terça-feira, outubro 13, 2009

Opinião de um colega expressa num comentário - concordo!


"A Enfermagem em Portugal passou a ser regulada pelos Médicos (onde está a nossa Ordem?). Vejam que para irmos para uma USF, temos que estar à espera do convite de um Médico! Não interessa o currículo, a formação ou investimento em formação, enfim, não interessa o mérito, o que interessa é ter um Médico amigo que te quer controlar e escravizar.

Na Enfermagem (...) as coisas estão perigosamente a nivelarem-se por baixo, a desmotivação é total, não basta trabalhar numa instituição à 10, 20 anos, não interessa o grau académico, não interessa o mérito, o que interessa é o que o Médico pensa!!
Não auguro bons resultados com estas reformas do SNS, gasta-se mais dinheiro em incentivos e obras e os resultados são inferiores."

Comments:
é a realidade..
 
Meus amigos e caros colegas,não confundam motivação e mérito com curriculum,que para mim são coisas antagónicas e inversamente proporcionais.Não basta ter a carta desportiva,para se ser campeão do mundo de formula um,é preciso ter mérito e não curriculum teórico.
 
Permitam-me discordar, não do ponto de vista do colega mas do exemplo que dá.
Faço já uma declaração de salvaguarda, uma vez que trabalho numa USF. A equipa de enfermeiros que integram as USF's não são (ou não deveriam ser!) convidados por médicos. Não aconteceu assim comigo e não acontece assim da realidade a Norte que conheço.
As equipas são pluridisciplinares, loge caberá ao enfermeiro interlocutor a tarefa de formar a equipa de enfermagem. Se a equipa pluridisciplinar da USF funcionar como deve funcionar, em colaboração mas em autonomia de entre cada grupo profissional, os enfermeiros são escolhidos por enfermeiros, bem como o interlocutor de enfermagem deverá ser um associado desde o início de todo o processo de formação de uma USF.
É aliás possível que o processo de candidatura e formação de uma USF seja iniciado por enfermeiros, onde sejam estes que convidem determinados médicos a associarem-se a esse projecto.
A tónica das USF's é de colaboração entre pares e intergrupal, não deve ser entendida, a meu ver, da forma que o colega a refere.
Quanto á ideia geral não podia mais estar de acordo, o papel do enfermeiro em toda a Saúde em Portugal não é aquele que deveria ser.

Cumps
 
Eu tive um sonho... Sonhei que passamos a ganhar 1500€. Os enfermeiros radiantes e fartos de se matarem em duplos, passaram a trabalhar apenas 35h para ganhar o mesmo ao fim do mês. Começou então a haver muito mais vagas e trabalho disponível para todos os que estavam desempregados, que, graças à diminuição das pilhas de currículos que antes se amontoavam nas secretárias dos chefes, puderam negociar contratos muito vantajosos... Entretanto acordei e reparei que esta semana discute-se a proposta salarial da nossa carreira! NÃO VALE A PENA LUTAR POR UM SONHO?
 
Em vez de aguardar um convite para uma USF, os enfermeiros devem formar uma equipa com todos os colegas do CS e candidatarem-se a uma UCC. Essa unidade só depende da organização dos enfermeiros e têm a obrigação de justificar a dotação necessária para as várias a ctividades a desenvolver. Se a USF "tira" enfermeiros ao CS, a UCC justifica o aumento do nº de enfermeiros para colmatar as falhas já existentes há muito tempo. O prazo de candidatura foi alargado e depois de estarem implementadas, devemos ter a exigência de incentivos idênticos aos agora existentes para as USF.
 
Afinal há alguém que se indigna com este status quo!!
Ainda bem...
Após 25 anos de trabalho, depáro-me com o triste cenário: Sindicatos vários e 1 Ordem e... estamos quase como nos anos 50!!!
Nunca fomos tão mal tratados, acho que pior só mesmo com o Oliveira...Salazar
Acho bem quem alguém desperte os Jovens que se vendem, aos amigos Drs, para a tal cunha ( carta do DR para ir para a VMER etc,,,) o jogo que fazem com o tal Dr do Serviço contra o seu chefe enfim...
Teremos a enfermagem que quisermos...
 
