quinta-feira, dezembro 31, 2009

A raíz de todos os males...


oferta superior à procura é, sem dúvida, a raíz de todos os males. Todos os problemas convergem na mesma etiologia. Enquanto não houver equilíbrio, a profissão estagna ou regride, o poder de reivindicação morre. A motivação asfixia. As condições laborais degradam-se com uma rapidez exponencial. A valorização sócio-económica decresce vertiginosamente. Os profissionais sentem-se humilhados e revoltados. As forças para a luta... desvanecem.
Não há, neste mundo, CIPES ou SAPES que nos valham! Regular para renascer, é o único, repito, único caminho.

Curiosidade: estão a oferecer 750 euros (mensais) a "Enfermeiros Especialistas em Saúde Pública". Um pouco mais adiante oferecem 3000 euros mensais + 500 euros de prémio de assiduidade + 20 euros por cada exame efectuado acima de 200 + casa + carro, a um "Médico Neurologista" ou 1500 euros (mensais) a um "Engenheiro Electrotécnico"... 
O desânimo também mata lentamente. Quem cuida da gente que cuida?
Por todo o mundo, milhões de Enfermeiros abandonam anualmente a profissão...
17% no Canadá;
39% em Inglaterra;
17% na Alemanha; 
30% na Escócia;
23% nos Estados Unidos...

Comments:
Esta é a grande vergonha da sociedade em que vivemos. Aceito que haja diferenças de ordenado entre algumas profissões, mas nunca desta ordem de grandeza.
Uma sociedade justa não pode permitir salários milionários aos futebolistas (sabendo até que os clubes estão na banca rota) nem frotas automóveis de luxo para os governantes, quando depois o cidadão comum enfrenta dificuldades enormíssimas.

É função do Governo, da Ordem, dos Sindicatos, do Presidente da Junta… enfim, de TODOS que se garanta que os jovens que investem na sua formação, não estejam a ser levados para um beco sem saída (DESEMPREGO). Hoje em dia, é muito fácil saber quais as necessidades do mercado para cada uma das profissões. Portanto, de nada serve ter escolas (seja do que for) em barda, se no final do ano vamos ter jovens no desemprego ou a emigrar.
E Sr.ª Bastonária, não me venha com a história dos “ratios” (proporção). O país não pode querer ter 20 enfermeiros por turno em todos os hospitais do país. Sejamos SENSATOS!

Por isso permitam-me, MISSÃO SORRISO, BANCO ALIMENTAR e afins, são na verdade, uma parvoíce. Não está em causa o espírito de solidariedade de quem contribui. Impressiona é que o Governo não descobre um modelo de sociedade que torne as pessoas auto-suficientes (empregos onde se ganhe dignamente). Quantas empresas participam em campanhas de solidariedade deste género, mas simultaneamente, recusam dar 50 cêntimos de aumento aos seus trabalhadores, ou quiçá, admitir mais pessoal nos quadros da empresa?

E aquelas instituições que se envolvem nestas causas, mas que na verdade mais não querem do que a promoção da sua imagem?! Faz-me lembrar os jogos do tipo “Figo and Friends”… Caríssimos, aqueles senhores futebolistas andam 364 dias por ano numa vida faraónica, graças a esta sociedade injusta. E uma vez por ano juntam-se para ajudar os pobrezinhos? CLARO QUE NÃO! Apenas andam a promover a imagem…

Feliz 2010 para todos!
 
Estas comparações entre profissões de areas diferentes, com graus de diferenciação e especialização muito diferentes e que em comum so tem o grau académico (nem sequer os anos/esforço pessoal que exigem) não levam a nada...

Mas esclareça-me uma coisa DE, o seu problema é o facto de o enfermeiro ganhar 750€ (obviamente pouco), ou haver uma diferença salarial tao grande em relação aos outros profissionais, nomeadamente os médicos e farmaceuticos?
 
Bom dia !!!

