domingo, fevereiro 14, 2010

Crónicas reflexivas (I).




Cenário

Indivíduo do sexo feminino, 42 anos, sem antecedentes patológicos conhecidos, mas com cefaleias regulares, encontra-se em internamento para colecistectomia.
Na véspera, à noite, encontra-se ainda acordada, deitada na cama de um quarto privado. Na enfermaria o silêncio é total. Subitamente, a utente activa a chamada sonora e pede ajuda à auxiliar que lá ocorre: apresenta-se com um quadro de cefaleias (mais incomodativas que o habitual). É invisual.
No gabinete de Enfermagem, o Enfermeiro de serviço encontra-se sentado em frente ao computador a fazer registos (à espera que caia frutos da "árvore da CIPE", mas sem sucesso), mais confusos pela formalidade e linguagem atípica que exigem, do que propriamente pela fachada científica que envolve a complexidade dos cuidados em saúde. 
A auxiliar vem transmitir ao Enfermeiro a necessidade de este se deslocar ao respectivo quarto. O Enfermeiro, prontamente, dirige-se ao quarto e avalia a situação: a utente, visivelmente aporrinhada, solicita-lhe ajuda para o alívio da dor e desconforto causado pelas cefaleias. Sinais vitais estáveis, aparentemente sem alterações neurológicas ou motoras. Refere ser uma situação recorrente, pelo que um simples metamizol ou até ibuprofeno, são, comummente, medidas eficazes que emprega no domicílio. Não tem analgesia prescrita em SOS (o médico esqueceu-se). Encontra-se pouco receptiva a dialogar: "ajuda-me ou não, Sr. Enfermeiro?"

Questão?

O que pode fazer este Enfermeiro, de forma legal e autónoma (segundo a CIPE), para ajudar a utente?


_________________________________________________________________
P.s. - O Enfermeiro em questão é especialista em Enf. Médico-Cirúrgica, tem uma pós-graduação, mestrado e  doutoramento na área da dor. Encontra-se neste momento a concluir o pós-doutoramento na mesma área. É quem, regularmente, ministra as formações intra-institucionais relativas à dor. O médico que se encontra de chamada para aquela enfermaria, é um formando pontual e interessado, reconhecendo as alterações da sua prática clínica relacionada com a analgesia, que decorreram das referidas formações.

Comments:
Indicar ao utente, sem ser por escrito (para não haver provas) para ir à farmácia mais próxima comprar aspirina e tomar...
 
Indicar ao utente, sem ser por escrito (para não haver provas) para ir à farmácia mais próxima comprar aspirina e tomar...
 
Primeiro o Diagnóstico seria " Ligação telefónica ao Sô Doutor em grau apressado, pois ele estudou 12 anos e tem conhecimento em grau elevado, o que faz com que tenha salário aumentado e comprometido"..Meu amigo uma chamadinha ao Sô Doutor é uma acção independente...eles que justifiquem então o que querem ganhar...para chegarem lá e...."Ben Uron Per Os...agora vou-me retirar para os meus aposentos..com licençaaaaaa"
 
Chama um médico ...
 
Após avaliação rigorosa:
Urgência: Tentar contactar cirurgião. Caso não consiga. Aliviar de imediato o desconforto e informar o cirurgião.
Emergência: Aliviar de imediato o desconforto - Acompanhar a situação – Contactar o cirurgião.
 
também não é a prescrever um paracetamol que o Enfermeiro vai resolver a situação. A questão é essa.
 
A questão não deve ser colocada desta forma.
A escassez de dados, que de certo são só uma pequena parte da HCE, não vai permitir mais do que o levantamento de hipóteses sem qualquer utilidade efectiva.
Ex: Quais os sinais vitais? Qual o resultado da avaliação neurológica sumária? Antecedentes enxaqueca? Resultados de MCDT? Existência de episódio único? ETC..
Só um conhecimento concreto nos leva à elaboração de diagnósticos de Enfermagem de acordo com a CIPE e respectivas intervenções, claro todas elas autónomas.

Pinto
 
Temos que contextualizar o paradigma em que vive o SNS. Vivemos num sistema médico-dependente, com todas as desvantagens e prejuízos que isso acarreta, assim como, com todos os constrangimentos que isso causa nalgumas classes, particularmente na de enfermagem.
Os enfermeiros têm tentado mas não conseguem libertar-se desta teia imunda e cooporativista que é o actual SNS, sendo que de facto alguns... muitos... acabam por vender a alma ao diabo e aceitar um convite do mesmo para serem seus escravos e bonecos que eles comandam e manipulam sem quelquer tipo de respeito, quer moral quer profissional.
Assim vai ser difícil algum dia a enfermagem ser uma profissão autónoma. Eu diria mais, enquanto alguns estão mais preocupados com demagogias, a classe vai perdendo a autonimia... pouca... que já tinha. Enquanto alguns andam distraidos, os jovens enfermeiros vão sendo obrigados a assumir as funções de um motorista, vão sendo obrigados a desempenhar funções de auxiliar de apoio e vigilância... mas só quando estes auxiliares assim o querem.
Não entendo como se pode falar em autonomia quando vivemos numa realidade de escravatura e exploração... mas ninguém faz nada, nem mesmo eu que tenho em primeiro lugar que garantir o meu posto de trabalho, mesmo que para isso tenha que vender a alma ao diabo!!
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
 
Segundo o que nos ensinam os mestres da CIPE, teremos que gerir a comunicação, pois a senhora é invisual..de seguida o enfermeiro age de acordo com a CIPE e as suas intervenções autonomas e alivio da dor com estratégias não farmacológicas.. quem diz isso é porque nunca sofreu de algo parecido..mas pronto... vamos cantar para a senhora??por uma musiquinha??fazer uma massagem na zona orbital da face?? infelizmente não... vamos executar uma intervenção resultante de presrição médica ( no caso de existir) porque senão lá teremos que ligar pa alguem que está a dormir profundamente...que nos dirá.. " sim sim, pode dar" ou então " a ligar por causa disso???" O_o

Bom exercicio este DE...

mais estudos de caso serão bem recebidos =)

Emanuel Soares
 
Bom, na realidade não pode fazer... nada. Isto deixa-nos a pensar...
 
"Optimizar a fralda"!!!

Chamar o médico de urgência/residência (que nem conhece a doente) e lhe vai prescrever um analgésico "ás cegas". Enquanto acaba de acordar, se levanta e chega ao serviço, a doente aguenta as cefaleias e o enfermeiro pode ir "gerindo a comunicação" ou "planear a actividade física" para o dia seguinte. É assim que se cuida desta doente.
 
um excelente exemplo, da actual restrição de outras armas terapêuticas à disposição dos enfermeiros, neste caso a prescrição de fármacos simples.

acredito que a coisa irá mudar. Faz todo o sentido, e cada vez mais a Enfermagem ganha e afirma o terreno conquistado.
 
