quarta-feira, janeiro 19, 2011

Testamento vital: Enfermeiros avisam para riscos (no Parlamento).


"A Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje no Parlamento que é um risco tornar absoluto o que está escrito no testamento vital, sem ter em conta alterações na vontade do doente, noticia a Lusa.

«A natureza absoluta de um documento leva a que os profissionais o cumpram cegamente sem atender a outras circunstâncias, a outras fontes de informação, que podem ter alterado a vontade das pessoas. Ter em consideração a declaração apenas sem ter em conta outras fontes de informação, nomeadamente se a vontade da pessoa se alterou, é um risco», afirmou o presidente do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros, Sérgio Deodato, durante uma audição na comissão parlamentar de Saúde.

A Ordem defende «a revogação livre em qualquer circunstância», no caso dos doentes que estão conscientes.

«Se [o testamento vital] não for absoluto, significa que o doente altera a decisão num período de tempo e o profissional tem de ter essa opinião em conta. Se for absoluto, leva a que o profissional cumpra cegamente [o que está expresso no documento] sem falar com o doente, sem perceber se quer alterar a decisão», explicou Sérgio Deodato.

No caso dos doentes que estão inconscientes, a Ordem concorda que o que está expresso no documento «seja vinculativo e que o procurador interprete a informação lá contida»."

Comments:
Além da Ana Rita Cavaco, quem são os outros candidatos á OE?
 
a imagem é do s joão?
a ventimask da imagem, sem a traqueia conectada ao doseador de FiO2...
só lá e em Coimbra é que presenciei esta 'colocação' nos doseadores daquele laboratório :D
 
Se os pressupostos para o testamento vital foram tão respeitados como os que sustentam a ordem de não reanimar, estamos bem.

O nosso contexto cultural e sócio-profissional não está suficientemente trabalhado para que essa possibilidade produza os resultados desejados e por isso estou muito apreensiva em relação a tudo o que aumente o poder do sistema perante o cidadão.

Pergunto:

Como é que cada um de nós, profissional de saúde, reagiria se, ao chegar junto de um utente para lhe prestar cuidados, o utente lhe perguntasse: "Sr. Enfº., lavou as mãos antes de me tocar?"

Como reagimos à possibilidade de a família estar presente ou se fazer representar num acto de reanimação cárdio-respiratória?

Quantos doentes não assinam os consentimentos informados já dentro da sala de operações, em cima do joelho, sem qualquer explicação ou margem para dúvidas?

Quantos doentes não descobrem que lhes foi amputada uma perna quando no pós-operatório vasculham a cama à procura dela?

...

Se não andarmos a arrepiar caminho e nos detivermos com alguma seriedade nas respostas a questões como estas (e muitas outras), teremos um bom referencial para discutir tudo o que se quiser implementar.

VV
 
VV

Por vezes não concordo com todas as opiniões que expressa, mas aqui colocou o dedo numa ferida enorme ...

Parabéns!
 
Trabalho num hospital por aí…

Vi assinar um consentimento informado (!?) para laqueação tubária, quando já o betadine tinha sido aplicado para se dar início à cesariana.

Parabéns senhores “enfermeiros gestores”, directores de serviço, administrações hospitalares, senhores bastonários (OE e OM), senhora ministra, senhor sócrates, senhor cavaco…

Triste realidade a nossa!
 
Se o doente está consciente e na posse de todas as suas faculdades então é a sua vontade que é válida, se está inconsciente a sua vontade expressa em testamento vital tem de ser respeitada. Absolutamente!

O testamento vital tem de ser vinculativo para que possa fazer sentido a sua existência.
 
Por acaso costumo respeitar a opinião de todos, mas mete-me piada porque quando o testamento vital foi apresentado, discutido e alternativas foram apresentadas em público, não vi lá muitos enfermeiros... No máximo deviam estar uns 6 (mas a correr bem). Portanto, conselho n.º 1: antes de opinar, é preciso saber do que se fala.
 
Com tanto para dar porque padecem os enf assim com este governo?
A avaliação de desempenho dos enfermeiros está a ser negociada
…….Na área das especialidades em enfermagem, o Ministério da Saúde é ainda mais duro com os enfermeiros. Impõe que, a partir do momento em que o enfermeiro é detentor do título de especialista, terá que ter 3 anos (2 dos quais terão de ser consecutivos) de exercício profissional efectivo nas funções de especialista, sem ser pagos por isso, ou seja sendo pagos enquanto enfermeiro generalista. …..
http://www.sos-sns.net/
 
Se em 2009 foi assim quantas horas a menos em 2010?

O estudo da ACSS revela que nos 55 hospitais analisados durante o ano de 2009 foram efectuadas 8,95 milhões de horas de cuidados prestados por enfermeiros. No entanto, a actividade e a procura no internamento justificavam mais 4,8 milhões de horas de trabalho: mais 53,4% das actuais.
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A situação é tanto mais grave quanto se sabe que a adequação dos cuidados de enfermagem às necessidades dos utentes é essencial para se evitar erros. Aliás, vários estudos já permitiram concluir que se houver falta de profissionais há mais erros de medicação, úlceras de pressão e casos de infecção, chegando mesmo a aumentar a mortalidade dos doentes e o risco de acidentes, como quedas
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Um estudo da Ordem também demonstra que, em 2009, foram definidas necessidades e metas de enfermagem abaixo das praticadas em 1996, apesar de a população residente ter aumentado em quase 538 mil pessoas nestes oito anos. Um dos exemplos referidos ao DN diz respeito aos centros de saúde da Grande Lisboa V (que inclui Odivelas) e para os quais estavam definidos 110 enfermeiros no quadro em 1996, mas apenas 79 em 2009. Outros dois agrupamentos estavam na mesma situação.
http://www.rcmpharma.com/news/11611/51/Portugueses-recebem-menos-duas-horas-de-cuidados-de-enfermagem.html
 
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