quinta-feira, novembro 05, 2009

"'Clearing up poo will not help me learn' - student nurses reject basic care"


Relançando a discussão...

"Student nurses are rejecting essential elements of bedside care because they feel it is not a worthwhile learning experience, research published by Nursing Times has found.
The research found widespread conflict between student nurses and qualified staff over the tasks students should do on placement.
Tasks normally carried out by HCAs
[semelhantes a Auxiliares de Enfermagem], such as making tea, washing patients and cleaning, were not seen as valuable learning opportunities for student nurses keen to gain experience with more technical roles like administering drugs.
As a result, many senior nurses feel that students are qualifying with significant gaps in their basic skills. One interview participant said: “I sometimes feel in despair that by the time students have qualified, they still haven’t gained some of the practicalities and common sense - things like time
management, basic assessment skills - that we would have been doing on our first round.”
One student was reported to have told a staff nurse: “I keep being asked to do things which won’t help me learn - clear up poo, mop up blood, give patients tea and toast. I realised that I needed to more focused to learn, and I don’t do those sorts of things now.”
" link

Comments:
Estes estudantes já se estão a querer libertar do passado da enfermagem e a tentar construir o seu futuro. Como sempre, ainda demorará uns anos até que esta "onda" chegue a Portugal. Como o DE referiu, está relançada a discussão... esperemos pelos comentários dos velhos do restelo, dos "poo cleaners" que acham que os enfermeiros não são suficientemente qualificados para (muitos) "technical roles".
 
@ LProlog

Há muita gente que ainda não compreende esta necessidade. O "Skill-mix", por exemplo, é para muitos algo desconhecido, apesar de documentado pelo ICN - International Council of Nurses.

É necessário tecer um rumo impregnado de modernidade e ciência.
 
É um ponto de vista válido por parte dos estudantes. É dada uma importância exagerada a tudo o que tem que ver com tarefas de prestação de cuidados de higiene e conforto e é negligenciado o conhecimento técnico-ciêntifico. Está mais que provado que não é preciso uma licenciatura para mudar uma fralda, mas é preciso uma licenciatura para compreender patologias e aplicar terapêuticas.
Não que os cuidados de higiene não sejam dignos de serem prestados por um enfermeiro mas o tempo excessivo e de certa forma pornograficamente abusivo que se perde a aprender a mudar uma fralda podia ser reduzido de modo a que houvesse mais tempo para aprender outro tipo de coisas que poderão não manter o rabinho do senhor joaquim tão hidratado mas que pelo menos o vão manter vivo.
 
podre, cheio de feridas, mal cheiroso, desconfortável, frustrado, triste e só... mas VIVO!
 
Vai de encontro à "optimização da fralda" e do "trava/destrava cadeirão" e à estupidez interpretativa como "aborto: é um tipo de nascimento com as características especificas...".
e depois venham cá dizer que são os novos que não fazem a enfermagem avançar, quando muitos "catedráticos" se posicionam no fim da escala de competências.
mas que sabem mudar a fralda e barafustar isso sabem...
 
lamento discordar.Reparem. Não acham que é preciso formação para invadir a intimidade de um doente?

eu acho. e muita. É bem mais difícil a abordagem à pessoa, do que compreender os mecanismos de actuação de umas quantas medicações. Não deixem que os enfermeiros percam campos de actuação tão importantes como este. Os enfermeiros devem investir em todas as frentes.

Cumps,

JONATHAN.
 
Precisamente. Os enfermeiros "devem investir em todas as frentes" e não limitar-se a uma (nomeadamente esta), que é o que se tem verificado cada vez mais durante o curso. Parece crime um estudante querer adquirir conhecimentos científicos que fundamentem a sua actuação.

As escolas que tanto apregoam o biopsicosocio-coiso-e-tal, limitam-se ao psico-coiso-e-tal e tudo o resto perde-se algures no limbo.

Admiram-se depois os enfermeiros dos serviços, quando chegam alunos sem conhecimentos mínimos de anatomia, fisiologia, farmacologia, (fisio)patologia e outros que tais...

Se eu os quero ter, tenho que perder noites a estudá-los enquanto passo o dia de volta de filosofias baratas, desadequadas da realidade e mais ultrapassadas que a tia florence.
 
Estou admirado de ainda não terem aparecido mais "poo cleaners" por aqui...
@ Jonathan: está a sugerir que todas as pessoas dependentes, com uma necessidade implícita de que lhes seja invadida a intimidade, deveriam ser cuidadas por um enfermeiro?
 