Pois, só assim nos apercebemos que estamos sempre de mãos atadas!
 
Não faz nada. Chama um médico para dar um comprimido, o que é uma vergonha nacional!!
 
pessoal, está tudo mal... o médico não vai ao serviço, ele pega no telefone e diz: o que é que se passa.... então dê um paracetamol....amanhã passoa por aí e escrevo
 
Perguntem à Bastonaria o que fazia... vão morrer a RIR...

Ela não é deste tempo...
 
DOUTOR ENFERMEIRO,

congratulo-o pela iniciativa do estudo de caso.

Concordo com o colega PINTO...falta na descricao do caso muita informacao de interesse para os enfermeiros (como irei explorar).

Bem...nao sou tao expert como esse enfermeiro (sim...um pos doutoramento nao da margem para duvidas...ehehehe). Mas aceito o desafio como trampolim para discussao de ideias.

existem alguns principios que me ocorrem relativamente ao controlo da dor:
1. a dor e um sinal vital
2. a dor e uma entidade multidimensional (conceito de "dor total" desenvolvido por cicely saunders e explorado tambem por twycross)
3. as medidas para controlo daq dor variam consoante o tipo de dor, ou se e aguda ou cronica.

Percebi que teve alguma preocupacao em excluir esta dor como sinal de um agravamento subito da situacao clinica da doente pelo que nao me vou alongar nesta possibilidade.


Ainda assim, como enfermeira existem muitas questoes por explorar relativamente a esta dor:

1. com que frequencia ocorre de facto? alguma vez doente prestou atencao a frequencia da dor?

2.que factores atenuam ou aliviam a dor? a doente ja os reconhece ou nunca se apercebeu quais sao?

3. qual a intensidade da dor? existiram queixas previas durante o internamento? Foi a primeira vez neste internamento?

4. algum dos factores exacerbantes estao presentes nesta situacao particular? e, se foi possivel identificar factores de alivio, eles sao possiveis concretizar?

5. Se a doente nao reconhece factores agravantes ou de alivio da dor, se nunca prestou atencao aos sinais de alarme do seu corpo entao...qual a relacao que esta mulher tem com o seu corpo? e com os analgesicos?

6. Se a mulher lhe responde com esse nivel de impaciencia e exigencia levando-o a agir de acordo com o que ela acha que deve ser feito, e embora esse aspecto tenha que ser tido em conta, ha que haver cautela para que o enfermeiro nao condicione o seu agir baseado nisso, ou a relaco de cuidar podera degenerar em lutas de poder e competencias e papeis.

7. quando ira ser realizado o procedimento cirurgico? ha hipotese de haver uma componente ansiosa? Como reage a doente, que gestos apresenta? Em algum momento da interaccao a doente faz questoes sobre o procedimento que vai fazer? Fez questoes em turnos anteriores? Ha registos previos dos enfermeiros relativamente a forma como a doente encar o internamento e o que vai fazer?


....continua...
 
Também temos que verificar que se o médico prescreve pelo telefone isso leva a que se algo correr mal a culpa irá cair sobre nós...não me parece que um analgésico irá fazer mal assim de maior, mas poderá fazer uma reacção alérgica, sei lá...
É um ciclo vicioso! Dependemos sempre do médico...
No entanto, a meu ver tirava um paracetamol e dava à utente e não assinava em lado nenhum...resolvia o problema assim mesmo...
Acho impressionante como coisas dessas precisamos estamos dependentes de um médico...um enfermeiro mais que qualificado para dar um analgésico precisa da autorização de um médico bébé que começa a dar os primeiros passos para a sua eterna arrogância!
Haja paciência!!!

DPR AÇORES
 
Libelinha:

Podemos ponderar essas questões e muitas outras, mas isso vai aliviar a dor? Enquanto enfermeiros somos dotados de ferramentas que nos permitem avaliar todos esses aspectos e portanto saber se o analgésico será de facto o mais eficaz, qual analgésico, a dose e a frequência; e o médico que nunca viu a doente, que muitas vezes prescreve sem sequer falar com ela, sem a ver, que não é dotado de ferramentas que lhe permitam uma avaliação tão holística? Vai prescrever um analgésico "chapa 5" ou aquele que o enfermeiro lhe disse que seria o habitual da doente (no domicilio). Para a (possível) prescrição do referido analgésico, e pegando nas questões que levantou, quem seria portanto o profissional com mais competências para a fazer? O médico ou o enfermeiro?
 
7. descreve a doente como uma mulher de 42 anos...nao lhe parece uma informacao demasiado insuficiente?
sabendo nos que a familia e a base de seguranca para a maioria das pessoas, em que etapa do ciclo familiar esta senhora se encontra? que suporte lhe vai ser possivel encontrar? existem menores ou adultos habitualmente dependentes dos seus cuidados? Quem esta a cuidar deles neste momento? (imagine que se tratava de uma mae recente, pela primeira vez, que estava a amamentar, que nao tinha rede familiar de suporte ...)
As preocupacoes desta senhora podem estar bem para alem das paredes do hospital.

como disse o colega PINTO, ficamos muito pelo mundo das hipoteses, no entanto, numa situacao concreta, o espirito cientifico exige que olhemos a situacao com objectividade e ponderemos varias hipoteses possiveis...e nao responder na base daquilo que o doente nos condiciona para...

porque voce pode ate dar ou precrever os medicamentos que ela lhe pedir...mas isso PODE nao fazer mais do que incentivar uma atitude de "consumismo" da doente (existem artigos interessantissimos sobre este comportamento dos utentes) e nao adiantar mais nada relativamente a outros aspectos que podem estar a concorrer para a dor.

Alem diss no ambito da sua intervencao como enfermeiro pode planear um conjunto de ferramentas a fornecer a doente (noutra altura..)para esta aprender a reconhecer a sua dor e o contexto em que aparece.

A prescricao da analgesia na base da intervencao do enfermeiro como tem sido aqui defendida, a meu ver,e muito limitada. Exige um tempo de contacto com a doente minimo...e mais facil e mais rapido...para quem?

Obviamente que pode chegar a conclusao que a analgesia e imprescindivel (ou ate algo mais em associacao) mas entretanto as suas intervencoes autonomas foram ja delineadas e organizadas, baseadas nas hipoteses que colocou e no que avaliou...como qualquer disciplina cientifica.

nota: infelizmente a minha participacao no blog sera condicionada apartir do dia de hoje, no entanto, gostava de agradecer o estimulo que as discussoes proporcionaram.

