domingo, junho 15, 2014

Invenções da Ordem dos Médicos e... a resposta da Ordem dos Enfermeiros!

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"O parecer da Ordem dos Médicos foi emitido após um pedido feito por um obstetra do Hospital de Setúbal contra os partos na água e sublinha a falta de base científica e de ensaios clínicos que assegurem a segurança e benefícios do parto subaquático" link 

A Ordem dos Médicos (cada vez mais uma ilha), a pedido de um Obstetra do Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal, emitiu um parecer que desaconselha os partos na água. Curiosamente, essa instituição é pioneira no SNS no que concerne aos partos aquáticos. Curiosamente, também, o Enfermeiro-Chefe da Maternidade deste hospital é o Enf. Vítor Varela (ler peça com declarações no site da TVI), Presidente da Mesa do Colégio de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros.
Portanto, já se percebe aqui alguma lógica num possível "encadeamento de raciocínio", subjacente a este parecer.
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O argumento do Bastonário da Ordem dos Médicos (que já nos habituou à teatralidade) é peculiar: "o homem é um animal terrestre e não aquático". Podia ser um comentário de um leigo, mas não é. Outro leigo poderia retorquir de igual modo: "... mas durante 9 meses desenvolve-se imerso em água". Todavia, o caminho não será por aqui - para os Enfermeiros e Médicos, que pautam o seu pensamento pela postura científica, existe algo mais substancial: evidências.
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Se não existem, ainda, sobre esta matéria, vantagens concretas demonstradas, é sabido, igualmente, que não existem desvantagens, ou seja, o parto aquático, constitui-se como uma opção tão válida e saudável quanto as outras, possivelmente mais natural e confortável, até. Se passarem os os olhos pela realidade internacional, é desde logo perceptível que se trata de uma modalidade de partejamento muito conhecida, apoiada e incitada. 
Vejamos, por exemplo, o estado da arte no Reino Unido: "Both the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists and the Royal College of Midwives support labouring in water for healthy women with uncomplicated pregnancies". A Organização Mundial de Saúde também aconselha e apoia esta modalidade!
Isto é o que se preconiza em Setúbal, inclusivamente com o conhecimento e apoio do Ministério da Saúde. a Ordem dos Médicos... é contra!!
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A Ordem dos Médicos tem o velho hábito de ser contra tudo aquilo em que os Enfermeiros estão envolvidos. Ainda me lembro da polémica em redor dos partos domiciliários, onde a Ordem dos Médicos acusou os Enfermeiros de os promover e executar, ainda que o Instituto Nacional de Estatística revele que... são os Médicos quem mais os realiza!
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Quem arrasou completamente este parecer da Ordem dos Médicos, foi o parecer da Ordem dos EnfermeirosTranscrevo o seguinte trecho:

"A hierarquia da carreira de enfermagem não inclui o médico de urgência como superior hierárquico dos EEESMO pelo que a responsabilidade dos actos de enfermagem é apenas atribuível aos EEESMO; saliente-se que, em termos de actividades autónomas de enfermagem, os EEESMO não desenvolvem os seus cuidados sob orientação de outro profissional: este tipo de cuidados são ditos interdependentes e não se incluem nos cuidados a prestar num parto fisiológico, na água ou fora dela.
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Os partos na água, desde que conduzidos com excelência profissional são, provadamente benéficos tanto para a mãe como para o recém-nascido pelo que deve ser incentivado. Pelo contrário, partos em posição de litotomia, induções por rotina antes do termo da gravidez, e aceleração rotineira do trabalho de parto de forma artificial estão contra-indicados pela Organização Mundial de Saúde13 pois que são provadamente potenciadores de desvios à normalidade do processo de parir e, por isso mesmo, devem ser limitados às situações em que realmente são necessários; de resto vários estudos comprovam estes dados.
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Lamentamos que, apesar de toda a evidência científica, os partos medicalizados e em posição de litotomia se mantenham prática amplamente utilizada e incentivada nas salas de partos portuguesas. Impedir uma parturiente de parir na água quando esta prática já é possível no local escolhido e sem que existam reais contra-indicações é, no mínimo lamentável, eticamente reprovável e por isso inadmissível.
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No contexto da questão que levantou a necessidade deste parecer, estando-se a falar de uma situação totalmente fisiológica, a necessidade da presença médica é totalmente desnecessária (pois que releva das actividades autónomas dos EEESMO, de acordo com o REPE) (...).
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Congratulamo-nos que o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos não inclua o parto aquático na sua Legis Artis Médica e que esta prática não tenha lugar nos curricula académicos médicos pois, sendo um parto fisiológico, esta prática insere-se nas actividades autónomas do EEESMO, pelo que a actividade médica é supérflua."
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A fundadora da BioNascimento também não quis deixar de contribuir:
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E hoje seguiu o que tínhamos a dizer à Ordem dos Médicos, com conhecimento para a DGS, sobre a questão do Parto na Água em Setúbal. Esperamos sinceramente que esta seja uma causa levada por quem de direito como um interesse público.
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Exmos. Senhores da Ordem dos Médicos,
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Sou Mãe de dois filhos, uma com 13 e outro com 5 anos, sou também fundadora do site BioNascimento, Doula e activista do parto há 9 anos.
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Dirijo-me a V. Exas por uma desonestidade e manipulação grave a que estou a assistir.
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Circula a informação de que o parto na água no Hospital São Bernardo está em risco, tendo por 
base a argumentação de que têm que haver mais provas cientificas de que não é prejudicial para o bebé. A maioria dos Srs. Obstetras e Pediatras estão unidos nesta decisão. Até aqui nada de mais e tudo aparentemente certo.
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Gostaria no entanto que estes profissionais de saúde honestamente explicassem o porquê desta decisão para uma " intervenção natural" como é a água, e curiosamente há dezenas de anos que não protegem os Bebés da mesma forma e com a mesma argumentação, das intervenções não naturais como são por exemplo a oxitocina e a epidural, ou até mesmo o misoprostrol. Este último nem fármaco de obstetrícia é, e têm-no usado largamente para induções sem o devido consentimento informado, e com situações gravíssimas a acontecer em diversos hospitais. Imagino que seja do conhecimento de V. Exas. que em países como o Reino Unido, Canada e Austrália, este fármaco só é autorizado usar em caso de morte fetal.
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Basicamente se consultarmos a Biblioteca Cochrane para o uso de oxitocina para aceleração do trabalho de parto encontramos que:
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Slow progress in the first stage of spontaneous labour may be caused by weak contractions of the womb. Doctors and midwives commonly give a drug called oxytocin with the aim of strengthening contractions and speeding up labour to avoid harm to both the mother and the newborn infant. The belief is that managing the labour in this way will enable progression to a normal vaginal delivery and reduce the need for caesarean section. However, others have been fearful that it has no effect on the type of delivery a woman might have and in other ways may do more harm than good. This review of eight studies, involving 1338 low-risk women in the first stage of spontaneous labour at term, showed that oxytocin did not reduce the need for caesarean sections. Neither did it reduce the need for forceps deliveries or increase the number of normal deliveries when compared with no treatment or delayed oxytocin treatment. Oxytocin seemed to shorten labour by nearly two hours on average. The uptake of epidurals was no different. It does not seem to cause harm to the mother or baby, but the sample size was too small to determine if its use has an effect on the death rates of babies. The decision whether to undergo this treatment is one that can reasonably be left to women to decide in the context of a reduction in the length of labour. The included trials used different doses of oxytocin, and different criteria for starting treatment in the delayed oxytocin arm."
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Para o uso da Epidural a mesma Biblioteca Cochrane diz que:
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Pain relief is important for women in labour. Pharmacological methods of pain relief include inhalation of nitrous oxide, injection of opioids and regional analgesia with an epidural for a central nerve block. Epidurals are widely used for pain relief in labour and involve an injection of a local anaesthetic into the lower region of the spine close to the nerves that transmit pain. Epidural solutions are given by bolus injection, continuous infusion or using a patient-controlled pump. Lower concentrations of local anaestheticare needed when they are given together with an opiate, allowing women to maintain the ability to move around during labour and to bear down. Epidural analgesia may sometimes give inadequate analgesia, which may be due to non-uniform spread of local anaesthetic. Combined spinal-epidural involves a single injection of local anaesthetic or opiate into the cerebral spinal fluid for fast onset of pain relief as well as insertion of the epidural catheter for continuing pain relief. Side effects such as itchiness, drowsiness, shivering and fever have been reported and rare but potentially severe adverse effects of epidural analgesia do occur.

