfermeiros usarem um termo diferente, assim e até agora nem os próprios enfermeiros se entendem. a tradução é muito má. o que torna a linguagem dos enfermeiros específica da enfermagem são os fenómenos que esta estuda.
aproveito para opinar que afastar-mo-nos do modelo biomédico não é o mesmo que nos afastarmos do fisiológico ou fisiopatológico. se a enfermagem aborda a pessoa de forma holistica, o corpo é uma das dimensões da pessoa, que a enfermagem tem de considerar.
sr.dr.enf. no seu post não está claro o que quer dizer sobre a OE.
 
São vários os problemas (e graves) da CIPE e do SAPE.

- A questão da linguagem;
- A absurda quantidade de "cliques" que é necessário fazer - susceptível de LER a médio prazo em todos os enfermeiros Portugueses;
- A incompreensível perda de tempo, como é possível isto?
- O surgimento paralelo de centenas de protocolos sobre tudo e mais alguma coisa, a maioria concretizada apenas virtualmente no computador;
- O nascimento dos cuidados virtuais em enfermagem;
- Em muitos enfermeiros o medo de errar no computador é maior do que o de errar com o doente - as chefias preocupam-se mais com a enfermagem virtual;
- A estupidificação completa da maioria das intervenções de enfermagem.
- ...

Alguém me explica qual a utilidade prática da maioria das intervenções do SAPE?
Não será possível construir um modelo mais simples? E que desse maior flexibilidade aos enfermeiros? Uma coisa um pouquinho menos padronizada e ritualizada …Qual a necessidade de passar o tempo a fazer cliques no computador? Para registar todos os sinais vitais são necessários quantos Cliques?
Para que raio é necessário confirmar em todos os turnos, todas e todas as intervenções (e uma a uma ...será tortura????)
Quais os ganhos para a saúde conquistadoscom os cliques no gerir ambiente e outras afins?
Qual a visibilidade conquistada?
E o pior …foi o de se proibir a crítica!!! O dogma não faz parte da ciência mas faz parte da cabeça de muitos enfermeiros...e isso não faz avançar a enfermagem. Não digam que ninguém disse nada, pois eu, desde o início, critiquei o modelo seguido e nunca ligaram nenhuma ...pois o DEUS Abel Paiva é que sabia ...

CIPISCAMENTE ABESPINHADO
 
Concordo com o Nuno Abreu e, ao contrário do que pensa o DE, acho k a enfermagem só terá futuro pelas intervenções autónomas que se traduzem em ganhos de saúde para os doentes resultantes do NOSSO trabalho.

Quantos de nós baseiam a sua prática nas evidências cientificas mais recentes? Dá muito trabalho, como diria Aristóteles: é uma rude tarefa!
A CIPE é apenas um tipo de linguagem...não é Enfermagem!!!
 
Enfermeiro no meio de muitos!
Enfim, alguém que conseguiu descrever bem o quanto eu me sinto reduzida na utilização da CIPE.

Mais parece um espartilho do pensamento!
 
Caros colegas,

Se formos pensar friamente no ensino da Enfermagem ( quer em licenciatura, quer nas Pós-graduações), pensem lá a que se resumem actualmente...à merda e desculpem o termo da "investigação" lírica que produz zero saber...isto porquê meus amigos, pk os cromos dos Srs Professores, sim pk esses iluminados à muito que n sao enfermeiros ( muitos nem cedula da ordem tem!) não sabem mais nada...a sua experiência clinica é zero! os seus conhecimentos cientificos é zero!Um Sr Professor da Escola de Enfermagem Cidade do Porto disse-me à dias que a enfermagem para ele não tinha segredos...quando lhe perguntei quantos anos tinha exercido qual nao é o meu espanto quando o cromo me responde...5 anos! Não gozem comigo! São estes senhores que estão a formar especialistas? de quê de investigação???como podem estes nabos ministrar competencias medico-cirurgicas,entre outras a colegas com 15, 20 anos de experiencia em BO, internamentos, etc! O que os enfermeiros precisam é de bons professores, mas associados à clinica e à pratica de Enfermagem com anos e curriculo destacado na area que possam munir, quer os licenciados, quer os pós graduados de conhecimentos e praticas que foram adquiridosao longo dos seus anos! E não esta cambada de otários com doutoramentos da treta, que estudam aquilo que toda a gente ja sabe a resposta e depois enfiam-se nas escolas, porque nunca quizeram ser enfermeiros! Eu sou 100% a favor da investigação em Enfermagem, desde que ela tal como nas outras areas produza conhecimento e me faça mudar a minha forma de trabalhar pk o meu colega Investigador Enf descobriu que algo de inovador!

Pensem por exepmplo os medicos...sim os medicos...quando sao uma boa referencia tenho todo o gosto em citá-los...por mais brilhantes que sejam os Srs Professores Doutores da FAculdade de Medicina há uma coisa que eles não abdicam...é de exercer medicina!!Pk será? eles sabem qué a melhor formar!

Só os srs professores "enfermeiros" é q se isolam nas escolas!como pode ser possível se a nossa area é 90% competências técnicas!!como é que estes cromos vão ensinar se nunca fizeram?

