domingo, março 18, 2012

Estou na idade dos "porquês"!


Porque é que os sindicatos não pressionam para a efectivação da real valorização dos Enfermeiros Especialistas? 
 
Porque é que os sindicatos não pressionam para que o diploma das Direcções de Enfermagem seja publicado?

Porque é que os sindicatos não pressionam para a abertura de concursos para Enfermeiros Principais?

Comments:
SE - Sindicato dos Enfermeiros: quero ver mais de voces. por favor, nests matérias!!

Farto de ser subvalorizado!!
 
Porque isso dá trabalho e os meninos do sindicato têm mais q fazer que defender os interesses dos colegas!!!
 
Valorizem os enfermeiros prestadores de cuidados... o resto que espere sentado. Isto sim é justiça. Disse.
 
Isto é que são os verdadeiros problemas.
Onde pára a (Policia...ate parece a saga cinematografica...) o SEP e o SE?!?!
 
As preocupações são sempre para os mesmos... para aqueles que já ganham mais!!!
E OS OUTROS?
 
Ao longo dos anos, muitas foram as conquistas, mas a confusão, frustração e desmotivação dos enfermeiros é capaz de estar a atingir niveis que podem comprometer a própria perenidade da profissão.

Aliado ao abandono de funções e a uma fixação por vezes doentia nas tarefas médicas, há uma tendência crescente de descaracterização do trabalho dos enfermeiros e a profissão começa a tornar-se perfeitamente dispensável.

Já se verifica isso nos lares de idosos, onde outros preparam e administram medicamentos, vigiam o estado de consciência dos utentes, a alimentação, a mobilidade, a capacidade para o autocuidado, a eliminação, promovem num espaço público, ações dirigidas à manutenção do ambiente seguro, atendem a família e acompanham os cuidadores informais,... étc.; realizam pensos, administram a alimentação por gavagem, algaliam, realizam avaliações de glicemias capilares, fazem colheitas de urina para análise, administram injectáveis (insulina e HBPM) étc. Bom, a verdade é que tudo isto também pode (e em alguns sítios, já é) ser feito por não enfermeiros.

São os próprios enfermeiros que defendem isso, ou não? Não são os próprios enfermeiros que dizem que não é preciso um curso superior para aprender a fazer todas essas coisas?

Então, qual é o seu trabalho? O que é que se vai negociar? O que interessa o enf especialista?

Qual é o papel da Ordem nisto tudo?

No caso dos lares, não seria importante para a população que fosse obrigatória a chancela de um enfermeiro para cada lar e a presença de enfermeiros em pelo menos 1/4 do período diario de funcionamento do lar?

A população sabe o que é que se passa nos lares de idosos à noite? A população sabe o que é que comem os idosos? A população sabe como passamo dia e como é que lhes dão água? A nossa Ordem já deu algum contributo para desocultar essa realidade? Esse é também o papel da Ordem junto da população.

Depois passamos às creches, às instituições que atendem pessoas com necessidades especiais, aos adolescentes que não têm qualquer atenção na saúde, à toxicodependência, aos ginásios, aos clubes desportivos de bairro, a tantos lugares onde há gente e onde há necessidade de cuidados com a saúde... Onde há gente há trabalho para enfermeiros.

A Ordem já desenvolveu alguma iniciativa no combate ao tabagismo?

A Ordem já fez alguma incursão na problemática dos serviços prisionais - o que é que lá faz um enfermeiro, o que faz pelo preso e pela sociedade, vale a pena lá ter esse profissional e porquê?

A Ordem já equacionou a necessidade e importãncia de desenvolver uma verdadeira campanha de sensibilização sobre a prevenção de acidentes rodoviários em Portugal?

A Ordem tem alguma iniciativa específica dos enfermeiros sobre a violência contra crianças? Contra mulheres? Nas escolas, entre jovens?

A Ordem tem algum plano para que haja enfermeiros envolvidos na problemática da emigração? Como está a saúde dos emigrantes?

E agora que vem o verão, o cancro da pele e a exposição das crianças nas praias não interessa nada aos enfermeiros?

E não faria sentido formar a população sobre SBV? Junto das Camaras Municipais,por exemplo?


Há tanta, tanta e tanta possibilidade de dar visibilidade à nossa profissão e não percebo como é que ainda andam a tentar justificar se somos ou não importantes, se precisam ou não de nós. Nos hospitais, na promoção, na prevenção, no domícilio, na política, na gestão, na investigação, no ensino, há muito trabalho que pode dar uma grande e verdadeira visibilidade aos enfermeiros, justificando também por ai a necessidade de uma carreira digna e ajustada à nossa imortãncia social. Faça-se um bom trabalho e no ano seguinte avalie-se o impacto dessas ações: teremos ai um bom argumento e uma fonte de motivação e orgulho para todos nós.


VV
 
Porquê? Mas ainda existem sindicatos?
 
deviam era seleccionar um virus num laboratório que atacasse os enfs que se estão a disponibilizar para conduzir as carros dos serviços... não vá os SRs Drs ficarem chateados e deixarem de "gostar" dos meninos.
deviam era publicitar os curriculos dos enf contratados, para fazer os chefes e/ou coordenados/enf dos conselhos clinicos passar vergonha... incompetentes que se prostituem.
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
 
"As preocupações são sempre para os mesmos... para aqueles que já ganham mais!!!
E OS OUTROS?"

Mas quem ganha mais na enfermagem?

Eu trabalho há que vinte anos... e tirei... e paguei uma especialidade que me custou uma fortuna em neurónios e euros queimados e continuo a trabalhar que nem um escravo numa mescla de cuidados gerais e especializados para levar para casa mil euros.

Valor semelhante a quem tem o curso base há dois ou três meses...

Quando falam em quem ganha mais devem-se referir aos que se estão quase a reformar e que foram subindo na carreira (quando se subia)... aqueles com quase 40 anos de serviço...sim vamos expressar a nossa revolta contra esses (já estão em vias de extinção...mas lutaram por justiça ... e nós?)!!!!

Bem ... bem ... bem, mesmo estão os atuais enfermeiros directores, nomeados...claro está ... politicamente!

No tempo desses enfermeiros com 30 ou 40 anos de profissão os enfermeiros diretores eram eleitos democraticamente e representavam os enfermeiros...
 
aguardo feedback por parte sindicatos ou sindicalistas, sobre o acordo coletivo de trabalho.....
 
Ao digníssimo colega "VV de 3/19/2012 09:33:00AM" o meu resoeito e concordância. Muito bem. Excelente reflexão.
 
De acordo com os esclarecimentos do SEP em visita ao meu serviço:

- Não vale agora abrir concurso porque na lei de orçamento está escrito que não há dinheiro para progressões logo, mesmo que se entrasse para a categoria de principal ficariamos a ganhar o mesmo que ganhamos hoje;

Acham normal????

- Não houve subvalorização dos especialistas porque o seu conteudo funcional está lá todo!!!!


Somos parvos ou quÊ??????

Com estas posições é óbvio que o SEP não só vai continuar a defender esta carreira como se vai borrifar para a abertura de concursos e afins!!!!


Gostava muito de saber como é que nos vamos safar desta!!!!!
 
Acrescentar às perguntas: porque é que os Enfermeiros ditos Generalistas não são reconhecidos? Quando estes o forem, talvez o caminho para o reconhecimento do resto será mais fácil.

