sexta-feira, janeiro 23, 2015

No Facebook, a discussão continua (com o Bastonário dos Médicos)...

(o tamanho da resposta do Bastonário da Ordem dos Médicos é tão grande, que não é publicável como imagem)
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Caro Dr. José Manuel Silva (doravante, Dr. JMS),

É com gosto, mas sem grande prazer, que lhe respondo a mais um conjunto de argumentos, dentro daquilo que V. Exa considerou um… “debate”. O meu objectivo, possivelmente, não é semelhante ao meu.
Está patente - permita-me a minha observação - uma mudança do seu estilo literário entre a sua primeira intervenção e esta última. Subitamente tornou-se num homem encolerizado. Um "debate" promove assim tanta cólera?
Felizmente, uma fatia muitíssimo substancial de Médicos não comunga dos seus princípios, Dr. JMS!
Desta vez organizo a minha resposta por “capítulos” (associando sempre uma citação sua), chamemos-lhe assim.
Como o senhor se baralhou todo nos seus argumentos, facilitou-me imenso a tarefa, como poderá constatar mais abaixo. O Dr. JMS contradiz-se com muita frequência, sabia!?
Uma nova nota próloga: O senhor prometeu-me desenhos e não os trouxe; mas eu trouxe.
Em resposta aos temas que abordou:

Capítulo “Burkas”.

(…) Num país democrático e sem constrangimentos religiosos, não dialogo com um “homem de burka”(…)

Se vive num país sem constrangimentos religiosos, porquê tanto prurido com uma religião (ao ponto de se recusar a dialogar com alguém). Eu não partilho da mesma posição. Respeito a pluralidade religiosa. Na verdade, desde que discreteie com argumentos alicerçados na ciência e na evidência, pouco me diz respeito a religião que professa. No conhecimento somos todos iguais, independentemente de raças, etnias ou religiões.

Uma burka é pedaço de tecido (usualmente negro) que cobre todo o corpo, deixando apenas os olhos destapados. Não me incomoda. É-me indiferente. Contudo, já revelo uma certa preocupação quando vejo alguém usar o corpo destapado e a burka à frente dos olhos.


Capítulo “Respeito pelos Enfermeiros”.

(…) Respeito profundamente os enfermeiros e a sua profissão (…)
Discordamos já aqui. Não, não respeita! No decorrer da sua exposição “apaixonada” (eufemisticamente falando) usou uma velha técnica: um pequeno elogio, uma grande ofensa; um pequeno elogio, uma grande ofensa; e assim sucessivamente intercalados.
Em parte, o Dr. JMS tem responsabilidades na crescente disfuncionalidade entre Enfermeiros e Médicos.
Poe exemplo, no Correio da Manhã (CM) do dia 15 de Agosto de 2013, a ladear a sua coluna regular, vislumbra-se uma peça jornalística, intitulada assim: “Triagem mal feita provoca mortes”!
A peça (que é pouco mais do que vazia de conteúdo) omite propositadamente um dos problemas fulcrais dos serviços de urgência - o tempo de espera até ao atendimento médico… mas, ao invés de dissecar e analisar de forma mais transparente a questão, recorre a um fait divers: culpabilizar a triagem. 

O Senhor Dr JMS lança mais um dos seus “epílogos” aos Enfermeiros: classifica-os de “profissionais de menor formação”. Pejorativamente, está subentendido.


Segundo afiançou, o caríssimo Dr. JMS, nos seus textos dirigidos a mim, minimizou a importância do conhecimento e experiência dos Enfermeiros da triagem, dando a entender e afirmando que não decidem, não triam, apenas “aplicam protocolos”.

Reiterou, constantemente, que a respectiva triagem não era mais do que meros e cegos protocolos. Porém, o supra-referido jornal, à mesma data, cita-o nesta temática: “o sistema de triagem deve ser aplicado por médicos, pois só os médicos têm formação necessária para se aperceberem dos sinais insidiosos que podem apontar para situações potencialmente mais graves”.

Para quem tanto desdenhou e depreciou os tais meros protocolos, é interessante este seu apetite pela Triagem de Manchester. Já que o Dr. JMS aprecia a virtude democrática da religião, cuidado com a gula. É pecado.

Mas é um apetite que pode suscitar um rasto de curiosidade a algum incauto…

Para que não fique dúvidas, o Dr. JMS lava o prato (e vê-se o desenho do fundo) e remata assim no CM (2013, recordo): “a curto prazo haverá excesso de profissionais médicos no nosso país, pelo que não se justifica que se diminua a qualidade do SNS, o que acontecerá sempre que se recorre a task-shifting (mudança de tarefas entre Médicos e Enfermeiros). E esta mudança acontece, adianta a OM na triagem dos doentes, quando se substitui os médicos por profissionais de menor formação”.


Pronto... assim já se percebe a preocupação do Dr JMS!

Mas, depois de todo este argumento, escreve o Dr. JMS no seu comentário dirigido a mim: “eu sei que há estudos que mostram que os médicos dão mais “erros” que os enfermeiros na aplicação da Triagem de Manchester."
Se sabe que os Enfermeiros cometem menos erros, para que defende os Médicos na triagem? Em honra à qualidade… não é! Certo?!

Isto poupa-me, desde logo, a apresentação de vários estudos muitíssimo objectivos sobre a hegemonia dos Enfermeiros nas triagens (não só de Manchester!) Eu até dispunha de um estudo vasto e sólido onde se conclui que os Enfermeiros têm taxas de sucesso acima dos 95% nas triagens! Difícil de fazer melhor, convenhamos! Fica o estudo na gaveta para uma próxima oportunidade!
Porém, ainda assim (não me dou por satisfeito), decorrente das ideias do Dr. JMS ao jornal CM, há questões que se levantariam:

1. Se o problema não está na triagem, está no atendimento pelo Médicos, que vantagem terá a triagem médica? Todos os cidadãos que comparecem nos SU’s carecem de atendimento; substituindo Enfermeiros por Médicos encurta os tempos de atendimento? Não. O problema continua.
2. Sendo a Triagem de Manchester uma função atribuída consensualmente aos Enfermeiros, tanto longitudinalmente através do tempo (historicamente), como transversalmente pelo espaço (nos países onde está implementada), afinal… a troca de funções é entre quem? Médicos e Enfermeiros? Ou Enfermeiros e Médicos?

Ao contrário do que quer fazer acreditar, a Triagem de Manchester não nasceu só pela mão de Médicos. A sua concepção aconteceu no Reino Unido, através do um grupo de trabalho colaborativo, constituída por Enfermeiros e Médicos; ou seja os Enfermeiros estiveram tanto na sua génese como no seu desenvolvimento e validação (Zimmermann, 2001; JEN/ENA).
Repare como as colaborações entre Enfermeiros e Médicos (sem preconceitos ou pruridos) resultam tão bem!

Capítulo “Força de bloqueio”.

Não haverá muito a dizer nesta matéria. Posso ilustrar a minha perspectiva sobre a matéria da seguinte forma: no domingo à noite, enquanto jantava, assistia à habitual rubrica do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. A determinada altura, o seu discurso captou a minha atenção: “(…) o Bastonário da Ordem dos Médicos opõe-se(…)”.
Eu escuto este “opõe-se” com uma frequência pouco aceitável e intolerável para quem quer ser construtivo. Quando a divisa é “opor, opor, opor”, só podemos pensar que se trata de uma “força de bloqueio”. Simples raciocínio.

Capítulo “Processos Judiciais, responsabilidade e supervisão médica”.

Se o seu argumento com a referência à responsabilidade judicial é tentar amedrontar os Enfermeiros que procuram evoluir através do incremento funcional, então dê o seu tempo como perdido. O exercício profissional dos Enfermeiros também tem essa dimensão implicada. Nada de novo. Funções mais complexas, mais responsabilidade?! Sim, e depois?
Quem se responsabiliza quando as coisas correm mal?” – interroga o Dr. JMS – os Enfermeiros, óbvio! Se não parou no tempo, deverá saber que a responsabilidade do exercício da profissão de Enfermagem cabe só e apenas ao Enfermeiro em questão e ao seu superior hierárquico. 
Em última instância, nas instituições hospitalares, caberá ao Enfermeiro-Director (é por isso que a lei obriga à existência de um em cada Conselho de Administração) e nunca ao Director Clínico. Há décadas que a lei assim o estabelece.

