sexta-feira, janeiro 22, 2010

O arrozal de Peniche...


Nos últimos tempos os Médicos têm andado como as baratas – tontos. Têm vivido numa congeminação mental que enevoa os serviços dos hospitais do SNS. No privado também, aliás, sobretudo. Desde que se anunciaram mais cursos de Medicina, mais vagas e a intenção de incrementar o seu número, aquelas cabecinha,s onde a produtividade é como a cebola - um bolbo que nos faz chorar só de olhar - têm sofrido.
Tenho ouvido e lido os argumentos mais fantasiosos, inesperados e mirabolantes, para pôr cobro à “inflação de vagas” – dizem eles, o termo não é meu. Mais vale consubstanciar a realidade do pensamento (eu não protesto): querem ser poucos, para que a razão procura/oferta seja sempre acima da unidade. Pronto, ser poucos para ganhar mais dinheiro. Um vizinho meu, Presidente de um Colégio da Ordem dos Médicos, ufano, dizia: “queremos o dinheiro e não só, o status também”. Como queiram, já disse que até estou solidário, mas digam a verdade, não proclamem imbecilidades que ninguém acredita, nem sequer as pedras da calçada, desprovidas de neurónios. Noutro dia, li uma coluna de opinão de um fulano, Professor na Faculdade de Medicina de Coimbra (se a memória não me atraiçoa), sincero e honesto: "os Médicos correm o risco de seguir o trillho dos Enfermeiros"! Ah, estamos esclarecidos.
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Agora a coisa está difícil. O motor só se esforça para vencer o atrito enquanto está frio, e começando a abrir cursos, o mal está espalhado. Quando o ensino privado, que se saliva há anos, pousar as garras na carne, nem as vísceras sobram. E não falta quem queria servir, nem quem queira comer.
Monopolizar, até a prescrição de um simples paracetamol, tem custos. Vai ter custos. Para tudo é preciso um Médico. Assim, apesar de velha história da "má distribuição de clínicos no país", ninguém se convence que não faltam Médicos. Há listas de espera em cirurgia, o povo tem de acordar com os galos para ter uma consulta nos primários, etc.
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É curioso como os Médicos são o inverso de toda a gente: acordam cansados, mal-humorados e terminam o dia, no privado, frescos, a correr pelos corredores, de consultório em consultório, a jorrar "frascos de mel" e simpatia para cima dos clientes pagantes. No hospital operam dois ou três, no privado, vinte ou trinta, até às duas ou três da manhã, não importa. Preguiçar no público, para comer o milho no privado. Cansados, bocejam no dia seguinte. Ao crepúsculo, recomeça tudo outra vez.
Quer recibo senhor cliente? São 5000. Não? São 4000. Se quiser também "faço o serviço no público, mas esta década não garanto que o chamem".
Mas aos clínicos, coitados, todo o azar acontece. Tenho um conhecido, radiologista, que relata TAC's e afins, exclusivamente para o privado, mesmo durante o horário de trabalho custeado pelo estado, porque o equipamento radiológico do público está sempre avariado. Mesmo que técnico o conserte de manhã, à tarde já sofre do mesmo mal. É azar ou não é?
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Voltemos ao paracetamol. Se a falta de autonomia das outras classes prevalecer, então será difícil convencer - quem quer que seja - que há Médicos suficientes e que poderão ser em demasia daqui a 30 anos. A centralização das decisões tem os seus custos. Caros para a classe, utentes e SNS. Caríssimos.
São resmungões dentro das quatro paredes do estado, lá fora, não interessa que lhes assalta as competências. Enquanto facturam estão calados. É uma espécie de dimeticone, só que para adultos. Até há Enfermeiros que coordenam equipas no privado (não sabiam?), mas aí está tudo bem, o dinheiro chega na mesma ao fim do mês ao bolso dos clínicos, os quais, usualmente, transbordam de moral, ética e deontologia profissional. Já no público, as UCC’s metem confusão. Onde já se viu isto? Nem nos arrozais de Peniche.
Só eles ainda vivem num suposto reino de ilusão, onde a suposta soberania pertence a um suposto "doutor", e os restantes, supostos serviçais proletários, nem acesso a um livro têm. Burrice, se pensam assim. Hoje, o conhecimento está à disposição de todos, e as profissões não rotulam a inteligência das pessoas. As vontades talvez, a inteligência não.

