terça-feira, fevereiro 09, 2010

Raio-X da profissão de Enfermagem!



Segundo o International Council of Nurses (ICN), existem 13 milhões de Enfermeiros em todo o mundo. A maior parte (76%, em Portugal) é a favor da prescrição de fármacos (mais de 9 milhões, conforme dados estatísticos extrapolados), tal como é revelado no estudo "Nurses in the Workplace: Expectations and Need (2009)", realizado numa parceria colaborativa entre a ICN e a Pfizer.

Vários outros aspectos relevam-se no respectivo estudo: Portugal é, de todos os países incluídos no estudo, onde existe maior descontentamento entre a classe. Apesar disso, são os Enfermeiros portugueses quem menos pondera o abandono da profissão, logo seguidos pelo Brasil, Canadá e Estados Unidos da América. Apenas 4% de nós afirma querer deixar a profissão. Todavia, é notória a percentagem de Enfermeiros que, numa escala mundial, ponderam fazê-lo nos próximos 5 anos: 53%!

O estudo foca também alguns dos principais problemas sentidos pela classe (a nível mundial): remuneração inadequada, falta de autonomia, reconhecimento e valorização.

Curiosamente, e mais uma vez, Portugal destaca-se em vários aspectos: é o país - envolvido no estudo - que mais argumenta (em forma de queixa) com o facto das administrações hospitalares, governo, laboratórios farmacêuticos e comunicação social não apoiarem os profissionais de Enfermagem e as suas práticas, ou seja, não reconhecem a importância da profissão! Paradoxal! 
Mais: somos a nação onde é mais percepcionada a incompatibilização entre a  classe médica e a de Enfermagem!!

Não é tudo: somos também o país onde a classe menos confia na eficácia das suas respectivas organizações/associações (Ordem dos Enfermeiros, por exemplo)!

Escandalosamente, somos um dos países onde os Enfermeiros menos desempenham funções de gestão/chefia e coordenação organizacional nas instituições de saúde.

De realçar que 77% dos Enfermeiros portugueses envolvidos neste estudo mundial, têm mais de 30 anos de idade e 47% superior a 40 anos, o que me leva a crer que, no caso do apoio à prescrição, os dados estão subestimados, tendo em conta que - numa perspectiva empírica - uma percentagem bastante significativa de quem sustenta esta iniciativa se situa numa faixa etária mais jovem.

Comments:
Para que raio vão as empresas farmacêuticas apoiar os farmacêuticos? O interesse delas nos enfermeiros é nulo!
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Sou finalista de Enfermagem e só de pensar que terei de contribuir para a ordem para trabalhar deixa-me triste...

E não sou o único.
 
Correcção:

Para que raio vão as empresas farmacêuticas apoiar os enfermeiros? O interesse delas nos enfermeiros é nulo!
 
Malta já leram no cogitare os ataques à nossa greve? Já enviei um comentário aos blogs. Divulguem e respondam.
 
Qual foi a Escola de Enfermagem em que o colega ronyjux se formou? É disparatado comparar a licenciatura de enfermagem com a de medicina.Não seja absurdo, só está a desvalorizar a sua formação académica. (Duvido que, o colega, alguma vez perceba isto!)
 
Raio x, deste raio de futuro.
Está para breve o aparecimento dos primeiros POC´s enfermeiros a trabalhar precariamente nos centros de saúde e hospitais deste país.
Aparentemente este facto tem o patrocínio dos sindicatos que teram sido uns dos impulsionadores da anulação dos vários concursos abertos para regularizar a situação precária dos enfermeiros.
Caro Dr Enf, enquanto estes ataques continuarem, principalmente estes ataques internos por parte dos nossos próprios sindicatos, a classe está condenada ao fracasso. Não perca tempo com demagogias quando há outras questões que estão a minar irremediavelmente a classe, principalmente os jovens profissionais que são o futuro e a força motriz das nossas reivindicações - como exemplo o facto de querermos todos ser reconhecidos como licenciados, havendo uma havendo uma velha guarda que nem o 12 ano tem.
Como em tudo, o futuro de uma classe vê-se na forma como são tratados os seus jovens profissionais e, na enfermagem já ninguém se lembra dos jovens enfermeiros precários, explorados pelas chefias de enfermagem, ignorados pelos sindicatos e humilhados pelas instutuições.
Sinceramente deixei de me interessar pela carreira, porquê... não vejo cheito de um dia pertencer a esta carreira pela qual já muito lutei... e eu sou Licenciado!
Se a enfermagem desiste de mim, eu também sou obrigado a desistir da enfermagem.
Que raio de profissão.
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
 
Não é disparatado comparar ambas licenciaturas não senhor!

então sabia que entre Enfermagem e MEdicina, só cerca de 900 horas as separaram?? uma ºe p 4 anos, outra é p 6. A Enfermagem tem um propósito, de base, muito prático; a Medicina, muito teórico ( se bem que, pelo menos em Braga, já no 2º ano, os alunos fazem práticas);
A minha Especialidade é de 2 anos, de medicina pelo menos 4. Mas, como sou pró-activo, e não me fio só no que posso fazer na minha área-base (Enfermagem), progredi com os meus estudos.

