sábado, outubro 02, 2010

Transparente como a água?


Tenho assistido à constante "guerra" entre o Governo e a Indústria Farmacêutica/Farmácias. Ora se esgrima sobre um matéria, ora se esgrima sobre outra, com ambos a acusarem o outro de falta de transparência e respeito para o utente. Neste caso em particular e mais actual, o Governo pretende alterar os preços e comparticipações dos medicamentos (link).
Se o estado pretende diminuir despesas e incrementar receitas, a Indústria Farmacêutica procura não descer os seus lucros milionários. Ambos argumentam e contra-argumentam numa peleja de palavras, harmonizando, concomitantemente, a racionalização dos motivos ocultos destas altercações, com razões minor de índole altruísta e apresentá-las numa configuração simpática, para que o utente pense que ambos estão a tentar defender o interesse do consumidor. Na verdade, o Governo quer poupar e a Indústria Farmacêutica quer ganhar.
O que é mais notório são as políticas-avulsas que se adoptam, ao invés de um planeamento estratégico estruturado e cuidadosamente operacionalizado. Bem mais sensato e economicamente ponderado seria a aposta na prevenção e pedagogia da saúde (Cuidados Primários)! Se o Ministério da Saúde entroncasse esta linha de orientação - bastante propalada pelos Enfermeiros - pouparia milhões e milhões...

No meio de tudo isto surge ainda, em rasgos anedóticos, o Bastonário da Ordem dos Médicos que, por motivos de escolha de prescrição (outra carta do baralho), não quer perder o poder. O homem não consegue proferir uma única frase sem que todos percebam a veia corporativista e tendenciosa da afirmação. É uma variante da síndrome de tourette. Incurável.

Li, também, há uns dias atrás uma entrevista do Dr. Luís Portela, Presidente da Bial. Confesso que nutria uma certa admiração pela obra deste homem, que ruiu profusamente após esta leitura. Não vou comentar as asneiras conceptuais que debitou (e foram muitas!), mas cabe-me dizer que o Dr. Luís Portela confunde aquilo que 99,9% dos "pró-privatizacionistas": boa gestão com privatização. É um dos maiores erros gestionários passível de ser cometido.
Quando alguém se arremessa de um avião, arrisca-se a cair. Quando alguém se aventura na gestão de um sector tão lucrativo, arrisca-se a ser considerado bom gestor.

Comments:
Isto é tal e qual aos horários mirabulantes dos srs drs médicos, que fazem bancos de 24 horas (claro pagas em extraordinário)e que a ordem dos médicos aplaude com a conivência de vários anos dos diferentes governos diferentes ministros da saúde e que se terminassem não se notaria nenhuma diferença nos serviços de urgência e o país sim poparia muito dinheiro.
 
Relatório de Actividades e Contas do Tribunal de Contas de 2009
...No âmbito das auditorias efectuadas na área da Saúde, indica-se, quanto ao montante de irregularidades detectadas, um valor de cerca de € 22,4 milhões resultante, fundamentalmente, de acordos/contratos não submetidos pela ARS do Centro à fiscalização prévia do TC, de aquisições realizadas, também, sem sujeição a fiscalização prévia ou através de ajustes directos, sem cumprimento das respectivas disposições legais... sic. (p. 37.
Comentários para quê?!
 
carta aberta à Enfermeira Ana Cavaco.
http://carta1aberta.blogspot.com/2010/10/exma-senhora-enfermeira-ana-cavaco.html
 
Não percebo é porque é que com a divida dos estado as farmacêuticas este ainda tem tanto á-vontade para lhes fazer estes cortes...
 
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