As nossas especialdades tem que apontar cada vez mais para as nosas necessidades profissionais...do tipo de especializões na area do Pre-hospitalar, na Urgencia, nos Cuidados Intensivos ( sim pk so as escolas privadas é que apostam nisto!), na instrumentação, etc...lsto não esta a acontecer porque?pk os Srs professores NAO SABEM NADA DISTO!! e tem medo de perder o poleiro nas escolas!!

Para terminar tudo isto para dizer q a CIPE não é mais do que um consequência destes iluminados Sr Porfessores teóricos que fazem tudo para serem necessários...pois se pensarem bem sao os unicos que entendem disto!Nos que andamos preocupados em cuidar dos doentes, em estudar artigos para melhorar os nossos conhecimentos nao temos tempo!

Façam como eu boicotem a CIPE e gastem esse tempo com os vossos doentes!!!

Enf Warchild
 
Grandes comentarios se fizeram a volta de um tema que para mim é polémico desde o 1º dia de formação sobre CIPE.
Formação obrigatoria para todos os enfermeiros do hospital.

Formação essa dada por chefes, esses enfermeiros que não sabem o que é a rialidade.
como diz o colega:

"Percebem agora a vantagem de as categorias de chefe e supervisores deixarem de serem de carreira (vitalicias) e passarem a serem transitórias (nomeação , precedida de concurso, por periodos de 3 anos)?

Percebem agora porque é que todos os Enfermeiros devem serem prestadores de cuidados? Ou seja, deixarem de serem "gestores" vitalicios?

Porque assim a Enfermagem crescerá, ao invés do que aconteceu nos ultimos anos, que regredir"

...nessas ditas formações garndes polemicas se levantavam em relação aos diagnosticos e termos aplicados, mas os enfermeiros formadores defendiam a CIPE com unhas e dentes...
fico contente por tantos enfermeiros pensarem como eu....
 
Dr Enf, congratulo-me com o tema que expôs, embora não esteja totalmente de acordo com o que diz.

Acho muito importante que o enfermeiro conheça as respostas humanas à doença, que saiba seleccionar as melhores intervenções para cada situação e que perceba quais foram os resultados alcançados que dependeram dos cuidados de enfermagem. E que registe tudo isto, para documentar o seu trabalho, permitir que tenha continuidade e possa investigado, por exemplo.

Não me choca nada usar terminologia de qualquer área do conhecimento nem penso que a enfermagem se deva distanciar da equipa de saúde; se a enfermagem apareceu primeiro que a medicina e depois se encontraram lá mais adiante no tempo, melhor; que seja para o bem de quem precisa, não de "cuidados médicos" nem de "cuidados de enfermagem", mas de "cuidados de saúde".

Agora, só me custa aceitar tanto entusiasmo com modas como estas. É que esta é uma moda que nem sequer é inédita e a enfermagem peca um pouco por estes impetos de mudança que se transformam em andamentos mais ou menos circulares.

Quando comecei a ser enfermeira a moda era o processo de enfermagem e os planos de cuidados. Também havia formações nos serviços, modelos teóricos a serem literalmente impingidos, folhas de planos de cuidados a começarem a aparecer...
Mas o que é que fizeram os enfermeiros da "velha guarda"? Discomeram nisso tudo e não houve continuidade.

Resistência à mudança?
Aínda bem que existiu e tem evitado que muitas coisas más aconteçam.

Agora o que é que se vê? Tudo enfileirado que nem pia! É só aplausos e ares interessados quando é pronunciada essa palavra cipe. É só gente a dizer que faz parte não sei quê da Cipe, que lá no serviço não sei quantos da cipe... que até me sentia uma cota. Sentia-me ultrapassada porque nunca consegui que me acontecesse com a cipe o que normalmente acontece com a Coca-Cola, que primeiro "estranha-se" e depois "entranha-se". Nem nunca percebi o entusiasmo dos outros. E continuo sem perceber. Parece que as pessoas ficam muito importantes por andarem a falar uma espécie de dialecto da enfermagem que parece que só é acessível aos iluminados.

Este problema - tal como a classificação de doentes - deveria ser discutido com os enfermeiros que estão na actividade clínica - não é com os chefes e com os seus capachos, é com os enfermeiros que asseguram os cuidados de enfermagem nos serviços - para perceber qual é a sua sensibilidade para estas questões.

VV
 
Existe o dicionário de Medicina, de psicologia, de Filosofia, mas não existe o de Enfermagem...ou melhor existe, mas contem exactamente os mesmos termos que o dicionário de Medicina mas com explicações mais simplificadas. Os dicionários de Enfermagem (que tem o objectivo artificial de juntar o léxico da profissão) são uma espécie de "Dicionários de Medicina para atrasados mentais". Aliás, muitas obras ~e manuais de Enfermagem são na verdade uma espécie de " Manual de Medicina para Totós". A CIPE é uma primeira tentativa de criar um conjunto de termos que designam identidades que interessam exclusivamente aos Enfermeiros e que apesar de numa primeira análise parecer que se encontram já designados em outras linguagens, não os estão ou então nós enfermeiros usamos esses termos por aproximação. A existência de um conhecimento exclusivo de Enfermagem requer em paralelo a criação de uma linguagem anexa que o signifique.
A CIPE é importante pelo seu objectivo, que ainda está longe de ser alcançado.Sem uma linguagem própria (quer seja a CIPE, ou outra coisa qualquer), a Enfermagem continuar´a a ser uma espécie de praticante básico da Medicina.
 