Mas quanto aos especialistas respondo: como querem que se reconheça um ano de formação (especializada) quando se ignoram os quatro que estão para trás? (licenciatura)
 
... acrescenatria apenas um ponto à minha reflexão anterior:

O que é que a Ordem tem a dizer sobre a redução indecente dos horários das visitas aos doentes internados? Qual é a justificação? Os enfermeiros não chegam para atender os familiares? Ou os familiares pertencem aos livros?

É colocando-se do lado do cidadão que a Ordem pode ajudar a elevar a imagem profissional dos enfermeiros, justificando com toda a legitimidade o seu papel ÚNICO na equipa de saúde. Não fiquemos agora à espera que venha uma profissão qualquer de conselheiros familiares fazer aquilo que é o NOSSO papel.

VV
 
Os Professores, os Especialistas claro que têm as suas pretensões mas não se esqueçam do pessoal dos cuidados aqueles que andam a limpar cocó, xixi e escarreta ou voçês não passaram por lá? ou talvez estivessem lá tão pouco tempo que não querem saber.
Como o colega anterior diz tem que se começar pelas bases senão lá estamos nós a construir a casa a começar pelo telhado. Abraço
 
Ainda não perceberam que o mal está na quantidade e na baixa qualidade da formação de enfermeiros!!

64.500 !!! Isso é bom para os prof drs que dão as notas sem acompanharem os estudantes... eis a desgraça...
 
"Mas quanto aos especialistas respondo: como querem que se reconheça um ano de formação (especializada) quando se ignoram os quatro que estão para trás? (licenciatura)"

É por causa desse pensamento que a enfermagem não evolui ...

Somos a única profissão em que é reconhecida uma especialidade a que corresponde uma formação diferenciada e um titulo profissional e ... isso não vale nada ...

Talvez o melhor seja acabar de vez com o titulo de especialista...

Eu não sou especialista mas fico feliz se quem é especialista seja reconhecido ... estão a dignificar a minha profissão e quem for especialista no futuro irá beneficiar disso...

Há enfermeiros com muita falta de ... qualquer coisa....
 
E a efectivação da real valorização dos Enfermeiros prestadores de cuidados directos aos doentes?
Sempre a pedir mais para os que mais têm...
Nos HUC a maior parte dos enfermeiros especialistas (os "sub-chefes") não prestam cuidados de enfermagem directos aos doentes. Fazem o papel dos enfermeiros chefes. Cuidam de papéis. Chegam a existir 3 enfermeiros especialistas num mesmo serviço que não prestam cuidados de enfermagem directos aos doentes!!!
Os enfermeiros chefes... esses andam por aqui e por ali ao paleio, aparecendo nas passagens de turno para dizer uns bitaites.
 
LOL!! o que está a dar é a CGTP
 
Para um certo néscio com tiques de pseudo-intelectual, que se auto intitula "Talibã das Beiras" (está tudo dito), respondo que será melhor esse vírus nunca ser criado, não vá ele alastrar também aos enfermeiros ditos de "alto gabarito" e que conduzem os mesmos srs drs. mas desta vez numa viatura que se denomina VMER.
E já agora, curriculum nunca foi sinónimo de competência, a não ser para certos anormais que acham que muitos papeis de formações e cursos onde foram dormir dão o direito a ser superior. Em quantos foi avaliado? Ou sequer creditado ? Volte para o buraco de onde saíu e deixe de almejar a mais do que a sua mesquinhez intelectual e provavelmente profissional. Um colega que se preze não fala assim dos seus pares. Talibã das Beiras : sempre ao mais alto nível (de estupidez claro...)
Teixeira da Mota
 
Ao colega VV muitos parabéns pela sua excelente reflexão. Aproveito para reforçar que a visibilidade da enfermagem passa também pelo saber estar e pela "profissionalização" dos cuidados que prestamos, o que é dificil interiorizar por alguns colegas. Vemos com frequência o desprezo de determinados cuidados por serem considerados "minors" em favor de outros que conferem um determinado "status" mais doutoral e assim se vai perdendo terreno e afirmação.
Em relação às novas categorias seria interessante que os sindicatos deixassem o estado de "hibernação" quase letal e acordassem para a realidade das classes que deveriam defender.
 
Doutor Enfermeiro,

Esta pergunta é dirigida a si, pessoalmente, e gostaria de uma resposta pública na qualidade de Enfermeiro e de Enfº Diretor.

Não me identifico pelas razões que entenderá, mas sou portadora de uma questão muito badalada nos serviços, pela net e até junto de outros profissionais que não são enfermeiros.

É notório um descontentamento geral em relação à maneira como estão organizados os serviços de enfermagem. É questionado o papel dos Enfºs Chefes e segundos elementos nos serviços PÚBLICOS (no privado não ocorre, geralmente, a mesma situação). A enfermagem assumiu que esses profissionais não prestariam cuidados diretos ao doente (prestação de cuidados?), dedicando-se à gestão dos serviços. O mesmo parece ser desejável para os enfermeiros especialistas, que também acham, muitos deles, que devem centrar-se apenas nas tarefas específicas inerentes à sua especialidade e não assumir a totalidade dos cuidados ao doente, portanto, preferem não ter "doentes distribuídos" dando apoio a este ou àquele.

O que pensa o Colega sobre a existência deste arranjo organizacional informal e à margem da Lei?

O que pensa o colega sobre o afastamento dos Enfºs Chefes em relação aos doentes, aos cuidados e aos enfermeiros, atendendo a que muitos nem às passagens de turno assistem? Como é que avaliam o trabalho dos enfermeiros, decidem a formação das equipas, aprovam a formação para o serviço, são justos e exemplo para todos? Como é que esses enfermeiros chefes são avaliados? O que pensa de posturas assumidas de chefes que acham que não se devem "misturar" com a equipa para manterem um certo "afastamento"? Que não sabem preparar um injetável? Que não sabem monitorizar um doente?

Não nos esqueçamos que os incentivos foram sempre dados a estes elementos, os primeiros a receber e os últimos a perder esses benefícios (hor acrescidos), indivíduos que não fazem greves e portanto não perdem o salário desse dia (podem alterar indecentemente os seus próprios horários), gozam as férias quando querem repetindo os períodos todos os anos visto que só contam como elemento quando querem, delegam, delegam, delegam...

O que é que pensa sobre o trabalho típico de "fada do lar" realizado por profissionais com pelo menos 6 anos de formação superior, ou seja, especialistas 2ºs elementos?

O que pensa sobre o assunto quando compararmos a nossa profissão com outras como a médica, em que o Diretor de Serviço tem, em muitos casos, doentes, bloco operatório, visitas médicas, reuniões clínicas e participa nas reuniões de decisão terapêutica? E em que enfermeiros passam horas a circular de papéis na mão, chegando a "ficar de fora" (i.e., não ter "doentes distribuídos") 2, 3 ou mais enfermeiros num turno da manhã?


Obrigada e digo-lhe muito sinceramente que gostaria de ter a resposta de todos os enfermeiros sobre esta questão.
 
Assim vai a enfermagem, embalada por teixeiras sem rumo nem sentido, a não ser o da contradição e do insulto fácil e gratuito.
A minha posição é clara: um enfermeiro não deve estar ocupado em conduzir qq tipo de viatura (VMER), embora alguns se possam sentir confortáveis nessa pele, pois sentem que não essa é a sua saída...
Talibã das Beiras: sempre (mas sempre) ao mais alto nível.
 
O SEP não existe existe a Guadalupe e o Ze Carlos. Ele governam o sep como fantoches da CGTP.
ISTO É GRAVÍSSIMO. É esta gente que temos a coordenar e a negociar o futuro da Enfermagem.
 