750 euros? a um enfermeiro com especialidade em saúde publica? não é uma informação correcta porque nem sequer é o ordenado de um enfermeiro licenciado- que será de 1201 Eur ou actualmente 995 Eur. o que estão a pedir não é um enfermeiro especialista em Saude Publica é um enfermeiro com formação na area da MEDICINA DO TRABALHO que é bem diferente!!!!!
Sou enfermeira com a especialdiade em enfermagem comunitária e Mestrado em Saude Publica. Gostaria de esclarecer que ser enfermeira na area comunitaria/ saude publica não é avaliar TA, nem Realizar BMT........ é muito mais ...é fazer diagnósticos de uma comunidade (poderá ser a comunidade laboral), levantar necessidades e elaborar um plano de acção para resolver os problemas identificados e satisfazer necessidades da comunidade. Portanto o conteudo funcional de um enfermeiro especialista em enf. comunitária/ saude publica é muito vasto ..e talvez ...digo talvez seja , na minha opinião, a especialidade que dá mais autonomia ao enfermeiro...., se bem que a autonomia depende muito mais da nossa iniciativa e saber científico para fundamentar as nossas intervenções. Penso que é importante referir que o que estão a pedir no anuncio é um profissional de enfermagem com alguma formação na área da da medicina do trabalho ...e não um enfermeiro especialista. De qualquer forma, 750 euros não é o salario de um enfermeiro na prestação de cuidados gerais, estas coisas deveriam ser denunciadas aos organismos competentes de regulação da Enfermagem (ORDEM), é inadmissível que se queira pagar um ordenado destes a um enfermeiro, mesmo aqueles que sairam da escola hà 1 dia ou 2 ..sem experiência ..

Um Excelente 2010 e que este ano nos traga a justiça que tanto ambicionamos
Elisabeth
 
Este seu post, caro DE, enferma das habituais ligeirezas com que aborda alguns assuntos.

Por exº, quando se refere (na usual tentativa de nivelar tudo por baixo) ao que é proposto a um neurologista por fazer electromiografias, não diz que o contrato é de 3000, sendo os 500 euros adicionais um prémio de assiduidade, mas, muito mais importante que isso, não refere a formação necessária para a candidatura a esse cargo(licenciatura em Medicina, 6 anos, internato geral, 2 anos-agora 1, especialidade em Neurologia, 5 anos, ciclo de estudos em neurofisiologia, 2 anos), nem o aporte ganho pela unidade de saúde: mesmo considerando o valor de custo pela nova tabela de MCDT convencionados, cada EMG é paga à unidade ao preço de 21.27 euros (como a ERS faz notar, um valor inferior a 70% do valor pago a uma unidade pública; e, acrescento eu, inacreditavelmente inferior ao que é pago num acto privado não convencionado). Portanto, 200 EMG, como dizia o outro, «é fazer as contas»...

Aliás, muito mais preocupante que isso é o facto de se contratar um indivíduo altamente diferenciado para fazer exclusivamente actos de diagnóstico, sem qualquer progressão técnica, científica ou académica, numa versão, economicamente apelativa claro está, de «encher chouriços».

Agora que a proposta para um enfermeiro especialista de 750 euros mensais é insultuosa, obviamente que é. Mas a culpa não é nem dos médicos, nem dos farmacêuticos, nem dos engenheiros. Nem dos professores, já agora.

Aliás, prosseguindo com esta táctica absurda de «queixinhas» dos vencimentos médicos, como se o dinheiro fosse retirado aos bolsos dos enfermeiros, o que se conseguirá, eventualmente, é que aqueles vencimentos se reduzam. Mas, acredite, acto contínuo, manter-se-á o ratio da OCDE vencimento médico/vencimento enfermeiro 3.3/1.8 (excluindo auxiliares de enfermagem e afins, o ratio mais favorável aos enfermeiros dos países daquela organização), ou seja, lutando contra os vencimentos médicos, o mais provável é que estejam a lutar contra os os vencimentos dos enfermeiros...

Agora também acho que o que falta é algo mais fundamental, é a definição do acto médico e do acto de enfermagem, bem como a definição do valor a pagar por estes. Por exº, a maioria dos actos cirúrgicos está claramente sobrevalorizada (uma cirurgia às cataratas continua a «valer» os mesmos kappa que valia quando a cirurgia era muito mais complicada, demorada e exigente), o mesmo acontecendo com a maioria dos actos de diagnóstico imagiológico, em relação aos actos médicos de diagnóstico/tratamento clínico, bem como em relação a todos os actos de enfermagem.