1 - O SAPE é um péssimo sistema informático, sei do que falo porque utilizo-o há anos, e está cheio de gralhas, algumas bem graves e que podem colocar a saúde dos doentes em risco…(já informei quem de direito).

2 - O SAPE é excessivamente burrocrático, foi feito a pensar em complicar e por complicados. Basta referir a quantidade enorme de vezes que é necessário carregar com o dedo no maldito rato.

3 – O SAPE na maioria dos serviços e dos hospitais foi “carregado” com um sem número de intervenções SUIS GENERIS, semi - anedóticas e que nada acrescentam ao bem estar real dos utentes nem à organização dos cuidados de enfermagem

O que me chateia é que …

Quem colocou lá as intervenções foram enfermeiros, quem selecciona as intervenções são enfermeiros – e é vergonhoso o que se vê por aí. Uma data de banalidades líricas que não dizem nada …

O que valoriza uma profissão é o que se faz, muito mais do que o se escreve (sei que há quem diga o contrário … os enfermeiros …chefes, supervisores, directores, professores….) mas estão completamente errados. Querem exemplos – vejam os fisioterapeutas, terapeutas da fala, assistentes sociais, técnicos de radiologia, entre outros: não escrevem quase nada, não têm ninguém nos cargos directivos dos hospitais, mas têm evoluído mauito mais que os enfermeiros. Porquê????

FILIPE
 
Boa Filipe!!!

Porquê???
Os idiotas dos "cientistas investigadores" que respondam...
 
Parabens Sara.
Parece que aprendeste alguma coisa.
A pratica baseada na evidência não é para todos, nem para o DE. Pelo que vejo está completamente ultrapassado. Se calhar é melhor voltar aos bancos da escola.
Fiquem bem...
 
Imaginem um serviço de qualquer hospital sem a presença de um chefe ou de um responsável de enfermegem? imaginem bem...porque de acordo com alguns comentários os enfermeiros não deveriam ter chefias, deveria cada um chefiar-se a si próprio e fazer o que acha melhor e a gestão do serviço, incluindo tudo o que se relaciona com os enfermeiros ficaria a cargo do director, talvez? Falam tanto e tão mal dos chefes, então agora vejam lá a o que não é gerir enfermeiros, que só sabem criticar e nunca apresentam soluções, que só se preocupam com o dinheiro que vão ganhar e com a maneira de melhor de "sacar" mais uns turnos extras, que não se preocupam minimamente em dignificar a profissão e que ao invés de irem para o pé do doente prestar CUIDADOS DE ENFERMAGEM preferem jogar no computador, ou estar ne net, ou simplesmente ir fumar um cigarro com o colega para falarem do quanto a enfermagem está mal...e em sintese a culpa é sempre do chefe.
Talvez até fosse melhor não existirem os chefes, pelo menos assim já não havia ninguém em quem deitar as culpas e ai...talvez...mas depois ficam com um problema...quem culpabilizar,quem será o próximo bode expiatório de todo os problemas dos enfermeiros???
Sim, porque o problema é sempre dos outros, nunca está nos próprios. Porque uma coisa boa que os enfermeiros tem é que se consideram sempre os maiores e os melhores!!!!!!
Pensem (se conseguirem), no que kennedy disse e apliquem à enfermagem: "Não perguntem o que a enfermagem pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pela enfermagem"
Tenho dito
Maria
 
O uso de uma linguagem uniforme é de uma enorme utilidade para que os conceitos sejam unânimes e objectivos. Para isso existe a linguagem da ciência.

O problema da CIPE é que tenta definir conceitos já amplamente definidos e aceites pela comunidade centífica. Além disso, define-os... mal.
Todas as suas profissões têm conceitos inerentes à sua prática e ao seu exercício, mas estranhamente a CIPE não operacionaliza os respectivos da nossa corporação. Reduz a complexidade do trabalho de Enfermagem a uma matriz de conceitos errados e desviados do seu verdadeiro significado.

Uma profissão, seja ela qual for, não cresce apenas pela sua função autónoma, muito menos crescerá a Enfermagem usando um leque de funções que não é inacessível ao qualquer leigo pelo conhecimento.

Note que a Enfermagem tal como qualquer disciplina ou profissão necessita de evoluir, fazendo crescer continuamente o seu leque funcional. Lembro-lhe que certas actividades dos Enfermeiros, foram dos médicos no passado. Quem diz Enfermeiros, diz dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, etc.

Antes de mais, estude os processos de desenvolvimento da profissão noutros países e de certo, criará um modelo conceptual que lhe permitirá prever o futuro com rigor. Tirará, certamente, daí as suas conclusões. É fácil compreender porque é que em certos países a Enfermagem é socialmente bem renconhecida, existem indicadores de qualidade para os seus profissionais, têm autonomia, e bom nível salarial.