É verdade que o ensino está muitas vezes desajustado. Perde-se tempo com higienes (no meu tempo ainda aprendi a dobrar lençóis em estágio!) e não sobra para outras coisas importantes. Os srs professores das escolinhas deviam ser todos prestadores de cuidados! Em vez de terem saído da prática há 20 ou 30 anos...
Mas não vamos confundir as coisas... se é preciso ter uma licenciatura para mudar a fralda a um doente? Claro que sim! Basta ver como ficam os doentes quando são cuidados por outras pessoas - cheios de feridas e escaras! Ajudar o doente a recuperar a sua dignidade humana quando está dependente dos outros é função do Enfermeiro e de mais ninguém!
 
Mas o que são os enfermeiros senao verdadeiros especialistas em "poo cleaners"?? Não é essa uma das funçoes do enfermeiro?Ah calma, se calhar ja nao interessa muito, limpar rabos nao tem la grande ciencia, nem é uma tarefa "nobre"...Hipocritas!
 
"lamento discordar.Reparem. Não acham que é preciso formação para invadir a intimidade de um doente?

eu acho. e muita. É bem mais difícil a abordagem à pessoa, do que compreender os mecanismos de actuação de umas quantas medicações. Não deixem que os enfermeiros percam campos de actuação tão importantes como este. Os enfermeiros devem investir em todas as frentes. "
 
O enfermeiro deve ser especialista em técnicas de abordagem às pessoas, meus caros. É o que eu penso. E para delegar funções, nomeadamente, de higiene primeiro é preciso formar quem vai executar estas funções.

Vamos ao exemplo mais fácil. Se estivessem internados, achavam prudente que alguem vos realizásse algum cuidado de higiene sem atender à privacidade da pessoa?

Pequenos actos, revelam GRANDE profissionalismo.

that´s what i think.

JONATHAN.
 
nunca viram "Manhatan" do Woody Allen ?
há lá uma cena,em que o personagem gasta um montão de palavras para explicar um coisa simples,acabando por desabafar algo do género " e se lhe mandássemos um tijolo á cabeça não resolveria o problema? "
colegas,a enfrmagem está a precisar de gente com tijolos na mão prontinhos a disparar sobre certos seres energumenos.
 
Eu como estudante de enfermagem adoro aprender essas ditas "novas tecnologias" e é sem duvida aliciante aprender a puncionar uma veia ou a fazer um penso. No entanto, na minha opinião, nada nos torna tão próximos de um doente como a higiene do mesmo. "Cleaning poo" não é uma tarefa menos dignificante para um enfermeiro, muito pelo contrário, é uma das nossas tarefas e deve ser executada como outra qualquer.E em relação às escolas estarem muito interessadas no bio-psico-coiso como apelidado por alguem e nao estarem interssadas na parte cientifica do curso, tenho a dizer que nem todas são assim. Na escola onde eu estudo dá-se igual importância às duas competências, e todos fazem questão de passar aos alunos a visão global da profissão de enfermagem! Portanto na minha opinião venham as punções, venham os pensos, venha a terapeutica, mas venham também as fraldas sujas e malcheirosas e os banhos na cama!
 
Excelente post da Carina Dias,sim sr. tão jovem e com uma visão holistica que faz inveja a muitos veteranos que tendem com o tempo a afunilar o seu pensamento sobre a profissão.
Não só mostra que há gente e gente,como há escolas e escolas1ainda bem que algum ensino dignifica a profissão.
Tem toda a razão,o doente é veias,é farmacos,é aparelhagens,mas é tambem fraldas e banhos,sem dúvida alguma.
Se eu estivesse acamado,não teria duvidas de quem queria a cuidar da minha intimidade,seriam os enfermeiros com toda a certeza,pese os respeito pelas auxiliares.Considerar a vertente da higiene do doente tarefa de nivel ineferior,é deitar ao mar uma proximidade ao doente que levou muito tempo a construir.Com delegação ou não de competências,essa esse é um cuidado que não pode sair da nossa alçada,pois esse é nosso em exclusivo.Por isso há que dignificá-lo,não necessáriamente pela dificuldade da tecnica em sim,mas pela maturidade profissional que é preciso ter na abordagem á intimidade do doente.
será preciso mais alguma razão?
 
Muito bom comentario este último. Quem não quer lidar de perto com os doentes, devia ser médico ou tecnico de diagnostico e não escolher enfermagem. É com este espirito que estamos a entregar a profissao aos auxiliares, e a ficaar "entalados" entre estes e os médicos. É por isso q em espanha já há serviços q por turno têm um enfermeiro a coordenar e 10 auxiliares de enfermagem!
 
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