Enquanto os médicos convidam enfermeiros para as USF e lideram os meandros das escolhas dos enfermeiros para a chefia de departamentos e certos serviços, os sindicatos continuam a saga das negociações, orgulhosos da carreira que permite esta palhaçada. A ordem promove a sensibilização das crianças de seis anos para o aleitamento materno ...é inacreditável!
 
A dor de cotovelo mata! É claro que não vão convidar os enfermeiros "velhos do restelo" para as USF (equipas que têm à partida que se reconhecer como EQUIPA!. Quer-se é gente dinâmica... sem vícios no trabalho...
 
Caríssimos:

Mais acrescento: sei de fonte segura que, no hospital S. João de Deus, EPE - VN Famalicão, os digníssimos Sr.(s) Dr.(s) são a única classe profissional a receber incentivos de assiduidade. Porque não? Vamos então (como contrapartida de os "obrigarmos" a "picar o dedo") aumentar mais uns 500 euros ao seu mísero salário...
E os outros profissionais que também tem controlo de assiduidade e que vão trabalhar com a mesma ou mais vontade e dedicação, não tem direito???
É por causa destas e de muitas outras que o país não avança...

Volta Salazar, estás perdoado...

Saudações
Teixeira
 
Isto está tudo F....O!
Não sei onde isto vai parar.
 
"A Enfermagem em Portugal passou a ser regulada pelos médicos (onde está a nossa Ordem?), vejam que para irmos para uma USF temos que estar à espera do convite de um médico.
Não interessa o teu curriculo, a tua formação ou investimento em formação, enfim não interessa o teu mérito, o que interessa é se tens um médico amigo que te quer controlar e escravizar.
Na enfermagem em Portugal as coisas estão perigosamente a nivelarem-se por baixo, a desmotivação é total, não basta trabalhar numa instituição à 10, 20 anos, não interessa o grau académico, não interessa o mérito, o que interessa é o que o médico pensa.
Não auguro bons resultados com estas reformas do SNS, gastasse mais dinheiro em incentivos e obras, e os resultados são inferiores.
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível!"
 
Isto só vai terminar de uma maneira:
desde 2004 quando terminei a Licenciatura, nesta área técnico profissional, de nível III, eu é que vim enganado e achava que me estava a licenciar, que digo e repito: a enfermagem não progride porque não tem corpo de conhecimentos próprio... não tem core duro, tirando as unidades mais diferenciadas onde os enfermeiros dominam porque os senhores doutores não querem estar lá a lavrar as 24 horas, e então os nossos colegas diferenciam-se. Caso de unidades de cuidados intensivos, onde verdade seja dita, muitos colegas dão o litro, blocos operatórios, onde são uns valentes filhos da puta uns com os outros, mas isso é outra história, e unidades técnicas muito especificas onde o enfermeiro se consiga especializar sem ser a eterna muleta do médico... fazer coisas por si próprio...
Tirando estes sitios, é ténico nivel III, és o rei, se o médico não aparecer por lá...
Um aparte... em tempos houve umas greves... e uns colegas não quiseram retirar uns cateteres periféricos, porque não era e bem, cuidado minimo... então os doentes não podiam ter alta... quem lá vai tirar o catéter... o médico... completamente surreal... se o doente arrancasse... exteriorizasse o catéter passava a cuidado minimo...
Concluindo... isto é um curso técnico profissional... não queiram o mundo... imaginem... que valor é que tem um enfermeiro na sociedade... e deixem de parte os achaques do bem, sejam frios e duros.