A Enfermagem não é uma verdade absoluta. É o que os seus membros querem que seja, o que as profissões anexas permitem pela negociação e o que os utentes reclamam como necessidade.

Não é por existir a CIPE que se pensa melhor nas nossas actividade ou planeiam mais eficazmente as intervenções, nem tão pouco se avaliam melhor.

Porque é que muitos países estão a abandonar a CIPE??
 
Cara MARIA,

Dizes, dentre algumas pérolas, "...porque de acordo com alguns comentários os enfermeiros não deveriam ter chefias, deveria cada um chefiar-se a si próprio e fazer o que acha melhor...".

Sabes que a desonestidade intelectual só te fica mal? Deixa de ser DEMAGOGA!!!

Muitos Enfermeiros, nos seus comentários, não dizem o que tu "dizes que dizem".
O que dizem é que essas categorias ÑÃO DEVEM SEREM VITALIAS, mas sim TRANSITÓRIAS (precedidas de concurso publico).

Se tens dificuldades cogniyivas, volto a explicar: com a nomeação definitiva (em termos de carreira) os chefes e, sobretudo, os supervisores, deixaram a prática de enfermage. Alguns até a sua identidade como enfermeiros, conquanto denominam-se "chefes" e "supervisores", omitindo a denominação de ENFERMEIRO; outros (mais apurados) denominam-se "gestores" ou "quadros".
Se o lugar for transitórfio (sem a definitivade - embora o possa ser mediante sucessivas nomeações, só que isto é muito diferente)o Enfermeiro "sabe" que antes de ser chefe ou uspervisor é ENFERMEIRO.

Aliás, em amparo do que digo, atenta na questão dos HORÁRIOS ACRESCIDOS: foram criados para colmatar a falta de enfermeiros na prestação de cuidados, no entanto aquando da sua "distribuição" foram ANTES DE TUDO contemplados os supervisores e chefes e só depois, o que sobrasse, foi "distribuido aos enfermeiros (prestadores de cuidados).

Cara MARIA sê honesta e abandona a DEMAGOGIA!!!!
 
A nossa profissão regula-se a si mesma e portanto é fundamental o papel dos pares e dos gestores. Não desenvolvemos uma actividade susceptível de ser acompanhada por gente de fora da nossa profissão nem vamos querer que isso aconteça, e portanto não vamos transferir (ainda mais) para outras profissões a escolha dos nossos chefes/líderes.

Porém, o actual modelo de gestão tem implícita uma ideia estereotipada de uma hierarquia com raízes eclesiásticas (hieros=sagrado+arquia=ser chefe) associada a uma autoridade vitalícia que, em última análise assenta no pressuposto de que há seres superiores e seres inferiores e os 1ºs estão naturalmente destinados a mandar e os outros a obedecer (isto não é uma ideia minha, está documentado). Assenta numa cadeia de comando e em relações de autoridade mais compreensíveis para uma fábrica de rolhas do que para a actividade clínica de enfermeiros; personifica uma gestão que tem horror à descentralização do poder e é incompatível com a ideia de estruturas horizontais.

Este modelo favorece as chefias de gabinete, que escolhem os seus “assessores”, evidenciam preferências claras na equipa, beneficiam quem querem com formações e comissões, chantagiam os enfermeiros com as mais diversas armas (desde horários, turnos extras, distribuição dos “piores” doentes, sobrecarga de trabalho em determinados turnos, maledicência junto aos colegas, prepotência nas orientações à equipa, etc), não acompanham os doentes, não sabem discutir casos clínicos, passam o tempo em reuniões, dormem nos gabinetes, jogam no computador, vêm filmes, gozam, andam de barriga cheia e no final do mês levam um bom ordenado para casa. São os primeiros a ter horário acrescido e os últimos a quem o mesmo é retirado. Em dias de greve alguns até vão para a prestação de cuidados, atrelando-se à medicação que é o que ainda lhes permite manter o afastamento quase asséptico que têm em relação aos doentes! Quando arranjam duplos empregos, é sempre qualquer coisita que não os canse muito.

Só me é possível testemunhar estes factos porque também conheço o inverso e pude fazer comparações; mas o inverso é raro. A verdade é que o desempenho desta função é, na actualidade e genericamente, sofrível; não vai ao encontro das necessidades dos serviços, dos profissionais e do cidadão. Não é compatível com a imagem do enfermeiro moderno e com a importância que o nosso contributo tem nas instituições de saúde.

Penso que isto é compreensível quando o acesso a estes cargos não exige formação em gestão à priori (uma cadeira de gestão no curso de especialidade, ministrado há 10 ou 20 anos, não é suficiente e resta ainda saber qual foi o conteúdo dessa disciplina), não são feitas quaisquer exigências em termos de formação à posteriori, e o cargo tem um carácter vitalício independente dos desempenhos e dos resultados.

Quanto à atitude mais ou menos laxista com que alguns enfermeiros podem ser conotados (jogar computador e tal), isso apenas se deve à fraca liderança que têm e à cultura de desresponsabilização que existe nos serviços públicos de saúde. Não serão más pessoas e se calhar até seriam excelentes profissionais. Tudo depende da perspectiva.