Já reparou no paradoxo? Os profissionais cujo povo mais crê serem subordinados dos Médicos, são precisamente aqueles que têm um representante no Conselho de Administração e não têm qualquer subordinação Médica! Todas as outras classes, exceptuando os Médicos, não têm qualquer representação em tal órgão de poder! Ironias!
No que toca ao quadro regulatório profissional, Portugal está bem desenvolvido, ao contrário de certos países, onde a “supervisão médica” ainda é um conceito prevalente, mas cuja tendência é cada vez mais decrescente. 
Comparando a predomínio conceptual implicado nos últimos 50 anos, facilmente se conclui este facto. Se os Médicos vivem presos ao passado, o problema é de cada um deles (em prejuízo do utente!).

Uma vez mais: uma fracção, cujo numerador é cada vez maior em termos absolutos, de médicos não pensa assim (retrogradamente). Beneficia o cidadão e a Saúde. Para esses seu colegas estou sempre disponível, porque sei que estão sempre disponíveis para mim.

Capítulo “Prescrição de Enfermeiros”.

Se quiser discutir este capítulo com o rigor e profundidade que o mesmo exige, estou perfeitamente de acordo.
Como referiu e muito bem, há países onde os Enfermeiros prescrevem. Em alguns com limitações, noutros com maior liberdade, em certos países sem limitações mas sob “supervisão médica” (o tal conceito que subsiste em alguns países) e, por fim, em determinados países sem restrições e sem supervisão, como prescritores independentes. Alguns exercem e prescrevem de forma autónoma no sector privado e/ou a título independente, inclusivamente.
Com mencionou também, com o devido respeito pela verdade (o que agradeço), na maior parte desses contextos os Enfermeiros fazem-no após um complemento formativo que lhes certifica a competência. Esse complemento em certos países é custeado pelos próprios Enfermeiros (todavia, convém dizer que a competência prescritiva, ao longo dos anos, foi responsável por um considerável aumento remuneratório).
Existem contextos em que os Enfermeiros sem complemento prescrevem, mas uma lista muito restrita de fármacos orais, rectais, inalatórios, colírios, intramusculares e endovenosos (mais apenas dois ou três fármacos por cada via).

Em Portugal, qualquer formação pós-graduada é custeada pelos próprios Enfermeiros (as especialidade também). Infelizmente. Eu sei que aos Médicos lhes é ofertada; mas os Enfermeiros não têm essa benesse.
Regra geral, após o tal complemento formativo, os Enfermeiros adquirem uma espécie de novo título que equivale a significar que detém formação acrescida, mas não deixam de ser enfermeiros. No título existe sempre a palavra “Enfermeiro”. É obrigatório.

Eu defendo prescrição por Enfermeiros, mas condicionalmente. Em 2008, escrevi isto: “Prescrição por diagnóstico de Enfermagem, feita por Enfermeiros Especialistas (e outros Enfermeiros com formação suplementar, experiência mínima e certificação da competência), após formação adequada e com um leque de fármacos indicados para a prática da Enfermagem)”.
Portanto, há coerência nesta matéria. Os planos de estudo de Enfermagem devem ser reajustados para os novos desafios. É óbvio que autonomia no exercício é importante para os Enfermeiros. Interromper a sua actividade para requer “validações médicas” prejudica o exercício da profissão.
Ir "buscar" uma "assinatura" para o que já foi administrado indica uma boa cooperação de equipa, mas também significa que os Enfermeiros são competentes. Nesta âmbito, o International Council of Nurses (ICN), é muito claro ao afirmar que, na globalidade, em todo o mundo "nurses favor expanding their health care responsibilities, including the authority to prescribe medicines to patients" (pode introduzir a citação no google e confirmar).
Já pensou no Enfermeiro Especialista em Reabilitação que diagnostica a necessidade de uma ajuda técnica e tem de recorrer ao médico para a prescrever? 
Já pensou nos Enfermeiros de Saúde Materna e Obstétrica, cuja directiva europeia permite seguir as gravidezes, prescrever alguns fármacos e exames
complementares de diagnósticos?

A directiva, mais cedo ou mais tarde, custe a quem custar (Portugal está obrigado a implementá-la), terá a aplicabilidade na nossa realidade. É apenas uma questão de tempo. Apenas.
Conhece a miríade de estudos que asseguram a qualidade dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica?
Vale a pena os Enfermeiros prescreverem? Vale. Nos melhores, mais dinâmicos, versáteis e equitativos sistemas de saúde do mundo, os Enfermeiros prescrevem.
Isto leva-nos a uma interrogação. Há perigo nessa prescrição?


Para percebermos isto melhor, eu pego nas suas palavras, Dr. JMS: “A maioria dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários tem funções semelhantes às nossas, em Portugal”. 
Vamos partir daqui, para reduzir o número de variáveis envolvidas. Mesmo contexto, mesmas funções. 
Analisemos os outcomes (resultados em benefício dos utentes) publicados no British Medical Journal, a 15 de Abril de 2000: “On average, nurses have longer consultations, arrange more investigations and follow up, provide more information, and give more satisfaction than general practitioners. Primary care nurses are not cheaper than general practitioners, but they are as safe in managing self limiting illnesses”.

Portanto, cai por terra o preconceito de que a opção de se deve ao custo (não são mais baratos, mas se ler o estudo “they could be more cost effective than general practitioners”) seriam mais baratos, investigam mais e disponibilizam mais informação. É lógico que os utentes se sentem “mais satisfeitos”.
Continue a ler: “there was no significant difference in patterns of prescribing or health status outcomes”.
Aqui, o neutro (e nunca questionado na literatura) Netherlands Institute for Health Services Research não permite grandes dúvidas marginais (esta citação merece uma leitura atenta): “By doing a systematic literature review, the researchers studied 35 scientific publications on the prescribing practices of nurses. They looked for differences in the way nurses and doctors prescribe, in the type of medicines prescribed and in the amounts and the outcomes for patients. 
From the literature study it was clear that nurse prescribing is comparable to prescribing by doctors – nurses prescribe similar types of medicines for similar patients in similar dosages as doctors. The total amount of medicines prescribed by nurses and doctors differs slightly. According to patients, the quality of care was either equal or better in patients whose medicines had been prescribed by a nurse. The researchers found no differences in the clinical outcomes for patients.

Em suma: prescrevem igual, com melhor custo-efectividade e maior satisfação.

O principal argumento médico contra a prescrição é, e sempre foi, a formação (ou o seu “comprimento”). Os Médicos afirmam que a sua formação é mais longa e prepara-os melhores. Para campos exclusivamente médicos (actos cirúrgicos, por exemplo), concordo. Para os leques funcionais sobreponíveis, concentremo-nos nas evidências. 
Não basta dizer que a Equipa A é melhor que a equipa B, porque treina mais horas, faz mais musculação no ginásio, etc, se a equipa B chega ao campo e vence. A formação pré-graduada não é a única contribuição para a construção de uma carreira profissional (entram outros factores).
Presenteio-o com um exemplo paradigmático e exemplar. O caso “Enfermeiros Anestesiologistas contra os Médicos Anestesistas”, que decorreu durente a última década nos EUA e só vi a sua decisão final há dois ou três anos (eu segui o desenrolar dos acontecimentos com todo o interesse).
Sumariamente: o estado da Califórnia decretou que os Enfermeiros Anestesiologistas poderiam anestesiar doentes de forma autónoma e sem supervisão. Os Médicos Anestesistas opuseram-se veemente e recorreram a tribunal. Deixe-me dizer-lhe de antemão, que nesta história toda, a Associação de Hospitais da Califórnia apoiou os Enfermeiros (lá está a gula médica pelo monopólio a pagar caro).
Estudos para cima e para baixo, a coisa não se deliberava (o que de si já é bom sinal, pois os Médicos não conseguiam provar a sua superioridade na qualidade e segurança dos procedimentos anestésicos relativamente aos Enfermeiros). 
Os Médicos apresentaram mais um estudo final e o argumento-coroa mantinha-se: “somos melhores porque a nossa formação é melhor”.

