domingo, agosto 02, 2009
YES NURSES CAN
Discurso do Presidente Obama, onde apresenta todos os Enfermeiros que estão ao seu lado (alguns ocupam elevados cargos de decisão no Sistema de Saúde). Relata uma história pessoal relativa à importante intervenção dos Enfermeiros - numa situação crítica - junto da família Obama e explica porque é que os Enfermeiros são tão importantes nos Sistemas de Saúde. "I really like Nurses" - confidenciou aos jornalistas presentes!
Pelo contrário, "assentarem as suas baterias" na necessidade de MAIS ENFERMEIROS, porque havia "falta deenfermeiros".
Assim sendo, hoje temos o que temos: Enfermeiros no desemprego, onde por uma "conquista" de emprego vale tudo.
Se és Delegado do Sep, és uma "figura menor" (hierarquicamente falando) sem legitimidade para o que estás a dizer. O que dizes deveria ser DITO pelo COORDENADOR, e não por ti.
Não fales em CENSURA.
Por isso o SEP que fomente esta discussão, marcando PUBLICAMENTE encontro onde se possa discutir esta matéria. MARCAREI PRESENÇA.
Os enfermeiros apenas têm tempo para a execução de actividades interdependentes descurando na maor parte dos casos as actividades autonomas de enfermagem.
Com a entrada do sistema informático cada vez mais passamos menos tempo ao lado do doente, qualquer dia o estado adquire os robôs japonenes para nos substituir.~
A classe está a ser muito permissiva ao permitir que lhes seja retirado tempo nos cuidados a prestar.
Os utentes , principalmente os idosos, muitos acamados em casa há anos, dão entrada numa instituição hospitalar e ao fim de 10 15 dias vêm para o domicilo numa condição física lastimável, cheios de úlceras e pressão, com sonda nasogástrica, com sonda vesical ... a pouca autonomia que detinham perdem-na toda no internamento... parece que andamos a trabalhar ao contrário não concordam?
Somos substituídos, cada vez mais por outras classes profissionais e deixamos.
É urgente cada um de nós realizar uma profunda reflexão acerca do que á ser enfermeiro e quais as nossas competências... se cada um de nós o conseguir e se assumir como tal vamos ter mais respeito por parte dos nossos pares, dos outros grupos profissinais e acima de tudo por parte dos utentes.
É assim que se mudam mentalidades, temos que começar pelo fundo da pirâmide e não pelo topo.
Como podemos estar á espera de sermos reconhecidos para lugares de decisão se muitos de nós no dia-a-dia não as conseguimos tomar? não por que não sabemos mas porque vivemos numa estagnação constante...
É importante ouvir o que o Presidente Obama disse e reflectirmos se nós, enfermeiros, pensamos assim.
A sociadade portuguesa ainda não percebeu ísso, e foi aí que falhamos. Mudamos, mas não Inovamos
Concordo com o colega vítor a., mas com o erro aprende-se certo?
Então só depende de nós enquanto classe mudarmos isso, temos que ser mais interventivos, mais esclarecedores,como disse mais inovadores.
Tudo tem uma lógica, se explicarmos ao utente, sem que ele nos peça, o porque científico de determinada acto/intervenção, no próximo contacto vai ser ele a nos questionar, ou mesmo a nos contactar para esclarecer/resolver determinado problema ou dúvida.
é assim começa, como já disse pela base e não pelo topo.
A passagem de turno junto dos doentes é (apenas) mais uma imitação ridícula da "visita médica", em que se assiste a uma exibição pirosa de termos técnicos, a uma violação indecente da privacidade das pessoas, a tudo menos a uma correcta passagem de informação e oportuna discussão de situações críticas que ocorrem nos cuidados.
A passagem de turno dos enfermeiros deve ser realizada num espaço em que estejam devidamente salvaguardados todas as questões legais e éticas relacionadas com essa mesma informação. Depois poderão ir aos quartos apresentar-se aos doentes ou verem como estão as coisas, mas nunca estar nas enfermarias a falar sobre (aquilo que realmente interessa) a respeito dos casos individuais.
Muito a propósito o próximo seminário de Ética da OE, não?
VV
... Cá, onde já nem a "ronda" é "nossa" (1) e em que é Deus no Céu e os médicos na Terra, não há (ainda) grande espaço para que a importância dos restantes profissionais seja efectivamente reconhecida.
VV
(1) Refiro-me à dinâmica das noites num certo hospital, em que o enfermeiro é "visitado" várias vezes por turno pelo SEGURANÇA que vai verificar se "está tudo bem" e leva um papel para o enfermeiro assinar. Há poucos dias uma colega teve que assinar o papel 5 vezes numa noite. Se isto não é "bater no fundo", o que é que esperam mais?
VV
A responsabilidade clínica também se vê por isso, pelo nº de processos (a responsabilidade legal). Ou acha que se os enfermeiros tivessem a mesma responsabiliade que os médicos não era a eles que lhes pediam contas? Só se é dos que acha que os nós, enfermeiros, não falhamos, como classe superior que somos... Agora usar isso como ascendente «moral» sobre os médicos, francamente...
Tudo isto me cheira a ressabiado... Ainda pode ir tirar medicina! Se uma coisa há que nós enfermeiros não precisamos é de pretensos «doutores enfermeiros» como você.
Tão preocupados com «prescrever» e «pedir exames» que andam, que quem «cuida» são cada vez mais os psicólogos, os fisioterapeutas, os auxiliares de geriatria, os podologistas, os terapeutas da fala, etc, etc... NÃO SÃO OS MÉDICOS QUE NOS ANDAM A «ROUBAR» DOENTES.