OBRIGADA
 
Cd vez mais axo k o título de doutor lhe está bem aplicado, agora de enfermeiro começo a questionar. Vá aprender novamente Enfermagem antes de falar de intervenções autónomas e interdependentes. Sabe o k define uma e outra? A disciplina e não a profissão.
 
Ena Pá!
Tanta sabedoria, e a Doente continua com cefaleias!
E eu estou a ficar com uma contractura no Gemeo Externo Esquerdo do meu 13º neurónio, ou será do 14º, nem sei.
Mas vamos ao que interessa,
depois de tanta conversa patrocinada pela CIPE e seus defensores, o cenário é este:
1º A doente continua com cefaleias.
2º O "Ben-U-Rom" que tinha na gaveta de unidose passou da validade.
3º A situação dos meus neurónios faz lembrar Bagdad.
4º A doente continua com cefaleias.
5º Porra, quem está a ficar com cefaleias sou eu!
6º Acabei de tomar o Ben-U-Rom, mesmo fora da validade, e não estava prescrito! He...He...

Mas se quiserem ler algo de verdadeiramente transcendente, leiam a definição de queda dada pela CIPE. Vão perceber a razão pela qual eu não alinho nestas coisas de gente desocupada.
Uniformização sim, mas por favor sejam pragmáticos, pois é o pragmatismo que falta à Enfermagem.
Disse!
 
Não faz sentido os enfermeiros efectuarem ENG, algaliações, gasimetrias, colheitas... e outras técnicas bem mais invasivas... e depois, não puderem administar a "treta" de um analgésico sem estar prescrito...
 
Interessante esta colega Libelinha...Mas não parta do pressuposto de que os outros não sabem o que é que andam a fazer, que não conhecem e avaliam os pressupostos de uma intervenção farmacológica.
Cumprimentos,
C2
 
libelinha....achei a sua intervenção fantástica...alguém que sabe o que é a enfermagem....infelizmente a abordagem da maior parte dos sr enfermeiros será sempre a farmacológica, pois não sabem mais.....quanto à CIPE....meu deus tanta ignorância. Aínda se confunde a linguagem ( CIPE) com os modelos e teorias que servem de base á disciplina de enfermagem....colegas,por favor não confundam as coisas. A CIPE, serve só para classificar aquilo que fazem.
 
Caros colegas:

Não inventem, a única solução legal era chamar o médico.

Não lhe queiram agravar a dor de cabeça com invenções e com avaliações ... tentem colocar-se no lugar da doente. Eu queria era que me passasse a dor de cabeça, e eu sabia bem como.

Oh colega libelinha, queria fazer um tratado nocturno sobre as causas da dor de cabeça? com que objectivo prático? Resolvia o PROBLEMA da doente ou o seu?

Afinal o problema é arranjar um diagnóstico CIPE e umas intervenções vazias e acéfalas ou resolver o problema efectivo do doente?

Há ainda enfermeiros que trabalham para e com os doentes!
 
De forma autonoma e legal tem sempre as tecnicas não farmacologicas!!!!

Massagens??????

Analgesia prescrita em SOS?????

Assumir responsabilidade de administração de analgesia!
 
A solução é muito simples, o enfermeiro a unica coisa que tem a fazer é chamar o Médico, é para isso que lhe pagam. O medico a unica coisa que tem a fazer é vir ao serviço ver o doente, e medica-lo, porque é tambem para isso que lhe pagam...

E ja disse isto uma vez, e volto a repetir, se hj em dia ainda ha medicos que n estão para se chatear, e indicam pelo telef ou nem sequer vem ver o doente, com o aumento do nr d medicos vem seguramente uma maior necessidade de agarrar tudo o que for proprio da medicina, não irá haver espaço para "preguiçosos"...

De qualquer das formas a unica forma legal de resolver a questão, é chamar o médico...quem disser o contrario, da-se o desconto por estar atras de um monitor.
 
Dar-lhe um café... =P
 
Isto a nível hospitalar é o "prato do dia" e não é só, como bem sabem, por cefaleias... Até o médico reduzir a escrito a sua prescrição no processo clínico @ doente sofre... é o preço a pagar por o cidadão consentir este "status quo"... "vai ver que não dói nada!!!" (a espera pelo médico de prevenção permanentemente disponível no domicílio ou afins).
JDSFB@2010
 
Tenho sérias dúvidas q esse cenário pudesse ser real... um enfermeiro com essa formação toda duvido que estivesses na prestação de cuidados... pois se estivesse arriscava-se a nem enfermeiro principal ser... mas presumo q estaria antes numa qualquer escola a fabricar enfermeiros....
 
Tenho sérias dúvidas q esse cenário pudesse ser real... um enfermeiro com essa formação toda duvido que estivesses na prestação de cuidados... pois se estivesse arriscava-se a nem enfermeiro principal ser... mas presumo q estaria antes numa qualquer escola a fabricar enfermeiros....
 
"...alguém que sabe o que é a enfermagem...."

Não, ninguém sabe, é por isso que as escolas dedicam metade do tempo lectivo a filosofar sobre isso!!

"...infelizmente a abordagem da maior parte dos sr enfermeiros será sempre a farmacológica, pois não sabem mais....."

Neste caso concreto a que se refere o post, a abordagem mais indicada será a qual?

Faltam dados? Sim...normalmente faltam sempre...E vão fazer uma avaliação rigorosa e minunciosa durante a noite e com a doente a queixar-se com cefaleias e a perguntar se não lhe podem dar paracetamol, ela sabe que passa com isso! Vão colocar música ambiente? O mau enfermeiro (para mim) será aquele que não resolver o problema da doente naquele momento. Eu legalmente chamava o médico, é a única solução. Ou ilegalmente dava-lhe dois comp de 500 mg de paracetamol...se me considerasse seguro do que fazia, conhecendo o serviço e com uma avaliação cuidada mas rápida da situação. A avaliação cuidada que fazia também se chamasse o médico, pois normalmente nestes casos eles confiam que sabemos o que estamos a fazer

"...quanto à CIPE....meu deus tanta ignorância. Aínda se confunde a linguagem ( CIPE) com os modelos e teorias que servem de base á disciplina de enfermagem....colegas,por favor não confundam as coisas. A CIPE, serve só para classificar aquilo que fazem."

A CIPE é uma classificação mal feita, baseada muitas das vezes na CID, só que complica com a necessidade de colocar tudo no papel, ainda por isso está a ser implementada na maior parte das instituições com modelos padronizados, com SAPEs, imbutida em mil e um protocolos, transformando os cuiddos de enfermagem em actos colectivos, padronizados e despersonalizados. A CID é invisível, não se aplica assim, com toda esta confusão, sabiam?

A enfermagem vai muito mal porque vai muito mal dirigida, por gente pouco inteligente e sem prespicácia absolutamente nenhuma...
 
Não era mais fácil dar~lhe o brufen ou o paracetamol?
 