The review identified 38 randomised controlled studies involving 9658 women. All but five studies compared epidural analgesia with opiates. Epidurals relieved labour pain better than other types of pain medication but led to more use of instruments to assist with the birth. Caesarean delivery rates did not differ overall and nor were there effects of the epidural on the baby soon after birth; fewer babies needed a drug (naloxone) to counter opiate use by the mother for pain relief. The risk of caesarean section for fetal distress was increased. Women who used epidurals were more likely to have a longer delivery (second stage of labour), needed their labour contractions stimulated with oxytocin, experienced very low blood pressure, were unable to move for a period of time after the birth (motor blockage), had problems passing urine (fluid retention) and suffered fever. Long-term backache was no different. Further research on reducing the adverse outcomes with epidurals would be helpful.
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O nosso Infarmed, para o uso do Misoprostrol na Gravidez alerta que:
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O misoprostol está contra indicado em mulheres grávidas porque induz contracções uterinas e está associado ao aborto, parto prematuro, morte fetal e malformações congénitas. A exposição ao misoprostol no primeiro trimestre está associada a um risco significativamente aumentado de duas malformações congénitas: sequência de Möbius, ou seja, paralisia de nervos cranianos VI e VII, e alterações na parte terminal dos membros. Foram observados outras alterações incluindo artrogripose. O risco de ruptura uterina aumenta com o avanço da idade gestacional e com a cirurgia uterina prévia, incluindo cesariana. Partos múltiplos parecem ser também um factor de risco para a ruptura uterina.”

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Cientificamente o que temos para o Parto na Água por parte da mesma Biblioteca Cochrane é tão simples como isto:
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This review includes 12 trials (3243 women). Water immersion during the first stage of labour significantly reduced epidural/spinal analgesia requirements, without adversely affecting labour duration, operative delivery rates, or neonatal wellbeing. One trial showed that immersion in water during the second stage of labour increased women's reported satisfaction with their birth experience. Further research is needed to assess the effect of immersion in water on neonatal and maternal morbidity. No trials could be located that assessed the immersion of women in water during the third stage of labour, or evaluating different types of pool/bath.
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É assim questionável o rigor científico que estes profissionais médicos estão a querer ter em defesa dos bebés, e é ainda mais estranho é que só o tenham para com uma intervenção natural, como é o recurso à água.
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Vejo que estes Exmos. Srs.Obstetras e Pediatras estão a querer seguir os passos que estamos a assistir que os seus homólogos estão a querer adoptar nos EUA. Há que no mínimo pensar “pela nossa cabeça” e saber que no que toca a saúde pública dos EUA vêm poucos exemplos que faça sentido seguirmos, no entanto, não resisto a questionar se ao estarem tanto de acordo com a ACOG para o Parto na Água, se vão estar igualmente de acordo com as suas novas recomendações para a Prevenção segura da primeira cesariana, emitidas em Março deste ano?

Circula igualmente a informação de que o Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia emitiu um parecer a propósito deste assunto. Seria de todo interessante que V. Exas. tornassem esse parecer e a vossa posição relativamente ao Parto na Água pública, para que o fundamento científico da mesma pudesse ser devidamente analisado pela sociedade em geral, assim como pelas demais classes profissionais de saúde.
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Sabem os Srs. Obstetras que compõem o vosso Colégio da Especialidade que são muitos os Países desenvolvidos que têm nos seus hospitais banheiras à disposição das Mulheres como uma opção. Países com resultados na mortalidade neonatal equiparáveis a Portugal.
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Se o que os Exmos. Srs. Obstetras e Pediatras procuram é genuinamente proteger os bebés, então protegem-nos de TUDO o que não está suficientemente estudado, que basicamente é TUDO o que a atual obstetrícia interventiva aplica, desde a monitorização contínua à tão admirada epidural e oxitocina. Sabem estes profissionais tão bem como nós, que uma medicina baseada em revisões sistemáticas é algo tão recente como a existência da conhecidíssima Biblioteca Cochrane que fez o ano passado apenas 20 anos. Assim sendo, a possibilidade de rigor cientifico em muitas matérias é quase nula, dado que estudos epidemiológicos e longitudinais nesta área da obstetrícia é coisa rara.
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Permitam-me que termine relembrando-vos que a era em que a informação científica era de exclusivo acesso aos profissionais de saúde já terminou. Hoje só sofre de ignorância científica quem quer. Portanto, por favor, não pensem que as Mulheres não são capazes de tomar decisões informadas porque o são. Aos profissionais e instituições de saúde compete facultar a informação cientifica existente de forma simples e acessível, sem manipulações corporativistas, e aplicar eticamente os respectivos consentimentos informados.
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Dou conhecimento deste email à Direcção Geral de Saúde, visto existir a informação de que a Administração do Hospital de Setúbal aguarda parecer deste órgão.
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Na expectativa da vossa resposta, apresento os meus melhores cumprimentos.
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Atenciosamente,
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Sandra Oliveira

