segunda-feira, março 12, 2012

Multi's...


Um tema pertinente (área de Enfermagem), com uma inerência de custos avultados. Um aplauso para o alerta relativo à necessidade de especialização neste domínio. 

Não compreendo, porém, o porquê da presença dos Fisioterapeutas e Farmacêuticos (notem que a organização é da responsabilidade de uma Escola de Enfermagem)!
Quantas organizações da responsabilidade de Fisioterapeutas convidam Enfermeiros para a sua área de actuação? E quantas de Farmacêuticos?
Ao abrigo da multidisciplinariedade permitimos, frequentemente, que outros se imiscuam nas nossas esferas (reflictam nisto em todas as outras áreas de actuação!). 
Cuidai(emos) de vós/nós próprios, colegas!! 
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Nota acrescentada à posteriori, como contra-argumentação a um comentário:

O último comentador tem um visão linear e simplista da realidade.
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A questão da competência excede a detenção do conhecimento. Naturalmente, em Saúde, uma "acção" não pode ser executada se não houver uma bagagem científica e técnica por trás. O gesto que corresponde à administração de injectáveis poderá não ser de extrema complexidade, mas sim tudo o que a envolve, que pode em última consequência acarretar a morte de um doente.
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Afirmar, por dedução, que os Enfermeiros são meros executores acéfalos de uma ferida, é no mínimo uma manifestação de ignorância. Mal estariam os Enfermeiros se não conhecessem em profundidade as características e indicações dos princípios activos que utilizam nos respectivos tratamentos. Mal estariam os Enfermeiros, se estivessem de "pinça na mão" a aguardar indicações do prescritor-farmacêutico.
Em caso de dúvida (porque é legítimo que existam), tal é prontamente sanada recorrendo ao folhear de um simples livro informativo, não se carece da presença de qualquer farmacêutico, a "aconselhar". Isto porque o farmacêutico não é uma mais-valia relativamente a um simples livro (talvez seja no caso de leigos na matéria, incapazes de interpretar a natureza técnica de tais informações, mas não para outros profissionais de saúde). É conhecimento por conhecimento. Sinónimo, expropriado de qualquer capacidade competencial.
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Os farmacêuticos tiveram os seus dias na era dos manipulados. Hoje tudo o que podem oferecer nada mais é do que o que consta num simples manual qualquer. O resto faz uma qualquer vending-machine e qualquer robot de farmácia.
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É por isto mesmo (e os farmacêuticos já se aperceberam disto) que têm tentado alargar o seu espectro de acção, classificando várias actividades de Enfermagem como "novos serviços farmacêuticos". É que, apenas com aquilo que tinham para dar à sociedade (informações... isto na era da informação e do livre acesso ao conhecimento por todos!), a profissão estaria em causa num futuro de médio prazo.
É por isto que nos últimos tempos consubstanciem sucessivas tentativas de usurpações de funções dos Enfermeiros! Pense lá se isto não é verdade, amigo!

Comments:
dá que pensar.
 
Tem mais do que razão DE...
 
Sinceramente... Causa-lhe assim tanto prurido que os farmacêuticos e os fisioterapeutas abordem a temática das feridas?
Os farmacêuticos lidam com os fármacos e são fontes importantes de informação para a população em geral, quem mal vem ao mundo por estes saberem melhor a aplicação de certos "fármacos" sobre as feridas?

A informação e o conhecimento não têm de estar restritos a uma faixa da população.

Eu sou enfermeiro mas se quiser saber mais sobre mecânica e, ao saber, trabalhar também a arranjar automóveis qual será o problema?

O trabalho em equipa não é só uma expressão bonita que se usa nas teses e trabalhos académicos. O trabalho em equipa TEM de estar presente no dia-a-dia.

Vamos louvar o trabalho desta escola de enfermagem em vez de atirarmos logo pedras.

Ainda bem que alguém se preocupa em investigar e procurar debates em áreas chaves da enfermagem (mas não só desta)...

A enfermagem não é só OE, INEM, SEP e "mexeriquices"!
Muito menos é guerras com outras classes por interesses mesquinhos.

J*
 
Julgo que OE dos Enfermeiros deve neste caso ter uma palavra a dizer!

Fisioterapeutas??????

Farmacêuticos?????


É por isso que não saímos da cepa torta!!

NEL
 
Estou estupefacto com este pos´t!!!