Como costumo dores de cabeça frequentes, esta toca-me...
se estivesse com dor de cabeça e viesse um marmanjo a dizer-me vire-se lá um pouco que vou-lhe fazer umas massagens para aliviar a dor, acho que ainda ficava pior. Já não basta um gajo ter dor de cabeça, ainda por cima tá no hospital e aparece-lhe o Dr. Bamboo!

Deixem-se de teorias da treta, das massagens e das energias isso s+o vai desacreditar ainda mais a nossa profissão. Liguem-se ao real!
 
No final de contas para quê tanta diferenciação académica, tanto blá blá blá, tanta exploração da dor se efectivamente o procedimento a adoptar vai ser sempre o mesmo?
 
Este é um caso paradigmático que ilustra a zona cinzenta que delimita a enfermagem de outras profissões de saúde.

O procedimento que seria normal (e correcto), seria aliviar a dor da pessoa. Agora, se isso implicava o enfermeiro dar um medicamento "por conta da casa", se chmar o médico, se dizer à doente para tomar o que costumava tomar nessas situações (dependendo da hora), fica ao critério de cada um. Eu dou o analgésico e registo nas ocorrências de enfermagem. Quando o médico passar pelo serviço posso ou não dar-lhe conhecimento da situação - depende do médico: se for um simpático, sim; se for uma bruxa arrogante, ela que leia as notas de enfermagem. Passaria a informação na passagem de turno para que quando os meus colegas fossem levar a doente ao BO pudessem alertar para as duas situações: que tinha tido cefaleias e que tinha tomado o medicamento tal.

Se da avaliação da dor me surgissem suspeitas de outros problemas associados, o médico teria que se deslocar ao serviço pois se o não fizesse eu pegaria e levaria a doente ao serviço de urgência para ser observada na triagem como já ameacei fazer.

VV

PS.
Já agora alguém me explica porque é que a dor é um "sinal vital"?
 
por estas e por outras que será uma guerra que venceremos. A lógica está do nosso lado. E não acredito que, ao prescrever um BUR ou AINE ou seja o que for, esteja a roubar o lugar ao médico, ou a fazer-me passar por um.

isso são argumentos esfarrapados de quem quer manter um poleiro imaginário, mais alto que os outros, e vê a prescreição como uma forma de poder e manipulação, ao invés de reconhecer nela uma necessidade, que também o é para que os enfºs possam dar resposta aos seus diagnósticos.
 
Autónomamente só pode fazer uma coisa: Chamar o médico e cumprir aquilo que este prescrever
 
Após actividade diagnóstico, o enfermeiro identificou como diagnóstico de enfermagem: Dor, em grau..., na cabeça.
Poderá prescrever as seguintes intervenções de enfermagem (intervenções autónomas):
- monitorizar dor atraves de escala de dor
- vigiar dor
- posicionar a pessoa
- gerir ambiente fisico
- aplicar frio
- instruir sobre técnica de massagem/relaxamento/distracção
 
Autonomia . Acham ? !!!! ...
Não sou enfermeiro (Trabalho num consultorio de adevogados)

Antigamente chegava ao centro de saude e a enfermeira era respeitada , pelos utentes e pelos mèdicos.

Agora são eles ( medicos )que mandam em voces.

Para onde mandaram a enfermeira chefe que antigamente existia no meu centro de saude( profissinal muito educada e dava respostas e orientava ás minha duvidas).

Parece com esta nova organização foi para a reforma.

Dá pena e como faz falta a chefe para defender os enfermeiros----

Só fiz esse comentario porque voces dizem que são autonomos, desculpem...
só se for para pesar e isto não sei se o Sr. coordenador ( medico )- que manda nos enfermeiros - irá permitir....

aqui se vê a falta que a enfermeira chefe faz.

antonio francsico
 
Autonomia . Acham ? !!!! ...
Não sou enfermeiro (Trabalho num consultorio de adevogados)

Antigamente chegava ao centro de saude e a enfermeira era respeitada , pelos utentes e pelos mèdicos.

Agora são eles ( medicos )que mandam em voces.

Para onde mandaram a enfermeira chefe que antigamente existia no meu centro de saude( profissinal muito educada e dava respostas e orientava ás minha duvidas).

Parece com esta nova organização foi para a reforma.

Dá pena e como faz falta a chefe para defender os enfermeiros----

Só fiz esse comentario porque voces dizem que são autonomos, desculpem...
só se for para pesar e isto não sei se o Sr. coordenador ( medico )- que manda nos enfermeiros - irá permitir....

aqui se vê a falta que a enfermeira chefe faz.

antonio francsico
 
E se fosse um choque anafilático, deixavam morrer o doente, ou esperavam pelo médico para administrar adrenalina, colocar oxigénio e canalizar uma veia?...
Se o doente apresenta-se uma hipoglicémia, não lhe administravam açucar, não lhe colocavam um soro glicosado?....

Nem sempre o médico está presente, pode estar a quilómetros de distancia...
ou morre o doente por uma questão de legalidade, não podemos ser acusados de fazer o que sabemos fazer.
 
Para a libelinha e afins... nunca sofreste de enxaqueca pois não??? É que essa conversa fiada é só mesmo de quem nunca experiênciou uma dor tão forte que não permite sequer explicações. Se fosse eu a utente e me viessem com essas questões todas em vez de me darem um AINE (porque só a estes as minhas cefaleias respondem) e uma metoclopramida, passava-me!!!
 
Colega libelinha...
Etapa do ciclo familiar?
Que relação tem a mulher com o seu corpo??

Tenha santa paciência!
Deve ser aluna (ou professora, mas na prática duvido que esteja...) duma certa escola de enfermagem que eu cá sei e tem um fascínio por investigações e doutoramentos no ambito da familia e terapia familiar...

Numa realidade muito remota na qual a colega trabalhe, e eu me encontre com cefaleias intensas e seja sua doente, das duas uma:

*identifica-se logo como a colega "libelinha" e eu fujo

* começa a tentar aplicar-me uma escala de dor daquelas com mil e uma perguntas e factores de alívio e repouso e etc... e o meu aneurisma rebenta de vez!

Antes de se porem com ideias mirabolantes e cipescas, das que usam na escolinha para fazerem brilhantes planos de cuidados e sacar um 18, tenham, ao menos na prática, noção do ridículo.

Um grande bem haja colega (hope not).
 