Comments:
Então e os enfermeiros que fazem privada? Já não lhes aponta o dedo? Passam as manhãs mal humorados e cansados porque estiveram toda a noite a trabalhar na clinica ou na ordem ou vao para lá toda a tarde... depois os doentes na enfermaria que se lixem , bem podem tocar as campaínhas e chamar! "Preguiçar no público para comer o milho no privado" - sejam bem vindos ao clube senhores enfermeiros!
 
Imbecilidades Lusitanas, enquanto o Pais não crescer será uma nação anacrónica em tudo ultrapassada...um exemplo coordeno cuidados de saúde no domicilio, na perspectiva de "Internamento no domicilio", o cliente está internado por diagnósticos de enfermagem activos,esporadicamente o médico de família privado em regime de outsourcing intervém, não coordena nada de nada, prescreve, administramos, o doente melhora dá alta e vai embora, o enfermeiro coordena a situação e intervém todos os dias 365 dias ano só vai embora quando o cliente morre!...quem então deve coordenar a equipa o doutor médico ou o doutor enfermeiro, o doente vota sempre no enfermeiro, só a planificação da operação "fralda limpa" fá-lo ganhar esta eleição...
 
Bom post!! O que muitos pensam e que poucos ousam dizer!

E quando chegam as directrizes dos cuidados mínimos???????

Há muitas dúvidas nesta matéria...
 
Corroboro o post das 8:43.
Precisamos de explicações mais detalhadas sobre os "cuidados mínimos". Alô sindicatos!!
 
trabalho num serviço onde os médicos nem lá entram...só quando são chamados via telefónica pelos srs.enfermeiros
 
a nossa luta não é com os médicos. É pura burrice publicar estes temas quando estamos prestes a LUTAR PELA ENFERMAGEM..não a lutar contra os ordenados auferidos pelos médicos. Centrem-se na Enfermagem. Isso sim é relevante. Isso sim é a nossa batalha.

Peter.
 
QUE RAÇA MALDITA QUE SE CONSIDERA SUPERIOR A TUDO E A TODOS!
ENTÃO OS PSIQUIATRAS PARACEM OS REIS DO SABONETE, É VÊ-LOS PATOLOGICAMENTE AGARRADOS AO PODER.
TRABALHO HÁ 20 ANOS COM ESSA RELES ESPECIALIDADE MÉDICA E DIGO-VOS QUE UMA MÃO CHEGA PARA CONTAR OS EFECTIVAMENTE OS COMPETENTES E SAUDÁVEIS
 
Não sou enfermeira, longe disso, sou mulher de um enfermeiro. Um homem extremamente inteligente, enfermeiro por vocação e não por segunda escolha. Um homem angustiado, não porque não é médico, mas porque não tem o reconhecimento social que deveria ter, muito menos a remuneração que seria compatível com a sua responsabilidade, com a sua PROFISSÃO.
A meu ver existe apenas uma grande questão de fundo na problemática da enfermagem actualmente e é uma questão de comunicação.
Não existem muitas formas de pressionar um governo, mas existem seguramente algumas de abanar um governo em minoria.Um governo como o actual é, no mínimo, sensível à insatisfação das massas. Não gosta que a opinião pública ande chateada com estas coisas da saúde, muito menos que os srs jornalistas falem nisso. No que toca aos enfermeiros existem duas questões:a primeira é que o povo só fica mesmo chateado quando lhes dói muito, quando lhes quebramos a rotina, quando arrajamos problemas, (se assim não fosse este país já teria implodido há muito tempo). A segunda questão é que para que a vossa luta (minha também, em parte) de facto resulte, a opinião pública, o comum dos cidadãos, tem que reconhecer e conhecer os enfeirmeiros e o quanto é insubstituível a vossa profissão.
Não existe outra forma de alterar a imagem errada, simplista e até depreciativa que a maioria tem da enfermagem, é preciso uma campanha estruturada, massificada, transversal e muito bem implementada junto dos alvos.
Claro que isto custa muito dinheiro, mas sinceramente não deve causar grande mossa nas finanças dessa figura intangível chamada "ordem dos enfermeiros". Esta que saia do marasmo em que vive, ligue a televisão e veja a campanha das farmácias, acorde para o mundo em que vivemos, tire a cabeça da areia e veja que a enfermagem em Portugal já não é um grupo de senhoras com muito boa vontade que quer ajudar os que sofrem, é uma classe com formação superior e constante, com conhecimentos muitíssimo vastos. Com muita vontade de ser feliz, como enfermeiros. Pensem nisto.
 