Não sei quem é o Dr. Enfermeiro, mas assusta-me este raciocínio: a multidisciplinariedade só é válida entre enfermeiros e médicos? Ai jasus…

Pior: vejo ali um apelo à retaliação; se os farmacêuticos e fisioterapeutas não nos convidam, nós devemos fazer o mesmo!? Nossa senhora…
 
Parceria com a Universidade de Évora??? Isto tem dedo do Dr Manuel Lopes (Diretor da Escola de Évora- o tal que diz que não há desemprego na Enfermagem)
Pouco credível portanto o estudo.
 
Realmente, uma iniciativa que e de louvar e de realcar por parte de uma escola de Enfermagem e atacada por uma razao tao inutil quanto inconsequente. O Forum sera de entrada aberta a todas as pessoas interessadas nos fenomenos. Pela sua logica, os enfermeiros nao podem ir a congressos eminentemente medicos ou os enfermeiros de reabilitacao nao podem participar em congressos organizados pelos de saude mental, por exemplo.
Este blog parece cada vez mais o canal nao oficial da nova Ordem e lamento, mas penso que os novos postos o fizeram perder a argucia do argumento e a pertinencia que o caracterizavam!
 
Caro Dr Enf, estou um pouco cansado de ouvir as palavras Enfermagem e feridas na mesma frase, o facto de se juntar as palavras custo, benefício não melhora muito. Com tanta coisa que se pode estudar e investigar, manter o foco neste tema não é correcto, digo isto há pelo menos 4 anos desde que me dedico a investigação em saúde pública, área que a enfermagem não faz nada há tempo demais. Obrigado
 
A minha tendência inicial foi a mesma da maioria dos comentadores anteriores... "porque não? multidisciplinaridade e não quê..." Mas depois refleti melhor e acho que percebi onde o DE queria chegar; de facto os fisioterapeutas e os farmacêuticos ignoram sempre os enfermeiros, saliento por exemplo a formação de administração de injectáveis para farmacêuticos, onde, nem aí, recorrem a enfermeiros, pelo menos naquela em que eu tive oportunidade de ver o programa, os formadores eram um farmacêutico e um médico, licenciado em enfermagem. Tenho também muitas reservas quanto à ideia de haver farmacêuticos, médicos e outros profissionais a dar aulas no curso de enfermagem... não haverá enfermeiros com competência/conhecimentos suficientes para o fazer? O facto de terem muita formação em determinada área não significa que sejam as pessoas indicadas para ministrar a enfermeiros determinada cadeira, onde os conhecimentos requeridos são relativamente poucos e assim são seleccionados (pelo menos em parte) por não-enfermeiros, para além de outras implicações mais ou menos claras. Penso que os enfermeiros têm tendência para se inferiorizar e recorrer a outros profissionais para sentirem que os seus conhecimentos possam ser equiparadas aos destes... julgo que esta questão levantada é bastante mais complicada e com raízes mais profundas do que parece à primeira vista.
 
Que risada...
 
De facto é uma questão bem mais profunda e complexa do que parece à partida! Até estava com receio de manifestar uma vez que parecia que só eu tinha esta opinião!
 
Sou Enfermeiro e já fui palestrante convidado em vários Congressos Médicos. Querer transformar a Enfermagem numa bolha de conteúdo esterilizado é o princípio da sua própria extinção.
 
"de facto os fisioterapeutas e os farmacêuticos ignoram sempre os enfermeiros, saliento por exemplo a formação de administração de injectáveis para farmacêuticos, onde, nem aí, recorrem a enfermeiros" lol lol lol A confusão que vai em algumas cabeças... a administração de farmácos injectáveis é um gesto TÉCNICO onde há obviamente alguma teoria subjacente, até porque há cuidados a ter mas é na sua essência uma aprendizagem prática não é preciso um hiper-especialista para a ensinar basta alguém que detenha as poucas noções teóricas e que saiba executar a técnica para ensinar como se faz. Já o papel dos Farmacêuticos no tratamento das feridas não é a mesma coisa... não é papel do Farmacêutico ensinar a técnica aos enfermeiros, essa é melhor ser feita por enfermeiros MAS é papel dos Farmacêuticos explicar a componente FARMACOLÓGICA dos elementos farmacológicos aos dispor no tratamento das feridas pois aí os Farmacêuticos constituem sem dúvida uma mais valia pois dominam o Conhecimento Científico melhor do que ninguém.
Por isso não se misture alhos com bugalhos.
 