CD(DONA); CBE; CIMI; LC


Comments:
Sou médico (ainda que não obstetra) e este bastonário envergonha-me todos os dias!

 
OPS!!

http://vidadebombeiro49.blogspot.pt/2014/06/enfermeira-bebeda-atropela-e-foge.html

Se fosse TAE/TAS já era capa neste blog...
 
Lol
 
Os ginecologistas/obstetras portugueses que conseguiram que a taxa de mortalidade peri-natal fosse em Portugal uma das mais baixas em todo o Mundo ( mesmo com a diferença de recursos que temos comparativamente a outros países) são de facto uns vilões! Não percebo porque os enfermeiros querem cada vez mais adquirir funções médicas ja que os médicos sao tão vis e alvos a abater. Não era mais fácil tirar medicina já que não gostam da vossa profissão? Ja não ha paciência
 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24785637

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24652300

Como podem ver nestes artigos não é bem assim.
 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24652300

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24785637

Como se pode ver não é bem assim.

 
Nada como uma imagem manipulada no topo do post com crianças a mergulhar para descrever o parto aquático. A mesma imagem que manipula as grávidas que o querem fazer.
O parto aquático só é fisiológico, como qualquer parto, enquanto não complica, nesse momento torna-se patológico. E nesse momento, o sr. enfermeiro o que é que faz? vai chamar o médico ou não? vai assumir as responsabilidades? tem competência técnico-científica para enfrentar todo o tipo de complicações que podem advir de um parto?
 
Parto na água = parto natural... tão natural que é... que o nosso antepassado comum saiu da água há +- 1 milhão de anos... mas pronto.. cada um conhece o seu nível evolucional. Não existe nenhuma metanálise publicada em revista de Obstetrícia de grande impacto ou Guideline que valorize o parto na água, a não ser como experiência piloto.. mas pronto, mais uma vez é notória a "sapiência" dos Portugueses..
 
Caro colega,
umas breves considerações ao seu texto. leia atento. Certamente aprenderá qualquer coisa:

1) Uma publicação num blog que se pauta por: "Reflecte a evolução académica, científica, técnica e humana da classe." não pode conter comentários de caráter pessoal tais como "Ordem dos Médicos (cada vez mais uma ilha)," ou "Bastonário da Ordem dos Médicos (que já nos habituou à teatralidade)", pois poderá facilmente ser confundida com qualquer outra notícia, sem qualquer rigor (como o colega chama) científico, de um qualquer Correio da Manhã ou pasquim semelhante.

2) Em ciencia, temos de rever tudo o que foi publicado, quer seja a favor quer seja contra a ideia que queremos transmitir, sob pena de analisarmos apenas meias-verdades. Isso é fazer ciencia. O resto é fazer sensionalismo e, isso, é só parvo.

3) Falar do estado da arte de outros paises não é argumento senão para demonstrar um sentimento recalcado de pequenez. A taxa de mortalidade peri-natal em portugal é das mais baixas do mundo (a melhor, se considerarmos racio taxa/PIB). Portanto, é ousado terminar com "a actividade médica é supérflua.". Têm sido os enfermeiros os solenes responsáveis pelos bons resultados nacionais? Se sim, demonstre-o. Se o demonstrar, serei o primeiro a dar-lhe os parabéns.