Vai sendo tempo dos enfermeiros, terem a coragem de dizer basta â ministra e aos DRs que chegou a hora de serm tratados nao como serviçais, como alias eles gostam e passem a ocupar o seulugarcomolicenciados e remnerados com tal.Esse presidente da Ordem dos médicos com ar de seminarista, entra em panico quando sefala em abrir novas universidades, pois assim o bolo dos doutores corre o risco se ficar rduzido.E se hovermédicos a mais? Nao ha licenciatura onde os nao haja!!Qual é o problema.A quantidade deoferta +e salutar e as mordomias e a ostentaçao destes pequenos pseudo deus terá que acabar a breve trecho, porque mesmo em frança com o seu nível de vida o dr é pago como um mero funcionário ublico sem as mordomias destes" craneos#a.pereira
 
"Sempre que os Enfermeiros decretam greve, no uso de um direito que o trabalho lhes assiste, ressurgem as "louvaninhas" a verterem lágrimas de crocodilo, porque finalmente aproveitam essa oportunidade (a greve) para manifestarem a sua atenção para com o interesse dos doentes, o que nem smpre acontece durante o ano.

A exemplo destas lágrimas, os daqueles hospitais que contestam os cuidados mínimos e usam a infelicidade oncológica das cirurgias programadas, que, tal como as consultas demoram o tempo que conhecemos a programar;

São os daqueles colegas, Enfermeiros Chefes, não sindicalizados ou não sindicalistas que se afadigam a pedir produtos de consumo exagerados para que nada falte aos doentes nos dias de greve."

Esta animosidade permanente aos médicos e enfermeiros chefes, não dignifica em nada a postura de um SENHOR, uma referência, na Enfermagem. Nem todos os chefes são iguais e quanto a arranjarem estratégias para que nada falte ao doente nos dias de greve, nunca se sabe quem será o Doente. Todos estamos na fila.
 
Para o Dr. Enfermeiro, as estratégias por que pugnam as outras classes merecem o seu mais veemente repúdio, clamando em seguida pelas mesmas para a sua classe.
No presente post ataca os médicos por quererem (e bem) regular o número de vagas nos cursos de Medicina. No entanto, em post recente aponta a falta da mesma visão na enfermagem como origem da maioria dos seus problemas actuais, quando diz "Para o Dr. Enfermeiro, as estratégias por que pugnam as outras classes merecem o seu mais veemente repúdio, clamando em seguida pelas mesmas para a sua classe.
No presente post ataca os médicos por quererem (e bem) regular o número de vagas nos cursos de Medicina. No entanto , em post recente, aponta a falta de visão crónica na Enfermagem no tocante à regulação do número de vagas nos seus cursos como génese de muitos problemas, quando diz "Como é possível constituir uma classe, que deseja representar os pilares do sistema de saúde, coordenar, gerir, opinar, influenciar, cuidar... se o seu "poder" se resume a uns desidratados 500 euros? Que imagem sócio-política queremos? Que motivação para o exercício se espera?
"

Depois embrenha-se nas críticas mais suezes à classe médica, com a maior ufania,levando-me a acreditar que o autor do blog vive numa espécie "resort idílico", pois parece desconhecer aquilo que é a realidade da saúde. Muitas pechas poderia eu apontar á sua classe, ou mesmo poderia desmultiplicar a crítica em parcelas particularizadas mas que proveito teria eu em tal atitude? Que proveito traria para a classe médica atacar gratuitamente uma classe que comigo partilha a responsabilidade de produzir cuidados de saúde que vão de encontro às necessidades dos nossos pacientes?