E tudo me parece por a maior parte dos colegas não quererem realmente acabar com o «bolo» dos médicos: querem é também participar com uma fatia...
Vão para o raio e mais os médicos que criticam por fora e invejam por dentro.
A enfermagem, a do cuidar, não precisa de vós para nada
Esqueceu-se de mencionar as "Doulas" que estão muito na moda actualmente.
Tem toda a razão quando diz que nos andam a roubar competências, o problema é não estar definido o acto de enfermagem, não concordam comigo?
A enfermagem andou preocupada em adquirir novas competências, o que eu acho muito bem, mas esqueceu-se de salvaguardar aquelas que nos definiam como a ciência do cuidar,onde se incluem as que nomeou.
Está na hora de abrirmos os olhos e tentarmos trazer de volta á classe determinados actos que hoje estão espalhados por vários grupos profissionais.
Nunca é tarde, é preciso é motivação, se bem que por agora ela anda um pouco desaparecida!!
Independentemente do momento, o colega colocaria sempre essa questão? Porque haveria de ser ontem? Porque não é manhã? Há uma imensão de possibilidades.
Não concordando com a observação relativa ao "sistema informático", subscrevo inteiramente todas as restantes afirmações, com incidência no parágrafo "os utentes, principalmente os idosos...". Quanta verdade há nesta afirmação!
Não deve esquecer que quem interna o doente é o médico, que refere objectivos de tratamento e é devido a isso que o doente aparece em determinado serviço.
Para quando internamento pelos enfermeiros? Não vejo ninguém (enfermeiro/a, sindicato, ordem ou blog), a clamar por uma consulta de enfermagem onde essa possiblidade seja possível.
Penso que quando ( como nos States) as Administrações Hospitalares/Governo tiverem consciência (?) de que os seguros/subsistemas pagam muitissimo(?) bem os cuidados de enfermagem (como acontece nos States) e que levaria a mais valias económicas e melhorias em qualidade, aí sim daremos o salto.
Os meus respeitos
As vezes fico triste com o nível de comentários e respostas a questões sérias, e muito disso deve-se mesmo a um complexo de inferioridade perante outras classes (particularmente a médica).
Posto isto, devo dizer que este tipo de valências atribuídas aos enfermeiros são possíveis nos EUA. Em Portugal nunca. Porquê?
Porque são os próprios enfermeiros que têm uma base de formação pobre, que torna inerte a iniciativa, que dá azo à vassalagem pela soberania, que proclama de joelhos aos olhos dos déspotas da saúde.
Porque são os próprios enfermeiros que, por medo da responsabilidade, fogem dos cargos de decisão. São os próprios enfermeiros que com medo de perder o assento do mocho, são capazes de apontar o dedo aos próprios, quando a razão lhes falha.
Quando são os próprios enfermeiros que facilitam a ocupação de cargos de chefia por gente inculta, de carácter amorfo, sem espírito de inovação e de liderança.
Porque são os próprios enfermeiros que atribuem notas positivas a alunos do IVP que cometem erros grosseiros puníveis criminalmente, que pontapeiam a gramática portuguesa como de linchamento se "trataçe" (dentro de outras pérolas).
O sistema está viciado, e não há volta a dar. Os enfermeiros portugueses são bons a dar "banhos", porque emergidos na água já estão, graças à banhada que deram neles próprios.
Não pretendo ingressar em medicina pois estou confortável na profissão que escolhi. Gosto do que faço e sou razoavelmente remunerada por isso, embora relativamente mal paga comparativamente a outros grupos profissionais cuja responsabilidade é equivalente à que tenho.
A minha alusão aos médicos é para ilustrar a impossibilidade de comparar realidades sócio-culturais incomparáveis: não seria possível obter tal comentário de um governante num país cujo sistema de cuidados de saúde é medicocêntrico, onde nas épocas festivas como no Natal se vê o corropio de médicos a caminho dos estacionamentos nos hospitais para arrecadarem nas respectivas bagageiras as prendas dos doentes, onde é vergonhoso o poder que exercem junto dos restantes grupos profissionais e onde o enfermeiro aínda é visto pelo povo como auxiliar, ajudante ou quanto muito, assistente do médico. Como não é só o povo que nos vê desse modo, não é expectável que o reconhecimento público vá para além de discretos agradecimentos nas páginas da necrologia dos jornais locais, onde ainda assim se agradece habitualmente ao Dr. Cheio de Nomes e Apelidos e à equipa de enfermagem e auxiliares...
VV
Só para completar este assunto: por tudo quanto diz, somos nós que nos temos de afirmar, técnica e cientificamente, como uma classe profissional capaz de cumprir muitos dos objectivos que propomos, dizemos, defendemos, mas (ainda) não fazemos. Qualquer sociólogo sabe que uma classe técnico-profissional não se pode levantar, simplesmente deitando outro classe abaixo. Temos que falar mais de nós e menos dos médicos, mais de como somos bons e podemos ser melhores, e menos de como eles são maus e só poderão ser ainda piores.
Eu disse o que disse por achar que não há nenhuma superioridade moral nem dos médicos nem dos enfermeiros. O corropio de que fala, dos médicos no Natal, seria o nosso se nos coubesse fazer o trabalho deles. Não podemos iludir-nos achando que a população valoriza mais os médicos que os enfermeiros, por culpa dos primeiros. Provavelmente é por maior culpa dos segundos.
E deixemo-nos novamente de ilusões, se o Obama e o Gordon Brown têm dito o que têm dito, não é por nós sermos mais capazes de gerir a Saúde (somos tão capazes como outros profissionais que invistam e se dediquem). É por sermos mais e sairmos mais baratos...
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