Mas acham que os médicos vão ganhar mais se se queixarem do que ganham os cirurgiões? Acham que os enfermeiros vão ganhar mais se se queixarem do que ganham os médicos?Acham que os advogados vão ganhar mais se se queixarem do que ganham os juízes? Acham que os seguranças do aeroporto vão ganhar mais se se queixarem do que ganham os pilotos? E tudo, claro está, vice versa...

Não é por aí.
 
Parabéns pela forma como sintetizou a realidade nua e crua da profissão de ENFERMAGEM. Pena que a nossa Ordem e Sindicatos vivam num mundo imaginário.
Um bom ano a nível pessoal porque profissionalmente estamos em morte lenta.
 
[b]Oii, estou na 7ª fase de Enfermagem, e desde que começei o curso, sempre ouvi das pessoas: "-Ah, tem que gostar muito", "Na verdade, tu quer fazer medicina?"
E, quando fiz os estágios, percebi na prática, e percebemos que financeiramente (há um tempo atrás, abriu um concurso em SC para Enfermeiro, com salario de R$700,00, e houve inscrição..depois foi cancelado) e pela sociedade somos pouco reconhecidos.As vezes, isso me revolta, por saber da importância da nossa profissão!!
Qual o principal motivo para tanta desvalorização da nossa classe?

Beijo =**
 
750 euros mensais para um especialista??!! É revoltante! Não há ninguém que controle isto? Ao que nós chegámos...
Sr Governo de Portugal: poderia olhar com atenção para este problema? Sugiro que comece por pagar um pouco menos aos Varas deste país. Os 34 mil e tal euros que recebe mensalmente daria para pagar melhor aos enfermeiros que fazem falta no serviço nacional de saúde.
 
É pah toda a gente sabe quais são os problemas da enfermagem, os diagnósticos estão mais que feitos, agora eu pergunto: há tratamento?
Haver, havia mas não era a mesma coisa. As pessoas se estão realmente descontentes que se manifestem, que se deixem de esconder por de trás do pc. Os médicos, professores etc não ganham muito, nem têm uma grande carreira, nós enfermeiros é que ganhamos pouco e a carreira enfim... O que eu vejo nos serviços é o pessoal alienado da realidade, não se interessa por nada seja política, seja o que for. Levantar ondas nem pensar: ainda me despedem ou deixo de ser o "menino dos olhos do chefe". Façam o 25 Abril e lá estarei, até lá...

Um bom Ano Novo Novo

ex neuroenfermeiro
 
" DE, o seu problema é o facto de o enfermeiro ganhar 750€ (obviamente pouco), ou haver uma diferença salarial tao grande em relação aos outros profissionais, nomeadamente os médicos e farmaceuticos"

Farmacêuticos não. Até porque o salário referido é invulgarmente alto. Encontrei salários de 1000 euros para farmacêuticos.
 
Este post revela como me sinto, desiludido, triste, sinto me explorado e nada conhecido.. Dia 31 de Dezembro, vou fazer Noite na urgencia, eu ganho mais dez euros, o médico ganha 650 euros por esta noite... Que me dizem? não tenho nada contra ele, mas n é justo.. e? eu suturo tudo que ele não sabe, SAV eu faço que ele não sabe... e podia dizer outras coisas.. Penso que está na hora de sair deste pais..só trabalho a tres anos e sinto me assim...
 
A COMPARAÇÃO SALARIAL RELATIVAMENTE ÀS PROFISSÕES DE MÉDICO, FARMACÊUTICO, E PROFESSORES, NÃO É DEITAR ABAIXO. E AINDA BEM QUE GANHEM BEM.

AGORA, SENDO UM ENFERMEIRO UM PROFISSIONAL LICENCIADO, QUALIFICADO, COM UMA PROFISSÃO AINDA MAIS PENOSA E DE MAIOR RESPONSABILIDADE QUE POR EXEMPLO PROFESSOR OU FARMACÊUTICO, PORUQE É QUE AINDA NÃO AUFERIMOS SEGUNDO AS NOSSAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS E ACADÉMICAS???

É INADMISSÍVEL ESTE GOZO!!