Tal como eu, são muitos os colegas que se dedicam de corpo e alma ao SNS. São muitos os que trabalham para além do contratualizado. São muitos os que continuam o seu trabalho para além do momento em que saem do seu posto de trabalho, investigando, tentando encontrar soluções para os problemas dos seus pacientes, estudando.

Se sou bem pago? Compare os salários base dos médicos com os salários dos outros países desenvolvidos, ajustados ao PIB e tire as suas conclusões

Quanto à simpatia ou falta dela, somos humanos como vocês; temos dias yin e dias yang.

Quanto ao seu azedume crónico pelos médicos, não desanime pois tudo tem cura... muita calma e caldinhos de galinha!
 
Deixem os problemas dos médicos para os médicos.
Concentremo-nos na nossa luta.
Com as chatices dos outros a gente pode bem.
 
ADMIRO A POSTURA DS MÉDICOS, POIS VÃO EM LINHA DE CONTA COM OS SEUS INTERESSES!!

OS ENFERMEIROS TÊM UMA POSTURA DIFERENTE (ALEGANDO QUE SÃO POUCOS), POR ISSO ESTÃO COMO ESTÃO!
 
COMENTÁRIO DAS 12H20M - VERSÃO CORRIGIDA

Para o Dr. Enfermeiro, as estratégias por que pugnam as outras classes merecem o seu mais veemente repúdio, clamando em seguida pelas mesmas para a sua classe.
No presente post ataca os médicos por quererem (e bem) regular o número de vagas nos cursos de Medicina. No entanto, em post recente aponta a falta da mesma visão na enfermagem como origem da maioria dos seus problemas actuais, quando diz "Duas palavras: excesso e pressão. Ofertas superiores à procura terminam nestes cenários, demasiados frequentes nos dias de hoje, infelizmente(...)Como é possível constituir uma classe, que deseja representar os pilares do sistema de saúde, coordenar, gerir, opinar, influenciar, cuidar... se o seu "poder" se resume a uns desidratados 500 euros? Que imagem sócio-política queremos? Que motivação para o exercício se espera?
"

Depois embrenha-se nas críticas mais suezes à classe médica, com a maior ufania,levando-me a acreditar que o autor do blog vive numa espécie "resort idílico", pois parece desconhecer aquilo que é a realidade da saúde. Muitas pechas poderia eu apontar á sua classe, ou mesmo poderia desmultiplicar a crítica em parcelas particularizadas mas que proveito teria eu em tal atitude? Que proveito traria para a classe médica atacar gratuitamente uma classe que comigo partilha a responsabilidade de produzir cuidados de saúde que vão de encontro às necessidades dos nossos pacientes?

Tal como eu, são muitos os colegas que se dedicam de corpo e alma ao SNS. São muitos os que trabalham para além do contratualizado. São muitos os que continuam o seu trabalho para além do momento em que saem do seu posto de trabalho, investigando, tentando encontrar soluções para os problemas dos seus pacientes, estudando.

Se sou bem pago? Compare os salários base dos médicos com os salários dos outros países desenvolvidos, ajustados ao PIB e tire as suas conclusões

Quanto à simpatia ou falta dela, somos humanos como vocês; temos dias yin e dias yang.

Quanto ao seu azedume crónico pelos médicos, não desanime pois tudo tem cura... muita calma e caldinhos de galinha!
 
Caro Hipócrates,
leu bem o que escrevi?

Passo a citar a sua posição:

"Para o Dr. Enfermeiro, as estratégias por que pugnam as outras classes merecem o seu mais veemente repúdio, clamando em seguida pelas mesmas para a sua classe"

Está escrito no post:

"Mais vale consubstanciar a realidade do pensamento (eu não protesto): querem ser poucos, para que a razão procura/oferta seja sempre acima da unidade."

Leu onde eu escrevi "não protesto"? Está escrito em português.
 
óptimo post, DE.
Quero acreditar que não serão todos os médicos assim. Quero acreditar que daqui a pouco tempo, a excessiva medicalização do SNS irá acabar.
É intolerável a continuação deste tipo de situações, viciosas, onde uns enchem o papo, outros vêm-no mais e mais vazio..
 
