quarta-feira, abril 06, 2011

As pílulas do costume!


É já dia 2 e 3 de Junho que se realiza o "III Congresso - Desafios em Saúde: O valor dos cuidados de Enfermagem", no Centro de Congressos de Lisboa, a cargo da Ordem dos Enfermeiros (OE). Não vou, obviamente.
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Inspeccionando atentamente o programa do mesmo, constata-se que os assuntos/temas apresentados são mais do mesmo, debatidos e rebatidos até à exaustão, sem novidades ou sagacidade. Desde temas onde os Enfermeiros, por muito debatidos que sejam, não têm intervenção válida no campo em contexto prático, porque, em parte, a OE não planeia ou propõe desenhos de intervenção estratégica ao Ministério da Saúde, além da sua tenacidade no que à conjunção política diz respeito. Ou seja, propor ao MS não interessa e a decisão política é para os outros profissionais de saúde influenciarem. Quem não fala, não se faz ouvir. Nem tudo é mau, pelo menos a OE contratou uns violinos e una violoncelos para nos darem música!
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Debater-se-à, por exemplo, a intervenção dos Enfermeiros na gestão (neste momento quase nula), que será apresentado, para além da Enf. Helena Almeida - ED do HBM, EPE - por um representante do Grupo de Trabalho dos Enfermeiros Gestores, um grupo estéril e sem expressão. Aliás, mais um grupo estéril e sem expressão.
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O resto será a ladainha costumeira, a transbordar de discussões acerca do sexo dos anjos. Há um tema, no entanto, que me captou a atenção: "Prescrição por Enfermeiros". A respectiva prelectora será a Enf. Lucília Nunes, o que assassinou - de imediato - a minha curiosidade. 
Em ano eleitoral (dou eu a novidade, posso?) a OE vai iniciar a discussão interna relativa à prescrição de fármacos por Enfermeiros. "Coisas modernas!" - vão observando os obsoletos e velhos do restelo.
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Resta então só saber se no dia 2 e 3 de Junho, o Enfermeiro Manuel Oliveira, Presidente da SRC da OE e futuro candidato a Bastonário, por lá andará a distribuir apertos de mãos de propaganda. Com sorte ainda traz a Phaneuf ao colo e o Yves Gineste na algibeira. Se assim for - eventualidade de ser eleito - já prometi aos peixinhos que me dedico à pesca nos próximos 4 anos.

Comments:
tambem não vou porque é sempre o mesmo local (Lisboa), por isso é que nos congrssos e assembleias são sempre os mesmos que estão presentes, mas a Ordem assim quer porque ja sabe com quem conta para aprovar os assuntos que lhe convem. esta forma de agir só significa que têm medo dos enfermeiros ou de serem veementemente contestados, mais não digo. Portugal não é só Lisboa, Porto e Coimbra, descentralizem.
 
nao vou obviamente
 
DE APEGEL grupo estéril porquê??!!! Porque nasceu há pouco tempo?? E vamos querer matá-lo já na água do banho?? Os outros grupos que por ai há não são estéreis??

Estéril é a Guadalupe e o Zé Carlos que quiseram vender a alma ao diabo, como quem diz, entregar a cúpula da enfermagem ao poder politico para este fazer a doação a outros elementos da saúde... e ai está alguns enfermeiros já chamam chefe ao sr director...

ai enfermagem....
 
Eu gostava de ir só para saudar o Exmo. Senhor Doutor Abel Paiva.
 
Agradecemos divulgação porque este projecto pretende dar a conhecer o papel dos enfermeiros e o seu valor nos cuidados de Saúde...

http://www.parceiroscartoes-cgd.com/parceiros/detalhe.php?id=379

www.enfermeirospt.com
 
Anónimo das 10:35PM

Ou és um deles ou então não os conheces!!!!!!!!

È só fumaça!!!!!!!!
 
Vivam,

Mais uma vez a mesma treta!

Ate já mete nojo ouvir a falar da OE: os seus eventos surrialistas, os temas desinterantes e repetitivos, a inercia do costume, os lambe "conas" habituais...

Que morra a OE, pois já esta moribunda á muito tempo.

Abraço
 
Este acontecimento não trás nada de novo.

Os temas são interessantes, mas os prelectores são indivíduos que têm as suas quintas na Saúde e são sempre os mesmos. Dizem umas coisas, repetem-se, usam as mesmas cábulas... A maior parte são de outras áreas profissionais que se tornaram os Senhores da Saúde e invadiram a enfermagem. Por falta de gente capaz entre nós? Não por essa razão, mas porque são estes que vão dizer o que é mais fácil de dizer e fica sempre bem falar a partir de uma certa perspectiva das coisas. São uma espécie de nem-nems (nem dizem nada de jeito nem deixam os outros dizer porque ocupam tudo como uma praga), com discursos ambíguos (não se percebe nada)e ambivalentes (tanto podem ser interpretados assim, como assado).
Os que lá vão falar e que são ou já foram enfermeiros, também não trazem novidade nenhuma pois alguns são sempre os mesmos e outros estão longe da prática clínica e longe dos enfermeiros.

Mais uma grande oportunidade perdida para discutir de forma útil a problemática da enfermagem (portuguesa) no mundo actual.
Isto suscitaria, no mínimo, uma manifestação por parte dos enfermeiros, na forma de organização de um congresso paralelo, nos mesmos dias, com o objectivo de chamar a atenção para a inépcia da OE.

M.
 
Prescrição por enfermeiros, sim... claro:

"Gerir ambiente" e outras banalidades similares que ninguém quer saber ... a não ser os próprios enfermeiros ...claro!

Esta malta é uma anedota (ou...nulidade) pegada!
 