DE FACTO, O QUE NOS FRAGILIZA, ENTRE MUITAS COISAS (ORDEM, SINDICATOS MOLES..)É O EXAGERADO Nº DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE EXISTEM, FORMADOS AOS PONTAPÉS E A TRÊS PANCADAS! A ORDEM TEM QUE LIMITAR O ACESSO À PROFISSÃO!!

POR ISSO QUE DEFENDO O MDP - HAVENDO UMAS 1000 VAGAS, PARA OS MAIS DE 3000 ENFERMEIROS QUE SE FORMAM POR ANO, MUITOS VÃO FICAR A MAMAR NO DEDO. INFELIZMENTE, É A ÚNICA MANEIRA ATÉ AGORA PARA SE COMBATER O DESVARIO QUE SE VÊ, ONDE FORMAM-SE ENFERMEIROS PELO DINHEIRO! AS ESCOLAS PRIVADAS SÃO HOJE EM DIA FÁBRICAS, E TÃO SÓ!!

QUANDO A MEDICINA PORTUGUESA SE IMPÕE CONTRA AS PRIVADAS DE MEDICINA, ESTÃO A SER BEM ESPERTOS, POIS COM MUITOS, DEIXAM DE TER O PODER DA "RARIDADE", E AINDA VÃO PARAR À LAMA, TAL COMO A ENFERMAGEM SE ENCONTRA.

TAMBÉM EU SOU CONTRA, POIS VAI TAMBÉM ROUBAR LUGAR AOS ENFERMEIROS NOS CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE, NO QUAL O ENFERMEIRO DESEMPENHA UM PAPEL PRIVELIGIADO.

ORDEM DOS ENFERMEIROS, ACORDEM, OU VÃO À MERDA!
 
Quem cuida dos enfermeiros?
Costuma-se a dizer, cada um cuida de si e deus cuida de todos. Mas isso já os enfermeiros fazem há muito tempo.
De resto concordo com tudo o que é dito no post.
Desejo ao Dr Enfermeiro e a todos os colegas um ano de 2010 bem melhor do que o 2009
 
AM,
terei de concordar consigo em tudo o que referiu, menos na ligeireza no tratamento da informação.

Por outro lado, creio que não compreendeu da melhor forma o objectivo do post. Não é uma comparação com o sentido de "puxar salários usando o cone de vento dos outros", pelo contrário, é uma comparação "inversa", ilustrada por um proposta remuneratória, para um Enf Esp, ser invulgarmente baixa.
Da mesma forma, não é por uma estratégia comparativa que alguém deve ver o seu salário revisto e/ou incrementado, nem tão pouco culpo alguém pelos salários dos Enfermeiros serem como são na conjuntura actual.
É útil a comparação, é imprescindível, é certo, mas neste caso o objectivo da mesma era outro.
Foi só uma curiosidade de mercado...
 
Ah, eu juntei os 500 euros da assiduidade ao salário base mensal. O objectivo era dar uma número mais objcetivo e claro, mas vou alterar. Assim, menciono os 500 euros, a casa e o carro...
 
Fui dirigente sindical durante muitos anos e há cerca de uma década que eu venho alertando consciencias para este problema pois tinha a noção que seria a génese de muitos outros, mas ninguém me deu ouvidos. Agora eu cansei-me e desisti de lutar.
Mudei de vida e já me adaptei a trabalhar muito, ganhar pouco e a gastar ainda menos...e sou feliz assim!
 
No inicio do artigo não será "oferta superior à procura"?

É realmente escandaloso a diferença de remunerações, mas nada que seja novidade. Achei o white paper da OCDE muito interessante.

S.
 
Enfermeiros oncologia

- Colaboração com a equipa médica na prestação de cuidados

- Educação do doente sobre efeitos dos tratamentos

- Treino na administração parentérica de terapêutica citotóxica e monitorização de efeitos adversos e reacções

- Treino na manipulação e manutenção de CVC

fonte:
http://www.acs.min-saude.pt/2009/12/30/requisitos-pco
 
Documento de consenso para a Estrutura e Funções das Equipas de Saúde Mental Comunitária