Não se confunda a comparação com a classe médica com outras coisas que não o são.
simplesmente temos que concordar que há uma enorme falta de coerência salarial, referente às qualificações profissionais e académicas, que detêm os enfermeiros. Se um médico, especialista, ganha x, porque tenho eu, que também sou especialista ganhar 3 vezes menos que x???

acumulam-se as desculpas do tipo "ai mas o curso de medicina é 6 anos e o de enfermagem 4 (diferença entre as duas de cerca de 900 horas...), ai a especialidade para enfermagem é 2 anos, e medicina pelo menos 4. Esquecem-se é que, para os enfermeiros, nem sequer por serem especialistas, mestres, doutorados, e etc, não ganham mais por isso.

É por isso injusto pedirmos melhor para nós? Será assim tão descabida a comparação com a classe médica, quando somos todos importantes na Saúde, mas há uma diferença abismal nas recompensas salariais??

é injusto! os Enfermeiros têm que ser remunerados segundo as suas competências!
Mas, atenção, também continuo a achar que os médicos no público haviam de ganhar mais! Mas primeiro, que se aumentem os Enfermeiros! Que haja coerência, que haja justiça!
 
Meu caro Hipócrates,
Compreendo a sua retórica, mas factos serão sempre factos. Fala-nos em comparar-mos o ordenado base dos médicos aqui com os de outros países "mais avançados", certo? Já nem me dou a esse trabalho e sabe porquê? Porque o salário base dos médicos ajustado ao PIB português está mais do que actualizado. E contudo esse argumento, ainda que teóricamente aceitável, "resvala" em incongruências que vós próprios por "inocência", "ingenuidade" ou presunção não fazeis um esforço mínimo em resguardar os "sinais exteriores de riqueza", ou não estarei a fazer o mínimo sentido naquilo que escrevo? É que a esse dito "salário base" deverão ser adicionadas horas de qualidade, horas extraordinárias, bancos (mais o resto do mobiliário)...e isto sem contabilzar a privada, o inem, a medicina do trabalho, as "peritagens" para a medicina medico-legal, e mais o raio que parta tudo isto.
Sabe, é que na minha linha do horizonte não consigo vislumbrar NENHUM médico, nenhum mesmo, a carecer de ajuda comunitária oou de empréstimo bancário para uma casa de 100 mil euros a 40 anos, e quanto a isso, não há argumentos; apenas e só, factos.
 
Penso ser exagerada esta comparação com outras classes. Desde que não interfiram com a nossa classe e profissão as suas lutas são legítimas. No entanto, é bom estarmos atentos.
A nossa luta é nossa. E só interessa meter outros "ao barulho" se com isso quisermos tirar dividendos. Vamos, por ora, à nossa luta. A próxima semana tem de ser em grande.
fm stereo
 
Desculpe a franqueza, mas pela vaidade provinciana com que publica imagens do interior teoricamente luxuoso do seu carro, se vê que aquilo que o preocupa nos médicos é movido pela mais pura inveja. Não seja deselegante e frustrado, olhe q já muitos cursos de medicina para licenciados e cheios de enfermeiros seus colegas.
Concentre-se na sua luta, pq nos serviços diariamente e até neste blog, dezenas de médicos têm apoiado, e apoiam a luta (muito justa) dos enfermeiros.
Espero que o seu espirito democrático prevaleça sobre a sua vaidade e pelo menos mantenha o pluralismo que lhe reconheço.
Abraço
 
Este ARROZ, que se diz sindicalista, só lhe ficava bem estar caladinho.
Era táo lindo.
 
Sou Enfermeira e Licenciada em Antropologia..Não me parece que sejam comentários como estes que o reconhecimento social, que tanto abana os enfermeiros, seja alcançado. O reconhecimento primeiro tem de ser alcançado no interior da classe, começando com o respeito e postura. Não vale a pena licenciaturas,mestrados e pos-graduações se não se tiver uma formação de base e essa a classe de enfermagem ainda vai ter muito que esperar porque é uma questão histórica.Saudo todos os Enfermeiros que fazem a sua luta, diária, com inteligência e postura profissional e pessoal.
 
