sexta-feira, julho 24, 2009

Especialidades inespecíficas?


Li no Enfermagem PT a resposta da Ordem dos Enfermeiros à questão relacionada com a reorganização das Especialidades em Enfermagem.

"As listas apresentadas, contendo indiferenciadamente títulos profissionais (como é o caso dos Advanced e dos Practitioners) e áreas de especialidade em vários campos de actuação (gestão, ensino, investigação), corresponde à concretização de um modelo profissional."
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Portanto, será (clicar para ampliar e ler):
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Não concordo de forma integral com esta (re)organização. Um dos argumentos que contribuíram para a mudança das Especialidades, foi o facto de existir especialidades demasiado abrangentes (Médico-Cirúrgica) que culminaram num saber disperso, pouco profundo, com escassas vantagens relativamente a Enfermeiros sem Especialidade, mas com experiência profissional relevante/formação contínua sólida.

Depois das desvantagens de algumas Especialidades recaírem na "abrangência" e na "inespecificidade", propõem-se, agora, Especialidades do tipo "Saúde do Adulto"?? O espectro desta suposta Especialidade ainda é superior à ex-Médico-Cirúrgica!!!

As especialidades não existem para satisfazer as vontades da Enfermagem (e conceitos - muitos deles obsoletos no nosso país - que se baseiam algumas concepções desadequadas e retrógradas), servem para colmatar as necessidades da sociedade e da evolução científica.

Ora, se temos, no mercado, cursos superiores de elevada especialização, quem vai empregar Enfermeiros com conhecimentos demasiados dispersos e pouco específicos?

É que, onde antigamente se necessitava de um Enfermeiro, hoje contrata-se um técnico de Cardiopneumologia. Onde, antigamente, se necessitava de um Enfermeiro, hoje contrata-se um Podologista, etc...

Se as Especialidades não preparam os Enfermeiros para as exigências do contexto (teórico e prático) das intervenções, para que servem?
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P.s. - Brevemente irei apresentar a minha proposta para as Especialidades em Enfermagem.

Comments:
E ainda bem que se emprega um técnico de cardiopneumologia e os cardiologistas sabem disso. Sabe lá um enfermeiro de fisiologia cardiovascular. Muito menos interpretar um ECG...
 
Cada vez fico mais admirado com a sua capacidade de estratégia e percepção da realidade da enfermagem. É, sem dúvida, uma das maiores referências da enfermagem portuguesa.

desassossego
 
Dr. Enf.

Será que basta estarmos caladinhos à espera das decisões que se tomarão na reunião de 27 de Julho?

Qual é a sua opinião (estratégica)?
 
E A CARREIRA NINGUÉM DIZ NADA?
 
As especialidades são importantes, mas para que servem elas quando o resto da CARREIRA está uma M...A.

Primeiro quero ver a situação da CARREIRA resolvida.

Dr enfermeiro já parece os sindicatos, fala de outro tema para ver se nos esquecemos do anterior:

- A Ronda negocial de 22 de Julho já passou e ninguém diz nada?

- Você escreveu "Carreira Especial de Enfermagem vai ser aprovada nesta legislatura", e agora que ja foi a assembleia não toca mais no assunto.

ENTÃO EM QUE FICAMOS
 
A enfermagem de reabilitação desaparece????

Grandes inteligências...
Realmente na enfermagem há muitos seres com poucos neurónios!

Desconfio muito do MDP que aí vem!!!
 
E quem tem e anda a tirar a especialide de Medico cirurgica? fiaca enquadrado em que?

Isto do MDP, foram 20 passos atras na nossa profissão.

Nos salarios, e remunerações, ninguem se pronuncia.

È desta que vou aos recursos humanos impedir a percentagem que vai para o sindicato.
 
não sei mesmo se vale a pena tirar uma especilidade neste momento. Há tanta indefinição, que me questiono se deverei partir já para a especialização ou aguardar pela implementação do MDP, que ainda ninguém sabe quando vai ter inicio...
 