VV
 
Caro VV,

Parabéns pela posição que assume.
Enfermeiros como o Senhor, fazem-me ter esperança na Enfermagem.
Não se deesvie desse rumo.
 
Abespinhadamente de acordo, cara VV!!
O que necessitamos são de verdadeiros líderes, que saibam motivar os pares e que os representem condignamente, chefes, há muitos por aí (e não é só na enfermagem...)
Um verdadeiro líder deve ser um exemplo para os outros:
Vamos todos pegar em papéis e andar de um lado para o outro!
 
Cara MARIA,

Acerca de DEMAGOGIA

Demagogia é conduzir o povo a uma falsa situação.

Dizer ou propor algo que não pode ser posto em prática, apenas com o intuito de obter um benefício ou compensação.

No nosso contexto actual, está muito associado ao mundo da política e a promessas de "mundos e fundos", que depois na práctica não se concretizam.

Dizem os manuais que o demagogo, na sua expressão grega primitiva, era apenas o chefe ou condutor do povo, sem qualquer sentido pejorativo, e, como tal, se qualificavam Sólon ou Demóstenes, intimamente ligados à defesa da democracia. Contudo, a expressão sofreu uma evolução semântica, deixando de ser uma arte neutral, principalmente depois da morte de Péricles, em 429 a.C., quando surgiram novos líderes, não ligados às antigas famílias, os quais, a partir do século seguinte, começaram a ser fortemente criticados pelos adversários dos modelos democráticos. Por causa disso é que a expressão ganhou a actual conotação: aquele que procura dar voz aos medos e aos preconceitos do povo. Ou, para seguir as palavras de Bertrand de Jouvenel: a arte de conduzir habilmente as pessoas ao objectivo desejado, utilizando os seus conceitos de bem, mesmo quando lhes são contrários.

Aliás, já em Platão (Politeia, livro V) o nome serviu para designar aquele que chama boa às coisas que lhe agradam e más às coisas que ele detesta. Do mesmo modo, em Aristóteles (Política, livro V), onde se acentuou que o demagogo utilizava a lisonja e os artifícios oratórios. Já no século XIX, Lincoln chegou mesmo a assinalar que: "Pode-se enganar algumas pessoas todo o Tempo; Pode-se enganar Todas as pessoas algum tempo; mas não se Pode enganar Todas as pessoas todo o tempo!" Neste contexto, Max Weber, utilizando um conceito amplo de demagogo, incluiu em tal categoria o jornalista, referindo que o mesmo substituiu o púlpito. Porque, desde que foi instaurada a democracia, o demagogo é a figura típica do chefe político no Ocidente. Uma demagogia que, depois de se transmitir pela palavra impressa e através dos jornalistas, passou para a rádio e para a televisão.
 
Tenham calma Srs. Enfermeiros (eu incluido). À semelhança de outros devaneios pseudo-cientificos do passado recente, antevejo uma duração para este de mais ou menos 5 anos. Portanto, é só uma questão de esperar que passe. Ainda assim, assalta-me uma outra perturbadora ideia: e se a seguir a este vem outro??!!
Olhem, só me ocorre o seguinte: que Deus nos valha, já que mais ninguém parece querer valer-nos.

Para o DE: mais uma vez parabéns. Mais um post de alto gabarito. Só me continua a incomodar a sua inépcia, enquanto pessoa tão válida que parece ser. Passe do comentário blogueiro "inofenssivo" à acção de uma vez por todas.
Cumps
 
Se a CIPE é uma M****, a culpa é de quem a inventou...e os seus inventores não foram os médicos ou farmacêuticos mas sim Enfermeiros! Para bem da Enfermagem, deixemos que a nossa profissão continue a ser inventada pelos outros! Sempre ficaríamos melhor servidos, uma vez que os enfermeiros são melhores a aplicar as descobertas dos outros do que eles próprios a descobrirem ou inventarem.
 
A CIPE carece de inteligência e o SAPE de ser profundamente agilizado para se tornar funcional ...
 
Parabens, anónimo das 2:47! Em poucas palavras disseste mais que todos os demagogos anteriores foram esmoendo das suas frustrações, tirando algumas ressalvas.
Passo por aqui de quando em vez para ver se algo de prudutivo se pode acrescentar, mas apenas vejo torpedear, rebentar minas e armadilhas e tantos tiros nos pés. É sabido que as nossas lideramças não têm tido as melhores performances, mas bem arranjados estávamos se a enfermagem fosse dirigida por líderes sem rumo que vivem da atoarda e nada de substancial se retire a não ser mesmo a demagogia. Primeiro a guerra, seja contra o que for, depois a reconstrução?
Também existe a construção. Naturalmente faz-se com aqueles tijolos que contribuem para melhorar a argamassa.
Na mouche Sr. DE.
jaam
 
Porque será que o ICN terá conseguido agora que a ICNP fizesse parte da lista de classificações aprovadas pela OMS?


http://www.icn.ch/PR03_09.htm

Claro... Um bando de iluminados de todo o mundo que se lembraram de repente.

Que visão tão curta da enfermagem.

Não podemos mesmo ir longe.

É que não podemos só adoptar os organismos internacionais qd nos convem.

Saudações
 
http://www.jmfamilia.com/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=612

Mais um contributo.
Mas como devem ser de Professores devem desvalorizar, certo?
 