Oh Miguel Pinto, tal como tinha eu dito atrás, o incluir nesta conversa toda a comparação com a classe médica serve somente para vincar as diferenças salariais e outras, que separam estas duas profissões, e a enfermagem com as demais profissões que são licenciatura.

Escudar a comparação com pura inveja ou desdém, é conversa de burro ou de urso, de gente que não vÊ além do que os olhos mostram.Não pense que o estou a criticar a si, critico somente a interpretação simplista e falaciosa deste assunto.
Uns são bem pagos, outros são explorados. Todos têm valor social, todos têm valor no que coincide às qualificações académicas e profissionais, só que no fim, não há tratamento igual. Pelo menos, tratamento justo.

Não queremos chingar a medicina, não queremos desprestigiar os professores, são sim usados como referência. Para que haja uma comparação, têm que existir referências, não é?
é tão só e somente isso, pelo menos para mim. =)
 
ronyjux, o problema não é comparar. O problema é faze-lo recorrendo a generalizações injustas e ainda por cima inverosimeis. Alguem acredita que um presidente de colegio de especialidade ande por aí a dizer aos vizinhos que quer dinheiro e status? E que haja um radiologista que todas as manhãs faz avariar o aparelho de TAC num hospital publico (e logo um com dimensao para ter TAC)? Eu que sou ateu até digo, pelo amor de deus.

Abraço
 
Carop DE:

Por que motivo não publicou o meu comentário submetido às 12H de ontem?

Sei que era, essencialmente, dirigido a si. Mas, ainda assim...

Em todo o caso, muitos parabéns. Este blog, apesar de alguns (muitas vezes compreensíveis) excessos, é excelente no seu propósito essencial.
 
Caro Doutor enfermeiro, ilustre licenciado em Enfermagem que julga que o mundo gira em torno da enfermagem: preste atenção às minha palavras.

Pela parte que me toca, dispenso os seus serviços. Se vossa excelência julga que colher sangue numa veia periférica, administrar um fármaco pela via que vossa exca entender, algaliar ou colocar uma SNG exige grande diferenciação... volto a repetir-lhe: dispenso os seus serviços.

A questão reside no tipo de médico com quem tem contactado: mal formado. Mas esses tempos acabarão. Vêm aí excelentes profissionais médicos, com uma qualificação claramente superior à sua e, veja bem, em grande número. Agora esclareça-me: que falta é que vossa exca faz?

O problema da enfermagem será exactamente esse. Quando começar uma guerra aberta com os médicos, e com estes em grande número, deixará de fazer falta. O que lhe restará para fazer, um auxiliar de acção médica terá mais do que capacidade para tal.
 
Não me parece justo comparar vencimentos de licenciados, sem pelo menos tentar averiguar os valores, assim quem quiser aqui está a tabela dos vencimentos dos médicos, como se pode ver não são os valores aqui referidos.
http://www.fnam.pt/informacao/infromacao_files/050316vencimentos.htm
devemos focalizar a nossa atenção apenas na nossa área e tentar não comparar com os outros como temos vindo a fazer nos ultimos anos, os outros têm ordem, temos de ter uma, os outros são licenciados temos tambem de ser, chega de olhar para o lado.
 
Pois é, muito se fala dos médicos...
O nosso problema, enquanto enfermeiros, está na falta de identidade como classe autónoma. Da nossa parte interdependente, tiramos o tempo para entrar em guerras com outras classes, vulgo médicos, esgrimindo argumentos, normalmente acertados e verídicos, mas esquecemo-nos de algo importante- Markting!
Se perguntarmos ao comum do cidadão o que somos e o que fazemos, lógicamente que dirão aquilo que mais salta à vista "Fazem o que o médico prescreve". Pois é, só as pessoas que realmente precisão de nós é que dão realmente valor ao nosso trabalho, pois até aí não conhecem o papel que desempenhamos na saúde. Não seria a nossa Ordem (que muito lhe louvo o papel até aqui realizado), a tentar,com campanhas de markting e sensibilização, que entrem no ouvido, que vão directamente ao que as pessoas precisam(conselhos, ajuda e apoio), que levem as pessoas a procurar-nos, a confiar nas nossas capacidades. Veja-se as farmácias, com todos os anúncios e opiniões sobre tudo... é assim que temos que agir. Mostrar que sabemos incomoda muito mais do que entrar em guerras absurdas, nas quais partimos em desvantagem.
Devemo-nos demarcar pela nossa diferença. Só assim ganharemos o espaço necessários para ganhar as guerras...
VIVA ENFERMAGEM
 