4) "A hierarquia da carreira de enfermagem não inclui o médico de urgência como superior hierárquico dos EEESMO pelo que a responsabilidade dos actos de enfermagem é apenas atribuível aos EEESMO". Na hierarquia da carreira de enfermagem é assim, mas no código penal portugues não o é. Como o colega o sabe perfeitamente, qualquer responsabilidade penal sob um erro de equipa (e, sublinho, EQUIPA) é imputável ao médico. Nenhum enfermeiro trabalha sózinho. Nenhum médico trabalha sózinho.

5) "Os partos na água, desde que conduzidos com excelência profissional são, provadamente benéficos tanto para a mãe como para o recém-nascido pelo que deve ser incentivado.". Isto é, simplesmente, falso: Não são provadamente benéficos. Quanto muito mostram um conceito em ciencia (que o colega, apelidando-se de cientista, deveriam conhecer) descrito como "a técnica mostra não inferioridade". Não é melhor, mas também não é pior. Mas o facto de não ser pior, não quer dizer que seja melhor.

6) Concordo com os partos em casa, na água, no ceu, no estábulo, onde quiser. Concordo que os enfermeiros sejam pagos pelo seu trabalho de assistencia nos partos, em regime privado (pelo que tanto têm lutado), mas SE E SÓ SE, possam ser legalmente imputados pelas suas ações e SE E SÓ SE, pelo bem estar do recem-nascido, existam cuidados diferenciados, material de suporte de vida neonatal e pessoal treinado para dar assistencia a um Apgar menos favorável (tal como o estão os neo-natologistas).

Gostei do seu texto.
Os meus parabéns em relação ao parecer da ordem dos enfermeiros que "Arrasou completamente" o da ordem dos médicos.
Parabéns por se preocupar...

Cumprimentos cordiais do seu colega que, como o senhor enfermeiro, põe sempre os doentes à frente das guerras sindicais e de classes profissionais.

(Perdoe-me os erros ortográficos)
 
Acho o parto na água optimo. Sobretudo quando a gravida defeca, quando nao se faz episiotomia e hå rotura do períneo, quando a circular é apertada ou o cordão curto ou quando a parturiente não é colaborante. Qual a percentagem de enfermeiras que usam esta técnica de parto para si mesmas? E uma pergunta...se a parturiente for GBS+, será inteligente por o recém nascido num banho de bactérias?...Pois...
 
DE sempre no acontecimento.

Abraço do amigo Rui
 
Exmº Sr Prof Doutor Enfermeiro obviamente frustrado com a sua profissão e convencido que os culpados pelos problemas da sua classe são os médicos,

É tão óbvia a sua falta de conhecimentos para efectuar qualquer tipo de leitura crítica de publicações científicas!

Por forma a colmatar essa lacuna, deixo-lho aqui a papinha toda feita, espero que possa aprender alguma coisa e esforçar-se para apagar esse extremismo de ideias que invadem o seu sistema operativo. Infelizmente, a medicina não se rege por dogmas, por isso é que precisamos de níveis de evidência e forças de recomendação.
Aprenda a ser cientificamente humilde Sr Prof Doutor Enfermeiro e deixe lá de puxar pelos galões.

http://www.ebm-guidelines.com/dtk/ebmg/home:

Immersion in water during first stage of labour


Evidence summaries

15.5.2012


Editors


Level of evidence = C

Water immersion during the first stage of labour compared to no water immersion may reduce the use of analgesia and reported maternal pain.


Comment: The quality of evidence is downgraded by imprecise results (limited study size for each comparison) and by limitations in study quality (lack of blinding).

A Cochrane review 1 1 included 12 studies with a total of 3 243 women; 8 related to the first stage of labour, 2 to the first and second stages, one to early versus late immersion in the first stage of labour, and another to the second stage. Amongst women allocated to water immersion during the first stage of labour compared to those not allocated to water immersion there was a reduction in the use of epidural/spinal/paracervical analgesia/anaesthesia (OR 0.82, 95% CI 0.70 to 0.98; 6 studies), and in reported pain (40/59 versus 55/61; OR 0.23, 95% CI 0.08 to 0.63; 1 study). There was also a reduction in duration of the first stage of labour (mean difference -32.4 minutes; 95% CI -58.7 to -6.13). There was no significant difference in assisted vaginal deliveries (OR 0.84, 95% CI 0.66 to 1.06; 7 studies), caesarean sections (OR 1.23, 95% CI 0.86 to 1.75; 8 studies), perineal trauma or maternal infection. There were no differences for Apgar score less than 7 at five minutes (OR 1.59, 95% CI 0.63 to 4.01; 5 studies), neonatal unit admissions (OR 1.06, 95% CI 0.70 to 1.62; 3 studies), or neonatal infection rates (OR 2.01, 95% CI 0.50 to 8.07; 5 studies). No trials were identified that considered different types of baths/pools, or the management of third stage of labour.