O Juiz pedia para provarem as respectivas asseverações e... nada. Os Médicos mudaram de estratégia. Conduziram as suas alegações no sentido de dizer que em situações de risco eminente, a sua formação era uma mais valia para salvar o doente. O juiz sentenciou que os Enfermeiros podiam anestesiar e sem qualquer supervisão médica.
Os Médicos recorrem ao Supremo Tribunal e os Enfermeiros deram a cartada final. Solicitaram um estudo pormenorizado e em detalhe rigoroso acerca de toda a casuística ocorrida na base de dados da “Medicare” (como sabe, com dados próximos da grandeza dos milhões). Queriam perceber se existiam diferenças entre os procedimentos anestésicos de Enfermeiros e Médicos e, sobretudo, como é que o erro variava, especialmente em situações de perigo de vida eminente. A fiabilidade da “população em estudo” era avassaladora comparada com os estudos invocados pelos Médicos, pois os Enfermeiros suportavam-se nos dados da realidade estabelecidos num interessantíssimo espaço de tempo.
A conclusão foi inequívoca: os Enfermeiros anestesiam tão bem ou melhor quanto os médicos e resolvem todas as situações de risco tão bem ou melhor. Está claro – os Enfermeiros venceram no supremo, a última instância da esperança médica.
Actualmente, algumas associações médicas dedicam-se a publicitar outdoors (e outras campanhas "minor") contra os Enfermeiros; sem sucesso.

Na Califórnia, como em vários estados, os Enfermeiros anestesiam sem qualquer supervisão Médica. Curioso é que não existe, qualquer diferença de qualidade e segurança entre os estados onde não existe supervisão e onde existe. Ou seja, a supervisão médica, neste campo em especial, é irrelevante. Ainda assim, apesar de tudo, há Enfermeiros e Médicos que se unem para formar equipas de anestesia.

A sentença é pública. Consultável. Exemplar.


Capítulo "Exames Complementares de Diagnóstico com ponto de partida na triagem".

Já é procedimento com sucesso nas vias verdes. Fico sem perceber o seu ponto de vista.
Para clarificar melhor, recorro uma vez mais a dois conhecidos estudos que avaliam precisamente este item (exames complementares de diagnóstico solicitados no acto da triagem).
Como um estudo tem necessidade desse centrar em algo específico e mensurável, vamos avaliar, por exemplo, a requisição de Raios-X (uma vez que o ECG é ainda mais linear) na eficiência da gestão assistencial dos SU’s. O que equivale a afirmar que se procederá se o contributo dos Enfermeiros neste âmbito é válido (ou não). Um estudo científico é sempre criticável, mas configura-se sempre como uma ajuda que suporta uma decisão e a corrobora (ou não) uma posição.
Deixo os títulos e as conclusões sumárias:
Triage nurse requested x rays—are they worthwhile?” (J Accid Emerg Med 2000)
Conclusion: “A triage nurse x ray requesting system speeds up the progress of walking wounded patients through the department without compromising service quality”. Este tem um desenho (uma espécie de diagrama).

“Título: "Nurse-initiated x-ray of isolated limb fractures in the emergency department: research outcomes and future directions." (Aust Crit Care. 2002 )
Conclusão: "(...) high correlation has been found between doctors' and nurses' ordering of x-rays (…)The findings from this literature review suggest that extending the triage role to include nurse initiated x-rays has the potential to decrease waiting times and to increase patient satisfaction in the emergency department.
To improve patient satisfaction and decrease waiting times for some patients, the literature suggests that nurse initiated x-rays at the point of triage may be of value".


Capítulo “Discussões, confusões e discussões”.

“Aos enfermeiros que se orgulham da sua profissão e com quem tenho trabalhado, esta discussão passa completamente ao lado e percebem que não têm sido bem representados pelos seus “representantes”.
Isto é uma boa forma de dizer que os Enfermeiros que se acometem a um canto, sem questionar, sem mostrar sentido crítico, são os que mais lhe convém. Há que controlar as águas para perseguir certos objectivos. Se não resulta com a estratégia do elogio bondoso, o Dr. JMS e alguns médicos recorrem a outra estratégia: do ataque humilhante – que vai desde apelidarem os Enfermeiros Mini-Médicos, Médicos de Segunda (também assim apelidou, porque deu jeito, os seus futuros colegas da Universidade do Algarve e de Aveiro), frustrados, etc.
Lá porque a população de cor negra (a qual respeito) solicita os meus direitos, responsabilidades e dignidade da população de cor branca, tal significa que os negros querem ser brancos? Apelidamo-los de brancos de segunda ou frustrados?!? Se compreende a analogia, a resposta é um retumbante “é óbvio que não”.
Se essa estratégia tem algum efeito sobre as pretensões de alguns Enfermeiros, devo admitir-lhe que sobre mim isso não tem qualquer efeito. Pode bem apelidar, desconjurar, maltratar, se assim o entender. Para mim, palavras, leva-as o vento. Sou perfeitamente imune.
Já que se fala em vento, lembrei-me de "googlar" (copiei-lhe o hábito, ironicamente!) sobre a percepção dos portugueses sobre a sua pessoa. 
A minha pesquisa é tão tendenciosa na amostra, que vale o que vale, ainda assim, tem a sua pertinência. E como iniciei o parágrafo com o vento, vou a blog Aventar (06/09/2011): “O senhor Bastonário da Ordem dos senhores doutores médicos ao ver que o senhor ministro queria tocar nas intocáveis despesas do SNS (…) assim, defende o senhor Bastonário da Ordem do senhores doutores médicos, que com mais este impostozito, já não seria preciso fazer cortes nos serviços, já que quem come comida de plástico iria pagar o que os senhores doutores médicos não entendem dever poupar”.

Para garantir a sustentabilidade do SN é preciso poupar. Em que podíamos poupar? Uma vez mais, dou a voz um cidadão (por sinal Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António): “é "sintomático" que o Bastonário da Ordem dos Médicos não comente os contratos de prestação de serviços sistematicamente mantidos pelo Serviço Nacional de Saúde com algumas empresas que agenciam médicos, "esses sim com preços absolutamente pornográficos e com resultados e desempenho desconhecidos".
Na mesma peça jornalística (algarveprimeiro.com, a 18/08/2014), constatei outro facto interessante: quando dá jeito, o senhor bastonário defende que segundo a OCDE, Portugal tem muitos Médicos; quando já jeito, refere que é preciso contratar mais médicos. Como não há Médicos a responderam as concursos, presumo que não estejam em casa desempregados (já devem ter o seu emprego), significaria que Portugal precisa de formar ainda mais.

Continuando, no “Observador” (06/07/2014) reza assim (da autoria do ex-Director do Público, ex-aluno de Medicina): "O bastonário da Ordem dos Médicos tem vindo a transformar-se numa versão caricatural do sindicalista de bata branca e estetoscópio, sempre a falar do SNS mas sem nunca esquecer uma agenda corporativa. Quase não há dia que passe sem que nos entre pela casa dentro o ilustre bastonário".

Adiante: “está sempre zangado, quase sempre indignado e também ele já nos anunciou tantas vezes que o Serviço Nacional de Saúde estava em vias de acabar que só esperamos que seja mais certeiro quando faz o diagnóstico dos seus doentes. Porque nem o SNS acabou, nem vai acabar".

Só mais um pouco: “A clivagem entre o sindicato independente, de um lado, e o sindicato próximo da CGTP, do outro lado, e o alinhamento da Ordem com a organização sindical mais radical e mais previsível – no sentido em que acusaram, acusam e acusarão todos os governos de “destruírem o SNS” – é muito significativa. Mas é apenas um indicador da deriva recente da organização dirigida por José Manuel Silva. Se lermos o comunicado que emitiram esta semana a apelar à greve e à manifestação encontraremos uma diatribe contra tudo e contra todos, escrita num tom exaltado e desequilibrado”.
Concluindo (porque não quero transcrever mais): “Há no entanto uma passagem no comunicado que é muito reveladora sobre as preocupações da Ordem. Escreve-se aí: “o Ministério tem patrocinado uma intensa campanha contra a dignidade de todos os médicos, usando os casos de alguns, que devem ser exemplarmente punidos, com notícias repetidamente transmitidas na comunicação social”. Eu traduzo: a Ordem está incomodada por terem sido apanhados médicos nas operações de combate à fraude no SNS”.

Capítulo “Diagnósticos de Enfermagem”.

Cito-o: "diagnósticos de enfermeiros (um conceito muito indefinido...)".

Eu aqui podia afundá-lo em argumentos. Se lesse um pouco sobre Fundamentos de Enfermagem, eu aceitaria discutir isto consigo. Porém, a sua afirmação, só por si, é reveladora. Além disso, é uma mostra do (des)respeito que tem pela Enfermagem.

Capítulo “Pré-hospitalar”.