Caros colegas:

Cada vez mais existem técnicas não terapeuticas para alivio da dor. Penso que cada vez mais os fármacos devido à sua composição química e efeitos secundários vão começar a ser rejeitados pelas pessoas. Irão certamente optar por formas que lhes aliviem a dor sem drogas...
O futuro não será pelo caminho que a maioria descreve. Deviamos investir sim em medidas alternativas que resolvam o problema da dor eficazmente sem recorrer a medicamentos. Os srs. farmacêuticos e os srs. doutores que fiquem presos a essa perspectiva básica que nós temos a possibilidade de autonomamente cuidar ainda melhor dos doentes.
 
se queriam ser medicos estudassem

Agora é que estamos bem, sou coordenador de uma USF e tirei o pio ao enf. chefe.
Até nomei uma enfermeirita para o substituir,fazem tudo que nos medicos queremos.
Assim sim, é que portugal vai para a frente.
Bendita reorganização, finalmente reconheceram o papel do medico.
Fiquem bem Dr enfermeiro.
 
em termos legais a prescrição deve ser reconhecida como acto exclusivamente médico. Como tal, a negligência que os clínicos demonstram, com alguma regularidade, perante a dor possível do utente/doente poderá ser justificada, no máximo, por um excesso de trabalho (num serviço de urgência, em horas caóticas, em alguns hospitais do país) ou por um desconhecimento ou insensibilidade perante a natureza humana.
Uma outra questão (que muitos de nós possivelmente já ouvimos) é: "se eu estivesse em casa tomava um benuron ou algo semelhante e aqui nao posso tomar nada?" Bem, o seu médico esqueceu-se disso. Claro que errar é humano, médicos e enfermeiros não mais são do que isso.

3ª questão: gostaria de ter atingido o nível de excelência desse enfermeiro. Talvez um dia consiga.
Mas, mesmo não tendo esse grau de formação acompanhado de experiencia equivalente, a excelência da formação contínua (ou seja, da nossa constante actualização de conhecimentos) que nos é conhecida aliada à experiência e capacidade de decisão tornam o enfermeiro capacitado de ter uma correcta e eficiente actuação neste caso citado, bem como em tantos outros.

4º ponto: não devemos cair no erro de procurar usurpar competências dos outros, bem como deixar o inverso acontecer. Mas, o mais lógico, e perante determinadas situações, a prescrição - não, dar-lhe-ei outro nome por forma a nºao ferir susceptibilidades - a administração autónoma de terapeutica não prescrita pelo médico pode ser vista como uma função plena do enfermeiro para diagnósticos de enfermagem. A nossa profissao tem evoluido de forma intensa. A subserventia passou a profissionalismo. Mas a mudança de mentalidades e o proteccionismo e o loby da classe médica são factores de impedimento. Não obstáculos, mas barreiras ultrapassáveis a médio longo prazo.

Analisando a cipe... bem, não é o sistema perfeito. Mas, com base nos serviços por onde passei, onde os registos a papel se faziam em folha própria tipo nota corrida, é melhor. Permite uma adequação e uma personalização dos planos de cuidados. Aliás, permitem um plano de cuidados. As notas corridas, na minha opinião, são uma longa história idêntica em tantos turnos que se demonstra fastidiosa. Uma alegre repetição.
A questão das intervenções autonomas nem sempre corre pelo melhor a nível da cipe/sape... mas bem, pelo menos é alguma coisa. E torna-se mais prático de consultar.
Claro que o modelo da cipe nao se adapta bem a todos os serviços. Mas nesses casos tem de haver tomada de posição dos enfermeiros constituintes dos medos.

O modo de actuação segundo a cipe? Bem, neste caso, uma palhaçada.

As normas que se podem parametrizar para cada fenómeno são definidas pelo serviço ou seleccionadas. Mas enfim, estratégias não farmacologicas em dores intensas são nada.
Há, no fundo, a vigilância e o contacto com parte médica para esclarecer o quadro. Sem médico presente/ou médico que considera que o que estamos a solicitar (que actue conforme o seu codigo deontologico ou algo que o valha)é irrelevante, então essa questao desaparece. Administra.se analgésico adequado. Se o caso nao resolver, insiste-se com a parte médica. Se a parte medica ignorar, nao será a cipe a resolver.

Bem, alonguei.me.
 
E por que é que o auxiliar não poderia pegar no paracetamol e dar ao doente? Banal enxaqueca, o auxiliar se calhar até conhece melhor o doente que já conversou mais com ele e até ajudou nas refeições... mais que o enfermeiro que iniciou o turno e nunca viu o doente! O auxiliar até tem Suporte basico de vida!! É preciso mais formação para dar um paracetamol?

Agora imagine que o enfermeiro até dava o paracetamol, a doente piorava e entrava em coma (porque tinha tido um AVC manifestado apenas pela cefaleia agravada)- o enfermeiro assumiria a responsabilidade? É que o médico ao dar a ordem de prescrição pelo telefone está a fazer um acto banal mas a assumir uma responsabilidade que ninguem mais assume! Aqui está toda a diferença... o doente qdo vai à farmacia buscar o paracetamol assume ele a responsabilidade.

As hierarquias e funções definidas existem por alguma razao, sobretudo para distribuir responsabilidades. O senhor enfermeiro tb poderia rabiscar uns papeis que só o enfermeiro chefe pode assinar, por que? É preciso ser chefe para assinar umas banalidades?

E por fim, não me parece que os médicos ficassem muito perturbados se a partir de agora deixassem de ser incomodados durante a noite por cefaleias e agitações e insónias. Problemas que os enfermeiros poderiam facilmente resolver, assumir a responsabilidade e deixar o médico dormir em paz!! Vocês ainda não perceberam que dar medicação SOS, fazer gasimetrias só alivia o trabalho do medico sem vos dar mais prestigio por isso?
 
Libelinha... a menina parece uma estudante de Medicina bem imberbe que está a dar os primeiros passos na aprendizagem da caracterização da dor: localização (onde doi?), factores de alivio (o que faz aliviar?), irradiação (para onde vai a dor?), intensidade, tipo, blá, blá, blá... no final de tamanho interrogatorio a doente ou adormecia de tedio ou desesperava com um verdadeiro ataque de panico!Espero nunca encontrá-la pelo caminho se alguma vez necessitar de um enfermeiro a serio!
 
""Deixem-se de teorias da treta, das massagens e das energias isso s+o vai desacreditar ainda mais a nossa profissão. Liguem-se ao real!""

aquilatar o requinte da ironia não é para todos =D
 
O mais correcto é:

Chamar o filho da doente e este vai à farmácia mais próxima, pede qualquer coisa ao farmaceutico que lha vende sem problemas...
Regressa dá a medicação e no dia seguinte paga 80€ ao médico para lhe passar a receita do medicamento que comprou e ter o respectivo desconto na farmácia!!!