A carreira de enfermagem tem de ser renegociada, bem como a tabela salarial;

O que existe não serve: não dignifica os enfermeiros, nem os especialistas, nem as chefias, sejam boas ou más..que Deus lhes perdoe...

A aceitação pelo SEP dessa vergonha , mostra o papel dos desistentes, que venderam a Enfermagem ao Diabo...por tuta e meia...desqualificando os enfermeiros e tornando-os numa " massa amorfa", com aspirações ascensionais sem mérito ... e escolhidos pelos médicos ou sob a sua indicação, para serem obedientes, submissos e acéfalos, escravizando as equipas de Enfermagem...porque senão..out...

Esperemos que Deus ilumine quem realmente defende os Enfermeiros..
 
Eu adoro ver os comentários do Talibã das Beiras...põe sempre o dedo na ferida, mas nunca ng lhe responde!!!!
 
Já agora....na linha do que o Talibã das Beiras disse:

exigem táxis ou recusam-se a conduzir nos domicílios dos cuidados de saúde primários...mas tirar o rabo do volante da vmer é que não!!

Coerentes!!!
 
Em resposta ao colega anónimo das 10:07.
A sua análise/reflexão é bem vista, e as dúvidas que tem são também as minhas há muito tempo.
na minha opinião, muitos enfermeiros não gostam realmente de ser enfermeiros, e logo que possam ou tenham oportunidade, "fogem" da prestação de cuidados, porque trabalhar no duro e ter a responsabiliadade de prestar cuidados diretos aos utentes não é fácil. Preferem estar de fora a opinar sobre aquilo que muitas vezes não sabem porque há muito tempo que não cuidam de doentes.
O papel dos segundos elementos, tem assumido uma importância crescente devido á ausência dos chefes. Atualmente os chefes têm 2 ou 3 serviços ( a minha chefe tem 3 serviços com mais de 60 enfermeiros) pra chefiar, o que por vezes é complicado estar em todo o lado, temos que reconhecer.É então necessário ter em cada serviço pessoas de referência em que possam delegar algumas tarefas, a maioria delas burucráticas.
A questão da avaliação é pertinente. Com chefes ausentes, como se processa a avaliação? Pois...muitas vezes têm que recorrer ao tal 2º elemento que é quem está mais próximo dos enfermeiros.Mas também cada vez mais se inventam tachos para afastar certos e determinados enfermeiros da prestação. Agora são os Padrões de qualidade e o risco, que absorvem uns quantos enfermeiros que andam por lá a vaguear e que para justificar o trabalho que fazem pressionam os enfermeiros dinamizadores dos serviços ( que prestam cuidados) a fazerem relatórios disto e daquilo para poderem mostrar ás administrações que são úteis..Estes enfermeiros nem sequer são escolhidos pelo seu percurso profissional ou académico, mas pelas cunhas, amizades ou então se forem casadas com médicos é logo meio caminho andado.

A questão dos especialistas também é curiosa. Antigamente, tirava-se uma especialidade com o ojetivo de deixar de prestar cuidados e ser chefe mais depressa.Muitos são especialistas só de nome, visto que nunca exerceram. Atualmente, há colegas que acham que por serem especialistas não devem prestar cuidados gerais e não devem ter doentes atribuidos para poderem prestar cuidados especializados a todos.O que é errado, pois o especialista deve prestar cuidados gerais mais os especializados.
Em breve esta vai ser uma falsa questão, pois os serviços estão a ficar cheios de especialistas e não vai sobrar nenhum generalista pra prestar os cuidados gerais.Já existem serviços em que são todos especialistas. E em algumas especialidades é difícil de compreender o que ficam a fazer se não tiveresm doentes atribuídos, como por exemplo, Médico-cirurgica, saúde infantil, saúde mental, etc.
Os 2º elementos nem deveriam ser especialistas, mas sim generalistas, pois para ser "fada de lar" não é necessário ser especialista, qualquer um com algum poder de organização/gestão faz.

Enfim...somos nós próprios que cavamos a nossa sepultura.
 
A colega anónima das 3/20/2012 10:07:00 AM tocou num ponto nevrálgico: há muitos colegas (se é que podemos chamar colegas a indivíduos que não querem partilhar do trabalho, que parecem ter vergonha de ser enfermeiros e que preferem ter funções de "gestão" para estarem acima dos demais e lá do alto dar as suas ordens pois são gente importante) que não fazem nenhum, que como enfermeiros são uma nódoa e por isso se refugiam em títulos e diplomas para ocultar a sua inabilidade e deficiente formação. No fundo o que fazem é "varrer o pó para debaixo do tapete" para ninguém ver o que realmente são. E quem se lixa? Os mesmos do costume que dão o corpo ao manifesto. NÃO GOSTAM DE SER ENFERMEIROS? TÊM VERGONHA DE O SER? ENTÃO MUDEM-SE QUE ESTÃO A MAIS!
 
Anónimo das 10:07
Se é enfº Diretor e tem enf. chefes assim, só tem uma saída..
Demita-se porque, com todo o respeito, é incompetente.
Eu não vivo essa realidade e penso que só no seu hospital deve acontecer.
Cuidado caros colegas pois tem sido no enfº chefe que tenho encontrado apoio esforço em resolver os problemas dos enfermeiros e dos doentes.
 
Na idade dos "porquês" também eu tenho um "porquê":

Ainda bem que se coloca estas 3 questões no blog MAS PORQUE NEM UMA REFERÊNCIA À GREVE GERAL DESTA 5ª FEIRA, dia 22, UMA GREVE QUE TAMBÉM DIZ RESPEITO AOS ENFERMEIROS?

Será que temas como a redução de vencimentos, corte no 13º e 14º mês, mobilidade dos funcionários públicos são menos importantes do que as questões aqui colocadas?

Dá que pensar...
 
Eu acho que os enfermeiros especialistas devem prestar cuidados diretos aos doentes.

Mas como pergunto para que raio se tira uma especialidade profissional? para fazer o mesmo do costume?

Para fazer os cuidados de generalista mais o de especialista?

Deixem ver se percebi...

Os enfermeiros querem ter uma especialidade, mas continuar a fazer a mesma coisa??

Não! ... bem... então querem ter uma especialidade, com título pago à ordem e propinas à escola para depois trabalharem a dobrar - ilegal, por sinal... (trabalho de generalista + especialista) de graça ... ou melhor com saldo negativo... depois do dinheiro gasto na formação...

Por exemplo um enfermeiro de reabilitação, presta os cuidados gerais como os outros e no tempo livre (se tiver...) faz uma cinesiterapia "à pressão"...

Ou então temos os de saúde materna a trabalhar em cuidados paliativos nos cuidados gerais e depois imaginam um parto no tempo livre...

Desculpem lá mas há aqui algo de errado, ou é impressão minha?

Neste momento só doidos varridos é que vão tirar uma especialidade em enfermagem ...

Não consigo entender qual a estratégia para o desenvolvimento da enfermagem ao não se permitir que os especialistas se desenvolvam na prestação directa de cuidados da sua especialidade... acho que é um suicídio coletivo o caminho egoísta que estamos a seguir! E uma autêntica Burrice colectiva!
 