Mencionou o Sistema de Saúde Alemão, que não é exemplo de nada. A Alemanha pode ser em exemplo económico, mas na Saúde é um mediano/bom. Desde do ano 2000 que a OMS não produz rankings, deixando essa tarefa ao arbítrio de outros. Conforme a organização que ordena a classificação, os primeiros lugares vão variando, mas nunca lá vi a Alemanha. Vi, por exemplo, a Suécia. Um óptimo e rentável sistema, onde os Enfermeiros têm funções acrescidas e a quem não há dedo que se aponte em matéria de saúde e social. Se tem algo a apontar, faça favor.
Mas antes de prosseguir, faço um (grande) reparo. Vou citar o seu comentário orientado à minha pessoa: “Finalmente uma outra afirmação correcta emitida por si: “As funções dos Enfermeiros não são intemporais. Variam de país para país, variam no tempo, variam institucionalmente, variam em função da formação, variam de acordo com as necessidades das populações, etc. As competências de hoje não são as de outrora e não serão do futuro.” Logicamente, é uma verdade de La Palisse, acontece o mesmo em todas as profissões!!! Acho que ninguém se admira com esta realidade!!!
Portanto, desconstrói e inviabiliza o meu argumento, classificando de “verdade de La Palisse”. 

Todavia, é interessante como vai repescar agora um dos exemplos da "verdade de La Palisse", para sustentar o seu. Em filosofia, nas cadeiras de lógica e argumentação, isto é digno de chumbo. É um erro crasso. Ainda assim, desportivamente, aceito.

Não sei quem lhe contou a realidade alemã, bem como o status da Enfermagem alemã. Muito sucintamente: as colheitas de sangue são uma tarefa atribuídas aos Médicos, comumente executada pelos Enfermeiros (cansados de esperar). 

Os Enfermeiros intubam, algaliam, executam pensos, etc. Nos Cuidados Intensivos, os Enfermeiros solicitam análises laboratoriais, ajustam ventiladores, etc, mas uma vez mais varia de instituição para instituição, mas sobretudo varia até entre o território da Ex- República Democrática e República Federal.

Mas isto lança uma questão interessante: qual é a vantagem dos Médicos na colheita de sangue? Executam melhor? Menos intercorrências? Melhores amostras? Resultados mais fidedignos? A resposta é básica.
Em Portugal muitas classes partilham esta função, sendo que os Enfermeiros, pela experiência, são muito solicitados para encontrar aquela vénula que ninguém mais encontra.

A Alemanha é um mau exemplo para a Enfermagem. Não tem qualquer quadro regulatório, reinando a anarquia. A legislação enformadora é escassa. 
Não obstante, confirma o meu argumento, caro Dr. JMS, que eu volto a reproduzir: “As funções dos Enfermeiros não são intemporais. Variam de país para país, variam no tempo, variam institucionalmente, variam em função da formação, variam de acordo com as necessidades das populações, etc”.

Um exemplo interessante: Canadá. Há um punhado de décadas, era necessário um médico para dar uma simples intra-muscular. Desde então, o contexto evoluiu tanto, que os Enfermeiros, prescrevem, solicitam exames, etc, etc. Evoluíram assim para umas das melhores Enfermagens do mundo!

Voltando, ao tema do capítulo – Pré-Hospitalar.

Helicópteros tripulados por Enfermeiros e Bombeiros. Viu alguma instituição representativa de Enfermeiros defender este modelo? Eu não. Vi-os defender a equipa Médico-Enfermeiro. Se me provar o inverso, aceito.
Interessante como apresenta os protocolos no pré-hospitalar como um solução atractiva, mas quando o raciocínio se aplica aos Enfermeiros, os defeitos e perigos aparecem subitamente. Não se importa (e defende) que uma profissão, cujo requisito de admissão é o 12º ano de escolaridade actue sem presença médica, mas opõe-se (opõem-se, opõem-se, opõem-se) aos protocolos e alargamento funcional dos Enfermeiros.
A esta contradição de raciocínio, o povo descrever como “não bate a bota com a perdigota”. Os protocolos são bons para os outros, mas para os Enfermeiros são maus. Isto é, se forem os Médicos a executá-los (como no exemplo da triagem), já são bons de novo. Eu acho que o senhor se baralha a sai próprio.

Cito-o, novamente: “Factualmente, como vê, em sede judicial os técnicos foram “avalizados” e foi-lhes permitido executar determinadas técnicas life saving depois de devidamente treinados.”
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Onde está isso escrito, Dr. JMS? O que está, era o que havia, por assim dizer. O Despacho 9958/2014 teve efeitos suspensivos sobre tudo o que estava previsto.

Ainda assim, repare no seguinte. A maioria das ambulâncias tripuladas por técnicos está sobreposta com a rede VMER (estranho!), o que significa que há Médicos e Enfermeiros disponíveis e uma rede hospitalar perto. 

Se as ambulâncias estivessem no interior, eu questiono: sem casuística que justifica a manutenção de competência, os TAE como vão fazer? Os Enfermeiros treinam imenso no contexto hospitalar, ou na rede SIV, nos SUB’s, mas os TAE não. Arrisca a sua vida em alguém que punciona de vez em quando (olhe, eu não!) ou execute um procedimento de longe a longe? Olhe, eu confio essas coisas aos senhores enfermeiros e doutores.


O Modelo de Pré-Hospitalar proposto pela Ordem dos Enfermeiros não é centrado nos Enfermeiros, tal como o senhor bem sabe (a hipocrisia dificulta o “debate”). É centrado nas duas classes que a lei prevê como únicos que podem executar Suporte Avançado de Vida: Médicos e Enfermeiros.
A Ordem dos Enfermeiros não tem obrigação de apresentar nada aos Médicos. A Ordem dos Médicos tem jurisdição sobre os Médicos. A definição das políticas de saúde cabe apenas à tutela. Para quantos projectos/propostas é que a Ordem dos Médicos bateu à porta dos Enfermeiros? Zero.
Reitero a minha posição inicial: todos os intervenientes deveriam convocados para a discussão, moderada pelo próprio Ministério, como é facilmente compreensível. E foram, mas a certo ponto (escassez de argumentos!) o Dr. JMS deixou de se apresentar…

Passo a cita-lo: “Só tenho pena que chegue ao fim do seu mandato sem elaborar o que a própria CEM se tinha proposto e para o que lhe foram dadas as condições solicitadas: elaborar um plano integrado para o pré-hospitalar”.
Segundo consta, não apresentaram porque a perspectiva deles sobre o pré-hospitalar é substancialmente diferente da sua. A incompatibilidade leva à infertilidade. Pese o facto, nunca a irão apresentar. Irremediavelmente.

Se prefere um modelo com técnicos de emergência na rua, os seus colegas podem agradecer-lhe, uma vez que esses modelos tendencialmente, esvaziam a presença de médicos na rua. Para o seu exemplo, em particular, convém dizer que os Técnicos dispõem de uma formação muitíssimo superior à dos nossos, cujo enquadramento é mais próximo dos Enfermeiros. Mas se em Portugal temos Enfermeiros suficientes, para que queremos Técnicos? Não há evidências que sejam melhores que os Enfermeiros!

Portanto, como vê, é uma argumentação circular. Se escolher esse caminho, vai girar como um carrossel.

Se me responde ou não, o problema já não é meu.

Aceite os meus respeitosos cumprimentos.

Comments:
Esta resposta é patética. Resume-se a um ataque pessoal, típico de quem excedeu a sua própria capacidade de argumentação. "Doutor" enfermeiro! Arrastadeira à cama 21, por favor!

Doutor Cirurgião
 
Recordo-me quando andaste com a mania de ler aquele livro sobre como vencer qualquer debate, e na tentativa de o fazer, seguias as instruções do autor: refutar todos os argumentos sustentados por falácias lógicas. Durante uns tempos andaste maluco, tentavas refutar tudo, com lógica ou não. Felizmente percebeste que não estava a funcionar e calaste-te.

Mas, num espírito de nostalgia, tenho uma para refutar esse texto que vomitaste contra o BOM: argumentum ad hominem! ;)
 
Os dois comentários acima são apenas desculpas esfarrapadas para não terem que responder. :)
 
Doutor TAE
só por ter sido o bastonário dos médicos a ter fornecido a bibliografia que o doutor enfermeiro se recusou a dar, já de si atesta a falta de vergonha e estaleca que o doutor dos enfermeiros mostrou. No fundo perdeu de grande.
 