Another Cochrane overview 2 2 included 15 Cochrane reviews (255 included trials) and 3 non-Cochrane reviews (55 included trials) of pain management in labour. There was some evidence to suggest that immersion in water may improve management of labour pain, with few adverse effects.

 
Respondendo a todos:

1 - Os partos na água é uma modalidade de partejamento que exige selecção e treino prévio. Nem todas as grávidas têm indicação para o mesmo. Esta selecção visa reduzir riscos e possíveis intercorrências (isto para responder, por exemplo, ao caríssimo anónimo do "GBS+");

2 - Se as vantagens em termos de evidências científicas não são lineares (e como em tudo na ciência, é discutível), também as desvantagens não o são. Logo, os partos na água constituem-se como uma opção tão válida qauntos as outras;

3- Há um argumento comum a que os médicos recorrem sistematicamente: Portugal tem uma das mais baixas taxas de mortalidade infantil do mundo. Se nos restringirmos apenas à união europeia, em 2013, Portugal era o 6º país com a mortalidade mais baixa.
Se este argumento significa que estamos no uso das práticas de parto mais correctas e como tal, nada se deve modificar, pensemos nos dois países recordistas mundiais na taxas de mortalidade infantil: Suécia e Finlândia.

E o que estes países têm a mais do que Portugal para conseguir taxas recordes?
Eu respondo (embora seja do conhecimento público):
3.1 - menos cesarianas;
3.2 - menos indução farmacológica;
3.3 - mais partos naturais;
3.4 - mais partos domiciliários;
3.5 - mais partos na água;
3.6 -maior intervenção e autonimoa dos Enfermeiros:
3.7 - muito menos intervenção médica.


 
É óbvio que aos Enfermeiros é imputada a responsabilidade dos seus actos. Isso está bem patente na lei!
 
"A hierarquia da carreira de enfermagem não inclui o médico de urgência como superior hierárquico dos EEESMO pelo que a responsabilidade dos actos de enfermagem é apenas atribuível aos EEESMO". Na hierarquia da carreira de enfermagem é assim, mas no código penal portugues não o é."

Por favor consultar Lei 111/2009. Obrigado.

 
"3) Falar do estado da arte de outros paises não é argumento senão para demonstrar um sentimento recalcado de pequenez. A taxa de mortalidade peri-natal em portugal é das mais baixas do mundo (a melhor, se considerarmos racio taxa/PIB). Portanto, é ousado terminar com "a actividade médica é supérflua.". Têm sido os enfermeiros os solenes responsáveis pelos bons resultados nacionais? Se sim, demonstre-o. Se o demonstrar, serei o primeiro a dar-lhe os parabéns."

Relativamente aos nossos resultados, não há evidências, mas posso dar-lhe as evidências do melhor (e mais seguro) país do mundo para nascer e ser mãe: a Suécia. Lá os Enfermeiros são responsáveis por todo o processo, desde do pré-parto, parto e pós-parto (todo o tipo de acompanhamento). As grávidas nem chegam a conhecer o médico. Como 99% de todo o processo é executado por Enfermeiros, presumo como um elevado grau de confiança que tal sucesso se deva aos Enfermeiros! Ou não?
 
"There was some evidence to suggest that immersion in water may improve management of labour pain, with few adverse effects."


Não deve ter lido o que escrevi. Nem todas as evidências o comprovam como vantajoso, mas também não o comprovam como desvantajoso. Como tal, é uma opção. Tão válida quanto as outras.
 