Noutra variante, a farmácia está fechada e vai ao Modelo comprar uma caixa daquelas pastilhas que mostram na TV

É o Portugal que temos
 
Anónimo das 10:55 PM:

O seu problema é mesmo o medo da responsabilidade, certo? Possibilidade de prescrição não é o mesmo que obrigação... se não se sente competente para tal, podia sempre esperar pelo médico enquanto a doente sofre (pode-a ir incentivando a "expressar as suas emoções"). Se a cefaleia fosse manifestação de AVC, o médico também não ia adivinhar, ou será que por cefaleias mandaria fazer TAC? Ou será que diagnosticaria o AVC pelo telefone antes de prescrever o Paracetamol?

Ainda não percebi mesmo porque é que qualquer pessoa, sem qualquer conhecimento de farmacologia ou fisiopatologia pode administrar um Paracetamol a outra, fora de um hospital e um enfermeiro não o pode fazer, apesar dos seus conhecimentos, num hospital.

A melhor actuação de um enfermeiro neste caso, seria deixar cair inocentemente o analgésico junto da doente, que posteriormente o tomaria, assumindo ela a responsabilidade.
 
É engraçado ver enfermeiros a reivindicar a prescripção porque muitas vezes o médico está longe ou indisponivel... Pois entao isso resolve-se fazendo com que existam médicos de serviço e disponiveis nos serviços... Resolve-se o problema e os srs.enfermeiros ja podem ficar descansados que não falatarão farmacos aos doentes.Que tal?Parece-vos bem?
 
Senhores colegas:
O enfermeiro pode e deve administrar o analgésico caso ache necessário.
Ponto Final.
 
COITADINHO DOS MEDICOS
TEM DE RECEBER 500 EURINHOS DE SUBSIDIO PARA APARECER A HORAS AO TRABALHO.
QUE CANSADINHOS ANDAM.
 
A assunção de responsabilidade, infelizmente, sempre assustou alguns enfermeiros.
eu dava-lhe o fármaco, e assumia-o. Sem crises, sem celeumas.
 
LIKAS e outros...

Um enfermeiro experiente teria feito o que escrevi em poucos minutos. Apesar da descricao ser extensa.Nao precisa de fazer nehum tratado, mas saber exactamente o que procurar.

Como reparou, nao exclui a administracao de terapeutica. A minha duvida e se somente sera necessario um analgesico (e isso depende da doente e da situacao...). Ou voce corre o risco de lhe aliviar a dor de cabeca mas a doente nao conseguir dormir...e amanha chama-o por uma dor de cabeca ainda pior...

Quanto a enxaqueca...como deve ter reparado, nao existe descricao no caso de que a dor e uma enxaqueca nem a sua intensidade...alias, o que e dito e que e:

"uma situação recorrente, pelo que um simples metamizol ou até ibuprofeno, são, comummente, medidas eficazes"

...como sabe, uma enxaqueca violenta pode nao ser assim tao facil de resolver.
E exactamente esta falta de rigor que tentei tornar evidente...mas cada um ve o que quer.

Agora digo-lhe o que sei: sei o que e ir a caminho de uma cirurgia de urgencia, sem saber ao certo o que ia acontecer, preocupada com impossibilidade de continuar a amamentar o meu bebe...e ninguem fazer absolutamente nada, nem se ter dado conta!

Portanto, nao realize intervencoes partindo de pressupostos que desconhece! Alias, como enfermeiro que e, deveria saber isso. Mas enfim...e so teoria.

Mais uma informacao: nao sou professora...nunca fui.


cumprimentos
 
Enquanto estamos com questões do sexo dos najos, deviamos era falar da carreira já que a reunião com a ministra é dia 26, onde nada se decidirá, entretanto os sindicatos ficam à espera de nova reunião e... entretanto o Orçamento é aprovado na especialidade e totalidade. E então? Acaba-se a história este ano porque não há dunheiro para ninguém!

PS: Quanto a prescrições, qualquer colega com alguma experiência sabe que, muitas vezes, e em certos serviços, a maior parte das vezes, é ele (ENFERMEIRO) que faz o diagnóstico, prescreve e administra, umas vezes informa o médico, outras não, dependendo do feito do dito. Agora trata-se de pôr esta prática no papel! Ora, o problema está que com estas nossas organizações nem sequer temos uma carreira de jeito e em tempo útil, quanto maais um estatuto!
 
O problema é que os médicos andam na privada, em vez de cumprirem o seu horário e deveres no público....
 
Caro anónimo das 8:54 AM

A sua ideia nem é má!!
Para isso o médico quando está de serviço no SU não pode estar ao mesmo tempo a ganhar na VMER e sair quando lhe apetece; não pode estar a fazer noite num serviço e ir dormir porque tem que trabalhar de manha; não pode estar de serviço no hospital e ir ver os doentes à clínica privada.Não pode estar a trabalhar e ir à reunião do partido ou dar aulas ao mesmo tempo...

Eu sei que os médicos são poucos e têm que se desdobrar pelo menos o nome pois a pessoa só pode estar num sitio ao mesmo tempo...
E assim se gasta o dinheiro dos contribuintes!!
 
Anónimo das 8:54 AM:

O que me parecia bem era que falasse português correcto. Queria ver era o que lhe parecia a si se o doente com dores de cabeça fosse você, enquanto esperava que lhe disponibilizassem um médico só para o seu serviço ou a sua enfermaria, enquanto esperava que houvesse tantos médicos (com ordenados chorudos) como enfermeiros (com ordenados miseráveis). Talvez a espera lha fizesse bem para "aliviar as ideias".
 
"se queriam ser medicos estudassem

Agora é que estamos bem, sou coordenador de uma USF e tirei o pio ao enf. chefe.
Até nomei uma enfermeirita para o substituir,fazem tudo que nos medicos queremos.
Assim sim, é que portugal vai para a frente.
Bendita reorganização, finalmente reconheceram o papel do medico.
Fiquem bem Dr enfermeiro.

7:33 PM"

Assim se vê a ignorância e o pensar que são deuses divinos.
Também trabalho numa USF e ninguém tira o pio a ninguém.
Sabe porque? porque existe uma coisa a que se chama respeito entre classes profissionais.
O sr não deve ser apologista desse princípio, de outra forma colocava o seu nome no post... ou tem medo que alguém lhe tire o pio também?
Não sei se sabe, mesmo estando numa USF os enfermeiros continuam a ter chefe, o do centro de saúde onde estão inseridos.Ao contrário das muitas baboseiras que são ditas por cá, os enfermeiros não são comandados por médicos. se assim fosses há muito que eu teria saltado fora do projecto
Mas também se existem enfermeiros que permitam isso ... estamos mal.
Agora assuma o que diz com nome, não se esconda no anonimato e pode ser que alguém da sua equipa leia isto e lhe tire também o pio.
 