Não me recusei. Foi solicitada e, como tal, pode constatar que ela se encontra nesta minha resposta.
 
Doutor Cirurgião, os estudos estao relatados acima.
 
Doutor enfermeiro, tacitamente recusou sim senhora. Qd se entra numa discussão deste nivel não se pode dar o flanco e o sr deu porque fez afirmações sem citar fontes e pior, fora do contexto, em boa verdade, o sr enviesou os estudos e manipulou os mesmos, informando o que lhe interessava e omitindo tudo o que compromete a sua convicção. Claro que foi desmontado sem piedade por alguém mais astuto!
O sr enfermeiro perdeu a argumentação, esta fugiu-lhe do controlo e pior que isso, reforçou e mobilizou a argumentação médica. Balanço final...
 
Desaparece e vai fazer de motorista ó Enfermeiro Santos de Lafões
Não te apropries de pseudónimos de outras criaturas
A gente já te conhece bem. Vamos ver o que o enfermeio Julio diz destes comentarios
Nojenta criatura
 
boa tarde,

gostaria de ver estudos apresentados pela OM onde se comprove que as funções aqui mencionadas não são benéficas quando praticadas pelos enfermeiros?
A saúde e os utentes precisam de médicos e enfermeiros em sintonia em harmonia, não o contrário. Está na hora da OM ver mais longe e não olhar apenas para o seu umbigo!

cumps.
 
Desmontado!? Como?! Se este meu ultimo comentário (com estudos, fontes e referências) ainda não teve resposta...
 
Não recusei. Como sinal disso publiquei este comentário, que não é maos do que uma resposta à solicitação. Se o Bastonário da OM responde agora é um problema dele...
 
A traduçao feita pelo bastonario esta mal feita...e ja agora estudos de 95 nao sao aceites na comunidade cientifica, para defender qualquer tipo de argumento, pode servir para um estudo de revisao bibliografica, onde se exlica a evoluçao de uma teoria cronologicamente, a propria falta de estudos prova o inviés...Como nao sois o papa e estais limitados ao ingles, aconselho vivamente pesquisarem o vossso tema em frances e alemao, eles estao la..Nao pensem que vai tudo parar ao science direct, ahh e ja agora que tal pagarem a esses motores de pesquisa cientificos para acederem a estudos ainda quentinhos?? nao ha guita looool??
 
Estudos de 95 não são aceites na comunidade cientifica?! Mas quantos artigos já tu publicaste? Estudos indexados (e portanto, com qualidade), são sempre publicados em inglês para além da língua nativa. "Inviés"? lol vai mas é pastar, de ciência não percebes nada.
 
estes rapazes sao todos cientificos, meninos do google scholar...pois la no curso de medicina, nao vos ensinam a falar outras linguas, a cabeçinha na dá para mais ...eu entendo. Repito estudos com 15 anos so tem validade no windows 95 do seu bastonario....
 
Por isso é que tu e os teus amigalhaços enfermeiros não pescam nada de fisiologia, patologia ou farmacologia, porque uma boa parte dos mecanismos foram elucidados antes de 95. Sabes que ao contrário do enfermeiredo, todos os internos de medicina têm de publicar, não sabes? Coitados, até para saber que não se sabe é preciso saber muito, boa sorte na ciência da arrastadeira, anónimo da 1:30 da tarde.
 
Anónimo das 1/25/2015 01:33:00 da tarde, não nos ensinam a falar outras línguas? Acabaram de mencionar que estudos indexados são publicados, na sua grande parte, em inglês. Que "inviés" é que não percebeste? A "cabeÇinha" dos enfermeiros que entram com médias negativas num curso que ensina a fazer camas e dar picas pode não dar para mais, mas a cabeça dos médicos até vai dando. O teu desprezo pela ciência e o desconhecimento que demonstras do que é ou não válido em ciência, atesta à pobreza intelectual dos enfermeiros, e mais, à incapacidade que têm de assumir funções com alguma responsabilidade (dar picas sob ordem médica não se constitui como responsabilidade).

"Doutor Médico": Não é para quem quer, é para quem pode.
 
Doutor Médico, sabia que a grande maioria da geração que o formou, entrou no curso de Medicina com médias negativas ou a roçar o redondo 10? Ou também é um dos iluminados que acha que um grande profissional advêm da média que lhe foi atribuída em três anos de ensino secundário? Olhe que vocação não são números, e o mesmo lhe dizem os médicos de variados países (que, por mais irónico que seja, lhe roubam a si e aos seus camaradas os lugares nas especialidades portuguesas).

E pode ser que um dia o senhor esteja dependente de um Enfermeiro para "lhe fazer a cama e dar picas" ou desenvolver "a ciência da arrastadeira", e nesse dia talvez comece a falar da Profissão de Enfermagem com outra postura.
 
Até para alguém com as limitações intelectuais desta cobarde e anonima personagem que gere este blog, estava a espera de mais. Desiludiu. O delírio é tao grande que chega a achar válida uma analogia entre os direitos civis de seres inerentemente iguais que apenas diferem na cor da pele e médicos e enfermeiros, duas profissões com formações, áreas de conhecimento/actuação e competências tão diferentes. Meu caro senhor, homens são todos iguais nos seus direitos civis, medicina e enfermagem não são nem iguais nem parecidas. Espero que tenha a capacidade de perceber a idiotice dessa analogia, que chega a ser insultuosa para quem foi vitima de descriminação racial. Digo-lhe o que já lhe disseram, existem médicos e enfermeiros que se querem complementares, almejar fazer da enfermagem um tipo de mini medicina chega uma afronta à dignidade dos verdadeiros enfermeiros.

Para aqueles que querem ser médicos, há concursos para licenciados que lhes dá essa oportunidade. Lanço-lhe o desafio, deixe essa azia invejosa e tente o curso de Medicina, pode ter a certeza que muda a opinião sobre essa pretensa igualdade de formação e exigência entre os cursos antes de acabar o primeiro semestre.
 
Ainda em relação as analogias, um hospedeiro de bordo não vai pilotar um avião só porque é muito interessado em pilotagem, porque é dedicado, porque já esteve muitas horas no cockpit a observar os pilotos e fez umas formações que usando as suas palavras se querem "mínimas". Mas isso não tira importância à sua profissão e as suas funções dentro do avião.


 
"todos os internos de medicina têm de publicar, não sabes? "

Ui não vás por aqui, toda a gente sabe o rigor destas publicações a "martelo" obrigatórias no Internato ;o)


 
"Para aqueles que querem ser médicos, há concursos para licenciados que lhes dá essa oportunidade. Lanço-lhe o desafio, deixe essa azia invejosa e tente o curso de Medicina, pode ter a certeza que muda a opinião sobre essa pretensa igualdade de formação e exigência entre os cursos antes de acabar o primeiro semestre."

Já fiz caro Amigo, no S. João. Nunca copiei tanto na minha vida como em Medicina. E digo-lhe mais, hoje estou no 5º ano de Ortopedia. Se lhe disser que se me deixassem fazer o internato como Enfermeiro, hoje sabia exatamente o mesmo! Acredite que não sou o único a pensar assim.
 
"Já fiz caro Amigo, no S. João. Nunca copiei tanto na minha vida como em Medicina. E digo-lhe mais, hoje estou no 5º ano de Ortopedia. Se lhe disser que se me deixassem fazer o internato como Enfermeiro, hoje sabia exatamente o mesmo! Acredite que não sou o único a pensar assim."


AHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA, claro, ó enfermeiro és médico coisa nenhuma.

Responde lá a esta pergunta, básica para qualquer médico não-ortopedista ... porra, até um enfermeiro menos burro deve conseguir responder:

http://s13.postimg.org/5dfdgzswn/New_Bitmap_Image.png

Que três achados encontras na imagem? Qual é o tratamento definitivo? (especifica e descreve em detalhe)

Mentir é feio, beijinhos ;)***


 
António Assunção Santos de Dão Lafo~es, tu não desistes...
Preciso citar-te quanto ao que achavas do curso de medicina e dos estudantes de medicina, tal como tu o és na UBI e já foste na U.Lisboa, sempre frustrado desde que acabaste o curso na Piaget de Viseu e que querias ser médico..?
Tens que vir partas aqui projectar as tuas manias, inseguranças, frustrações e infantilidade?