Comunicado conjunto do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists/Royal College of Midwives: http://www.rcog.org.uk/files/rcog-corp/uploaded-files/JointStatmentBirthInWater2006.pdf
 
Se há uma cois que admiro no DE são estas discussões e trocas de argumentos das quais já tinha saudades confesso! Tento ser o mais imparcial possível e parece-me que o DE bate esta gente toda as pontos!!!

Aquele abraço DE
 
Eu confesso que fico sempre espantada com os comentários na linha de "Então e quando o parto se complica? Os enfermeiros assumem a responsabilidade? Aí já vão chamar o médico, não é?"

Esta linha de comentário é total e completamente absurda e revela um profundo desconhecimento de como se desenrola um trabalho de parto (medicalizado ou não). Além disso, implica que a complicação que se apresenta do decorrer do trabalho de parto foi de alguma forma culpa do enfermeiro e que esse profissional tem de ser responsabilizado "pelo seu erro". Implica também que se tudo tivesse estado nas mãos do médico para começar, que a complicação não teria surgido. Por fim, implica que recorrer a um médico em case de patologia é de alguma forma uma admissão de culpa.

As complicações podem sempre surgir, independentemente do parto estar a ser apoiado por um médico ou enfermeiro. Comentários como o referido no início desta intervenção ignoram por completo toda a evidência científica que revela que o acompanhamento de uma gravidez e parto de baixos riscos por um obstetra leva a maiores intervenções, e consequente aumento do risco de aparecerem complicações, e tem piores resultados quer para a mãe, quer para o bebé.

Muito gostava eu que tantos dos nossos médicos deixassem de pensar que são o supra-sumo da sabedoria e que ganhassem um pouco mais de humildade.
 
Façam uma clinica de partos na água só de senhores doutores enfermeiros. Já que na Suécia as mulheres não conhecem o médico, esse ser, não é preciso para nada. E a seguir expliquem que a natureza às vezes atraiçoa o enfermeiro doutor. Se é TÃO natural tambem é TÃO natural que possa correr mal...Nao é verdade enfermeiro doutor?! E já está resolvida também esta questão.
 
É triste quando mercenários vão para profissões destas...

 

Quero dar os parabéns a OE,pela defesa que deu a este caso.
Considero que melhor que as próprias parteiras no seu exercício profissional(abdicam do direito ao exercício)
Os Senhores Médicos,só conhecem Patologia,foram formados para Patologias.Isto demonstra bem aos portugueses em especial ao Ministro da saúde quanto esta viciado o nosso sistema Nacional de Saúde
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As salas de parto estão altamente violentadas,pelas técnicas abusivas dos Médicos.
O que dizem quando usam medicamentos de rotina proibidas noutros países?
 
A todos os srs licenciados em Medicina, que se auto-intitulam "Doutores" e "cientistas", que por aqui abundam e que, orgulhosa e ignorantemente publicam os seus "achismos", tenho umas perguntas que adorava ver respondidas com a mesma convicção com que vós atacais o parto natural: o que dizem dos partos instrumentados por forceps e ventosa, para treino de internos? o que dizem de prescrições de perfusões ocitócicas para "despachar"? o que dizem de cesarianas em barda a partir das 22h para "arrumar a casa"? o que dizem de "dilatações a dedo"? o que dizem de esforços expulsivos dirigidos sem dilatação completa? o que dizem de quererem as parturientes deitadinhas para vossa conveniência e contra a força da gravidade? o que dizem de episiotomias rotineiras que não têm qualquer suporte à luz da evidência científica actual? o que dizem de condenar uma parturiente e "picar-lhe os miolos" só porque não deseja analgesia epidural?
Pois é, estas são apenas algumas das perguntas que gostaria de ver respondidas com sinceridade por V. Ex.as. Porque estas, são atitudes "terapêuticas" vossas, não dos enfermeiros.
Em que cabeças tem cabimento condenar-se uma opção sustentável e saudável em detrimento de todo este rol de intervencionismo? Pois é, nas vossas. Actualizem-se ou então, receio bem que as receitas de consultório vão cair... drasticamente!
Saudações cordiais :)
 