Isto só na enfermagem!
Ser especialista para exercer como generalista. Serve para quê?
E como se consegue exercer como generalista e especialista ao mesmo tempo?
Ao ler parte dos comentários deste blog fico com a ideia que vale mais não existirem especialistas em enfermagem. É que se a ideia é melhorar unicamente os conhecimentos numa determinada área, vale mais ler uns livros, pesquisar na net, frequentar umas ações de formação.
Uma profissão que reconhece a existência de especialidades é porque devem existir cuidados mais específicos, mais especializados, o que contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento e reconhecimento da própria profissão.
Claro que se pode discutir quais as especialidades que estamos a formar, se estão a exercer efetivamente, de quantos especialistas são necessários e em que serviços/unidades.
Tal como na medicina e também noutras profissões (advogados, psicólogos, engenheiros...)os especialistas exercem as suas especialidades, sendo que a formação geral que tiveram previamente serve como importante suporte para as especialidades que exercem.
Ou um otorrino faz medicina geral e depois quando tiver tempo dá um jeito em ... otorrino!!!
Há muitos enfermeiros que são cá uns complicados e uns inventores!! A começar por quem (des)organizou a nossa carreira...

FILIPE
 
Porque é que nem a nova Ordem nos os sindicatos alteram o numero excessivo de licenciados a sair das faculdades ? esse que é o principal problema
 
O (a) comentador(a) VV já deveria ter um espaço próprio de opinião dada a qualidade dos seus comentários :)

Teríamos muito gosto em que tivesse mais protagonismo do que a duma caixa de comentários.

Mesmo que provavelmente decline fica aqui o convite/repto feito :)
 
Qual o sentido de ser especialista nalguma coisa se depois não se exerce essa especialidade?

Qual a diferença entre ser generalista e especialista?

Alguém teve uma ideia louca de no futuro sermos todos especialistas...

Será que pensaram nas suas consequências?

Especialistas em quê? para quê? como se organizam os cuidados nesse outro paradigma?
Será necessário (e racionalmente útil para os utentes) sermos TODOS especialistas?

As especialidades que existem fazem sentido? Os serviços e os utentes necessitas de cuidados especializados nessas áreas?

Acho que há muitos enfermeiros a pensarem muito.... mas muito mal ...
 
Anónimo das 6:31

Não sou Diretor nem isso está implícito em parte alguma do meu comentário. Presto cuidados diretos, com muito gosto pelo meu trabalho. Contudo, não me revejo na organização interna da enfermagem. Falo com conhecimento de causa e, dos muitos chefes que tenho conhecido, apenas uma se aproveitou: uma enfermeira atualizada, capaz de avançar sem medos para a prestação, a par de todas as situações no internamento incluindo resultados de exames complementares, estado da pele e outros pequenos detalhes, presente, imparcial q.b., uma verdadeira exceção; curiosamente, a única que prescindiu do segundo elemento e fazia questão de estar em cima de todos os acontecimentos.

A enfermagem não pode viver de exceções e a regra tem que ser o melhor interesse do cidadão. Isso passa por pôr a trabalhar quem recebe dinheiro pago com as contribuições dos nossos impostos.

cumps.
 
Anónimo das 3:48

Eu defendo que TODOS os enfermeiros devem ser especialistas.

Não me faz sentido que exista um gap entre o trabalho de um generalista e o de um especialista.

Para além disso, não há doentes de primeira e doentes de segunda: no meu serviço só eu sou especialista e não consigo abarcar todas as situações de maior complexidade. Uns beneficiam de cuidados de um enfermeiro especialista, outros, em situação clínica similar, não. Sem desprimor para o trabalho dos meus colegas generalistas, penso que será mais correto que todos tenhamos o mesmo nivel de formação, e competências adequadas às necessidades cada vez mais comuns de cuidados mais diferenciados e detalhados, i.e., especializados.

cumps
 
"Os enfermeiros querem ter uma especialidade, mas continuar a fazer a mesma coisa??"

Caro colega, permita-me que lhe responda,

Claro que não!!!

Um enfermeiro tira a especialidade, para deixar de prestar cuidados, ora que coisa.

Para ter direito a deixar de infectar as mãos com os utentes, que cheiram mal, porque com o papelinho sobem um grau na escada, são importantes, e podem começar a treinar a GESTÃO, olha que palavra tão linda, para depois serem os "doutores gestores", que é mais bonito que enfermeiro.

Espero ter respondido à questão do colega.

Atentamente,

Uma enfermeira desipócrita.
 
Não concordo que se formem especialistas em enfermagem para serem segundos elementos ou para gerirem stocks, mas também não concordo que se formem enfermeiros especialistas em SMO ou em reabilitação (por exemplo) para prestarem cuidados gerais.
 
Eu sou enfermeiro chefe de um serviço de medicina e dentro em breve vou ter no meu serviço enfermeiros de várias especialidades. Neste momento tenho 4 de reabilitação, 1 de médico cirúrgica e 1 de saúde materna e obstétrica

O que alguns (muitos) utentes necessitam no meu serviço urgentemente é de cuidados de enfermagem especializados em reabilitação. Pela experiência que tenho, se distribuo os doentes pelos enfermeiros (na azáfama habitual de um serviço de medicina) todos prestam cuidados gerais (independentemente de serem especialista em reabilitação ou não). Para além disso os doentes nem sequer reparam que foram cuidados numa perspectiva de reabilitação. Mas admito que os de reabilitação hão-de posicionar melhor, transferir melhor, etc... mas não avançam muito mais na diferenciação que deve ser a sua área, por manifesta falta de disponibilidade... Se vivêssemos num mundo e num país perfeito poderiam dizer-me que poderiam ser todos especialistas em reabilitação com dotações seguras, etc... Pois eu digo que vivemos num mundo real em que os recursos são escassos...por outra lado a visibilidade dos cuidados de enfermagem de reabilitação dilui-se no meio de tudo o que há para fazer numa enfermaria de medicina (é o que a experiência me diz...). Para além disso não posso exigir que um de reabilitação faça o geral mais a parte da sua especialidade. Isso nem sequer é legalmente possível.

E pergunto como é que eu organizo os meus recursos de enfermagem num futuro próximo, sabendo que na minha instituição está implementada (e vai continuar a estar) a metodologia de trabalho por enfermeiro responsável?

Como é que eu vou garantir EFECTIVOS cuidados de enfermagem de reabilitação aos utentes que deles necessitam? O que faço aos de saúde materna e obstétrica (não há vagas na maternidade)? O que faço aos de saúde comunitária?

É completamente impossível fazer horários e distribuições nestas situações... quem, quiser que faça simulações... eu já as fiz e garanto ser impossível ... Se tivesse recursos suficientes colocava enfermeiros exclusivamente para os cuidados de reabilitação e distribuía os doentes em situação mais crítica para os de médico cirúrgica. Pois... mas não tenho, nem vou ter recursos para isso e a esmagadora maioria dos enfermeiros especialistas vão acabar por ir perdendo as competências que adquiriram...

Conhecem alguma outra profissão gerida desta forma? Qual e onde?

Devo acrescentar que sou chefe, mas também enfermeiro de reabilitação e sempre acumulei (dentro das possibilidades) a chefia com cuidados especializados em enfermagem de reabilitação.

E também sempre dispensei segundos elementos.

Cumps
 
ENFº CHEFE das 04:01,

Quero elogiá-lo, de forma muito sincera, por ser um líder.

Faz-me sentido que num serviço de Medicina haja especialistas em SC, porque seria fundamental desenvolver projetos de articulação entre o internamento e a comunidade que ajudassem a dar resposta aos longos internamentos, à programação das altas, ao apoio à família, à continuidade dos cuidados, ao follow up após o internamento e orientação que podia ser proporcionada pelo serviço de internamento. Arriscaria a dizer que nos serviços de medicina, 1/2 dos doentes poderiam ter os mesmos cuidados em casa. Um especialista em SC pode desenvolver um projeto que coloque frente a frente os cuidados primários e os hospitalares, que (sobre) vivem de costas viradas com prejuízo para os doentes, e trabalhar em articulação com o serviço social, por exemplo.