Há enfermeiros e enfermeiros: uns fantásticos, outros péssimos. Uns entraram em boas escolas de enfermagem, outros em escolas com médias de 12 com específicas como filosofia. Isto diz muito desta classe: demasiado heterogénea para conseguir defender-se a si própria. A evolução para licenciatura foi um "forcing" para padronizar as coisas mas, convenhamos, duvidosamente necessária. A enfermagem opera em tempos de escassez de médicos, e em vez de se solidificar alicerçada em cuidados de enfermagem, continua com tiques de "quem sabe fazer tudo", inclusivé de médico. Esquece-se que aprendeu tudo o que sabe de prescrição dos médicos com quem trabalha e que espírito santo de ouvido remedeia, mas não é sinónimo de autonomia. Leio aqui barbaridades como amigdalite=clamoxil. E se fôr uma otite? e se fôr um abcesso amigdalino? e se ouver invasão da mastóide? e se o doente tiver acabado de fazer clamoxil e não melhorar? e se o doente tiver uma doença reumática? e se tiver acabado de colocar um pace-maker? e se tiver feito quimioterapia há um mês? continua a dar-se clamoxil? Medicina não é fácil apesar de às vezes parecer. Vêm aí milhares de médicos. E de parvos não têm nada. Não terão nenhum problema em puncionar uma veia periférica, administrar um fármaco na via que quiserem, realizar uma ENG ou algaliar um doente. E depois, o que sobra para um enfermeiro? Quantos enfermeiros fará falta contratar? Quer-me parecer que a enfermagem não está atenta a isto e continua a divagar sem se conseguir afirmar. A prescrição é um acto médico, o seu a seu dono. Sou médico internista e cardiologista, entrei na faculdade com média de 19 valores, terminei o curso com média de 16 valores, tenho entre curso e especialidades (6+2+5+4) 17 anos de formação, e fui avaliado todos os anos. Se quisesse ser enfermeiro, profissão extremamente nobre, teria seguido tal caminho. Mas não, escolhi ser médico, e estou orgulhoso do meu caminho. Agora, ser Doutor enfermeiro e achar que sei tudo sobre tudo, não me parece correcto tecnicamente, e mesmo eticamente. Um abraço.
 
Há enfermeiros e enfermeiros: uns fantásticos, outros péssimos. Uns entraram em boas escolas de enfermagem, outros em escolas com médias de 12 com específicas como filosofia. Isto diz muito desta classe: demasiado heterogénea para conseguir defender-se a si própria. A evolução para licenciatura foi um "forcing" para padronizar as coisas mas, convenhamos, duvidosamente necessária. A enfermagem opera em tempos de escassez de médicos, e em vez de se solidificar alicerçada em cuidados de enfermagem, continua com tiques de "quem sabe fazer tudo", inclusivé de médico. Esquece-se que aprendeu tudo o que sabe de prescrição dos médicos com quem trabalha e que espírito santo de ouvido remedeia, mas não é sinónimo de autonomia. Leio aqui barbaridades como amigdalite=clamoxil. E se fôr uma otite? e se fôr um abcesso amigdalino? e se ouver invasão da mastóide? e se o doente tiver acabado de fazer clamoxil e não melhorar? e se o doente tiver uma doença reumática? e se tiver acabado de colocar um pace-maker? e se tiver feito quimioterapia há um mês? continua a dar-se clamoxil? Medicina não é fácil apesar de às vezes parecer. Vêm aí milhares de médicos. E de parvos não têm nada. Não terão nenhum problema em puncionar uma veia periférica, administrar um fármaco na via que quiserem, realizar uma ENG ou algaliar um doente. E depois, o que sobra para um enfermeiro? Quantos enfermeiros fará falta contratar? Quer-me parecer que a enfermagem não está atenta a isto e continua a divagar sem se conseguir afirmar. A prescrição é um acto médico, o seu a seu dono. Sou médico internista e cardiologista, entrei na faculdade com média de 19 valores, terminei o curso com média de 16 valores, tenho entre curso e especialidades (6+2+5+4) 17 anos de formação, e fui avaliado todos os anos. Se quisesse ser enfermeiro, profissão extremamente nobre, teria seguido tal caminho. Mas não, escolhi ser médico, e estou orgulhoso do meu caminho. Agora, ser Doutor enfermeiro e achar que sei tudo sobre tudo, não me parece correcto tecnicamente, e mesmo eticamente. Um abraço.
 