Gostava de saber o porquê desta distribuição.
 
A mim a muitas centenas de enfermeiros o que nos interessa em ganhar como licenciado, não em interessa uma proposta sua para a especialidades, foquem--se na nas negociações, se é que elas algumas vez existiram.

Aguardamos noticias sobre o desenrolar ate ao final deste mes. Para posteriormente se tomar uma atitude ou ano, isto em relação aos sindicatos
 
e uma especialidade em enfermagem cuidados intensivos???fará parte da sua prposta dr enf?
 
Os enfermeiros vão passar a ganhar especialidades em vez de as conquistarem...

E com essas especialidades propostas pela OE, então !!!!!

Parece as novas oportunidades na enfermagem!

Antes de descutirem os nomes das especialidades não deveriam discutir antes as competências dos futuros especialistas?

Também não entendo o fim da reabilitação!!!! É das especialidades com maior procura de momento e com um largo campo de actuação autónoma.
 
Esta realidade já estava consagrada desde o projecto inicial da OE. Só agora é que viram????
 
Porque é que por exemplo a Psiquiatria merece uma especialidade mas não a nefrologia, a urologia, a neurologia ou a Orto-traumatologia?
Assim não nos vamos livrar de continuar com esta indefinição acerca dos rótulos e conteúdos das especialidades.
E como é que nos vamos apresentar perante a sociedade ? Por ex: "Boa tarde, sou o Enfermeiro X, especialista na saúde do adulto em que posso ajudá-lo ?"
O que irão as pessoas pensar disto? Que recursos poderão identificar num enfermeiro com esta especialidade por ex.?

Na minha óptica as especialidades em enfermagem terão de reflectir o modo como está formatado o nosso sistema de saúde. Se os serviços estão formatados de acordo com grupos de patologias (isto nos hospitais) as nossas especialidades terão de usar essa taxonomia. Caso contrário continuaremos a ser especialistas "sem eira nem beira".
A reformulação das especialidades tem de contemplar as novas exigências em cuidados de saúde e também a crescente concorrência de outros grupos profissionais que connosco competem por áreas agregadas à Enfermagem.

Não é tempo de nos embrenhar em filosofias ou conceitos demasiadamente teóricos. Ou aproveitamos esta oportunidade para marcar-mos posições neste xadrez da saúde ou então ficaremos cada vez mais à margem do centro das coisas.
 
não, a especialidade de reabilitação não desaparece. leia bem a proposta
 
Relativamente a esta matéria, estou em desacordo com algumas especialidades propostas pela OE, considero algumas inadequadas devido à sua abrangência, especialmente a Sáude no Adulto! Por consequência, as poucas especialidades propostas, são mais uma má medida que torna o nosso campo de acção muito limitado dando cada vez mais tempo e oportunidade para que existam outras profissões, ou profissões essas já existentes que aproveitarão funções nossas, levando a que a enfermagem se torne cada vez mais restrita.
Daí as minhas escolhas seriam as especialidades:
- Cirúrgica (com várias sub-especialidades, ou seja, complementos opcionais: neurocirurgia, cardiotorácica, anestesiologia…)
- Medicina Interna (com sub-especialidades tais como: pneumologia, cardiologia, neurologia, dermatologia, endocrinologia..)
- Urgência/Emergencia (pré e intra-hospitalar), para que acabassem com a ideia de criar paramédicos
- Obstétrica/Materna
- Saúde infantil
- Saúde Mental
- Geriatrica/ C. Continuados
- Oncológica/ Cuidados Paliativos
- Saúde Pública
- Reabilitação (com sub-especialidade Desportiva, para que o enfermeiro não seja um mero massagista em clubes mas que obtenha o reconhecido e competência devida. Outra sub-especialidade seria a Osteopatia sendo esta uma terapia com resultados comprovados e em ascensão na Saúde)

A conclusão que deverá emergir deste assunto, pondo ou não em causa se estas serão algumas das especialidades mais indicadas para a nossa carreira, o importante é que haja mais especialidades, mais especializações, que por consequência haverá mais mercado de trabalho em áreas diferenciadas e maior competência em âmbitos específicos.
 