V´lá, pira-te, já chateias com tanta treta... Mas pelo que dizem de ti, tanto rengue-rengue de teclado, quando no activo, continuas a levar café para o coordenador de enfermagem e a fazer de motorista, como tantas vezes fizeste....

Vá, entra no debate com algo construtivo, não com lérias de "sou melhor que todos vocês pq estou em medicina"... =/
zzZzzzZZzzzzZzzzzz....
 
oh luis, está tú calado, olha que andas distraído e, quem sabe enganado. talvez as coisas não sejam exactamente como julgas que são, ou podes não ter a informação toda.
 
Existem concursos para licenciados para medicina desde 2007. 6 anos de curso, 1 de internato mais 5 de especialidade entraste em medicina há 12 anos. Portanto 4 anos antes de abrir o concurso. Muitos parabéns, isso sim é grande feito!

Não tenho absolutamente nada contra enfermeiros, mas este blog e quem se identifica com ele é do mais mesquinho que há dentro da profissão. Não têm pudor nenhum a mentir descaradamente para marcar uma posição e exalam dor de coto por todo o lado.

Mas a sério, tenta mesmo e depois voltamos a falar.
 
Vejo que o enfermeiro que entrou em medicina pelo concurso especial e que por esta altura já é quase ortopedista (impossível pelas razões supracitadas) não esteve à altura do desafio. Lamento, a partir de agora fecharam as inscrições para a resolução do problema, não vá o diabo tecê-las e o enfermeiro ter pedido ajuda ao médico que manda nele no serviço, mas que até é um porreiraço. Sr enfermeiro-autor-deste-blog, como podes ver, os teus seguidores têm um QI de uma folha de eucalipto. É esta gente que queres a diagnosticar e tratar os seus filhos? Os seus pais? A ti? Beijinhos. ;)
 
ó meu pedaço de asno, se a tua escolinha publicou o teu trabalheco, melhor dizendo o teu ditado sobre a hipertensao arterial, na biblioteca virtual, isso nao ker dizer que vás directamente para a elsiever ou science direct ou pubmed.Isso é para investigadores a serio... Mas aqui ha sempre um cheiro fétido e putrefato a médicos de sarjeta ou seja pseudos (medicos) especialistas em medicina geral e familiar. Esta cheio deles... Ora bem um bastonário com aspecto de postal, sotaque parolo de figura translucida, que apresenta estudos com a idade da minha filha, ainda por cima nao sabe ler em ingles. É o vossso representante... e como tal uma amostra representativa de uma populaçao, a mais cínica a mais hipocrita a mais autocentrada de portugal, sim digo portugal porque em espanha e frança e por ai, ou seja em paises desenvolvidos nao é assim. O tuga é assim , pobre, invejoso e triste. Sois todos uma boa cambada de seres patéticos, pais católico e inculto, seguidor de massas, carneiro para ser mais directo. Eu digo-vos o que se vai passar, os enfermeiros vao ter cada vez mais trabalho precário, os medicos vao conheçer pela 1 vez akilo que é o desemprego a serio, os cortes vao-se fazer sentir cada vez mais, quem tem poleiro vai matar , que nao tem vai emigrar. E kd sentirem a saudade dos vossa familia nos momentos mais apertados, ides mingar e mingar, até se sentirem apenas akilo que sois na realidade, um ser...que caga pelo mesmo sito k os outros.
 
Aqui está uma bela demonstração da espécie, doutorenfermeiro e companhia, és tão preguiçoso que para poupares no trabalho de escrever uma letra assassinas a língua materna e escreve com K. Grande sinal de maturidade e intelecto, muito bem! Continua que assim não te envergonhas nem a ti nem aos teus.

Duas achegas à forma de argumentar do blogueiro barato que dá voz ao pior que há na enfermagem. Primeira, os artigos científicos valem por a totalidade do seu conteúdo, citar partes, ainda para mais de forma conscientemente tendenciosa, é má ciência. Muito mais quando não acompanha as partes, da devida referencia, para facilitar analise critica por terceiros.

Segundo, os artigos que realmente foram aqui referenciados de forma correcta são de 2000 e 2002. Curioso, foi exactamente em 2000 que a WHO publicou o seu ultimo ranking de sistemas de saúde. Admirem-se Portugal estava melhor cotado que esses países que são constantemente citados como referencia, Noruega, Suécia, Inglaterra. Engraçado como os enfermeiros são tão importantes nesses países há tanto tempo, que até têm estudos pregressos a comprovar, com 15 anos idade da filha de muita gente com certeza, e mesmo assim o nosso modelo funcionava melhor.

Mas numa coisa tens razão "O tuga é assim , pobre, invejoso e triste" e digo mais, com síndrome de inferioridade incapaz de reconhecer o que há de bom cá por a nossa própria cabeça e a fazer muita força para serem os estrangeiros a ditarem a nossa realidade... "carneiros" portanto.

Quanto à referencia à possível necessidade de emigrar e à forma raivosa como foi dita, vindo de alguém que pertence à classe mais afectada por essa triste realidade, é só patético.
 
Começo a acreditar que quem gere este blog não pode ser um enfermeiro. Caso contrário não deixaria sair estes comentários.
Considero -os uma vergonha e totalmente depreciativos.
Escandaliza me de tal forma o que aqui é comentado que decidi, a favor da minha sanidade enquato pessoa e enfermeiro da pratica, que sabe o valor que tem, que deixarei de o consultar.
 
Marta Martins as suas lérias já cansam. Vá deixe de ser a maioral e aprenda com os enfermeiros. senso de dever e disciplina, compaixão e respiro. E Humildade, por exemplo.
 
Os Ortopedistas da fama não se livram! Reza à história que as mulheres dos Ortopedistas guardavam as cartas dos amantes no meio dos livros de medicina dos Maridos!

Vai-se lá saber porquê :o)
 
Oh doutor médico, a lei dos ECD e fármacos já passou :D
Alguma coisa a acrescentar? Aahahah
 
Chamar prescrição à ordem inflexível dada por um algoritmo informático, é como chamar diagnóstico à triagem de manchester.
 
Eu gostei. Achei piada à caricatura que faz do bastonário da ordem. O homem tem boas intenções mas é desajustado, como uma grande parte dos médicos em Portugal que seguiram o curso não porque realmente queriam mas porque ficava bem ou queriam o reconhecimento. Obviamente que isto é difícil de determinar. A OM faz uma coisa que até fazia bem a OE fazer luta pelos direitos dos médicos, faz sentido até! Apesar de provavelmente os representantes da OE não concordarem comigo. Por vezes vêem os inimigos no campo errado e criam-se discursos que enfim... Assustam um pouco, todos sabemos que os enfermeiros têm mais competéncias que aquelas que realizam na sua pratica em Portugal, que é uma profissão desvalorizada, até legalmente, pela sociedade tendo em conta a formação e as
Competências que têm. Sinceramente, acho que não é a prescrever que os enfermeiros vão ganhar reconhecimento, mas concordo que acelera o processo nas urgências e como tal parece-me bem, objectivamente é menos uma ida rápida ao médico para prescrever exames e quando os doentes lá chegam já se consegue fazer uma imagem mais concreta do que possam ter. Parece-me no mínimo prático.
 
Em relação à prescrição de terapêutica, o curso tem 6 anos em Portugal. Há países em que tem 5anos não acho que a discussão seja por aí...

A cadeira de farmacologia tanto em medicina como em enfermagem é uma palhaçada, a questão não é essa, medicina tem mais uma cadeira de terapêutica mas isso também se acrescentava aos enfermeiros.

Há uma base além de saber de terapêutica e farmacologia, que é perceber o mecanismo por trás da patologia e fisiologia da pessoa que permite tomar a decisão sobre qual a melhor terapêutica a prescrever. Entendo que os enfermeiros adquiram essa competência por via experiencial, empírica mas não é igual, é preciso uma base teórica sólida para depois se poder justificar o erro caso exista. Os enfermeiros sabem bem isto. E é a base teórica sólida que justifica o valor que o cuidar de enfermagem tem e deve ter, além dos estudos que demonstram que é realmente eficaz e traz qualidade e tudo isso.

Em relação à prescrição em obstetrícia ou em outros casos particulares, são isso mesmo casos particulares. E, portanto, têm obrigatoriamente que ser visto por outro prisma. Eu acho que as enfermeiras de obstetrícia são umas grandes máquinas e que elas é que ensinam os médicos porque os especialistas geralmente estão-se a cagar mas isso é a minha humilde opinião.

