terça-feira, agosto 24, 2010

Portaria n.º 801/2010... rectificada!


A Portaria n.º801/2010 (que visa estabelecer os requisitos mínimos relativos à organização e funcionamento, recursos humanos e instalações técnicas das unidades privadas de serviços de saúde onde se exerça a prática de Enfermagem) que condicionava de forma intolerável a prática autónoma do exercício da Enfermagem (ler post anterior), será rectificada brevemente. A garantia já foi dada pelo Ministério da Saúde, fruto do pressing imediato dos Enfermeiros! Quais? Não se pode dizer tudo... ainda.


Comments:
Ainda bem não estava a espera que um médico perdesse tempo a prescrever algo que um enfermeiro têm capacidade, direito e dever para realizar autonomamente.
 
Vigilantes que eles estão bem preparados no estrangulamento da profissão.
 
Excelente... O lobby dos enfermeiros sempre funciona e tem força. Pena que a OE, mais uma vez, nada tenha dito até ao momento...
 
Esta Ordem está a fazer-se ao poder eterno dentro da Ordem, assim, ficarem lá uns 50 anos como no SEP.

Colegas, se estamos à espera de sindicatos ou ordem para mantermos a dignidade da nossa profissão, estão enganados. Temos que ser todos, temos hoje muitos meios e rápidos de comunicação para mostrar a nossa revolta e indignação. Este desgoverno fez mais ataques à enfermagem do que todos os anteriores e digo mais:mais ataques do que governos mais à direita PSD e CDS, os factos provam que temos que ter cuidado com esta gente que se diz de esquerda!! O Hitler era Socialista e ganhou eleições...vamos pressionar por todos os meios ao nosso alcance.

Os médicos não engoliram bem a nossa espiral de formação. Assim através do poder destes pulhas xoxalistas, estão a empurrar-nos para o lixo. Não vamos permitir. Mas não podemos estar sentados à espera das organizações de enfermagem...temos que ser nós todos a mostrar a nossa força e revolta.
 
Antes de dizerem que a ordem não disse nada, informem-se:

http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/PortariaCentrosdeEnfermagem.aspx
 
Reconhecem que fazemos um bom trabalho e que neste momento carregamos com boa parte do SNS ás costas independente da remuneração.
São muitos os serviços por este Pais fora que se encontram em" maus lençois"
Lobby dos enfermeiros dá-me vontade de rir!
Pessoas de boa vontade somos nós e com grande sentido de responsabilidade.
 
se isto nao for rectificado, vamos à luta, até à ultima gota.

ENFERMEIROS SEMPRE.

DIVULGA!
 
esta noticia da ordem saiu pouco antes deste comentario com o link, pois eu já tinha ido ao site da ordem e não vi lá nada, só depois de muito se comentar aqui que a ordem não fazia nada é que surge no site da ordem uma pequena noticia que poudo diz, a ver vamos como ficam as coisas, em Setembro vamos ver como eles dizem.
 
Continuo a dizer que enquanto não tivermos o nosso ligar reconhecido na sociedade não iremos a lado nenhum. temos que ter peso, influência política, jogo de bastidores! Enquanto nos fiarmos na sinceridade e honestidade dos outros, nao vamos a lado algum.
 
Caros Colegas
Sei quem reagiu de imediato á portaria, foi o SE, e este blog foi conhecedor da missiva na íntegra. Inclusivamente está uma reuniao marcada com o OE e a FENSE para discutir este problema, a OE era conhecedora do conteudo da portaria.
A nossa força tem que se unir contra a OE (Augusta).
 
Espanta-me que a Ordem nada soubesse que iria sair uma portaria a regulamentar os Centros de Enfermagem, nem do seu conteúdo. Porquê que a deixaram sair publicada contendo tal afronta à nossa autonomia? Porquê deixaram manchar a já "pouca" dignidade dos Enfermeiros, nos jornais diários que saíram dizendo que eram obrigados a prescrição médica? Poderiam ter evitado este enxovalho se fosse publicada sem atropelos à autonomia dos Enfermeiros! Porquê só agora é que resolveram regular uma actividade há muito em exercício? Esta Ordem é uma DESORDEM!!!
 
Pra Ordem o importante é a "ética", eles que metam a ética no .....
 