Os especialistas de R são importantes, mas sobre isso tenho também uma posição polémica: não sou da opinião que não prestem todos os cuidados ao doente, pois a reabilitação decorre muito em processos de promoção do autocuidado e estes trabalham-se em todos os gestos dos cuidados que prestamos, desde o lavar a cara, à alimentação, à recreação, a tudo. Portanto, o especialista de R não vai fazer apenas levantes aos doentes, treino de marcha, mobilizações ativas e passivas, cinesiterapia respiratória, étc. É um profissional que pode trabalhar o conjunto das necessidades do doente em cuidados de enfermagem, dando particular enfase aos cuidados virados para a reabilitação quando esta faz parte do plano terapêutico daquele doente. Também nesta área da reabilitação podem existir projetos que envolvam a equipa e aumentem a sensibilidade dos profissionais para intervenções deste âmbito. E o especialista deve ter doentes atribuídos a quem presta cuidados gerais mais os cuidados especializados inerentes às suas competências. Podem trabalhar em articulação com a fisioterapia, por exemplo.

Quanto aos enfermeiros da área MC, merecem uma atenção especial porque esta é talvez a especialidade mais polémica de todas. É tida como muito geral, capaz de abranger tudo e nada. Porém, há que sublinhar as duas grandes vertentes desta área que MAIS NENHUMA especialidade abrange de forma tão incisa: os cuidados ao doente em estado terminal e ao doente em estado crítico. São os especialistas que têm formação avançada em áreas como infeção hospitalar, risco, urgência e emergência, dinâmicas familiares, na problemática do idoso, cuidados peri operatórios, hemodiálise e outras técnicas de substituição da função renal, ventilação mecânica, cirurgia cardíaca, tratamento de feridas e nutrição. Tudo isto, aliado a outros conhecimentos e capacidades de compreensão aprofundada das situações com que se deparam, lhes dá “bagagem” para lidar com questões mais complexas, isto atendendo às responsabilidades éticas e sociais que têm. Especificamente num serviço de medicina, são capazes de intervir precocemente em situações de descompensação cardio-respiratória, de gerir quadros de agitação psico-motora de forma mais eficaz, de desenvolver um trabalho específico no âmbito da prevenção e tratamento de feridas, de questionar a sedação terminal tão comum e camuflada nos serviços de medicina, de questionar as ONR’s, de ter uma postura pró-ativa nas questões r/c infeção hospitalar muito ligadas aos procedimentos invasivos e uso de dispositivos vários, assim como questões ligadas à higiene dos doentes e das unidades dos doentes, de trabalhar o autocuidado naquilo em que se revela benéfico para o doente, de apoiar e envolver a família nos cuidados, entre muitos cuidados que todos prestamos mas que o especialista consegue isolar e mostrar que ali o seu trabalho fez a diferença.

(continua)

VV
 
ENFº CHEFE das 04:01,

(continuação)

Não me fazendo sentido que se desenvolva um trabalho fragmentado, “à tarefa”, o enfermeiro especialista deve ficar, no meu entender, responsável por um conjunto de doentes no período de tempo em que permanecem internados.

Qual o critério para atribuir o doente ao especialista? Penso que devem ser as necessidades predominantes. Os doentes devem ser distribuídos de acordo com as necessidades que apresentam no momento; inicialmente pode haver uma maior descompensação e necessitar de cuidados da área MC; posteriormente transita para a R porque está numa fase em que são mais necessários esses cuidados; quando adequado, porque não começar a articular os cuidados com o exterior - SC?

Defendo o método de trabalho por “enfermeiro responsável”, mas penso que todos os enfermeiros devem assistir à passagem de ocorrências de todos os doentes e o enfermeiro especialista intervém na passagem de turno mesmo quando não se trata dos “seus” doentes, intervém nos cuidados prestados pelos outros enfermeiros aos doentes por quem estão responsáveis, orienta, supervisiona e toma decisões em relação a situações que possam estar a ocorrer no serviço. Os especialistas devem ser os líderes no turno e nos grupos de trabalho, nas mais diversas áreas.
Sempre que haja enfermeiros especialistas, estes devem ser chefes de equipa, responsáveis pela formação, lideres nos grupos de trabalho. São um exemplo para os colegas e estão lá, não só para intervir diretamente junto do doente, mas no apoio aos colegas e na supervisão do trabalho dos auxiliares, dos voluntários, étc. São elementos que participam ativamente na gestão do ambiente de cuidados. Serão sempre uma mais-valia nos serviços.

VV
 
VV

Admiro a sua tentativa para organizar os cuidados de enfermagem, mas não posso concordar.

O método de enfermeiro responsável implica que o enfermeiro acompanhe o utente do internamento ao regresso a casa. Isso já é pouco viável nas atuais circunstâncias, tentando aplicar o que preconiza é completamente impossível, e com a agravante dos recursos escassos.

Como se distribuem os doentes nos turnos da tarde e da noite. Imaginem um de R e outro de SC a fazerem noite...acha que estou a rentabilizar a formação mais diferenciada que tiveram? Sempre me pode falar dos posicionamentos à noite ... mas isso é rentabilizar um enfermeiro de R? Para mim não... Podia ser o ideal, sim... mas qualquer pessoa que pense em gerir recursos humanos eficazmente - pensa como eu. A determinada altura vai ser impossível garantir cuidados de enfermagem de R a quem mais necessita, com as trocas, turnos, férias, licenças e até pela desregulação completa das especialidades.

Neste momento há enfermeiros de SC nos blocos - é para preparem a alta também? E mesmo na noite? Nada disto faz sentido. Um especialista deve exercer a sua especialidade. A sua formação como generalista é importante como suporte para contextualizar a sua actuação nos princípios subjacentes à enfermagem, para ter a tal visão holística da pessoa.

É o que diferencia (por exemplo) um optometrista de um oftalmologista....E tantos outros exemplos.

A visibilidade do que se faz e a diferenciação são fundamentais nos dias que corre!

A desregulação organizacional/profissional na enfermagem vai levar à sua destruição ou a uma lenta involução.

A filosofia de trabalho que me descreve não existe em nenhum país do mundo que eu conheça, nem em nenhuma outra actividade profissional. Simplesmente não acredito que vá funcionar, mas oxalá me engane...porque acho que é a tendência!Só que é para ser aplicado com o mínimo de recursos! Para fazer o "mínimo": ou seja cuidados gerais e ...nem sempre bem!

Era importante evidenciar a mais valia dos enfermeiros especialistas! Com indicadores, resultados e trabalho especificamente desenvolvido.

Cumps
 
Um dos problemas da enfermagem é focar-se nos problemas em vez das soluções. São os próprios enfermeiros que desvalorizam as especialidades. Boa!
 
... É por todas as dificuldades mencionadas que acho que todos os enfºs deverão, no futuro, ser especialistas.