O enfermeiro tem competência para vigiar e estar com os doentes 24horas e deixa de ter competência para minimizar as queixas dos doentes, mesmo tendo necessidade de recorrer ao uso de fármacos, que podem ser vendidos em qualquer hiper...Está tudo tolo...
Sou enfermeira há mais de duas décadas e sempre assumi os meus actos.Sabem,o doente deve ser aliviado e eu é que estou com ele e como tal eu devo decidir o que farei naquele momento, se fôr caso disso administro o ben-u-ron, mas sem problemas.
Os sugas do SNS não têm tanto que fazer, estão preocupados agora com o alívio das queixas dos doentes.
Assumam os seus actos sem receios.
Ilhota
 
É evidente que a preocupação dos srs.enfs não é nem nunca foi com os doentes! A vossa preocupação é terem direito a exercer um acto exclusivamente médico, que o é porque apenas o Médico tem a formação tecnica e cientifica para o fazer (ao contrario da empirica que tantos enfermeiros fazem apologia), mais uma razao para pedir aumentos salariais, mais uma tentativa de "exigir" (LOL) reconhecimento e respeito publico etc...

Meus srs. entendam uma coisa, se existe insegurança nas ruas, se aumenta a criminalidade, a solução não passa nem passará nunca por dar armas às pessoas, passa sim por aumentar o nr de policias. Aqui é exactamente a mesma coisa, não cabe ao enfermeiro medicar, cabe-lhe desempenhar funções de enfermagem, das quais, está mais que visto, os srs. fogem a 7 pés...

E poupem a conversa ja demasiado gasta do enfermeiro santo e médico diabo, cm se não houvessem enfermeiros com 2 e 3 empregos, enfermeiros que tratam os doentes mal e porcamente, uma classe tão preocupada com os doentes, que basta ir uns dias atras, e ver os comentários a fazer a apologia a greve SEM serviços minimos, a ameaçar parar VMER's e coisas do genero...em suma, tenham vergonha na cara!
 
Hum, eu dava-lhe o paracetamol e acabou-se. A senhora toma em casa certo? Nunca fez reacção pois não? Se calhar ela até tem uma embalagem lá na gaveta...

Sof
 
"se queriam ser medicos estudassem

Agora é que estamos bem, sou coordenador de uma USF e tirei o pio ao enf. chefe.
Até nomei uma enfermeirita para o substituir,fazem tudo que nos medicos queremos.
Assim sim, é que portugal vai para a frente.
Bendita reorganização, finalmente reconheceram o papel do medico.
Fiquem bem Dr enfermeiro.


Realmente, as USF devem ser só consultas médicas, logo devia ser só constituída por médicos, não sei para que precisam de Enfermeiros ...se calhar é para fazerem aquilo que os médicos não sabem fazer,...

Claro que estão bem, sempre estiveram bem, e sempre fizeram aquilo que bem vós apetece, mas pode ser que a mama acabe...
 
Meu Deus! Tanta ignorância junta! Começo a ter pena de pertencer a esta classe... sem um mínimo de classe!
 
"se queriam ser medicos estudassem

Estudámos Enfermagem deveria experimentar, assim já podia fazer comentários com conhecimento e sentir na pele o que realmente vale a Enfermagem.

Mais tarde ou mais cedo de uma forma ou de outra, estamos a tua espera dr.a! he, he, he,....
 
Autonomia . Acham ? !!!! ...
Não sou enfermeiro (Trabalho num consultorio de adevogados)

Os teus patrões sabem que perdes o tempo na Internet em vez de estares a trabalhar?

Já agora, a Enfermeira Chefe deve-se ter reformado. E como o estado quer poupar nos Enfermeiros, não abre concurso para Enfermeiro Chefe. Então quem está a frente do serviço, uma vez que o trabalho tem que ser feito, poderá ser uma Enfermeira que até tirou a especialidade, mas como também não se abrem concursos para especialista, é paga como como qualquer Enfermeiro de cuidados gerais. Logo é de prever a dificuldade em sermos simpáticos com os utentes, quando estamos a ser explorados. Por isso desde já as minhas desculpas.
 
É evidente que a preocupação dos srs.enfs não é nem nunca foi com os doentes! A vossa preocupação é terem direito a exercer um acto exclusivamente médico, que o é porque apenas o Médico tem a formação tecnica e cientifica para o fazer (ao contrario da empirica que tantos enfermeiros fazem apologia), mais uma razao para pedir aumentos salariais, mais uma tentativa de "exigir" (LOL) reconhecimento e respeito publico etc...

Há dois aspectos fundamentais em qualquer profissão : a de sermos bons profissionais, e a recompensa de sermos bons profissionais. Claro que nem sempre é assim, mas isso acontece em qualquer profissão.
O que acontece é que o trabalho pago ao Enfermeiro à hora, muitas vezes é pouco mais do que é pago a uma mulher a dias: Eu ganho pouco mais de 8 Euros à hora, há mulheres a dias a ganharem a 6 Euros à hora.
Eu fiz uma Licenciatura, trabalho de noite, fins de semana, feriados , Natal, ... corro o risco de ser infectado, agredido,o nascimento e a morte faz parte dos cuidados que presta.
Logo, não fale daquilo que não percebe. Há quem faça muito menos e que recebe muito mais. Não será o teu caso?....
Já agora, tenho 20 anos de serviço.
 
Estava a pensar dar aqui ao meu gato que está com uma tosse canina, um rebuçadinho Dr. Baiard.
Há por aí algum doutor que o possa prescrever?
Ou, algum colega que possa cipar esta tosse?
Que discussão ridicula.

Vão ter paciência mas vou ter que ripostar!
Ao anónimo das 6:46.
Aposto que desconhece de todo quais as funções dos Enfermeiros consagradas na lei (REPE), certamente não é, e nunca será sopeira do xo dotô...
Quanto aos dois e três empregos... Quem telhados de vidro...
Normalmente os Enfermeiros estão em um de cada vez, e é por isso que nunca tiveram problemas com o pontógrafo. E tambem não os têm porque querem ganhar este mundo e o próximo, fazem-no porque ganham genericamente mal.
Salvo raras e honrosas excepções, que trata com sobranceria e arrogância, não só os doente mas todos os que os rodeiam são os "Senhores", e dou-lhe um exemplo:
Marcar consultas para as 8:30, quando sabe de antemão que não estará no serviço antes das 11:00, é ou não uma grande falta de respeito?
Mas fico satisfeito por, ainda por breves instantes, o Sr ter sido acumetido de subita sindrome de humildade, comparando-se a um policia e não a um juiz ou procurador. É melhor colocar o termometro!

Ao anónimo das 9:14.