Concordo plenamente com o comentario do colega das 12.35. No entanto ficam os cidadãos a saber das desigualdades que nos obrigam! Quem os acompanham nas enfermarias? os enfermeiros; quem os atendem nas urgencias, Manchester, os enfermeiros; quem faz enfermagem comunitaria, os enfermeiros; Os médicos só assinam, vale esta medicina?
Não obrigada.
 
Caro DE, o senhor não "censura", pois não?

Tem é uma "inclinação" muito grande, não é? Cuidado, "isso" encerra perigos recônditos, que podem ter "efeitos colaterais", como (por exemplo) escoliose. Cuide-se.
 
Caro Anonimo das 2:02

O problema dos Srs. enfermeiros é mesmo esse! Só que não é excesso dela (ética) mas sim falta dela.
É natural que a OE se preocupe com tal! Ora, se existisse "ética" entre os enfermeiros, não teriamos colegas (mais velhos) a dormir em qualquer "buraco" (entenda-se; rouparia, por exemplo) enquanto que "os outros"; enfermeiros recem chegados ao serviço tem que fazer a noite toda sozinhos e quando os acordam ainda pensam que tem razão. No serviço em que trabalho não se trata apenas de um enfermeiro, e por tanto, não pensem que é um caso isolado. (E não venham falar dos médicos, porque estes fazem um turno de 24h enquanto que os enfermeiros fazem um de 12h).

E depois Sr. Anonimo, já percebi que neste "espaço" gostam muito de dar como exemplo a vizinha espanha, quando de prescrição se trata. Mas e quando se trata de triagem? Sabem quem a faz em espanha? Exacto; os médicos.

Quanto ao "acompanhamento nas enfermarias" uma pergunta; mas não é essa a vossa função? Cuidar, acompanhar? Estar presente e é por causa disso que não saem das enfermarias?? LOL Relativamente ao "atendimento" nas urgencias, por acaso Sr. Anonimo não vai dizer que na triagem se trata alguém, pois não? Ou que alguem vai ás urgencias para ser "atendido" pela triagem*LOL Vai-se a uma urgencia para se receber um determinado tratamento. (ppf não confunda as coisas, quem diagnostica, prescreve e trata; são os médicos).

"Os médicos SÓ assinam"??? Sua excelencia delira de uma forma formidável. Sabe, é por estas e por outras que os enfermeiros estão a destruir uma imagem, que é, na minha opinião, muito positiva dentro da população. Por um lado "esperneiam" com outros profissionais de saude por estes querem adquirir funções que até agora são de enfermagem, e por outro lado passam a vida a falar mal dos médicos, julgando e avaliando o seu trabalho ou as suas competencias. O problema aqui é que o enfermeiro não reconhece ao médico competencias para avaliar o seu trabalho, certo? (Eu concordo com tal pensamento). Mas tal faz-me pensar; então, não terão os médicos também direito a não vos reconhecer tal capacidade?

Os enfermeiros são apenas mais uma peça que faz funcionar o SNS, mas não sejam tão Egocentricos!!!Simplesmente porque; não são os unicos que se sentem vocacionados para aquilo que fazem, que respeitam a pessoa ou ser humano doente, debilitado ... não são os unico a trabalhar (quantas e quantas vezes) acima das posibilidades fisicas e mentais, que sentem o stress das enormes responsabilidades que tem que enfrentar todos os dias, não são os únicos a chegar a casa tarde, a não estar presentes em dias importantes ou a fazerem horarios que não lembra a ninguem...

E para terminar: nós médicos não aprendemos a "fazer" trabalho de enfermeiro, mas vós enfermeiros, também não sabeis fazer trabalho de médico. Por tanto, não vale a pena "fazer de conta" que sabem, só porque deliram que são os salvadores do SNS.
Meu caro anonimo, os enfermeiros são extremamente necessarios, e só um palerma põe isso em causa. Mas também só um verdadeiro palerma põe em causa a falta que os médicos fazem a este sistema, e que com apenas um deste binomio conseguinos fazer com que este SNS funcione correctamente. Agora dizer que "andam com o SNS ás costas"? LOL Presunção e água benta, realmente, cada um toma a quer!!!
Tenho dito.

Cumprimentos.
 