O último comentador tem um visão linear e simplista da realidade.

A questão da competência excede a detenção do conhecimento. Naturalmente, em Saúde, uma "acção" não pode ser executada se não houver uma bagagem científica e técnica por trás. O gesto que corresponde à administração de injectáveis poderá não ser de extrema complexidade, mas sim tudo o que a envolve, que pode em última consequência acarretar a morte de um doente.

Afirmar, por dedução, que os Enfermeiros são meros executores acéfalos de uma ferida, é no mínimo uma manifestação de ignorância. Mal estariam os Enfermeiros se não conhecessem em profundidade as características e indicações dos princípios activos que utilizam no tratamento de feridas. Mal estariam os Enfermeiros, se estivessem de "pinça na mão" a aguardar indicações do prescritor-farmacêutico.
Em caso de dúvida (porque é legítimo que existam), tal é prontamente sanada recorrendo ao folhear de um simples livro informativo, não se carece de uma farmacêutico ao alto, a "aconselhar". Isto porque o farmacêutico não é uma mais-valia a um simples livro. É conhecimento por conhecimento. Sinónimo, expropriado de qualquer capacidade competencial.

Os farmacêuticos tiveram os seus dias na era dos manipulados. Hoje tudo o que podem oferecer nada mais é do que o que consta num simples manual qualquer. O resto faz uma qualquer vending-machine e qualquer robot de farmácia.

É por isto mesmo (e os farmacêuticos já se aperceberam disto) que têm tentado alargar o seu espectro de acção, classificando várias actividades de Enfermagem como "novos serviços farmacêuticos". É que, apenas com aquilo que tinham para dar à sociedade (informações... isto na era da informação e do livre acesso ao conhecimento por todos!), a profissão estaria em causa num futuro de médio prazo.
É por isto que nos últimos tempos consubstanciem sucessivas tentativas de usurpações de funções dos Enfermeiros! Pense lá se isto não é verdade, amigo!
 
"Em caso de dúvida (porque é legítimo que existam), tal é prontamente sanada recorrendo ao folhear de um simples livro informativo" ... E quem é que acha que elabora esses livros informativos? A resposta é simples: aqueles que melhor dominam a criação, manipulação e modo de acção dos fármacos. Assim sendo, só vem confirmar aquilo que disse anteriormente, isto é, os Farmacêuticos são os melhor preparados para dar essa informação. Repare que eu não disse que os Farmacêuticos devem dar formação no tratamento das feridas e ponto final, o que eu disse é que ninguém melhor que os Farmacêuticos para dar a formação das ferramentas farmacológicas disponíveis para as diferentes situações. Assim se vê que a componente teórica poderá ser melhor esclarecida por quem melhor dela sabe o que não quer dizer que os Enfermeiros sejam "acéfalos" que se limitam à execução técnica mas quer antes dizer que os mesmo podem aprender com quem mais sabe dessa área.

Muito obrigado pela oportunidade de esclarecer.
 
caro dr enfermeiro!
gosto muito do seu blog, mas digo lhe que desta vez foi um bocado infeliz!
É necessário a multidisciplinariedade no tratamento de feridas! e acho muito bem tanto farmacêuticos e fisioterapeutas terem formação na área.
Ora vejamos, quantos utentes, fazem os seus próprios cuidados as feridas!?(não estou a dizer que seja correcto) não acha que seria bom quando vão a uma farmácia que alguém o possa aconselhar?
Agora voltando para os fisioterapeutas... sabia que muitas vezes a reabilitação de um utente está comprometida devido as feridas!?
SE SABE AS VEZES PARECE NÃO
 
Bom Dia! É certo que estando numa democracia todos temos o direito de opinião. Mas, caros enfermeiros cuidado com as afirmações relativamente aos farmaceuticos e aos fisioterapeutas. Os farmaceuticos estão a fazer um ataque a determinadas funções dos enfermeiros reconhecem "a gestão de terapeutica"? pois sim agora os farmaceuticos querem passar a fazer isso apesar de não ser do seu campo de acção. E as guerras que os fisioterapeutas fazem aos enfermeiros de reabilitação????? Pois é, trabalhar em equipa é cada um dos profissionais dar o seu contributo para o utente dentro das competencias que lhe são reconhecidas, ponto.
 