claro, agora é cada um a puxar para o seu... os médicos são os maiores! os enfermeiros é que são! nã não, mas os enfermeiros só fazem o que o médico diz! nada disso, os médicos são arrogantes e cagões, e não fosse pelos enfermeiros estava tudo lixado!...

haja bom senso!!! =P
 
É fantástica a falta de concentração dos enfermeiros! Agitam bandeiras contra os médicos, os farmacêuticos, os professores... mas ainda não conseguiram fazer passar a mensagem da sua real importância na prestação de cuidados!
Concentrem-se!
Concentrem-se em explicar claramente a importância do vosso trabalho. Não se fixem na paranóia da licenciatura porque é conhecida a vergonha que foi a realização da maioria dos complementos de formação. O que importa são as COMPETÊNCIAS em que uma maioria investe e se aplica a custo próprio. Isso sim tem valor e tem que ser pago adequadamente.
Não atirem pedras a todos os médicos,porque muitos enfermeiros também têm telhados de vidro.
E não se esqueçam que o excesso de enfermeiros licenciados actualmente existente também se deve à passividade dos vossos dirigentes que durante anos deram, em proveito próprio, aulas nas inúmeras escolas privadas, com a cabeça enterrada na areia para não verem o que estava para acontecer. São muitos desses que agora agitam bandeiras, sem nunca terem feito nada para evitar esta situação descontrolada!
E não dêem ouvidos aos que gostariam de ser médicos, porque esses podem sempre ir fazer o curso de Medicina (talvez nas inúmeras novas pseudo-faculdades que estão a nascer...).
Juntem-se os verdadeiros enfermeiros dedicados, competentes e cientificamente actualizados e façam valer os vossos REAIS argumentos, que ainda ninguém leu neste blog, nem nos jornais, nem nos panfletos do sindicato e, muito menos, em qualquer comunicado da vossa também INÚTIL Ordem.
O melhor dos sucessos na vossa luta por condições de trabalho e remuneratórias DIGNAS da importância da vossa profissão!

Médico Anónimo
 
Ainda acusam vocês os médicos de se acharem seres superiores. Ora então, eu sou médico e só por não frequentar um blog onde posso insultar os meus colegas de trabalho e/ou estereotipar sobre os mesmos com base na minha experiência pessoal, já me sinto deveras superior.

De resto... boa sorte na vossa luta para ganharem o mesmo que um méd... perdão, para conseguirem condições de trabalho dignas. Espero ver sorrisos na segunda-feira. :)
 
poder-se-ia passar sem estas tricas entre profissionais de saúde integrados numa mesma equipa multidisciplinar, cada um com as suas funções e objectivos? Poder podia, mas não era a mesma coisa... ;) A "frieira" entre médicos e enfermeiros é antiga e vai continuar enquanto a enfermagem não definir claramente o que quer ser como profissional. Porque é que os fisioterapeutas,os psicólogos,os técnicos de cardiopneumologia ou até mesmo a copeira,não entram nestas guerrilhas?..Porque estão seguros das sua importâcia e do seu papel na equipa...
 
RONYJOUX:

Acho que deves estar mais atento a sábios comentários deste post: ainda não perceberam que os enfermeiros são uma classe em extinção? Os auxiliares vão abarcando competencias, até já têm congressos e ficam bem mais baratos... os médicos farão a parte técnica e a clinica ao mesmo tempo... quem se vai lixar vão ser os enfermeiros! E ainda querem que abram mais Faculdades de Medicina? Deviam é ser espertos e defender a actual situação de escassez de médicos porque vocês só têm conseguido sobreviver e até salientar-se porque vão tapando alguns buracos dos médicos...vão remediando!
 
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