Pelas 21.21 horas de 21.21h do dia 25-8-10 mantem-se divulgada no portal da saude
Ficamos piores que em 1993
a quem o devemos?
http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/centros+enfermagem.htm
Decreto-Lei n.º 13/93 de 15 de Janeiro
Regula a criação e fiscalização das unidades privadas de saúde
 
e na ERS
http://www.ers.pt/actividades/informacoes-aos-prestadores/licenciamento-2013-centros-de-enfermagem
 
`Tou com o médico, tem razão nalgumas coisas, e sim funcionamos na perfeição qd juntamos sinergias, em todo o lado, na minha opinião onde isto se reflecte mais é nas equipas de VMER e Helis. Sem dúvida não se pode generalizar nem com médicos, nem com enf., nem com ninguém. Temos o direito e o dever de lutar por uma Enfermagem digna, mas é com base no nosso valor e não no desmérito dos outros...e ás vezes vê-se por aqui com cada baboseira de colegas a bater em tudo e todos. Temos provas dadas, quem tem medo compra um cão, médicos não me intimidam, são óptimos parceiros qd há entendimento e nos focamos num objectivo comum, muito menos outras classes que lutam pelo seu espaço, só temos de marcar o nosso território, mais nada.

Cumprimentos,
C2
 
Anónimo das 8:50
Sendo tendencioso... A prática da Medicina é mais facilmente avaliável por um enfermeiro do que a prática de Enfermagem o é pelo médico... Isso constata-se pelo conhecimento que têm da Enfermagem e o que nós temos da Medicina...

Se quiser podemos dar exemplos e discutir isso se entender

http://saudeeportugal.blogspot.com
 
Quanto à Portaria 801/2010
Há dias falei sobre as correntes que existem à volta da prática liberal de Enfermagem... Parece que me quiseram dar razão:

Depois surge o fatídico parágrafo:

"2 — Ao pessoal de enfermagem dos centros de enfermagem é vedado fazer tratamentos sem prescrição médica, ressalvando -se os casos com fundamentação de urgência, de acordo com o REPE, o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros e as orientações profissionais dessa organização.

Não costumo alinhar em teorias da conspiração mas isto de querer limitar as acções dos enfermeiros... parece que é o que está a dar...

Não conhecem as várias dimensões da qualidade em saúde, nomeadamente a acessibilidade (neste caso aos cuidados de enfermagem) , que neste caso está a ser completamente atropelada?

É que já bastam outras restrições à prática dos enfermeiros mas será que esta gente não pensa nos utentes a quem estão a vedar o acesso a cuidados de que necessitam?

http://saudeeportugal.blogspot.com
 
o problema nao esta so no ponto 2 do artigo 11

olhem bem para o artigo 3, que esta la a fazer a ordem dos medicos?? por acaso em algum lugar respeitante a actividade medica voces encontram la a ordem dos enfermeiros??

ha esclarecer td, nao deixar que em momento algum hajam outras ordens a ter influencia nakilo k e nosso. apenas direçao geral de saude e ordem dos enfermeiros. mais nada..
 
Continuo com o que muitos colegas dizem: não temos nada contra os médicos, temos sim, contra os médicos safados e gatunos, que pretendem rapar todo e qualquer tacho, deixando nem sequer migalhas para os outros ( os enfermeiros)...

(retirado do SE):

Alguém anda a ler...

Com algum atraso as nossas chamadas de atenção aos que passam ligeiramente, apressados de mais para nos darem ouvidos.

Há meses reportávamos as gabarolices de um anestesista da dor dos queimados do HSJ que pediu uma licença sem vencimento, num dia para fazer um contrato individual de trabalho onde diz que ganha tanto num dia como ganhava num mês como funcionário do quadro.

Claro está que antes desta manobra teve o cuidado de se certificar que fazia muita falta no serviço, papel de que se encarrega a agência de propaganda da falta de médicos, porque os enfermeiros ainda não se dispuseram a anestesiar, como já fazem na América do Norte, de modo a tornarem estes heróis mais dispensáveis.

Hoje, manhãzinha cedo dizia a TVI que havia médicos a pedirem licença sem vencimento, para irem trabalhar noutra instituição, mas em Faro, não chegaram a sair do Hospital.

São médicos os que lhe autorizam a licença sem vencimento e aceitam a fundamentação do requerimento da licença; são médicos os requerentes: é tudo médico.