Países como Brasil, EUA, Inglaterra, entre outros têm dezenas de especialidades de enfermagem e com sucesso aparentemente, e nós Portugal, ironicamente temos a capacidade de englobar todas essas especialidades em apenas 9.. Essa é mais uma das razões das quais a nossa carreira vai mal mal..
 
Estejam atentos quando lerem a reabilitação não desapareçe.
 
Estejam atentos quando lerem a reabilitação não desapareçe.
 
Bom, parece que vou ter de tirar não uma mas umas 5 especialidades.

No meu serviço transplantamos desde crianças a idosos, portanto, parece-me lógico fazer uma especialização na saúde da criança e adolescente, outra na saúde do adulto e mais outra na saúde do idoso. Mas como o meu serviço não é só transplante, também tem nefrologia clínica, diálise e técnicas contínuas em contexto de UCI's, será melhor fazer ainda mais outra especialidade na Pessoa em situação crítica e outra na Pessoa em Situação de Cuidados continuados e paliativos, não vá o diabo tecê-las.

Se pensar bem, acho que ainda arranjo argumentos para fazer mais outra em reabilitação e à cautela, a de saúde mental e psiquiátrica... é que o transplante às vezes mexe com a cabeça das pessoas...

Acho que não vou fazer a de saúde materna e obstétrica... não costumo ter muitas grávidas no meu serviço, mas pensando bem, já não é a primeira que lá vem fazer diálise... bem... às tantas era melhor fazer também!!!!

Portanto, durante os próximos anos vou estar em EPT!
 
- Anestesiologia
- Peri-Operatório (com sub-especialização)
- Urgência e Emergência
- Médico-Cirúrgica (com sub-especialização)
- Reabilitação
- Oncologia
- Comunidade e Família
- Saúde Pública
- Pediatria
- Saúde Mental e Psiquiatria
- Geriatria e Gerontologia
- Cuidados Intensivos
- Gestão
- Investigação
- Saúde Materna e Obstetrícia
- Neonatologia
- Pedagogia
- Saúde Ocupacional
- Cuidados Paliativos
- Nefrologia e Diálise

Se repararem, cada uma destas áreas teria, pelo menos, 1 ano bem cheio de currículo teórico-prático. Todas elas vão requerer outro ano repleto de prática tutorada.
Só assim haverá qualidade...
 
Concordo em pleno com o Dr Enfermeiro.
Enfermeiro Especialista em Saúde do Adulto? Ainda consegue ser pior do que Medico-cirurgica..Que raio de especialidade é esta?isto é obsuleto...
Enfermagem Oncológica, Enfermagem no Desporto, Transplantes. Pelo amor da santa, ponham os pés na terra. São de manter todas as existentes excepto a medico-cirurgica. Enfim parece-me uma discussão interessante, no entanto no contexto actual é prioritário saber como vão as negociações da carreira. E sobre isso, zero.
Não é compreensivel este silêncio.
 
"Se as Especialidades não preparam os Enfermeiros para as exigências do contexto (teórico e prático) das intervenções, para que servem?"
Concordo plenamente com a a sua interrogação DRº Enfermeiro.Nas especialidades que vierem a ser instituidas tem de facto de trazer visibilidade e diferenciação a quem as pratica se não ficaremos na mesma.A sociedade tem que perceber que quem tem a especialidade faz um trabalho diferente e que resolve os seus problemas isto para poder dar visibilidade à classe e justificar a especialização.
 
Existem hoje em dia universidades/politecnicos que estão a desenvolver especialidades/pós graduações na área da saúde um nicho de mercado que as escolas de enfermagem ainda não viram mas na nossa classe há enfermeiros chefes/gestores que necessitanm deste tipo de formações porque não formações nesta área na enfermagem? Mesmo uma especialidade, bem sei que a gestão tambem nos é ensinada mas não com a "profundidade" necessária. Será que as escolas de enfermagem não tem Profs a altura para o fazer? Penso que esta área é tão necessária como outras para não fazermos figuras de urso por exemplo num conselho de administração ou numa reunião aonde a gestão das unidades está em cima da mesa pois nós tambem (alguns) podemos vir a gerir serviços.
 