Por isso, não me encolho face a seja quem for. Tenho 11,5 de estudo universitário e pós-graduado, sei muito, e sei tão pouco. E não me fico por aqui! =)

Enfºs, tenham orgulho na vossa profissão. Eu tenho!
 
Só ainda não entendi uma coisa na revisão de carreira. Não sendo eu enfermeiro, gostaria que me explicassem.

Porque raio é que o Enfermeiro Especialista será colocado no mesmo patamar que o Supervisor ou o Chefe?
Tendo em conta que o especialista estudou adicionalmente, enquanto que o Chefe pode ser simplesmente generalista. Então o estudo não compensa?

Onde ficarão encaixados os enfermeiros que façam mestrados e doutoramentos? Se a aposta no estudo, não é contemplada na carreira, isso não é um retrocesso?

Para quando a reivindicação pelo congelamento das vagas no ensino superior, já alguém se lembrou de ir ver que em 2009 abriram 2997 vagas?
 
Caro Ronyjux, respeito não é igual a formação, acho que há aí alguma confusão. Toda a gente deve ser respeitada, e isso nada tem a ver com a formação. Se tem alguma dificuldade em reconhecer que a formação em Medicina é mais diferenciada que a de Enfermagem, até pela natureza das duas actividades, acho que essa constatação é, e não me leve a mal, só por si elucidativa.
 
Sou nova e recentemente acabarei o meu curso de enfermagem. Finalizei recentemente um ensino clínico de enfermagem comunitária e já tive algumas oportunidades de aprendizagem em contexto hospitalar. Se concordo com o facto de que, por vezes, a impossibilidade do enfermeiro prescrever medicação prejudica o utente - penso também que esta será uma questão a ser ponderada cautelosamente. O enfermeiro faz tudo, mas não é reconhecido nem por metade. O enfermeiro faz tudo e quando corre mal, cai sempre para cima do dito cujo, mas no final do dia, para tomar decisões, o enfermeiro não sabe nada. O enfermeiro corre riscos e possui um conjunto de conhecimentos técnico científicos cada vez mais sustentado e vasto, mas ninguém se apercebe do que vai para além das picas e da medicação, dos pensos e da "mão na mão". Prescrever medicação, talvez seja pertinente. Mas antes disso, é urgente encontrarmos o lugar social que é devido à enfermagem, reconhecimento e responsabilidades que são devidas à enfermagem, remunerações que são devidas à enfermagem. Tudo isso deve ser feito, antes de procurarmos ainda mais um peso (de novas responsabilidades), que atulhe ainda mais de trabalho o nosso dia a dia já pobre em rácios e em recursos humanos e materiais. Quem tem tempo para prescrever, com 40 doentes acamados para cuidar?

Sou jovem, anónima, inexperiente, e a minha opinião vale pelo que vale. Talvez estas evoluções estejam relacionadas com a progressão da profissão - mas se a evolução da enfermagem passa apenas por passar a prescrever alguns medicamentos, então se calhar alguns médicos têm razão - é tudo uma grande conspiração para, progressivamente, deixarmos o que somos, para passarmos a ser aquilo que os outros deveriam, correctamente, ser, nas suas profissões e quotidianos de trabalho.

Uma coisa de cada vez e, as prioridades, essas deviam ser óbvias e vir primeiro.
 
ronyjux mas diga lá, tem 11,5 anos de formação em que?!Acunpunctura?!Osteopatia?!?LOL!! Me Acha mesmo que é só uma questão de numeros?!

Fale com algum colega seu enfermeiro e actual estudante de Medicina(deve conhecer algum seguramente), ouça a opinião que ele tem dos dois cursos! Eu conheço alguns que afirmam sem problema estudar mais em 1 ano de Medicina do quem em 3 de enfermagem...E ao contrário de si, eles podem falar com conhecimento de causa! Agora vir falar em numeros, como se 4 anos de enfermagem e 4 anos de Medicina fossem a mesma coisa, com os mesmos conteudos, exigencia e profundidade...Só quem nao faz mesmo ideia das diferenças entre os cursos

Como alguem um dia disse:

"Crer que a própia visão da realidade, é a realidade em si mesma, é uma perigosa ilusão..."

Ps:DE tenha vergonha na cara por recusar comentarios que apenas discordam da sua opinião, fazendo-o de forma perfeitamente educada!!
 
eilá que a conversa azedou!!
amigo, deixe-se ficar no seu pilar de ilusão, até que a realidade o sacuda. Quando acabar o curso, deixe que a experiência lhe ensine.

E sim, reitero que entre medicina e enfermagem, são 900 horas que as separam. No entanto, junta-as a preciosidade que assumem na sociedade, e isto não são reflexões filosóficas puxadas do bolso. Pena é que vaidosos ou arrogantes assumam que uma é mais importante que outra.
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

AmazingCounters.comVisitas ao blog Doutor Enfermeiro


tracker visitantes online


.

Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!