A notícia dizia que podia ser tudo muito legal, mas lá que não era assim tão moral, não era.

E não é nada moral. Mas convém não esquecer que há na classe destes profissionais dois tipos de moral; a pessoal e a profissional.

Há dias uma mulher, vinda do consultório do seu médico familiar, chorava lágrimas sentidas e ofendidas, porque o seu MF disse-lhe que veio para médico para ganhar dinheiro e não para resolver o meu problema.

Por outro lado, os Enfermeiros ainda não intuíram que para os uns comerem de mais, os outros comem de menos, porque o Orçamento do Estado e o de cada Ministério estão pré-definidos. Se os uns descobriram a maneira de comerem o que lhes pertence e pertence aos outros, há que inventar esquemas reguladores nesta selva médica, a perder de vista. O bolo não cresce, por isso é preciso estar atento às fatias que cada profissional come.

Assim vai este país de socialismo à Sócrates de que ele tanto se orgulha e do qual transmite uma visão tão irreal quão optimizada.

Como diz o Indiano: “sossega, jacaré, que a lagoa vai secar”.

Cordiais Saudações Sindicais,
A Direcção do SE.
 
Assim não vamos a lado nenhum meus amigos, nós damos tiros uns nos outros.Sou enfermeiro especialista em Reabilitação, e posso dizer-vos que mantenho um relacionamento espectacular com os médicos, pedem-me colaboração em muitas situações, aceitam a minha avaliação e nunca criaram qualquer conflito comigo, ou puseram em causa as minhas decisões, mudem a imagem caros colegas.....
 
Os Enfermeiros apenas perdem oportunidades e tempo ao tentarem fazer da sua evolução uma questão de combate ou confronto com a classe médica. Esta situação é muitas vezes induzida por facções "fundamentalistas" minoritárias, que introduzem uma agitação nefasta no seio da própria profissao.

Desprimoram aquilo que fazem, pois demonstram pelo seu discurso, errado a meu ver, que afinal as competências clássicas dos Enfermeiros estão esgotadas em termos de potencial de evolução, necessitando de uma "transfusão" de competências alheias para ganhar uma nova vitalidade.

Tentam semear através de um discurso radicalizado a ideia de que a sua formação de 4 anos, multiplicado por um coeficiente de propriedades mágicas equivale à formação de 10 anos do médicos, de 5 anos do farmacêutico,etc, riscando toda a sua credibilidade junto da sociedade.

Acusam os médicos de laxismo e de não cumprirem as suas obrigações laborais, esquecendo-se de referir os muitos profissionais de Medicina que ultrapassam aquilo que é a sua obrigação laboral em prol dos doentes, trabalhando não raras vezes mais horas(não pagas) para além do seu horário normal.


Transferem para os outros a culpa do seu estado, sem fazerem uma devida reflexão colectiva.

Os Enfermeiros que praticam a verdadeira Enfermagem são uma mais valia para o SNS, pois são insubstituíveis naquilo que fazem.
Mas os Enfermeiros que tentam substituir outros nas suas competências, são por isso mesmo eles próprios também substituíveis pois ao invés de evoluirem para novos campos, divergem para áreas que existiam muito antes da chegada dos Enfermeiros.

Não é com radicalizações ou crispações que os Enfermeiros chegam a lado algum.
O confronto apenas desvia os Enfermeiros daquilo que efectivamente pode contribuir para a melhoria da sua situação: a evolução dos profissionais dentro daquilo que é a sua profissão e daquilo que a sociedade lhes reconhece.

Mas o qeu parece é que alguns Enfermeiros pretendem desistir da Enfermagem, tentando convencer os outros seus colegas que afinal a verdadeira Enfermagem ainda não começou por estar cativa nas mãos dos médicos; se é assim , o que andaram vocês a fazer até agora?
 
A diferença em relação ao sono abusivo de uns e outros é esta:
uns no chão ou na rouparia ou em cadeiras desconfortáveis...
outros em cama feita de lavado para o efeito,num quarto com condiçoes sanitárias,e alguns com duche.Só estes recebem trabalho estrordinário.
No acordar há em comum a rabujice.
 