6.3 Enfermeiros
Competências próprias
- Prescrever, executar e/ou prestar cuidados de enfermagem;
- Desenvolvê-los segundo metodologia científica, através do processo de enfermagem,
consistindo em:
• Colher dados para identificação das necessidades do utente/cliente/família/cuidadores,
mediante entrevista e observação;
• Elaborar os diagnósticos de enfermagem tendo em conta as necessidades afectadas;
• Realizar o plano de cuidados estabelecendo prioridades, tendo em conta os recursos
disponíveis. Neste contexto são desenvolvidas actividades de vária ordem, partilhadas com
outros profissionais da equipa multidisciplinar;
• Avaliar os cuidados de enfermagem desenvolvidos e simultaneamente reavaliar
necessidades em termos de cuidados de enfermagem quando subsistem;
- Efectuar os respectivos registos;
- Estabelecer a relação de ajuda que em enfermagem tem características peculiares e bem
definidas, que a distinguem de qualquer outra profissão;
- Supervisionar e gerir a medicação.
Competências partilhadas
1. Avaliar as necessidades de saúde;
2. Obter e descrever a história de saúde relevante dando ênfase à história de saúde mental;
3. Contribuir para o diagnóstico multidimensional do estado de saúde;
4. Implementar e desenvolver programas de educação para a saúde com vista à reabilitação e
reinserção psicossocial, desenvolvendo intervenções educativas para os indivíduos, famílias e
grupos, de modo a promover o “empowerment”;
5. Desempenhar o papel de terapeuta de referência;
9
10
6. Participação na coordenação e dinamização das actividades inerentes à situação de saúde/
doença, quer o utente seja seguido em internamento, ambulatório ou domiciliário;
7. Participação na elaboração e concretização de protocolos referentes a normas e critérios para
administração de tratamentos e medicamentos;
8. Trabalhar, tal como os outros profissionais da equipa multidisciplinar, em complementaridade.

Fonte:
http://www.acs.min-saude.pt/wp-content/uploads/2009/07/consenso-curia-2009-vfinal.pdf
 
Este post so demonstra que de facto, ao contrario do que muitos querem fazer crer, as profissões nao são todas iguais, o reconhecimento e mérito atribuido (assim como o ordenado mensal) é distribuido de forma diferente...aqui e em qualquer lugar do mundo!! O problema desta questao para o DE e restantes colegas, é nao só o baixo vencimento do enfermeiro, mas sim e sobretudo a diferença que existe para com o do médico!!

Agora gostava de desafiar o DE a recorrer aos seus precisosos "estudos" e colocar aqui um país de 1º mundo (devemos seguir os bons exemplos) no qual o salario MÉDIO de um enfermeiro e de um médico sejam, pelo menos parecidos!! Já basta parecido...

Em Portugal e no resto do Mundo a diferenciação profissional é paga e bem paga; comparar enfermeiros (ainda que especialistas e provavelmente excelentes profissionais) com Neurologistas não faz sentido... Para além de uma sobrevalorização descarada do enfermeiro, é uma clara desvalorização de um profissional com o triplo ou quadruplo de anos de formação, já nem sequer falando da intensidade da mesma...
 