Com estas e outros aspectos apontados à profissão de enfermagem, eu, como estudante de enfermagem, será melhor desistir e procurar outro curso na área da saude. Sempre possa ter mais mérito e menos dúvidas em relação ao que irá ser o meu futuro profissional.
 
Dr enfermero lá se vai o argumento de que a CIPE não é uma linguagem baseada em pressupostos científicos......a não ser que queira pôr em causa um organismo como a OMS....
 
OMS? Ou ICN? São organismos distintos...
A CIPE é uma linguagem sem utilidade e sem objectivos. Não é a Enfermagem que deve ter uma linguagem, é a Saúde!
 
Caro (a) anónimo (a) das 10:17 PM,

O que já ganhaste à custa da CIPE?

Deixa a demagogia. Usa a honestidade.

A CIPE não trouxe qualquer ganho em saúde. Antes pelo contrário!!! Apenas ajudou ao défice publico (e muito).
 
Bem dr enfermeiro parece-me um pouco confuso.... A OMS, integrou a cipe ( classificação taxonómica da prática de enfermagem)na WHO-FIC. Um dos critérios foi obviamente a fundamentação científica da linguagem. Quanto á utilidade da cipe, basta consultar a página da OMS http://www.who.int/classifications/en/ . Parece-me ser óbvio que se eu quero comparar dados, estes têm de significar o mesmo para quem os produz.
Concordo consigo que a linguagem deve ser da Saúde, ou seja uma linguagem clínica ( não confundir com médica). O que me parece é que o Dr enfermeiro pensa que a linguagem clínica deve ser apenas a médica, mesmo que esta não seja capaz de defenir todos os focos de atenção do enfermeiro. Existe uma contínua vontade de desvalorizar aquilo que é feito pelos enfermeiros.......e infelizmente a maior parte das críticas ( a maioria infundadas)é proveniente de enfermeiros. Eu não me importo que critiquem, desde que saibam aquilo que estão a dizer.
Para quem acha que a cipe é uma moda, lamento informar mas a utilização de uma Sistema de informação computorizado, pressupões o uso de uma classificação taxonómica.....por isso proponho uma coisa......façam uma compilação daquilo que acham que está mal, fundamentem muito bem e enviem para a OE, ou para o ICN. Assim estariam a contribuir de uma forma proactiva para o desenvolvimento da profissão......
 
Como é que a enfermagem terá um lugar na saúde se não conseguir "nomear" o que faz?

Não sou eu que digo. São muitos enfermeiros pelo mundo inteiro.

Fazia-lhe bem ir ao Congresso Mundial para perceber algumas coisas da enfermagem portuguesa.

Mas é dificl. Tem que se ter trabalho realizado e submete-lo ao Congresso Mundial. Poderia aferir as suas ideias junto da comunidade cientifica.

A ICNP entrou recentemente para a lista das linguagens classificadas que a OMS aprova. Certo?

Porque terá sido? Interrogue-se e pense um pouco antes de postar qq coisa.
Faz mal a si próprio em 1º lugar e a quem o lê.

Abraços
 
Caro ABRAÇOS das 11:49 PM,

Dizes, singela e candidamente, o seguinte: "Fazia-lhe bem ir ao Congresso Mundial para perceber algumas coisas da enfermagem portuguesa.".

Pois é, também eu gostaria de ir´. Só que para tal, seria necessário que a Ordem dos Enfermeiros me pagasse a estadia, como lhe fez a si (no regime TI). E, modéstia à parte, a minha fotografia até ficaria bem na Erevista. Vá lá, façam-me o convite...

Quanto ao resto (LEIA-SE GANHOS EM SAÚDE)já está tudo dito.
 
Ao anónimo das 11:49,

Para ir ao congresso do ICN não tem que ter papers aprovados nem submeter qualquer tipo de trabalho.


Ao "Mais um ANÓNIMO",

Nem todos os enfermeiros que vão ao congresso do icn têm as despesas asseguradas. Alguns pagam do seu bolso, desde a inscrição no congresso, viagens e estadias. Apenas beneficiam do preço especial de grupo que a OE consegue obter. Mas só por isso já vale a pena ir porque é de facto um acontecimento muito interessante sobre a enfermagem mundial. E os locais onde se realiza estão de acordo com essa grandeza.
Para quando em Portugal?
VV
 
Ao anónimo da 1:38,

Sim, a CIPE para mim é uma moda, no sentido de uma tendência de consumo do momento (toda a gente fala em CIPE), composta por estilos variados e influenciados por vários contextos(Cipe Beta, Cipe Beta 2, Cipe 1.0, SAPE, CIPE em folhinhas de papel, ...).

É uma moda que acompanha a tendência que a enfermagem tem vindo a evidenciar, ao reconhecer de há uns bons anos a esta parte, a necessidade de existirem termos de comparação para os conteúdos da profissão. Isto faz todo o sentido e não creio que alguém discorde desta necessidade.