A diferença em relação ao sono abusivo de uns e outros é esta:
uns no chão ou na rouparia ou em cadeiras desconfortáveis...
outros em cama feita de lavado para o efeito,num quarto com condiçoes sanitárias,e alguns com duche.Só estes recebem trabalho estrordinário.
No acordar há em comum a rabujice.
 
Caro Colega das 6:49

São este tipo de discursos que me fazem sentir vergonha de alguns colegas Enfermeiros.
Então quer comparar um turno de 24h com um de 12h? Sabe, quando faço turnos de 12h, tenho colegas que dormem a "sono solto". Até hoje nunca dormi em serviço, nem tenciono faze-lo. Estes mesmos colegas no dia seguinte (de manha) vão trabalhar para a clinica (privada)! Nada tenho contra estes colegas que trabalham no privado, mas quando o privado interfere com a nossa actividade e dever publico, sinceramente condeno. Isto também reflete promiscuidade entre o publico e o privado! Destas coisas não se fala. Não se fala de problemas internos, que são inerentes à nossa profissão, só vemos os problemas dos médico ou os supostos beneficios que estes tem em relação a nós... como se isso fosse do meu interesse como Enfermeiro.

Sabe, deles só "invejo" uma coisa, até "no dormir em trabalho" eles são cordiais uns com os outros, sabe porquê? Fazem turnos entre eles... aqui neste serviço é assim que funciona entre os médicos. Entre os enfermeiros é um a dormir a "sono solto" enquanto que o outro trabalha all nigth long, com o dobro do trabalho ...
 
http://o-povo.blogspot.com/2010/08/um-paradoxo-do-nosso-estado-social-mais.html
Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010
Um paradoxo do nosso Estado social: mais desigualdade
Público, 2010-08-27 José Manuel Fernandes

O aumento das desigualdades nas últimas décadas deveria levar a questionar, e não a idolatrar, o Estado-Providência

……..
Como se tudo isto ainda não fosse suficiente, uma sociedade largamente intervencionada pelo Estado e pelos seus "serviços" não só se habituou à esmola como, ao mesmo tempo, foi destruindo os seus ascensores sociais. Ou seja, além de ser uma sociedade mais desigual, é também uma sociedade onde é menor a mobilidade social.
Há, por vezes, a ideia de que estes problemas do nosso Estado-Providência se resolvem melhorando a sua gestão. É o que defenderam esta semana os subscritores do abaixo-assinado dito em defesa do SNS. Ora sendo indiscutível que a Saúde até é o sector com mais sucesso do nosso Estado-Providência, isso não nos permite iludir a sua ineficiência relativa. Como notou José Mendes Ribeiro em Saúde, A Liberdade de Escolher, com base num índice calculado a partir do ano-base de 1995, até 2006 "a produção do SNS cresceu apenas 30 por cento em termos de consultas, internamentos, urgências e cirurgias, mas o respectivo financiamento cresceu 150 por cento." O que é insustentável. Até porque, apesar de gastarmos no sector uma percentagem do PIB superior à média europeia, o relatório relativo a 2009 do Euro Health Consumer Index colocava Portugal em 21.º lugar entre 33 países europeus, só tendo atrás de si os antigos países do Leste. Ou seja, melhorámos muito, mas o modelo de SNS não é ideal nem devia ser intocável.
Por tudo isto, é surpreendente que não se queiram discutir mudanças. Que nem se olhe, por exemplo, para o que está a acontecer a uma velocidade estonteante no Reino Unido, onde a coligação conservadores-liberais desencadeou um processo de reformas que a revista The Economist - antes céptica em relação a este Governo - designou, num editorial intitulado "Radical Britain", o "grande jogo". Prevendo que, "tarde ou cedo, muitas outras nações do mundo desenvolvido terão de seguir pelo mesmo caminho".
É muito fácil agitar fantasmas. É muito mais difícil aceitar a dureza da realidade. E, num país como Portugal, é quase impossível discutir ideias e propostas diferentes. É um dos mais duradouros sinais do nosso atraso e da nossa menoridade.
Jornalista, www.twiter.com/jmf1957
 
http://o-povo.blogspot.com/2010/08/um-paradoxo-do-nosso-estado-social-mais.html
Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010
Um paradoxo do nosso Estado social: mais desigualdade
Público, 2010-08-27 José Manuel Fernandes