Saudações
 
Dor de cotovelo por não ser escolhido por um médico para determinado cargo?HAJA VERGONHA! Quem realmente gosta de prestar cuidados de enfermagem, vai sobreviver com dignidade a este lamaçal a que esta carreira nos está a levar. A motivação vem da relação no cuidar, situação muito diferente de lamber botas aos drs.
 
gostaria de dizer o seguinte.Parece que a classe anda atrás de um Messias!alguém que por artes mágicas venha resolver os nossos problemas,alguém que nos venha dar aquilo que desejamos.Pois bem,estimados colegas,é bom cair na realidade e perceber o seguinte.
disse aqui atrás o anónimo das 7:37 " A motivação vem da relação no cuidar, situação muito diferente de lamber botas aos drs. "
disse e muito bem,porque de facto é aí que se constroi o gostar de ser enfermeiro.
e,desculpem dize-lo,a profissão ainda não atingiu a maturidade porque os enfermeiros ainda não aceitaram que também eles,ainda não são maduros e estão a dar maus ensinamentos aos mais novos.
A pressão existente nas unidades de saúde,hoje é cada vez maior,nada que se compare ao que era nos anos 60,70 e até mesmo 80.
A questão é que os enfermeiros,têm escolhido o caminho da QUANTIDADE em vez do da QUALIDADE,ao abrigo das doutrinas do DESPACHADINHO,do DESENRASCADO.
Ora,sendo isso de certo modo engraçado,conduziu a profissão pelo caminho da BANALIZAÇÃO do ACTO DE ENFERMAGEM,sempre com o pretexto do tempo ser curto.Atendem-se os doente em qualquer lado,sem privacidade,sem dignidade,não se valoriza o acto do cuidar,vulgariza-se as acções dos próprios colegas,etc etc...
quando um enfermeiro tem de escolher,opta sempre pela quantidade em vez da qualidade.
Numa passagem de turno,ninguém diz porque razão tratou mal os doentes,apenas diz que tratou!!!!ninguém diz porque fez bem um acto de elevada dificuldade,diz que fez um certo numero.O número é que interessa.
A enfermagem não vai ter nenhum Messias,era bom que pensassem nisso.A religião começa em cada acto que nós fazemos e esse acto tem de ser bem feito.Se outros actos irão ficar por fazer,essa não é a nossa guerra,mas o que fazemos tem de ser bem feito e já agora,que ninguém o faça tão bem quanto nós.
Eu acredito nesse paradigma
 
É lamentável dizer que estes comentários retratam a nossa realidade, uma profissão que se tornou técnico de nível III, não temos valor no mercado, não somos respeitados nem mesmo pelos clientes/pacientes que prestamos o cuidado.

A profissão que se tornou assistente do profissional médico, e o que é mais lamentável que cada vez mais o quadro piora, estão lançando no mercado "profissionais" sem qualificação acadêmica, sem ética!
Dizem por aí: "as enfermeirAS são comidinhas dos médicos", não precisam torcer o coração e ficarem retorcidos de raiva achando que isso é calunia ou blasfemia, se contentem e acreditem, tudo isso é verdade!

O que mais se vê em hospitais pelo Brasil a fora são enfermeiras baixando o "cabinho" e dizendo SIM SENHOR DR. quando chega um médico gritando tão alto, onde quem está de fora do hospital escuta as humilhações e insultos dirigidos à ela (enfermeira), na maioria das vezes frente aos colegas de trabalho e ao pacientes. E o que se faz? NADA! NADA! NADA! posteriore são ouvidos apenas resmungos e grunhidos, que no final do espediente são derramadas rios de lágrimas na volta pra casa.

É de se admirar o quão importante é esta profissão ir se acabando dessa maneira.

Mais a culpa é nossa, nossa por não termos um COREN e tão pouco um COFEN que funcionam, são criadas apenas maquiagem e nada se concretiza.

Fica aqui minha indignação.

Grato.
 
Falem com o fundador da Associação dos enfermeiros usficos que ele sabe como é que tudo isto aconteceu.
Quando descobrir que não passa de um cegueta que serve os interesses financeiros dos médicos e escraviza os colegas que põe em leilão como as odaliscas de harém de faruca.
A outra médica diz que uma das vantagens das USF é poder escolher "as reses" entenda-se.
Mas quem ouve estes ventiladores assobiar, nos vários areopagos, não é surdo.
Virá o dia em que os enfermeiros vão olhar por si, vão cair em si e ferir-se com tudo isto que lhes parece normal por falta de informação/formação.
 
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