Penso que a diferenciação deverá passar pelas áreas de ESPECIALIDADE propostas pela OE (que não me parecem diferir muito da actualidade, quero dizer, do que já existe nos serviços e do que está a ser feito em muitas escolas através de cursos de mestrado de natureza profissional).

Esta diferenciação deverá estar aberta à especialização mais técnica, através de pós-graduações de duração variável ou certificação/actualização de competências já adquiridas pelos enfermeiros na sua prática profissional em tópicos mais específicos dos cuidados como hemodiálise, bloco operatório, queimados, diabetes, étc.

O que existe hoje mantinha-se, muito embora passasse a ser exigido que o enfermeiro que faz médico-cirurgia tivesse definida qual é a sua vertente de especialização: pessoa em estado crítico ou paliativos/continuados, por exemplo. Ou ambas.

Congratulo-me com a proposta de extinção da terminologia "médico-cirurgica", assim como de todos os termos que ainda veiculam ideologias e culturas somente compreensíveis numa leitura histórica da profissão de enfermagem.

Resta ainda que a legislação portuguesa termine definitivamente com a designação "pessoal médico" referindo-se aos profissionais de saúde, como nós.

Quanto à gestão, não creio que deva ser uma ESPECIALIDADE, mas sim uma especialização que todos os que desejassem enveredar por esse caminho tivessem que realizar.

Quanto às áreas de formação e de docência, penso que deveria existir um ponto intermédio entre ambas com uma especialização em ensino clínico e que NÂO DEVERIA ser designada por "supervisão clínica".

VV
 
Obsuleto???, Vera!
Penso que queria dizer "obsoleto". Anda distraída a menina.
 
A especialidade em Pessoa em Situação de CC e Paliativos é 'oficial'? Não a encontro no documento da OE a este respeito.
 
Digo, aonde está saúde quiz dizer gestão (Anónimo das 1:05 PM).
 
Ó Zeus que estais no Olimpo de onde comandais os deuses que povoam as mentes gregas, estais a deixar-me grego também com essa visão da especialidades pelo menos 5, para o pai e para a mãe e para o filho também.
Com tanta especialidade, meu ilustre pai de deuses, até ficais especialista de generalidades como os médiucos de família e os especialistas em médico-cirurgicas...
Como vai ser bom ter tão ilustre pensante a dar exemplos de enfermagem. Não sei o que disse à Hygia e à sua irmã Panaceia... Entre deuses é outra coisa.
Isto de ter um Zeus na enfermagem é outra loiça.
O Hipócrates e a descendência que se cuidem...
 
Concentrem-se nas etapas do ciclo vital e já conseguirão perceber a proposta da OE.
Importante consultar a definição de enfermeiro e enfermeiro especialista para conseguir-se perceber a proposta.
Este blog é demais. Não há nada que a OE e os sindicatos façam que seja motivo de elogio. É só crítica destrutiva e, por vezes, barata.
Estamos perante um conjunto de ilumindos, detentores da verdade absoluta que nunca erram e têm sempre razão. Os colegas enfermeiros dos sindicatos e da OE são todos uns burros e/ou desonestos e/ou ignorantes e/ou... Ainda que gastem muitas horas do seu tempo de vida pessoal a tentar construir uma enfermagem melhor face a todas as adversidades vindas de fora e de dentro da profissão. E sem serem remunerados.
Este Blog é digno de consulta!!!
 
"Fui ao Mondego lavar o cesto das minha mágoas, minhas nágoas eram negras; negras ficaram as águas", diz a canção.
Este blogg faz de Mondego e as mágoas negras de quem vem aqui lavar o cesto, deixa as águas impróprias, negras.
Salvam-se a excepções. Ainda bem que as há.
 
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