Compreendo o ponto de vista do DE, mas até não me choca a presença dos farmacêuticos no Congresso, se bem que acho mais pertinente a presença de delegados de propaganda médica para apresentar novos produtos no tratamento de feridas( mas esses estarão lá, com certeza). Agora fisioterapeutas????Sem qualquer desprimor à classe pela qual tenho a maior das considerações...mas por que raio fiioterapeutas num congresso deste tema? Não tem lógica absolutamente nenhuma....
 
@ anónimo:

De facto há bastante confusão "em algumas" [nalgumas] cabeças... naquelas que pensam que a administração de injectáveis é um acto simples, com pouca teoria subjacente. É certo que posso pegar no arrumador que está ali fora e com meia dúzia de explicações ponho-o a administrar injectáveis em menos de um minuto e depois até "ensina" aos colegas, mas será que o fazia com a mesma qualidade de um enfermeiro? Porque não? (se precisar depois eu explico).
A execução de um penso é um "gesto TÉCNICO" tal como a administração de injectáveis.
Quanto ao estar melhor preparado para dar formação, como disse anteriormente, " O facto de terem muita formação em determinada área não significa que sejam as pessoas indicadas para ministrar a enfermeiros determinada cadeira". se não concorda, recomendo-lhe pesquisar alguns fundamentos de pedagogia.
 
"E quem é que acha que elabora esses livros informativos? A resposta é simples: aqueles que melhor dominam a criação, manipulação e modo de acção dos fármacos."

Pronto, temos o livro. Não precisamos da pessoa. Os meus livros sobre feridas são escritos por médicos e enfermeiros...
 
@ DE:

Os farmacêuticos e restantes "profissionais da multidisciplinariedade" não tentam usurpar funções dos enfermeiros, eles limitam-se a aceitar aquelas que os enfermeiros oferecem de bandeja (e lhes interessam). Pense lá se isto não é verdade! Não tardarão os enfermeiros a defenderem que os TAEs participem na formação de enfermeiros em matéria de EPH, numa perspectiva multidisciplinar e tendo em conta que eles é que são/serão os especialistas na coisa. Não precisa de escrever o que eu digo, porque eu acabo de o fazer... fica registado!
 
De facto existe bastante confusão no ar e até mesmo falta de saber...
Falarei do que sei:
Sou fisioterapeuta e sempre trabalhei com enfermeiros nos cuidados de saúde primários, nomeadamente na rede nacional de cuidados continuados ao domicilio. Resumindo o que tenho para dizer, o tratamento de feridas não se deve resumir ao trabalho do enfermeiro e coloco a seguinte questão: quantos de vós (enfermeiros), em "parceria" com um fisioterapeuta já experimentaram realizar um ultra-som ou uma estimulação eléctrica como coadjuvante da cicatrização...
Gostaria de saber? O que não percebo verdadeiramente é o não dialogarem com os outros profissionais de saúde. Parecem sempre com receio que vos roubem algo. Enfim.
 
" o tratamento de feridas não se deve resumir ao trabalho do enfermeiro e coloco a seguinte questão: quantos de vós (enfermeiros), em "parceria" com um fisioterapeuta já experimentaram realizar um ultra-som ou uma estimulação eléctrica como coadjuvante da cicatrização"

Estava a ver que ninguém chegava com este argumento. De facto, há estudos que fazem algumas referências a algumas técnicas. A questão é podem ser realizadas por Enfermeiros Especialistas em Reabilitação...
 
Fala-se muito de feridas e enfermagem, mas na realidade dos cuidados há um longo caminho a fazer. Estou só a falar na realização de pensos. Nos hospitais, no domicílio, há muito trabalho a fazer.
Fazem-se tantas auditorias aos lixos, aos registos, às algaliações, a não sei quê... Proponho que se faça o mesmo à realização de pensos, não para punir as más práticas que são muitas, mas com uma intenção pedagógica e de estimulo para que não se continue a fingir que se tratam feridas.

Sobre os farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos de limpeza e copeiras, só se metem no nosso trabalho quando há brechas. E se há brechas é porque o nosso trabalho é mal feito.
 
Os médicos e os farmacêuticos fazems uma comichão aos enfermeiros... Preocupem-se com a enfermagem e parem de falar mal das outras profissões. Os enfermeiros são tão importantes como os restantes profissionais, não devem tentar auto-promover-se menosprezando os outros. Os doentes querem é ser bem tratados estão-se nas tintas para essas guerrilhas. Se estão com isso, façam um congresso onde juntem todos e vejam quem tem a pilinha maior...
 
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