O problema da CIPE é a sua complexidade que aparece dissimulada numa linguagem aparentemente simples, o que torna incompreensível e morosa a sua tradução prática para a maioria dos enfermeiros; é redutora e prescritiva; não está a ser operacionalizada de forma correcta em muitos contextos de trabalho, o que requer demasiado tempo para o preenchimento de papéis ou recurso a computador, monopolizando demasiadas horas necessárias para a prestação de cuidados de enfermagem.

Muitas das traduções são infelizes - e às vezes até soam a intruções dos manuais dos electrodomésticos fabricados na R.P.C. - e tem conteúdos muito mais vinculados às realidades americanas do que à Europa, Ásia e África.

Talvez fosse benéfico auscultar a opinião dos colegas que têm trabalhado com a CIPE para perceber o que se está a passar.

VV
 
Cara VV .. não confunda moda com evolução, nem cipe com Sape. Em relação as dificuldades que apontou "monopolizando demasiadas horas necessárias para a prestação de cuidados de enfermagem", pense na quantidade de informação que documenta agora, e na quantidade que documentava. Compreendo que muitas pessoas ainda têm dificuldades na concepção de diagnósticos, mas isso prende-se com o facto de nunca terem formulado diagnósticos e não com a linguagem adoptada. Eu trabalho na prática, ao contrário do que pensa. Alguns demoraram mais tempo a adaptarem-se, mas todos já são capazes de documentarem quase com a mesma rapidez com que faziam notas de evolução. O que atrasa a rapidez com que se documenta é o aplicativo que já é antigo e nunca foi actualizado, não é a linguagem utilizada. Talvez quando houver a actualização mude de opinião.
Em relação a "Muitas das traduções são infelizes", por acaso já consultou a versão em inglês para poder fazer essa afirmação? Se já consultou, indique um exemplo de uma tradução que mudava.
 
Ali atrás, explanou-se o conceito de Demagogia. Até parecem palavras da Lucília Nunes... Será que ela é uma admiradora do Dr. Enf.?!?!?!?!
 
12:49
Muito teria para lhe contar sobre as inconsistências que percepciono no meu limitado conhecimento da cipe. A título de exemplo posso dizer-lhe que estão feitos estudos em todo o mundo como sabe, e alguns deles apresentam resultados que só por si dão razão a quem de facto não se sente muito confortável com esta moda. Dificuldades em classificar falas que expressam perspectivas, preferências, decisões e experiências dos doentes, são apenas, no meu entender, o maior problema relatado e documentado sobre a linguagem cipe, numa época em que estamos a dar a volta aos cuidados de saúde e a tentar re-orientá-los para a razão da sua existência : o cidadão. É aqui também que se identifica mais um gap, quando se pretende reportar acções levadas a cabo pelo indivíduo e relacionadas com a sua própria saúde e comportamentos de prevenção.

Para além disto, o uso de termos também é referido em estudos feitos com enfermeiros e doentes em situações reais de cuidados, como sendo demasiado simples quando se designam aspectos complexos dos cuidados, e excessivamente complexos e ambíguos quando querem significar tópicos simples, o que leva a definições que nem sempre reflectem o conhecimento teórico dos enfermeiros.

Em termos mais práticos e objectivos, deixo apenas dois exemplos:

1. inconsistência de categorias na Digestão: sucção, beber, mastigação, deglutição, absorção... Tudo bem. Agora, vómito? Vómito? Vómito entra na digestão?

2. função circulatória (em inglês) que em português é traduzido por função vascular. Primeiro, função circulatória é muito mais do que a função vascular. Função circulatória implica vasos, coração e sangue; implica oxigenação, nutrição dos tecidos e retirada de substâncias tóxicas. Isso não está na função vascular. Depois, em 1.1.1.1.1.2.2.1. temos High blood pressure, definido como "pumping of blood through blood vessels with pressure more than normal".
Ok. Estamos a falar de quê? De pressão arterial? E o que é o normal?

Perante estas e muitas outras questões, seria benéfico tentar perceber se de facto estamos mesmo a falar a mesma língua. É que "dor", "úlceras de pressão" e "incontinência" são apenas mais três tópicos que não reunem concordância entre painéis de peritos e a correspondente designação na linguagem cipe, o que vem abonar a favor de uma performance pobre desta linguagem cipe.

VV
 
Eu trabalho com a cipe e com o sape e concordo com a generalidade das críticas, e não me pareceram destrutivas, apenas apelam à inteligência da discussão inter pares, mas dos da prática concreta dos factos - é daí que a enfermagem deve crescer
 
a desculpa esfarrapada de que nao se está com o doente porque se perde tempo a CIPAR,é a mesma que se usava noutros tempos em relaçao ao PROCESSO DE ENFERMAGEM.
de facto,há coisas onde é OBRIGATORIO perder tempo,melhor,gastar tempo.a CIPE pode ser uma porcaria,e em certo sentido até é,mas é um bébé que ainda nao cresceu,precisa de ser alimentado.e ela é necessária para dar visibilidade ao nosso trabalho.ainda nao inventaram melhor.
os enfermeiros gastam demasiada energia a dizer mal daquilo que muitas vezes mal conhecem e precipitam-se na sua autodestruiçao sem darem por isso.
é tempo de parar com esse negativismo.já perguntaram aos enfermeiros que conhecem,se gostariam de recomeçar as suas vidas sendo enfermeiros de novo?podem ter respostas assustadoras,eu já o fiz.
devemos pensar nisso e deixar de ser uns mal amados.
 
parabéns!!!
tá na hora de sermos novamente ENFERMEIROS, uma das mais dignas profissões do mundo, actualmente transformada numa "palhaçada".
 