Eu trabalho num serviço de medicina, por turnos, e, embora sem reconhecimento institucional formal para além da especificação ao nível das funções, procuro desenvolver um trabalho ao nivel do que se espera de um enfermeiro especialista. Sou responsavel pelos mesmos doentes durante todo o internamento e fico com 5-7 doentes de manhã e de tarde, e 10 de noite. Sou eu que assinalo as situações que pretendo acompanhar e acaba por haver uma orientação da minha parte para a continuidade dos cuidados. Funciona razoavelmente bem. Se houvesse mais especialistas penso que seria mais justo para os doentes, poderem todos beneficiar de cuidados mais diferenciados.
Quando faço trocas, assumo os mesmos doentes. Nas minhas folgas os colegas que ficam com esses doentes dão continuidade aos cuidados no mesmo registo em que os planeio.
Quanto aos especialistas no turno da noite, também penso de maneira diferente. Embora na manhã, tradicionalmente, seja feito um trabalho visto como mais prestigiante, a noite tem especificidades que ultrapassam muito o vigiar, dar medicamentos, fazer colheitas, mudar fraldas, despejar sacos e posicionar corpos. Um enfermeiro especialista faz todo o sentido no turno da noite porque há muito trabalho que pode não ser, mas devia ser feito junto do doente e que faz muita diferença nos cuidados que se seguem e na recuperação das pessoas.

Os enfermeiros especialistas têm uma área comum na sua formação e sabem que a sua intervenção excede em muito as especificidades de ser de SC, R, MC ou outra. É isso que tem que ser valorizado neste momento de transição. Penso que no futuro cada um se irá ajustar à sua área.

Incentivo os meus colegas a irem fazer a especialidade, não que o curso seja um passo muito à frente em relação ao que muitos já faziam, mas porque pode dar uma consistência maior à atitude que se tem no dia a dia, aumenta a qualidade dos cuidados e o prestígio da profissão na equipa multidisc.

Quanto a estudos, quando o enfermeiro tiver uma palavra a dizer nas altas clínicas, então poderemos falar do impacto do nosso cuidado no doente internado.

VV
 
Tenho duas amigas detentoras do título de enfermeiras de reabilitação. Uma delas trabalha no bloco, por turnos e faz essencialmente tardes e noites. A outra faz VMER...e triagem na urgência.
Com um pouco de imaginação também deve ser possível justificar a enorme utilidade da especialidade de reabilitação nos contextos referidos. Eu a isto chamo desperdício, inclusivé do tempo gasto na especialidade.
 
Os enfermeiros aniquilam-se uns aos outros...

Queremos ser todos iguais uns aos aos outros, estar sempre ao mesmo nível!...

Parece-me inveja ... mesquinhez ... tacanhez...

Foi com esta estratégia que só pedimos uma atualização de vencimento quando todos nos licenciássemos... viram-se os resultados!

Agora com os especialistas é uma estratégia semelhante... com a agravante de eu duvidar muito que o País necessite/queira/comporte uma formação desse nível em todos os enfermeiros...

Haverá assim tantas vantagens? Acho que vai ser o contrário, pois a esmagadora maioria vai ser especialista e fazer cuidados gerais, o que já fazia antes...alguém tem de o fazer...

Portugal já é um caso único no mundo com só um nível de enfermagem de licenciado. Alguém acredita que vamos ser todos especialistas e efectivamente reconhecidos? Andamos a brincar às especialidades, é o que é!

Se olharmos para o mundo vemos que os países com vários níveis de formação/qualificação em enfermagem são os que têm uma enfermagem mais desenvolvida: Suècia, Canadá, Espanha, EUA, Noruega, Filândia, Austrália, ... Pelo contrário os que têm um só nível como a Alemanha e muitos países do Leste/centro da Europa a enfermagem atrasou-se irremediavelmente, está ao nível de um curso profissional e com funções muito pouco diferenciadas, embora necessárias, dignas e importantes.

Nós estamos a fazer a nossa escolhas. Ainda vamos acabar todos mestres e de esfregona na mão!
 
Por acaso sabem que em alguns países como a Alemanha e a Polónia, sim a Alemanha; o ensino da Enfermagem é um curso Técnico Profissional ou seja é "Enfermeiro" alguém que aqui tem a equivalência ao 12ºAno?

Por acaso sabem que estes dois Países estão a exigir à União Europeia uma clarificação sobre como deve ser a formação em Enfermagem. Defendendo eles que o que é correcto é aquilo que eles fazem?
Por acaso sabem/conhecem os conteúdos dos cursos de Técnico Auxiliar de Saúde?

O permanente achincalhar da área da gestão (Enf. Directores, Enf. Supervisores, Enf.Chefes) perpetrada por alguns (muitos) Enfermeiros, que acabou por ter eco no seio do SEP (ver a Carreira), vai ter as suas consequências:
1- Maior concentração de poder nas Direcções das Unidades/Serviços ocupados por Médicos;
2- Estes basta apoiarem-se no que pedem os Enfermeiros, ou seja, colocar todos a fazer cuidados básicos e de preferência pouco ou nada diferenciados;
3- Como muito disto já se verifica, os que ficam com o "poder", vão reparar que os Técnicos Auxiliares de Saúde custam metade de um Enfermeiro, logo por cada contrato de TAS é menos um Enf.;
4- Como os Enf. detestam tudo o que é Enf. Chefe, dentro de pouco tempo estes mesmos Enf.ºs vão passar a prestar contas não ao Enf. Chefe, mas ao Médico Chefe.
5- O esquecimento da história recente da Enfermagem (25 anos), será bem relembrada quando forem reais as preocupações que aqui deixo.

Já agora, há e são muitos os Enf. Chefes que sabem de governação clinica e a Enfermagem nos últimos 25 anos muito beneficiou do conhecimento e saberes destes Enfermeiros, que são Chefes e que souberam liderar desafios e enquadrar de forma autónoma a profissão de Enfermagem.
 
Gostava também de compreender como é que se faz a prescrição de cuidados específicos de determinada especialidade de enfermagem (como a reabilitação, com técnicas próprias da sua especialidade) e depois se dá continuidade a esses cuidados numa situação em que nunca se sabe quais os enfermeiros que virão nos turnos seguintes.

Não tem nenhum sentido...
 
As origens e percurso de vida da enfermagem têm tido particularidades que justificam, em parte, um certo caos, quer na formação, quer nos graus académicos, títulos profissionais, conteúdos, competências e responsabilidades.

E porque é que o caos não tem aspetos positivos?

Em muitos locais e formação de enfermagem depende do ministério da educação, noutros na ministério da saúde e noutros ainda, como na Suíça, num departamento do foro económico.

Nuns é curso universitário exclusivamente, noutros politécnico e noutros ainda se obtém licença para exercer enfermagem ao nível do ensino secundário (95% das enfermeiras chinesas entram no curso com 15-16 anos).

Na Europa há vários exemplos de acesso à profissão por uma única via como Portugal: no Chipre, na Bélgica, na Dinamarca, na Finlândia, na Suíça, em França, na Irlanda, em Itália, em Espanha e na Suécia.

A Alemanha e a Grécia têm várias opções de entrada, mas penso que perante a força de países como Canadá, Austrália e EUA, que lideram a enfermagem mundialmente, não haverá retrocessos ao nível da formação. Há interesses económicos muito grandes envolvidos na formação dos enfermeiros, incluindo a exportação de mão de obra.
Também, com Bolonha, a duração e conteúdos podem diferir, mas as unidades de crédito permitem nivelar as formações quando isso for importante.

Nós temos que olhar para os melhores, não para países como a Polónia cujos padrões de formação têm vindo a ser criticados por organizações representativas da enfermagem. A Alemanha também tenderá a avançar porque os próprios enfermeiros alemães não vão gostar de perceber que a sua formação é diferente da dos enfermeiros estrangeiros que se estão a deslocar para o país. E se optarem por importar mão de obra estrangeira terão enfermeiros, de modo geral, de nível superior.

Apesar de todas as diferenças, há 3 tendências que me parecem comuns a todas as realidades e que são a multiculturalidade, a flexibilidade e a especialização.