cuidado!!!!! ning¨ém mais pode tomar banho de imersão, não và o diabo tec~e-las e haver necessidade de chamar o médico, pois todos sabemos que uma vez na água, não se pode sair dela, mesmo que precisemos de um qualquer tratamento.... As parturientes na água de Setúbla é a mesma coisa.... se a equipe de EEESMO detecta um problema é totalmente impossível recorrer-se á uma qualquer intervenção... e morre toda a gente... Por favor, parem de gozar com o povo, e assumam que vos chateia imenso que os EEESMO têm as competências que têm, e que em termos de fisiologia de parto, não precisam da actuaçâo médica... e o respetio pela mulheres....Ele é um direito delas, não uma opção, sabiam disso???? Finalmente, gostaria de entender porque os srs. drs, so comparam com os países com pior taxas de mortalidade? custa muito comparar com os que t~em taxas melhores que as nossas e que ouzam utilisar mais as competências das parteiras/EEESMO... a verdade dói e tem de ser camuflada?
 
cuidado!!!!! ning¨ém mais pode tomar banho de imersão, não và o diabo tec~e-las e haver necessidade de chamar o médico, pois todos sabemos que uma vez na água, não se pode sair dela, mesmo que precisemos de um qualquer tratamento.... As parturientes na água de Setúbla é a mesma coisa.... se a equipe de EEESMO detecta um problema é totalmente impossível recorrer-se á uma qualquer intervenção... e morre toda a gente... Por favor, parem de gozar com o povo, e assumam que vos chateia imenso que os EEESMO têm as competências que têm, e que em termos de fisiologia de parto, não precisam da actuaçâo médica... e o respetio pela mulheres....Ele é um direito delas, não uma opção, sabiam disso???? Finalmente, gostaria de entender porque os srs. drs, so comparam com os países com pior taxas de mortalidade? custa muito comparar com os que t~em taxas melhores que as nossas e que ouzam utilisar mais as competências das parteiras/EEESMO... a verdade dói e tem de ser camuflada?
 
e para cagar é preciso o medico??? pode complicar nunca se sabe...
 
Doutor Enfermeiro, quantos partos fez na vida?
 
Na minha opinião, o parto na água deve ser uma opção para a mulher, devidamente informada, cuja situação obedeça aos critérios para um parto destas características (quer seja durante a fase ativa do trabalho de parto, quer seja no período expulsivo), pois não existe evidência científica de que é prejudicial, e existe evidência científica e experiência na prática que a satisfação da mulher/casal é superior. Parece-me que muitos comentadores estão a fugir da questão central, que é a da vontade da mulher, devidamente informada, numa situação que, obedecendo a critérios rigorosos (que alguns de vocês já descreveram), pode transformar a experiência do parto numa experiência gratificante para o casal. Penso que os médicos devem deixar de se achar os supra-sumos quando as situações em trabalho de parto se tornam patológicas - lembrem-se que são pagos para isso, é essa a vossa função, pela qual podem crer que os admiro e respeito como utente, mas não achem que as pessoas lhes devem agradecer pela vossa "boa vontade" e que os enfermeiros de saúde materna devem ser subservientes. Os enfermeiros de saúde materna são pagos para a sua função, nos termos da assistência à gravidez sem complicações e são responsáveis, também em termos penais, pelas suas ações.
 
Trabalho num grande hospital, ma área da obstetrícia, onde por acaso temos umas dessas banheiras de parto na água. O certo é que várias Enfermeiras, inclusive parteiras, na condição de grávidas e parturientes passaram por aqui e nenhuma solicitou este tipo de parto, mesmo sabendo da possibilidade da sua realização em termos materiais e técnicos.
Assim, é natural que se levantem dúvidas sobre a utilidade do parto na água!
Por outro lado, a que é que se deve um tão súbito interesse por esta prática? Será que isto está a mexer no negócio de alguém?

 
Mariana disse...
Que texto é este? Que português? Quem não sabe falar, não sabe fazer, deve ser uma ignorante.
Se é quem julgo, deixou muito a desejar aqui no hospital, soube sempre governar se á custa dos outros, é mt limitada, a Manuela que o diga!
Valeu lhe o Azevedo (€) senão coitada de ti Mariana
 
OOPS!! Oh TAE espertalhão:

http://www.ptjornal.com/2014062123812/tv/acidentes/video-bombeiro-atropela-mulher-e-filho-de-2-anos-e-e-preso-com-sinais-de-embriaguez.html
 
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