O aumento das desigualdades nas últimas décadas deveria levar a questionar, e não a idolatrar, o Estado-Providência

……..
Como se tudo isto ainda não fosse suficiente, uma sociedade largamente intervencionada pelo Estado e pelos seus "serviços" não só se habituou à esmola como, ao mesmo tempo, foi destruindo os seus ascensores sociais. Ou seja, além de ser uma sociedade mais desigual, é também uma sociedade onde é menor a mobilidade social.
Há, por vezes, a ideia de que estes problemas do nosso Estado-Providência se resolvem melhorando a sua gestão. É o que defenderam esta semana os subscritores do abaixo-assinado dito em defesa do SNS. Ora sendo indiscutível que a Saúde até é o sector com mais sucesso do nosso Estado-Providência, isso não nos permite iludir a sua ineficiência relativa. Como notou José Mendes Ribeiro em Saúde, A Liberdade de Escolher, com base num índice calculado a partir do ano-base de 1995, até 2006 "a produção do SNS cresceu apenas 30 por cento em termos de consultas, internamentos, urgências e cirurgias, mas o respectivo financiamento cresceu 150 por cento." O que é insustentável. Até porque, apesar de gastarmos no sector uma percentagem do PIB superior à média europeia, o relatório relativo a 2009 do Euro Health Consumer Index colocava Portugal em 21.º lugar entre 33 países europeus, só tendo atrás de si os antigos países do Leste. Ou seja, melhorámos muito, mas o modelo de SNS não é ideal nem devia ser intocável.
Por tudo isto, é surpreendente que não se queiram discutir mudanças. Que nem se olhe, por exemplo, para o que está a acontecer a uma velocidade estonteante no Reino Unido, onde a coligação conservadores-liberais desencadeou um processo de reformas que a revista The Economist - antes céptica em relação a este Governo - designou, num editorial intitulado "Radical Britain", o "grande jogo". Prevendo que, "tarde ou cedo, muitas outras nações do mundo desenvolvido terão de seguir pelo mesmo caminho".
É muito fácil agitar fantasmas. É muito mais difícil aceitar a dureza da realidade. E, num país como Portugal, é quase impossível discutir ideias e propostas diferentes. É um dos mais duradouros sinais do nosso atraso e da nossa menoridade.
Jornalista, www.twiter.com/jmf1957
 
Independentemente de tudo o que se possa aqui dizer acerca dos médicos/ enfermeiros, continuo a não conseguir engolir essa coisa de as pessoas se "encostarem", deixando muitas vezes os doentes sem a vigilância necessária. E digo isto porque o vejo no meu serviço e sempre o tenho visto em serviços onde tenho trabalhado. Após 15 anos de trabalho, sinto que estou sozinha, que a minha luta é perfeitamente a remar contra a maré. Como é possível que num serviço de urgência toda a gente se encoste, deixando o parceiro sobrecarregadíssimo só para dormir umas horinhas????..Inacreditável...E não há critérios...tanto faz que haja 10 doentes em SO, como 30...é igual. E lá continuo eu a tentar mudar mentalidades...a tentar explicar que eu não me encosto...a ver se acordam para a realidade...mas eu é que estou errada aos seus olhos...sou a única numa equipa de mais de 50 enfermeiros...Num turno de pouco mais de 8 horas, isto justifica-se???...E depois para poderem fazer isso trabalha-se "á tarefa" e ás tantas, não sabem nada sobre os doentes, perde-se informação sobre o doente...a vigilância é mínima...enfim...E chegar perto de um doente com um ar perfeitamente ensonado...que vergonha...Mas será que num turno da tarde se encostam??? Não...Tal como também não o fazem numa manhã...mas os duplos empregos, justificam isto tudo...será mesmo necessidade? Como eu gostava que o "enfermeiro da ronda" voltasse...ou no mínimo se fizessem auditorias...se calhar afinal chegavam á conclusão que numa noite em que querem exigir 8 ou 9 enfermeiros, chegam 3 para fazer o trabalho de todos...estão a pôr tudo em causa e nem se apercebem...Srs administradores, apesar de todas as injustiças, se calhar ás vezes até parecem ter razão quando adoptam algumas medidas...desculpem o desabafo, mas por vezes estou tão, mas tão sozinha nesta luta...já só me resta este desabafo...
 
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