Conheço alguns tipos de estudante:
-os Inteligentes que não ligam puto.
-Os inteligentes.
-Os burros cábulas.
-Os burros marrões, que da vida não coseguiram retirar mais do que o canudo e embruteceram.
Durante o meu percurso académico que me troxe até à Enfermagem conheci de tudo.
Infelizmente, no meu caso, que trabalho desde os doze anos, sem tempo para mais do que ir às aulas e trabalhar antes e depois, apenas consegui terminar o secundário com média de 15 valores, e o meu curso tambem.
Este percurso de vida deu-me ferramentas suficientes para avaliar e seleccionar as pessoas com quem trabalho ou me relaciono, e o Sr. coordenador jamais seria uma dessas pessoas, que eu classifico no ultimo dos tipos de estudante que enumerei.

Coincidências das coincidências, no passado domingo estive à conversa com um Médico amigo (tambem os tenho), coordenador de uma USF, que me contava que a equipa multidisciplinar reunida tinha "corrido" com 8 dos colaboradores da sua USF. A razão foi simples, eram más pessoas, incapazes de se relacionar cordialmente. Tratou-se de 2 Administrativos, 2 Enfermeiros, e 4 Médicos.
Para terminar, Sobre aquilo que os Enfermeiros sabem fazer, e que os Médicos não sabem, sem querer generalizar:
Estava eu na Clinica de Hemodiálize em que tambem trabalho, fui alertado pelo Médico de serviço que um dos doentes não estaria bem. Aproximei-me, e de facto tratava-se de uma Hipotensão severa com perda de conhecimento. Comecei de imediato a realizar os procedimentos para reverter a situação (posicionamento, reposição da volémia com infusão de soro, diminuição do ultra-filtrado, etc). Sabe o que fez o seu colega?
Fugiu dali a sete pés, desapareceu da sala sem saber o que fazer. Voltou 30' após e perguntou:
Está tudo bem?
Existem boms e maus profisionais em todas as classes, boas e más pessoas a cada esquina, e há tambem aqueles que teriam feito um grande favor à humanidade se nunca tivessem nascido.
Muito boa noite, e bons sonhos!
 
Eu sei que sou chato, mas ainda ninguém me tirou esta dúvida:

Porque raio é que o Enfermeiro Especialista será colocado no mesmo patamar que o Supervisor ou o Chefe?
Tendo em conta que o especialista estudou adicionalmente, enquanto que o Chefe pode ser simplesmente generalista. Então o estudo não compensa?

Onde ficarão encaixados os enfermeiros que façam mestrados e doutoramentos? Se a aposta no estudo, não é contemplada na carreira, isso não é um retrocesso?

Para quando a reivindicação pelo congelamento das vagas no ensino superior, já alguém se lembrou de ir ver que em 2009 abriram 2997 vagas?
 
As suas perguntas são mais do que pertinentes. Não só em relação à Enfermagem, como à sociedade de uma maneira geral.

Porque não uma carreira em que todos os enfermeiros tenham salários relativamente parecidos, em função da sua idade de serviço e das suas competências?

Um enfermeiro chefe talvez não deva ganhar muito mais do que um enfermeiro que presta cuidados, se ambos têm formação equivalente (imaginemos que o primeiro tem um mestrado em gestão e o segundo tem uma especialidade em reabilitação).

Do mesmo modo, um enfermeiro de centro de saúde não deve ganhar menos que um enfermeiro do hospital. Também não é sensato que os enfermeiros que dão aulas ou os que trabalham no INEM ganhem mais do que os colegas que trabalham, por exemplo, numa enfermaria de Medicina Interna.

E já agora: porque não a bastonária ter um ordenado equivalente àquilo que ganharia, caso estivesse na prestação de cuidados?

O problema é que isto é uma visão do mundo demasiado justa para os tempos que correm.

Vejamos:
O nosso primeiro ministro ganha 8 mil € por mês.
Há embaixadores de Portugal que têm reformas de 11 mil € mensais.
O Cristiano Ronaldo ganha 25 € por minuto.
Há milhões de pessoas que vivem com menos de 1€ por dia…

Vivemos numa democracia?
Talvez.
MAS EU QUERO MUITO MAIS DO QUE ISTO!
 
Não conheço a senhora, mas confesso que dava uma excelente representante e alguns médicos que eu conheço:

https://www.ordemdosmedicos.pt/?lop=listamedicos&nome=MARIA+MANUELA+PEREIRA+ESCUMALHA&esp=0&sec=0

=)
 
Não se inflamem...mas ainda alguém acredita naquele tipo de comentários como o tipo que tirou o pio a não sem quem, ou na meu serviço quem pisa o risco leva e esse tipo de coisas...é só provocações...eles nem em casa mandam, senão eles é que levam e lhes tiram o pio...
 
Colegas talvez se esqueçam que para chegar a enf chefe teve que ter uma especialidade no minimo e um concurso de prova publica.
Não é assim tão liniar que cheguei a enfermeiro chefe.
 
SLAYER,

Nao podia estar mais de acordo com as suas questoes.

Ja Patricia Benner se referia as questoes que agora coloca.

O nao enquadramento dos estudos de mestrado e doutoramento na carreira dos enfermeiros que trabalham nas instituicoes de saude faz com que estes enfermeiros se desloquem para as escolas - e aumenta o fosso entre a teoria e a pratica: de um lado, os enfermeiros teoricos...do outro, os enfermeiros praticos!

E assim nao me parece que chegemos a algum lado no desenvolvimento da profissao.

Os autores sobre o desnvolvimento da teoria em enfermagem ha muito que defendem que as duas nao se podem dissociar, mas os enfermeiros ainda nao sao capazes de materializar na carreira este principio.

Alem disso, a maioria dos enfermeiros continua sem conseguir ver a utilidade da teoria e a ridicularizar quem a utiliza como argumento....


As incoerencias na nossa carreira tem levado muitos enfermeiros a especialidade somente para exercerem cargos de chefia...


enfim...completamente de acordo consigo
 
SLAYER,

Nao podia estar mais de acordo com as suas questoes.

Ja Patricia Benner se referia as questoes que agora coloca.

O nao enquadramento dos estudos de mestrado e doutoramento na carreira dos enfermeiros que trabalham nas instituicoes de saude faz com que estes enfermeiros se desloquem para as escolas - e aumenta o fosso entre a teoria e a pratica: de um lado, os enfermeiros teoricos...do outro, os enfermeiros praticos!

E assim nao me parece que chegemos a algum lado no desenvolvimento da profissao.

Os autores sobre o desnvolvimento da teoria em enfermagem ha muito que defendem que as duas nao se podem dissociar, mas os enfermeiros ainda nao sao capazes de materializar na carreira este principio.

Alem disso, a maioria dos enfermeiros continua sem conseguir ver a utilidade da teoria e a ridicularizar quem a utiliza como argumento....


As incoerencias na nossa carreira tem levado muitos enfermeiros a especialidade somente para exercerem cargos de chefia...


enfim...completamente de acordo consigo
 
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