De resto concordo que as equipas enfermeiro-médico fazem todo o sentido., especialmente no pre-hospitalar.

Outro aspecto, a maioria dos enfermeiros que conheço que fizeram medicina não entraram como licenciados mas pelo regime geral de acesso.
 
A Sofia cheira a leite. Farmacologia em medicina é uma palhaçada? Mas está a brincar? Que em enfermagem seja uma vergonha (como a maioria das cadeiras biomédicas) tudo bem, agora não fale do que não sabe, especialmente de uma das cadeiras mais difíceis dos pré-clínicos. E acha que se aprende a prescrever em farmacologia e terapêutica? lol. Estas ciências incidem sobretudo nos mecanismos e no racional da prescrição, não ensinam ninguém a receitar. Tal como ninguém acaba o curso a saber fazer com qualidade uma apendicectomia. Tanto que um médico recém-licenciado não está apto a prescrever, precisa de dois anos até obter autonomia, e são precisos outros tantos de especialidade para obter a segurança que precisam. Aprende-se a prescrever (após a sólida base teórica, como é óbvio) nos anos clínicos, nas cadeiras de medicina e cirurgia, vendo doentes, estudando e passando muitos anos pré e pós-graduados no hospital. É fácil escrever o nome e dose num papel, já antever, arcar ou saber reverter um erro quando a coisa corre mal, é outra história. É isso que os enfermeiros não percebem. Já para não falar que o acto de prescrição é precedido sempre pelo acto médico de diagnóstico. Quando a Sofia acabar o curso, logo falamos.
 
"Eu acho que as enfermeiras de obstetrícia são umas grandes máquinas e que elas é que ensinam os médicos porque os especialistas geralmente estão-se a cagar mas isso é a minha humilde opinião. " LOL?

Os obstetras aprendem com outros obstetras.
 
anónimo disse: "É fácil escrever o nome e dose num papel, já antever, arcar ou saber reverter um erro quando a coisa corre mal, é outra história. É isso que os enfermeiros não percebem. Já para não falar que o acto de prescrição é precedido sempre pelo acto médico de diagnóstico.""

1º) os enfermeiros são os que mais evitam erros de medicação exactamente pela triagem que fazem ao que é "escrito no papel", pois como são peritos na administração, efeitos secundários/ indesejados e SABEM farmacologia e fisiologia, e sobretudo estão com o doente 24 sobre 24, sabem o que fazer para evitar erros prescritivos médicos.

2º) pouco falta para que em portugal, os enfermeiros pasem rabiscarem umas coisas também num papel - sempre precedido de um diagnóstico enfermeiro (tal como acontece em países mais evoluídos; tal cmo já devia acontecer há muito com os enfºs especialistas de Materno-obstetricia) ;)

3º) se algo "correr mal" quem arca com a responsabilidade? Logicamente que o enfermeiro - se prescreveu, se fez ou não fez, porque isto ou porque aquilo, é porque tem critério e saber, não é verdade.

Se lhe dá espécie que os enfermeiros possam prescrever, não para dar resposta a diagnósticos médicos (que não faz sentido - de Medicina percebe o Médico; de Enfermagem, o Enfermeiro), mas sim para diagnósticos enfermeiros, olhe... kiwis!! :D
 
Os "diagnósticos" de enfermagem são uma valente treta.

Outra coisa, os erros detectados por enfermeiros (tal como já aqui demonstrado com estudos) são os grosseiros de quem tem a cabeça muito ocupada, 1 g em vez de 1 mg, em 1500 l em vez de 1500 ml. Não são, como bem queres fazer parecer, erros em farmacoterapia, amiginho, que disso não pescas tu nem os teus colegas. ;)

PS: Rabiscar qualquer coisa no papel está muito mais longe do que pensas. ;)
 
Os erros detectados pelos Enfermeiros não são somente desses grosseiros que diz, camarada. Por exemplo, prescrever um antiHTA a um utente com perfil tensional de 80/45mmHg?? Pois, foi erro de dosagem....
Os diagnósticos enfermeiros são uma treta? Quando a sua mãe estiver por exemplo 6 dias sem evacuar, não será certamente o médico a diagnosticar e a tratar a obstipação; ficar sem fazer a vidinha por uma semana é coisa corriqueira, coisa menor não é.... até ao dia em que estiver tão entupido que até a caca lhe sai pelas orelhas (que parece ser já o caso).
Quando estiver operado das hérnias e tiver só BUR prescrito para as dores, e se queixar de dor em 8/10 no turno da noite, prefere esperar pelo médico de manhã, ou que o enfermeiro lhe dê um analgésico mais forte???
Outra coisa, tenho aqui a citação de um médico em formação, antigo enfermeiro, a dizer muito bem de diagnósticos de Enfermagem; e a dizer muito bem das acções enfermeiras e do quanto percebem de farmacologia - preciso citar? =)

 
Até os doentes sabem que não devem tomar um antihipertensor com pressões de 80, espertalhão. Se achas que é necessário um enfermeiro para apanhar um erro desses, é porque valorizas pouco essa formaçãozeca "superior" a que chamas "licenciatura de enfermagem" - tenho uns anos disto e nunca vi um erro desses ser cometido.

Se a minha mãe se apresentar obstipada, quem a diagnostica sou eu, e quando não estou, é o seu médico assistente. Há várias causas de obstipação, muitas carecem de abordagem diagnostica e integração no quadro, antes do tratamento.

Mas qual analgésico mais forte? Se calhar, mas só se calhar, quando uma dor não cede à terapêutica instituía, temos a chamada prova terapêutica, e re-diagnosticar o doente é importante, não? Se calhar é preciso interromper o analgésico e/ou associar uma gabapentina, não? Um tricíclico, quem sabe. O tipo, localização, começo, evolução, forma, irradiação, factores associados, factores de alivio ou exacerbadores, e efeito na vida do doente de uma dor, é tanto um diagnóstico como um dado semiológico importante num quadro sindrómico. Os enfermeiros gostam muito de chapa 5, mas Medicina não é enfermagem, Sr. Desnorteado: Dor? Dá-lhe paracetamol, não passa? Enfia opióides. "Constipado"? Espeta-lhe com uma lactulose. Não dorme? Engole um lorenin 300 g. Pele "seca"? Barra-lhe com creme. Pois, se calhar os "diagnósticos" de enfermagem são assim, sabem a pouco. Por isso é que, para bem do doente, é o médico a diagnosticar e o médico a tratar.

Por cada citação que arranjares a falar bem dos enfermeiros, eu arranjo-te 10 mais, a falar mal.

Mas sabes de farmacologia? Então vamos fazer um exercício que adoro fazer com os enfermeiros, quando dizem que percebem imenso da poda ... depois calam-se claro ;)* Uma de cada área, para não dizeres que sou injusto.

1) http://postimg.org/image/ekgtlz9lb/


2) Doente a com HTA, múltiplos factores de risco cardiovascular a tomar ramipril e espironolactona há 6 meses, apresenta-se ao seu Enfermeiro assistente (lol) com fadiga progressiva e dificuldade respiratória. Causa? Mecanismo dos efeitos farmacodinamicos?

3) Homem Angolano (negro), seropositivo para HIV, é internado no serviço de Enfermagem Infecciosa (lol) por quadro de dispneia, tosse seca, LDH elevada, e um PO2 de 63 mm Hg. Inicia TMP/SMX e prednisolona. No terceiro dia de internamento, desenvolve uma erupção cutânea generalizada, anemia e uma neutropenia severa. Apresenta ainda hemácias mordidas no esfregaço periférico.
Qual é o próximo passo, Desnorteado? ;)
1 - Iniciar antiretrovirais
2 - Parar TMP/SMX
3 - Trocar TMP/SMX por pentamidina endovenosa
4 - Trocar TMP/SMX por clindamicina e primaquina
5 - Trocar TMP/SMX por pentamidina nebulizada

Também já ai estive, a falar mal daquilo que invejo, mas trago-te a boa-nova, existe cura! Chama-se curso de Medicina. Beijinhos Desnorteado. ;)***
 
Por curiosidade mostrei o caso do Angolano a três médicos amigos que me acompanham neste momento em que escrevo. Todos encolheram os ombros. Um deles é médico há 34 anos. Suponho, portanto, que nenhum deles tirou o "curso de medicina"....
 
Entretanto... o Despacho que prevê a requisição de MCDT já foi publicado...
 
