sexta-feira, julho 29, 2011

Ministro da Saúde has spoken.

Ler aqui.

Comments:
Muitas palavras, vamos ver o que dai sai. Continuo muito cético a que alguma coisa vá mudar para os enfermeiros, acredito mais que para os enfermeiros vá piorar a muitos níveis.
 
Portanto, estou a ver que as USF tipo B, onde andam médicos a “mamar” quatro mil e muitos euros vs. cerca de mil euritos que ganha um enfermeiro, lá com a brilhante fórmula 8x8x8, há-de acabar;

Hão-de aumentar as competências e autonomia dos enfermeiros, destacando o seu trabalho e importância nos serviços (relevo por exemplo as UCC, onde basta um ou dois mºedicos, e cerca de 8 a 10 enfermeiros, para dar conta do serviço, ao invés de 5 médicos e um enfermeiro para as consultas abertas);

essa autonomia visará devolver aquilo que é do plano de acção dos enfermeiros (vejam a usurpação e asfixia que se desenrola nos CSP, onde o que devia ser feito por Enfºs, é surrupiado pelos médicos);

esta última será por ventura mais polémica mas, nem que por uma questão economicista pura (porque os médicos saem mais caros!), os Enfºs - especialistas - poderão começar a prescrever ECD e alguns fármacos para agilizar as coisas, e cortar com a necessidade tantas vezes escusada e redundante, de pedir a rúbrica ao médico, daquilo que o enfº já faz por baixo da gaveta.. (mas não hajam equívocos: prescrição é uma gotinha, neste oceano que não nos deixa respirar à sua tona, para incrementar a nossa autonomia, dignidade. Salários condignos, gestão dos serviços, etc. Tanto nos falta..
 
E para que não fique esquecido (e devo salientar o meu não-ódio a médicos, que estas coisas podem suscitar esse escárnio típico do “enfº revoltado que queria era ser médico, que estudasse mas é!”): lembremos o DESPERDÍCIO GRITANTE que todos os dias é feito à conta desta classe profissional:
* horas extra (que aos Enfºs não pagam...);
* horas de urgência em que ficam ou a dormir, ou vão para casa, consultório privado, ou jogar golfe como aquele em do H. Braga (atenção, não enfio todos os médicos neste saco...);
* salários geralmente bem gordos, quando o dos enfermeiros, para que os primeiros tenham a carteira recheada, emagrece e não come nem migalhas (há 8 anos, carreira e aumentos congelados?)
* a “obrigação” de ter que ser um médico a gerir serviços de saúde (sim porque lá o curso de medicina automaticamente atribui-lhes competências de gest~ao que nenhum enfº pode partilhar...);
* as especialidades médicas são pagas pelo estado, a dos enfermeiros, pelos próprios (e que depois de pouco lhes adianta que dificilmente vão ganhar mais com isto, quanto mais mestrados e doutoramentos...
* tantos outros que nem lembro...
 
Caro Enfermeiro do Norte;

Permita-me que lhe diga que no seu comentário poderá haver uma certa revolta, que só aos enfermeiros cabe resolver, no entanto, existe nas suas palavras uma ignorancia e um abuso da generalização que além de incrivelmente inadequado, demonstra que aquilo que escreve não deve ser levado a sério.

Diga-me uma coisa, por parte dos médicos, onde é que existe "usurpação" de funções? Teve lições de história sobre enfermagem? Quem foram os primeiros mestres dos primeiros enfermeiros? Quem quer continuar a "evoluir" adquirindo funções que desde sempre são executadas por médicos? Quem é que estudou, desenvolveu e aplicou um conjunto de técnicas que são hoje usadas por enfermeiros?
Não digo que não o possam vir a fazer, ou até mesmo que não possam vir a executar com todas as competencias, mas pelo menos admitam que aquilo que querem fazer não se trata "evolução", porque para essas funções já existem profissionais. Admitam que adquirindo essas funções serão apenas mais um agente da saúde apto a executar uma função que antes (e por alguma razão) eram só medicos a executar.
Admitam, que a evolução faz-se por conquistas proprias, e executando técnicas/tarefas/funções novas.

São académicos não são? Sabem portanto que é na investigação que está a evolução das profissões, correcto? Então porque é que não evoluem por ai? Custa assim tanto fazer investigação relevante na enfermagem?
É assim tão pobre a enfermagem? É que repare: o sr. está mais interessado em fazer algo que nunca fez, nunca foi da sua competencia, nunca o aprofundou devidamente para compreender a relevancia de tais actos, do que propriamente aprofundar o conhecimento em areas que sejam de relevante importancia na enfermagem.

Querem reconhecimento? Sejam enfermeiros, façam trabalho de enfermeiros. Ao quererem diagnosticar ou prescrever, quem é que usurpa funções a quem?

O sr. enfermeiro do norte, certamente não gosta que existam enfermeiros a ensinar fisioterapeutas a executar uma aspiração de secreções, mas existem e cada vez mais os fisioterapeutas reclamam para si também, essa competencia e digo-lhe que seguindo o exemplo dos enfermeiros, daqui a pouco reclamam ser os "unicos" aptos a executar tal tarefa.