Caro DE
Enquanto o meu amigo (permita-me!) tiver estes dirigentes nada irá acontecer de diferente. Pode escrever até à exaustão sobre esta e outras temáticas. Compreendo e respeito o que faz. Mexer com as consciências alheias e dos próprios só traz benefícios. A argúcia e a crítica são sempre bem vindas em Democracia. Tem razão (e só no que concerne à minha opinião) em muito do que escreve agora e muito sobre o que tem escrito ao longo dos Anos e também sobre os fundamentos da maioria da sua variada argumentação. As variadas temáticas e preocupações sobre a profissão de enfermagem são também as minhas preocupações.
No entanto, como sabe, não chega. Precisa-se urgentemente de novas lideranças. De novas pessoas. Pessoas que seja efectivamente capazes de fazer a diferença. E nao me refiro apenas à figura da actual Bastonária. Precisamos urgentemente de outros líderes. Capazes de liderar uma mudança necessária na actual Ordem, nos sindicatos (veja-se à quanto anos estão os mesmos líderes nos variados sindicatos (SEP e SE)- até devem acumular pó), nas Direcções Hospitalares, nas Direcções da Escolas Superiores e Universidades, nos Centros de Saúde, etc, etc.
Precisamos como de "pão para a boca" de pessoas diferentes. Com novas ideias. Com outras e diferentes competências. Prinicipalmente com outra visão da profissão. Mais moderna. Mais apta aos processos de mudança de um novo mundo e de uma nova sociedade que todos os dias se altera.
Temos pessoas na profissão de enfermagem nos topos de liderança há mais de 25 anos. Como é possível mudanças numa qualquer profissão quando sabemos que estão lá pessoas a liderar os caminhos com 25 e 30 anos de liderança? Que mudanças podem estas pessoas fazer? Como podem estas pessoas fazer a diferença neste novo século? Que novidades esperam as pessoas? Que diferença queriam que tivesse acontecido em termos da actuação da actual Ordem dos Enfermeiros quando a maioria dos Enfermeiros votantes (fora as trapaças) votaram na mesma pessoa de sempre, incapaz, como se sabe e vê, de fazer melhor? Como pretende que a actual Bastonária defenda as suas e muitas das minhas ideias se ela sempre foi uma mulher da esquerda? Que mudanças pode ela defender se esteve como presidente num Sindicato de esquerda 20 anos? Ainda pergunto. Como pode esta senhora ter chegado a Bastonária? Como? Quer que ela e o grupo dela pensem diferente do que sempre pensaram? Será que as pessoas não compreendem que esta confusão instalada e as dificuldades criadas foram efectuadas por quem sempre defendeu valores de uma esquerda comunista? Este momento que vivemos na profissao é exactamente o que a CGTP e o SEP sempre quiseram.
Obviamente este é o resultado do caminho traçado por estes líderes de 20 anos munidos por uma ideologia de uma esquerda comunista ligada à CGTP. Como pode então pedir uma actuação diferente se estas são as ideias as que eles sempre defenderam e ainda defendem actualmente? Os Enfermeiros têm o que querem ter porque sempre que falam em mudança, na verdade, não a querem. Por isso é que tudo está com o está.
Será que os Enfermeiros de uma vez por todas não vêem o óbvio?
 
Caro DE

Anotei, com agrado, a sua resposta.

De facto é inconcebível a proposta de 750 euros a um enfº especialista, e percebo alguns desabafos com este «fundo».

Quanto aos 500 euros, a casa e o carro, tem razão, reconheço (é uma mina, caramba!).

Abraço e bom ano
 
A génese do problema advém da contínua e exponencial saída de enfermeiros das escolas de enfermagem...
Na minha opinião é regular as entradas nessas escolas, fechar escolas e virá-las mais para especializações de caracter especifico e com utilidade no local de trabalho! E regular e especificar quais as especialidades, mestrados e pos graduaçoes possíveis e pararem de inventar coisas sem nexo e sem utilidade! Mas o pior disso tudo é que muitos pagam só para ter o título!
Nem que seja um mestre de gerontologia social a trabalhar numa urgencia!?! Ou um especialidade de saude materna obstétrica a trabalhar numa medicina!?!
Como tou farto de dizer REGULAÇÃO DA NOSSA PROFISSÃO é a nossa obrigação! Se não há nada a dizer o que podem ou não fazer isso tornasse uma bandalheira! E a Nossa OE é outra bandalheira, temos uma ordem que não manda em nada! Também mandar em 50 mil enfermeiros ao mesmo tempo e com tanta escola para dar as boas vindas aos novos enfermeiros e com tanto mamanço fica pouco tempo para fazer o que realmente são pagos para fazer...DEFENFER A NOSSA CLASSE!!!!

É POR TUDO NUM MONTE E REBENTAR!!!
DPR
 
"Agora gostava de desafiar o DE a recorrer aos seus precisosos "estudos" e colocar aqui um país de 1º mundo (devemos seguir os bons exemplos) no qual o salario MÉDIO de um enfermeiro e de um médico sejam, pelo menos parecidos!! Já basta parecido..."

Polónia por exemplo...
A grelha espanhola do sector público não é muito díspar.
 
Caro DE e caros colegas, um Bom Ano de 2010 para todos!!!
Cumprimentos,
C2

P.S.um abraço especial para todos os profissionais que vão estar a trabalhar...
 