Sou enfermeira e tenho orgulho na minha profissão! Contudo, fico triste por ler certos comentarios ao longo da página, referentes a colegas, que mesmo que ocupem um cargo de chefia ou tenham optado pelo ensino, continuam a ser enfermeiros. Como tal, devíamos respeitar-nos mutuamente e não "agredirmo-nos" mutuamente, em praça publica!
Em relação a Cipe, pode não ser a solução ideal, mas não é por a utilizarmos, que deixamos de ter tempo para prestarmos cuidados! O enfermeiro, tem capacidade para gerir o seu tempo e saber estabelecer prioridades (quando estar junto do doente, e quando fazer registos...).
Gostava de deixar uma questão, aos colegas que afirmam que a Cipe dificulta os registos de enfermagem, e que os torna incompreensivos para os outros tecnicos ... ja pararam, e analisaram os nossos registos antes da Cipe? Acham que documentam a nossa pratica? ...
 
á 22 anos atrás os enfermeiros practicamente nao faziam registos,sabiam disso?talvez os mais jovens desconheçam essa realidade nao tão longinqua quanto isso.
e,no entanto,trabalhavam,tal como hoje.melhor ou pior,isso nao vou discutir.
o salto k se deu até aos dias de hoje é imenso e só os mais distraidos ou curtos de memória é k ainda não repararam nisso.
para os k defendem que a CIPE "rouba" tempo para os enfermeiros estarem junto do doente,eu lembro que nos anos 80,onde quase nenhum hospital tinha registos de enfermagem,nao havia grandes diferenças em relaçao ao tempo k se passava com o doente.o único registo k havia,era o "livro da sebenta",onde num unico livro para todos os doentes,se registava o k de mais relevante havia acontecido.esse livro como devem imaginar,nao fazia parte do PROCESSO DO DOENTE.portanto,a visibilidade do trabalho dos enfermeiros era.......ZERO.
se algum perito consultasse um processo do doente,para todos os efeitos os enfermeiros nao tinham existido!trabalhava-se,mas nao se sabia ao certo o k faziam os enfermeiros!e para os k pensam k isso só acontecia nos hospitais da periferia,eu lembro que no HOSPITAL DE S.JOAO-PORTO,a situaçao era a mesma,nao havia diário de enfermagem.com sorte,registavam-se as temperaturas!!!
daí para cá,deu-se um salto monstruoso,e a meu ver,uma melhoria vertiginosa em relaçao aos registos de enfermagem e por consequencia,á qualidade da informaçao.
se a CIPE é " a soluçao",disso nao tenho a certeza,mas que ela tem de evoluir com a colaboraçao de todos,disso nao duvido.
a menos k queiram voltar ao tempo da "sebenta da mercearia"......
 
Sabem para que serve a CIPE????
Para esconder a existencia de enfermeiros com a 4ª classe ( sim, classe), com o 9º ano, que mal sabem escrever, e que se esqueceram que os livros existem!!!
Querem que falemos todos a mesma linguagem, porque muitos não sabem falar.
Essa é a realidade.
Por isso parece um programa para atrasados mentais, na realidade, é.
Estou saturada.
Não podemos exigir respeito, se não nos damos ao respeito.
Exigimos das escolas formação de nível, que porra, muitos dos nossos colegas, graduados, dinossauros da enfermagem, tiveram uma formação muito pior, eu tenho um colega que "praticava" enfermagem, nos barcos da pesca do bacalhau, por ter essa "experiencia", foi aprender mais qualquer coisita durante uns 6 mesitos e PUF, é enfermeiro.
Ainda falam da enfermagem aprendida em lares.......
Se não houvesse a experiência do passado, mas a verdade é que a história tende a repetir-se
 
nao desviem o centro do tema.gente com a 4a classe ou 5a ou mestrado ou licenciatura,todos merecem o mesmo respeito.os teenagers de hoje precisam de estudar um pouco mais com evouluiu a enfermagem em portugal.os "iletrados" de outrora sao os pais dos "mestrados" de hoje.nao podemos apagar o nosso passado.olhar em frente é o que nos interessa e é aí que devemos gastar as nossas energias,com cipe ou sem ela.
NIVEL ALTO é o que nós precisamos.
 
Acessem uma tradução muito melhor de CIPe versão 1 e em breve a Versão2 - em www.algol.com.br

Cipe1 e 2 nas lojas em breve.
 
Parabéns! Concordo plenamente!
 
a ignorância é mesmo muito atrevida. Sempre ouvi dizer.
Sou enfermeira da prestação de cuidados, dou formação de CIPE, não sou uma iluminada. Trabalho num serviço pesado, de oncologia, e tenho tempo para documentar bem os meus cuidados e para assistir os meus utentes. O grande problema não tem que ver com a linguagem...É maior o problema quando não sabe pensar nem conceber cuidados...apenas fazer "cliques".
 
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