Por curiosidade, mostrei o caso do Angolano a seis médicos amigos que me acompanham neste momento em que escrevo. Todos souberam responder. Suponho, portanto, que todos eles tiraram o curso de Medicina.
 
"ECDT só na triagem, apenas segundo um algoritmo, que ainda tem de ser criado por uma comissão clínica a nomear, de cada hospital, e a implementar, de forma opcional, em cada centro hospitalar. Ah, e a interpretação é médica. Uns quantos directores manifestaram em praça pública o desinteresse que têm em implementar esta sugestão do MS, argumentando que apenas serve para incrementar os gastos e atrasar o diagnóstico."

Uau, estou impressionado. ;)
 
Os que me acompanham são burros. Um é ex-Director Clínico de uma grande instituição... Mas sempre se pode comprar um livro e aprender. O que não se comprarm são Despachos publicados em DR ;)
 
Ó enfermeiro, está mas é calado, tu tens lá amigos médicos. É impossível! =D
Já não era a primeira, nem vai ser a última mentira que disseste por aqui.

"Doutor Médico": Não é para quem quer, é para quem pode.
 
Vai plantar batatas oh doutormérdico!
Que de medicina não peercebe um chaveco. De enfermagem, muito menos!
Entretanto, há um depacho em DR que lhe pode interessar ;)
 
Aqui em Mangualde já não estamos a achar tt piada oh ""Doutor""amigalhaço. A gente ainda tolera pq bate mal e é um excluido social e profissional mas já chega de insultar e cuspir no prato onde come
 
Que moral! Um enfermo a mandar o médico plantar batatas quando nem uma de três perguntas básicas de farmacologia consegue responder. Meu amigo, não há nada que um enfermeiro faça que eu não conseguisse fazer. ;)
 
Faz pensos como faria um enfermeiro, por exemplo? :)
 
Concordo que farmacologia é difícil mas não se aprende muito, em medicina... Em terapêutica qualquer coisa. E tem razão aprende-se é nas cadeiras no hospital, às vezes!
Sinceramente todos os amigos que tenho enfermeiros conto pelos dedos aqueles que dizem ter aprendido alguma coisa em farmacologia, e o pessoal de medicina não é muito diferente...
Por isso concordo n se aprende a prescrever nas teóricas. Aliás no sexto ano começa-se a ter uma noção. Não sei onde trabalha mas nos grandes hospitais, agora, começa-se a prescrever no ano comum... Eu também acho prematuro, é uma grande responsabilidade especialmente nas urgências.
Desculpe mas dos obstetras aprende-se a ser mal educado e a fazer toques pouco mais.... Claro que há excepções mas há muita coisa estranha nos hospitaiis.

Sou novinha é verdade mas olhe que já vi algumas coisinhas , e digo-lhe que respeito a opinião dos outros, pelo menos faço um esforço para isso...
 
Eu só me digno a responder-te porque se nota que és nova. Fazes-me lembrar dos meus alunos, futuros-enfermeiros.

Ó sofia, um ginecologista/obstetra não tem de ser médico, nem cirurgião, é só toques e que mais ... Estas só a falar de uma das especialidades mais intricadas, a única genuinamente médico-cirúrgica, de uma exigência extraordinária. Não é só toques, não. Se soubesses a quantidade de enfermeiros parvalhões, agressores e mal-educados com que já me cruzei, podes crer que querias logo ser médica (se é que já não queres).

Ó sofia, desde o tempo da outra senhora que se prescreve no ano comum! Só que a responsabilidade é, com obviedade, do tutor. Eu prescrevo ECD, medicamentos e realizo técnicas avançadas (técnicas cirúrgicas, punções lombares, biopsias medulares/fígado/rim/aspirativas, ECOs etc.) desde os meus tempos áureos de aluno, sempre sobre supervisão, claro.

Ó sofia, mais uma vez, fala lá da farmacologia de enfermagem, e deixa a de medicina em serenidade, que tive colegas farmacêuticos na FML a ter de fazer farmacologia porque não lhes foi consedida a equivalência. E sabes que mais? Tiveram de estudar mais que no seu passado. A farmacologia (ou qualquer outra cadeira) do teu curso está para a farmacologia do meu, como o pedreiro está para o engenheiro. E não preciso muito para te provar, queres ver? Responde lá acertadamente às perguntas feitas, mais acima. Eu sei, sabes porquê? Porque necessitei estudar muito para passar a farmacologia na faculdade, e tu, e os teus colegas, não.

Quando fizeres mais uns aninhos (20-30), podemos discutir melhor este assunto. Pode ser, inclusive, que entretanto te tenhas tornado médica e constates, por ti mesmo, a atrocidade nas tuas comparações.

Beijinhos.
 
Interessante discussão. O problema é que dizer que tudo se resume às diferenças entre as cadeiras farmacologia em medicina e enfermagem, é uma falsa questão e é reducionista. A pergunta do HTA é preciso saber fisiologia a biologia molecular, farmacodinâmica, semiologia e saber relacionar. Na do HIV é preciso saber um pouco de tudo, epidemiologia, genética, bioquímica, hematologia, virologia e claro fármaco e saber seleccionar a informação importante e relacionar tudo.. e isto são só os processos mentais que consegui identificar que há-de ter havido outras influencias que não apanhei. Portanto meus caros, a diferença entre Medicina e enfermagem não está só numa única cadeira. Nem se aprende a saber prescrever só em farmacologia. Mini médicos não é a solução, nem vai melhorar em nada a qualidade do SNS, pelo contrario, as casas como as formações pessoais fazem-se pêlos alicerces não pelo colocar da telha.
 
A Sofia fez farmacologia com boa nota e não foi em enfermagem, além de que em farmacologia em farmácia, da qual tenho provavelmente mais conhecimento que o senhor que não lá andou digo-lhe que só não é dada equivalência porque é diferente e sinceramente não sei como é em Santa Maria mas em Santana o problema de farmocologia eram os descontos nas questões. Mas enfim sou novinha mas é mais ou menos por já estou mais perto dos trinta do que dos 20 mas sim de certeza que tem mais experiência que eu com alunos de enfermagem.
 
Concordo com H sim era isso que eu estava a tentar dizer que a questão não é ter a cadeira como foi sugerido, a questão é mais abrangente. Como diz é perceber o resto
 
Sim ginecologia é óptimo eu também achava piada... Não considero que seja só toques, isso seria ridículo obviamente que estava a usar a hipérbole, mas olhe não sei se é ginecologista mas salvo raras excepções ou talvez seja a minha experiência há muita coisa que nada tem a ver com a arte médica e que envergonha uma grande profissão. De qualquer maneira parece-me que este nao é o sítio para discutir esse assunto.
Mas diga-me lá em que sítio é que da aulas a enfermeiros?
 
Acredito que exista muitos enfermeiros que à força de uma basta experiência, do contacto com os doentes, de médicos mais pacientes e que gostam de partilhar conhecimento, tenham capacidades empíricas de saber qual o meio de diagnostico a pedir numa determinada situação, ou qual o fármaco normalmente utilizado com base em situações semelhantes (e aqui digo do normalmente e não no mais adequado).

Agora é uma hipocrisia achar sequer que os conhecimentos à saída de um curso de enfermagem com um curso de Medicina comparáveis, pois são completamente dispares. E não adianta comparar os melhores enfermeiros à saída com os piores médicos, como já tenho lido por aqui. Isso é enviesar a questão. Estudantes aplicados ou não, existem em todos os cursos, bons e maus profissionais, em todas as profissões. Compare-se o melhor de medicina e o melhor de enfermagem e é fácil de perceber que o fosso de conhecimentos é ABISMAL!

Agora se existe uma fracção de enfermeiros já experientes que querem a toda a força ignorar este facto, e acham que é digno para tão nobre profissão e uma vitória contra os lobos maus da Medicina, estarem autorizados a "pedir" MCD e "prescrever" em função de fluxogramas. Pois meus caros não é! Por muito que aumente o ego, querer ser o equivalente a uma Maquina multibanco em meio hospitalar não é bom para ninguém, não é bom para os doentes e não é bom para vocês que correm o risco de qualquer dia serem mesmo substituídos por uma maquina nessa função.
 

zzzzzzzzzzzzzzzzz
nada de nov para a discussão, so dizer mal da enfermagem, de tao ameaçados que se sentem os "doutores". Ladrai que acaravana passa, e os decretos em DR também ;)

 
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