Caro Jack,

Não percebo como em Portugal todos culpam uma ideologia que nunca esteve no poder. A culpa de tudo o que tem vindo a acontecer é de quem vota PS, fica descontente manda vir e depois vota PSD, fica descontente manda vir e vai votar PS novamente. Os sindicatos fazem o que podem, mas neste caso sem a união e apoio da maioria dos profissionais que representam nada podem fazer contra as maiorias absolutas ou relativas, sempre dos mesmos partidos, que o povo português continua a colocar no poder.

Só sabemos reclamar, mas quando temos o poder para mudar as coisas elas acabam sempre por ficar na mesma.

S.
 
Não é a ideologia da OE e dos sindicatos que têm a culpa, a culpa é dos enfermeiros que não se manifestam. Falam em autonomia, mas correm para dar um cafézinho ao médico; querem ordenados mais dignos mas não se manifestam,em lado algum, pois são uma classe desunida!
Os Enfermeiros têm o que querem porque sempre que falam em mudança, na verdade, parece que não a querem, e toda a sua acção incoerente se traduz sempre no mesmo, ao longo de décadas!
 
Caro Sergio R.
Compreendo e estou de acordo com o que refere.
Apenas um pormenor: não me estava a referir à governação do governo Português e consequentemente à governação do país; estva a referir-me à governança da profissão de enfermagem. E quanto a esta, não existem dúvidas.
E, infelizmente (ou não), nunca tive nenhuma oportunidade para "Poder" mudar. Permita-me que neste ponto aconselhe a leitura (para quem quiser) de um livro de um famoso juíz português (sem publicidades) que discute "Poder" e o "poder".
Abraço e bom ano de 2010 para todos
 
Ó DE, valha-me Deus:

Na Polónia (que para si é um país desenvolvido...) até o telefonista deve ganhar o mesmo que o médico e o enfermeiro. Dê-lhes tempo.

E na Espanha? A menos que esteja a falar dos MIR (medicos internos residentes), que ganham cerca de 1100 euros de base, está enganado. É certo que os vencimentos variam muito nas diversas autonomias, mas dificilmente encontra quem pague, a um não especialista, menos de 40000 euros/ano, ou, a um enfermeiro, mais que 25000 euros/ano.

A título de exemplo, nos Hospitais de Castilla-León:

«Hospital (atención especializada):
Jefe de Departamento: 58320 €/año
Jefe de Unidad (médico): 50739 €/año
Médico: 44655 €/año
Supervisor de Unidad (enfermero): 29468 €/año
Enfermero: 25151 €/año
Terapeuta Ocupacional: 24961 €/año
Auxiliar de Enfermería: 16471 €/año
Administrativo: 18942 €/año». Link: http://www.salud.jcyl.es/sanidad/cm/profesionales/tkContent?pgseed=1178617997887&idContent=189897&locale=es_ES&textOnly=false.
 
Todos os Enfermeiros sabem que a raiz dos seus problemas está no excesso de oferta, o que é curioso, é que não os vejo a fazer nada contra esse facto

EU NÃO COLABORO NA ORIENTAÇÃO DE ALUNOS NO MEU SERVIÇO!
 
Polónia!?!?! Esse país é de terceiro mundo. E sim, já lá estive, bastante tempo.
 
Pode ser que a cifra de desistências em Portugal ronde os 50%; assim os rácios ficariam mais equilibrados
 
Calma, vamos la dar tempo ao DE de procurar e desenterrar mais um dos seus "estudos" feitos por e para enfermeiros...
Ja lhe disse, e digo novamente, só quem nao conhece a realidade espanhola é que usa os enfermeiros espanhois como exemplo do que quer que seja...
 
Ao/ A "!Graça" direi que quem cuida dos enfermeiros deveriam ser os/as enf. chefes e destes o/a enf. director, e não estou a ser ingénuo.
Ao DR pergunto qual a relação entre excesso de enfermeiros e a baixa em auto-estima, na medida em que a maioria dos "blogers" está à espera que apareça um D. Sebastião e esquecem que tudo depende deles e da postura/conhecimentos que têm no local de trabalho.

Um BOM ANO para todos.
 
Artigo 3.o
Atribuições

2 — São atribuições da Ordem:
a) Zelar pela função social, dignidade e prestígio
da profissão de enfermeiro, promovendo a valorização
profissional e científica dos seus membros;
 
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