Quando existe uma carreira estruturada, em que a formação académica e SOBRETUDO PROFISSIONAL está em sintonia com a carreira, suas categorias e escalonamento, as coisas funcionam bem...como é exemplo esta circular para os internos de especialidade médica.

Quanto à enfermagem, é bom irmo-nos lembrando dos responsáveis pela sua destruição....

http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Circular%20Informativa%20N16%202011.pdf
 
http://www.hospitaldaluz.pt/upload/5/formacao/59_PT_P.pdf
 
Enquanto nos preocupamos com contextos teóricos e banalidades deixamos outros grupos profissionais ocupar o nosso campo de acção. Li hoje num jornal local os "avanços" dos farmacêuticos na usurpação das funções dos enfermeiros. No Centro Hospitalar da Cova da Beira um farmacêutico fez um acompanhamento dos doentes hipertensos no sentido de os ajudar no cumprimento do regime terapêutico porque se "descobriu" (quem diria!) que estes doentes não têm no dia a dia comportamentos de auto controle da sua doença, incluindo a auto-administração de medicamentos. Tal como a maioria dos doentes com doença crónica... acrescentaria eu! A natureza deste problema bem como os riscos associados é sobejamente conhecida pelos enfermeiros, os quais se ocupam nas consultas externas (entre outros contextos de trabalho) a fazer avaliações (ou melhor, determinações) de alguns parâmetros orgânicos com o único objectivo de agilizar a consulta médica (trabalho a que orgulhosamente gostam de chamar de consulta de enfermagem!?). Neste caso particular, colocam a braçadeira, olham para o valor de tensão que aparece no ecrã (como tantas pessoas fazem em casa) registam o valor no processo clínico e enviam para o médico consultar e para o farmacêutico educar? É nisto que estamos? Não cumprem o seu mandato social enquanto outros o usurpam e dão visibilidade (publicitada) a ganhos em saúde que fazem parte do conteúdo funcional dos enfermeiros? Onde andam as pessoas com responsabilidades nestas questões? Onde anda a ordem? Quando é que os enfermeiros começam a ser penalizados por negligência pelos seus superiores hierárquicos por não desempenharem as funções que constam da sua responsabilidade profissional exigida pela formação, paga pelo estado com os nossos impostos? Até quando e a que preço se desperdiça capital humano? Quem lucra com isso? Quando eu comecei a trabalhar, os prestadores de cuidados de saúde eram os médicos e os enfermeiros. Os gastos com a saúde eram muito menores e os doentes eram menos doentes. É tempo de dar um basta!
 
Enquanto isto no Brasil...
O COFEN CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM equivalente à Ordem dos Enfermeiros em Portugal, publicou resolução onde determina que toda Ambulância de Atendimento Pré hospitalar seja suporte básico ou avançado esteja equipada por Enfermeiros, proibindo os técnicos de atuarem sós. Passava da hora.
Mais detalhes em enferjose.wordpress.com
 
Anónimo das 10:57

Estou de acordo e acrescento apenas que chego a sentir estranheza em relação a tarefas que alguns enfermeiros realizam, sobretudo pela forma como o fazem.

Essa das TA's é paradigmática.

Mas acrescento outra: o pedido de análises clínicas. Os enfermeiros pedem por escrito as análises clínicas, cujas requisições são enviadas ao laboratório, mas... os enfermeiros não assinam os pedidos que fazem porque têm receio de assumir o que são obrigados a fazer. Até o fazem de forma muito correcta porque pedem os hemogramas, a coagulação, a ureia e a creatinina, os ionogramas, glicose em jejum, acrescentando as albuminas quando necessário, a função tiroideia, étc... São muitas vezes os enfermeiros que t~em acesso aos resultados laboratoriais e informam o médico quando existe necessidade urgente de corrigir desiquilíbrios que eles próprios verificam: proteínas baixas, anemia, baixas de potássio, étc. Porém, não assinam o que escrevem porque na folha de requisição diz "médico".

Então o que é que estamos a fazer?

VV
 
José Magalhães,

A notícia do Brasil refere que técnicos? Presumo que sejam técnicos de enfermagem.

É que no Brasil - corrijam-me se estiver a dizer asneira - há dois níveis de formação em enfermagem, com subordinação científica, técnica e hierárquica dos técnicos de enfermagem - curso de 3 anos - em relação aos enfermeiros - curso de 5 anos. Os enfermeiros gerem os cuidados de enfermagem, o que permite que haja UCI's com ratios de um enfermeiro para 7 doentes.

Se os técnicos de enfermagem, que fazem praticamente tudo o que nós fazemos cá, não podem aceder a essa área dos cuidados sem a presença de um enfermeiro, que diremos de Portugal?

Há dias assisti a um caso que suscita uma análise interessante: num restaurante, depois de uma refeição bem comida e bem bebida, um indivíduo sente-se mal e apresenta um quadro sugestivo de EAM. Chamam uma ambulância e vêm os bombeiros. O tempo perdido a avaliar tensões, estimular o homem para que disesse o que sentia, avaliar glicémia capilar, limpar o suor, desapertar a roupa, carregá-lo para a maca no meio da confusão... Meu Deus, mal de quem precisa, não que os bombeiros não façam um trabalho digno e de muito valor, mas não estão preparados para estas funções. Esta situação necessitava de uma abordagem profissional e nisto é que penso muitas vezes se a presença de um enfermeiro devidamente treinado não beneficiaria em muito a população e não seria um contributo válido para diminuir os custos que resultam do estado actual das coisas.

VV
 
A TODOS OS ENFERMEIROS:
LANCEMOS O MOTE A NIVEL NACIONAL DO GENERO:" EU SOU ENFERMEIRO NÃO VOTO PS"
 
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