A tendência internacional para a especialização é um fato e não devemos desdenhar ou ridicularizar a possibilidade que temos de fazer mestrados, doutoramentos e o que quisermos; essa é uma opção das pessoas e só gente mesquinha e pouco inteligente pode achar que uma profissão regride quando o seu nível académico se eleva.


VV
 
Não posso deixar passar como verdade algo que não o é!

"Na Europa há vários exemplos de acesso à profissão por uma única via como Portugal: no Chipre, na Bélgica, na Dinamarca, na Finlândia, na Suíça, em França, na Irlanda, em Itália, em Espanha e na Suécia."

É completamente falso em quase todos os exemplos apontados... Por exemplo na Finlândia até é possível "sair" a meio do curso de enfermagem e já se poder trabalhar com algumas competências diferentes de quem faz toda a formação e depois ainda há especializações com competências específicas!

"países como Canadá, Austrália e EUA, que lideram a enfermagem mundialmente"

Esses países que refere que lideram a enfermagem mundialmente são precisamente aqueles em que existem muitas qualificações e níveis diferentes na enfermagem e com competências e funções muito diferentes e devidamente acreditadas.

De uma forma simples, nesses países que lideram a enfermagem mundialmente quem é auxiliar de enfermagem faz umas coisas, quem é generalistas outras e quem é especialista (e aqui também há níveis diferentes) faz outras de acordo com a sua especialidade, que pode ir até ser o responsável máxima pela acto anestésico numa intervenção cirúrgica. E são todos enfermeiros, regulados e geridos por enfermeiros!

Há até países, mesmo na europa, em que cinesioterapeutas e higienistas orais têm uma formação base de enfermagem... e se for a ver bem eles fazem também cuidados de enfermagem numa área específica, mas tiveram uma formação geral prévia!

É uma visão oposta há que defende, mas tem resultado bem melhor que a formação única na Alemanha e na Polónia, por exemplo ...

Nós estamos a caminhar orgulhosamente sós... todos estão errados e nós certos! Será?

Ou isto da formação desregulada e em massa é uma visão poética ... ou melhor uma visão poéticamente monetária das escolas de enfermagem!

Cumps
 
Gastar montes de dinheiro, consumir (desaproveitar) tempo, prejudicar a família para ter uma especialidade que não lhe permite evoluir profissionalmente, quer na carreira, quer nas funções que desempenha (apesar de lhe de atribuir um título profissional, também pago) ...é .... estúpido!

Eu tenho muitas outras formas de ocupar o meu tempo livre.

Gosto de música, leitura, teatro, cinema, história,...

A nível do brio na formação profissional há também outras formas de o ter frequentando ações de formação, pesquisando e consultando bases de dados científicas, ... e ter gosto no que se faz (muito importante e muito esquecido...)
 
VV

O que escreveu sobre enfermagem noutros países não está correcto
 
Não percebo a ira do comentador das 8:14. Credo!...

primeiro ponto:

Talvez não tenha sido clara na forma como expus a ideia, mas refiro-me ao acesso à profissão com título de enfermeiro.

De fato, na Europa há vários exemplos de acesso à profissão por uma única via como Portugal: no Chipre, na Bélgica, na Dinamarca, na Finlândia, na Suíça (entrada pelo ensino politécnico), em França, na Irlanda, em Itália, em Espanha e na Suécia (entrada pelo ensino universitário).

Onde é que isto não é verdade?

Nestes países não se acede à profissão (com título de enfermeiro) de outra maneira. Como na Alemanha a entrada é feita pelo ensino técnico/profissional/secundário + possibilidade de progressão ao universitário. Na Grécia a entrada é também pelo ensino técnico/profissional/secundário + com possibilidade de desenvolvimento ao nível do politécnico e universitário. No Reino Unido a entrada continua a ser pelo ensino politécnico com desenvolvimento ao nível universitário.

Qual é a dúvida?

Ah, não sei quê, na Finlândia podem exercer a meio do curso e tal. Aqui está uma “inverdade” como diria qualquer dos nossos políticos. Não é verdade. Na Finlândia as coisas acontecem desta maneira: http://www.nurses.fi/nursing_and_nurse_education_in_f/

O que eu acrescentaria era que em Portugal é que se pode exercer enfermagem A MEIO do curso e até ANTES DE O INICIAR. Ou mesmo SEM NUNCA O TER FEITO. Isso é que está mal, para nós e para o cidadão.

segundo ponto:
“Esses países que refere que lideram a enfermagem mundialmente são precisamente aqueles em que existem muitas qualificações e níveis diferentes na enfermagem e com competências e funções muito diferentes e devidamente acreditadas”

Qual é o mal da diversidade nesses países, que LIDERAM a enfermagem mundial’?


“É uma visão oposta há que defende, mas tem resultado bem melhor que a formação única na Alemanha e na Polónia, por exemplo ...”

Não percebi se estava a falar da visão que “defende” ou que eu defendo. Deve ser a primeira, seguramente, porque nem sequer compreendi qual é a sua visão.

É contra as escolas de enfermagem, OK! Que inovador!

VV
 
"Gastar montes de dinheiro, consumir (desaproveitar) tempo, prejudicar a família para ter uma especialidade que não lhe permite evoluir profissionalmente, quer na carreira, quer nas funções que desempenha (apesar de lhe de atribuir um título profissional, também pago) ...é .... estúpido!"

"Eu tenho muitas outras formas de ocupar o meu tempo livre."

"Gosto de música, leitura, teatro, cinema, história,..."

(...)

Aqui está a enfermagem ao seu mais alto nível.

"Gastar montes de dinheiro"
Isso é da conta de quem gasta, como, quando e onde o faz. É uma opção das pessoas. Se calhar o colega gasta o seu dinheiro onde outras pessoas achariam um desperdício gastar.

"consumir (desaproveitar) tempo"
Cada pessoa usa o seu tempo como quer e gosta. Eu gosto de ler livros do Patinhas. Qual é o problema?

"prejudicar a família para ter uma especialidade (...)"
Veja como replica tão bem o discurso dos invejosos: "a minha prioridade é a família!" Realmente, os enfermeiros especialistas são más mães, maus pais, maus maridos e más esposas; maus primos, maus tios, maus tudo.

"Eu tenho muitas outras formas de ocupar o meu tempo livre."
Eu também ocupo o meu tempo livre com coisas que nem lhe passa pela cabeça.

"Gosto de música, leitura, teatro, cinema, história,..."
O típico português culto. Eu cá não gosto de nada disso, porque sou especialista.

VV
 
Adorei, adorei, adorei o comentário das 07:04:00!
 
Colega VV:

Apreciei a sua veia humorística, principalmente na segunda parte do seu comentário - fica-lhe bem.
Mas …não concordo consigo.
O acesso ao título (ou à atividade profissional de enfermeiro) nos países que referiu serem como em Portugal é feito muitas vezes começando por ser auxiliar de enfermagem (algo que nem sequer existe por cá...). E os auxiliares de enfermagem e a sua formação é regulada por enfermeiros. Em Portugal uma parte das atividades que são feitas pelas auxiliares de enfermagem, são feitas pelas assistentes operacionais (habitualmente sem formação nenhuma para isso) ou pelos enfermeiros.