Haja bom senso caro enfermeiro do norte.
 
"Não digo que não o possam vir a fazer, ou até mesmo que não possam vir a executar com todas as competencias, mas pelo menos admitam que aquilo que querem fazer não se trata "evolução", porque para essas funções já existem profissionais."

NÃO. errado meu caro! os atos técnicos em saúde, são, de facto, todos derivados da arte médica (a algaliação era um ato realizado apenas por cirurgiões há uns valentes anos atrás caso não saibam!)
however, os enfermeiros iniciaram o seu próprio cerne de intervenções, ou atividades que mais ninguém fazia: registos e taxas de natalidade, mortalidade, morbilidade, promoção de saúde etc. etc.
isto foi iniciado por enfermeiros após a guerra da crimeia (ou pela Enfª). a promoção da saúde, prevenção da doença; já o sr hipócrates assim o desejou mas os drs assim quiseram abandonar.
vai daí que: cuidados de saúde primários são para enfermeiros (convenhamos que o médico de CSP não é de bradar aos céus!), e hospitais são para médicos e técnicos (empregados dos médicos).
veja-se os exemplos de outros países, como Holanda, Suécia; Noruega. Países civilizados onde o sistema, simplesmente, funciona...
 
“ Quem foram os primeiros mestres dos primeiros enfermeiros?” mas sabe que foram enfermeiros que foram também mestres de cirurgiões na arte de suturar p.e.; quanto a isso não discordo;

"É assim tão pobre a enfermagem? “ Infelizmente, tbm concordo consigo: a Enfermagem em portugal não está, no geral, a conseguir acumular e criar conhecimento próprio, mas sim, a usar e abusar de conceitos mais que estudados e francamente inúteis (por exemplo o EXAGERO de congressos sobre ética e mais ética e bioética...);

"..o sr. está mais interessado em fazer algo que nunca fez, nunca foi da sua competencia, nunca o aprofundou devidamente para compreender a relevancia de tais actos, do que propriamente aprofundar o conhecimento em areas que sejam de relevante importancia na enfermagem.” Já discordo, pois todos os dias os enfermeiros administram e “prescrevem” por baixo da mesa. toda a gente sabe.. aquilo que se pede, é protecção legal para algo que mts enfºs realizam. Não somos meros executantes, leigos, capachos. Temos conhecimentos, sabemos o que fazer, temos RESPONSABILIDADE. Mas recordo que o prescrever ECD e alguns fármacos, é mesmo alguns, para alguns.. percebe? (especialistas, com curso complementar... como fazem em espanha p.e.!)
 
E não esqueçamos: os enfermeiros diagnosticam; têm algo chamado diagnósticos de enfermagem; têm autonomia para executar coisas em que não haja a necessidade (para tantas coisas escusado, e coloco a precrição e ECD no mesmo saco, e não me venham com tretas!) da “prescriçao médica”. Por exemplos para executar pensos. para que preciso de prescrição, se é uma área dominada pelos enfºs, o tratamento de feridas? ou suturar, em que vinha um médico a afirmar que era exclusivo de médicos...

percebe a “revolta” que evoca? é claro que a sinto. não como um ódio ou qq coisa referente a nédicos, mas sim ao sistema, viciado que está; acha que os enfºs auferem um salário justo? acha que sempre têm autonomia que corrsponda às suas competências e responsabilidade?
esta dos fármacos e ECD é um exemplo, que infeliz ou felizmente, causa bastante celeuma entre as duas classes. Percebo ambos os pontos de vista, a favor e em contrário. Obrigado pelo seu =)
 
Esqueci talvez de acrescentar: esta estória das prescrições (raisparta de assunto, mas que tem pertinência, ai isso tem!) é somente uma fatia nesta enorme sandwich que é a Enfermagem fazer-se valer...

à primeira vista sugere realmente uma espécie de usurpação das funções de médicos mas, sejamos realistas, quem sabe da coisa, reconhece competências nesse e noutros campos aos Enfºs, e creio que essa coisa de pedir um RX ou prescrever um AINE não contraria a validade do médico no esquema geral da prestação de cuidados de saúde. Assim sendo, e porque não? porque não pode entao um enfº fazer isso?
Mas estou a crer - e isto vai dar polémica, ui se vai! - que pela conjuntura actual social e política, que finalmente irão delegar aos enfºs coisas que antes só aos médicos entregavam (gestão/direcção de serviços, prescrição, triagem, etc) nem que por simplesmente pelo ponto de vista económico! Fica mais barato um enfº que um médico! Isto vai dar “pancadaria”, mas fico apesar de tudo, caso isto e outras coisas aconteçam, que só o seja exactamente por estratégia economicista, ao invés do reconhecimento do papel dos enfºs.... Ficarei com amargo de boca mas.. há que começar por algum lado.. já começa nas UCC, na triagem dos dadores de sabgue e urgencias...
E fico na ideia que nãose usurpa funções de ninguém; retira sim é "emprego garantido” e dinheiro a rodos.. Mas posso estar errado..! ; ) Abçs!
 
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