O que efetivamente referi (e não me desmentiu...) é que existem em todo o mundo diversas níveis de qualificação profissional para desenvolver a atividade de enfermagem a que correspondem funções e níveis de responsabilidades também diferentes. Curiosamente, são os países onde existem mais níveis de qualificação profissional em enfermagem, que lideram a enfermagem mundialmente e onde (alguns) enfermeiros atingiram maior diferenciação e reconhecimento económico e social.
O que estamos a construir em Portugal, é o oposto e algo único Parece algo bonito, todos especialistas (de forma completamente desregulada/desorganizada). Todos diferentes : todos iguais.
Só existem uns pequenos grandes problemas: estamos a ser nivelados todos por baixo. Não repara nisso no seu salário? Está-se a tornar-se impossível desenvolver cuidados especializados de enfermagem de forma sistemática nos serviços… ou seja este modelo não está claramente a resultar, nem são visíveis grandes benefícios para os utentes. A esmagadora maioria dos enfermeiros especialistas, limita-se a fazer o que já fazia antes – cuidados gerais. Isto devido à falta de recursos mas também devido à própria organização dos cuidados de enfermagem.
O tempo vai passando e vamos vendo quem tem ou não razão…
Eu também posso ler livros do Patinhas e até da Sininho e da Bela Adormecida e continuar a viver num mundo real…

Cumps
 
É um dado mais do que adquirido que caminhamos para a completa banalização das especialidades em enfermagem...e talvez da própria profissão!

Nem é de ser de esquerda ou de direita é ser realista: qualquer político ou gestor vai SEMPRE achar irracional e um gasto excessivo que todos os enfermeiros em Portugal sejam especialistas com mestrado.

Até podem ser, desde que ganhem como meros técnicos!

Esta é a verdade! Quer se concorde ou não com o resto ...
 
Anónimo das 10:56

É um prazer poder "conversar" sobre estas questões com alguém que nos ajuda a construir a nossa maneira de ver o mundo.

Só para lhe dizer que resumiu, no seu último comentário, o meu raciocínio anterior, quando sublinhou a diversidade na formação, nas qualificações e nos níveis de responsabilidade. Era o que pretendia ilustrar: (i) que no mundo há muita variedade na enfermagem e isso não tem mal porque mostra que há evolução, crescimento e opções (ii) o que parece estar a vingar é o modelo baseado na especialização (não no apertar o parafuso, mas abrangente o suficiente para abarcar a complexidade da pessoa humana) e esse caminho leva a que todos venham a ser especialistas.

O modelo alemão não tem qualquer significado na Europa nem no mundo ocidental, e nem sequer a China se deixa impressionar com os tiques da Alemanha. Basta olhar para a estratégia deste que é o maior fornecedor de recursos humanos do mundo para um futuro próximo, para perceber que, apesar de neste momento a percentagem de enfermeiros com formação superior aínda estar num pequeno dígito, a China já se está a organizar para exportar mão de obra de nível superior.
Outros países que importam enfermeiros exigem formação de nível superior; terão lá os seus "auxiliares", mas os enfermeiros diplomados são de nível superior.

Quanto ao que estamos a construir em Portugal, todos especialistas, não é compatível com a formação dos assistentes operacionais. Nós é que colocamos a fasquia baixa. Para que todos os Enfermeiros sejam especialistas (i.e., profissionais com título de Enfermeiro, tal como os médicos são todos especialistas lá nas áreas deles), temos que ter profissionais (auxiliares) de enfermagem que trabalhem sob orientação direta dos enfermeiros especialistas.

Neste momento temos enfermeiros especialistas, ninguém parece ligar ao seu trabalho, os enfermeiros generalistas fazem o mesmo trabalho que eles, os assistentes operacionais põem e dispõem sobre os cuidados de enfermagem e os médicos continuam a prescrever "levante", "banho diário", as dietas de todos os doentes, medicamentos mal prescritos, altas proteladas pelos mais diversos interesses e outras situações que eu gostaria muito, mas muito de ver discutidas de maneira séria entre nós e na sociedade portuguesa.
Não há uma presença "forte" da enfermagem e isso já cansa.

Portanto, seja qual for o caminho - todos especialistas (e é legítimo que todos os que são enfermeiros queiram aceder a uma especialidade), enfermeiros e principais, auxiliares e não sei quê - há uma verdade à qual já vimos à muito tempo que não escapamos que é o fenómeno da globalização. Nós não podemos fazer um caminho sózinhos: temos é que escolher qual é o que melhor serve os intentos da profissão.

Obrigada pela forma como comentou, especialmente porque o que aqui faço é muito mais "ouvir" o que há de interessante.

VV
 
É para mim lógico que os enfermeiros deveriam ter várias categorias e com funções específicas.

Acho um completo desperdício ter um bom enfermeiro de reabilitação nos cuidados gerais. Ele precisa de perceber de cuidados gerais para prestar cuidados de enfermagem de reabilitação, mas necessita de estar atulhado em cuidados gerais para fazer uma perninha como especialista aqui e ali... parece-me muito amadorismo e a enfermagem necessita é de profissionalismo.

Essa comparação com outros países é bastante pertinente. Nós andamos aqui cheios de medo de auxiliares de enfermagem, pois vemos que é nos países onde há auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem, e várias especialidades de enfermagem que a enfermagem (no seu conjunto) mais reconhecimento tem.

Uma categoria na carreira com funções claras de enfermeiro especialista é urgente (mesmo com quotas...)
 
Antes de mais quero fazer uma síntese da minha opinião relativamente aos “porquês” que se referem aqui, é um facto que nos
habituamos desde há 38 anos atrás de criar uma explosão em massa de
indivíduos a praticar enfermagem, as escolas mal ou bem formadas, numa visão simplista, foram sendo criadas como se fossem cogumelos.
Hoje em dia temos o resultado desenfreado dessas opções que foram idealizadas por quem criou o sistema publico e privado com os parâmetros de médias e pequenas empresas, junta-se um aglomerado de pessoas, essas pessoas pagam para a sua formação (seja ela: medíocre, média, boa ou excelente) e ao fim de 4 anos com Bolonha temos ai enfermeiros.
O problema principal que analiso é que a ordem dos enfermeiros perde tempo com jantares, propagandas quase que politicas sobre todos os problemas de enfermagem, mas o facto é que não são essas atitudes que irão mudar o destino que a carreira leva.
A ordem dos enfermeiros é a entidade que regulariza a profissão mas o que eu gostava realmente de saber é se alguém da Ordem está realmente importado com os profissionais que gostariam de uma oportunidade no seu pais sem ter que emigrar?
Será que neste momento é hora de assegurar aS especialidadeS?
Ou deveremos antes de mais assegurar os postos de trabalhos que temos?
E ajudar os que não tem?
Será que o que interessa é pagar a cota e os jantares que se fazem com a ordem?
Ou é lutar para que esta se torne verdadeiramente uma instituição que protege fidedignamente os seus?
Será que a ordem não tem uma palavra a dirigir sob o facto de não haverem estágios profissionais no âmbito da saúde?
Não se preocupam pelo facto de haver pessoas de ficarem excluídas por não terem experiencia profissional?
Ou apenas se importam com as cotas que são debitadas a cada mês?

Esta é para o governo: porque é que não fazem como antigamente, se o pais não comporta enfermeiros fechem as escolas de enfermagem como faziam com os magistérios primários!
Porque gastarem dinheiro com isso?
E nós enfermeiros também temos muita culpa no cartório uns porque consideram que estão a ser ultrapassados e minorados pela situação económica, outros que só puxam a brasa à sua sardinha e outros que são ensinados pelas escolas de enfermagem.
Juntem-se verdadeiramente como os professores, eles levam as suas à avante.
Nós continuamos de costas voltadas uns com os outros, porque achamos que isto nunca nos acontece. O problema é que isto afecta a classe toda.

Tenho dito.
 
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