quinta-feira, dezembro 27, 2007

Os "efeitos secundários" do "dedómetro"...

O sistema de controlo biométrico tem causado imensos pruridos no sector da saúde.

Há classes pouco interessadas no controlo da sua assiduidade. Durante algum tempo deixei a questão fluir. Agora, em tempo de (quase) "ano novo, vida nova", e após ler nos jornais e revistas aquilo que pode ser classificado como o argumento mais estúpido do mundo, alguns discursos hilariantes incomodam até os vizinhos.

Alguns dos mais surrealistas foram debitados por uma figura curiosa da medicina - José Manuel Silva (actual substituto do bastonário da Ordem dos Médicos). Desculpem, Prof. José Manuel Silva.

Este "professor", relata quem o conhece, é um exemplo vivo do complexo de superioridade médica. É daqueles "iluminados" (da mesma estirpe do Soares Martinez) que concebe o médico como o magnânimo, inteligente, colocado num patamar superior, e o Enfermeiro como um mero auxiliar, um ajudante debaixo da poderosa (?) alçada médica.
Existe alguém que nas suas perfeitas capacidade que diga que o controlo de assiduidade diminui a produtividade dos médicos (será que diminuiu também a dos Enfermeiros e outros profissionais)? Logicamente que não. Não existem estudos que suportem esta afirmação. Nem o próprio senso comum vai ao encontro da mesma. Excepto alguns médicos, poucos acreditam nessa perspectiva.

O problema é outro. Os médicos que durante muitos anos foram um classe privilegiada, vêem-se agora equiparados a todos os outros profissionais, iguais nos direitos, iguais nos deveres. Acabou o status intocabilis. Se quer trabalhar, tem que chegar a horas como todos os outros, e sair depois do horário cumprido, tal como todos os outros. Em que é que isto afecta a produtividade?
Eu sei. Afecta a produtividade fora dos hospitais, isso sim. Só pode ser essa a produtividade de que tanto falam. Acabou também o status duplicatus, ou seja, estar em dois locais (às vezes mais!) ao mesmo tempo, como só os médicos sabiam fazer...

Agora percebe-se. Afinal, "picar o ponto" afecta a produtividade dos médicos (!), não nos hospitais (onde passam a estar mais tempo), mas nos seus consultórios privados, clínicas ou seja lá onde for o seu ganha-pão extra (uns vão ganhar o pão, outros vão extorquir pessoas fragilizadas...)

Afinal o tal José Manuel Silva não é tão estúpido quanto quer fazer crer nas suas palavras. É mesmo muito estúpido. Depois de dizer preciosidades relacionadas com a produtividade, vem dizer que essa já é há muito tempo controlada pelos directores de serviço. Sim, esses mesmo, os tais que vão ao hospital de vez em quando...

Alguns médicos mostram brilhantemente a sua inteligência saloia. Acordam com as galinhas, vão ao hospital de manhã passear o dedo até "dedómetro", e depois vão à sua vida. Só regressam (fresquinhos) ao fim do dia para fazer novamente o gosto ao dedo. Outros mandam "fazer" dedos de silicone. Outros ainda, vandalizam os terminais. Todos estes, ilegalmente, sabem manter o status duplicatus.
a
Os Enfermeiros, esses, habituados a cumprir as suas obrigações de uma forma exemplarmente profissional, divertem-se a ver o circo passar.
a
Tal como a Revista Visão diz: "Ó doutor, olhe o relógio!"...

Comments:
os médicos gostam de espertalhizar...
 
Regresso às origens, e aos complexos de pequenez.

Aproveita uma entrevista (que é de facto pateta) para insistir novamente no "os médicos" isto, "os enfermeiros" aquilo....

Você é, no mínimo, tão saloio como este meu colega que deu esta entrevista.
O triste é que até aposto que fica vaidoso com a comparação....

Patéticos, ambos.
 
O controlo de assiduidade devia ser associado ao controlo por objectivos. De nada serve ter médicos que teoricamente até passam 7 horas por dia no hospital se passam esse tempo sem produzirem.
O dedómetro pode no final de contas abonar em favor dos médicos, dando a falsa impressão que afinal esses senhores até cumprem, pois o log in e log out estão lá, quando na verdade apenas usam de artifícios e expedientes vários para viciarem as regras do jogo.
 
Finalmente a elite intocável vai perceber que tem que trabalhar e cumprir como qualquer outro simples mortal.
Já são horas de acabar com aquele horário liberal autoinstituido.
As regalias conquistadas em tempos de fascismo têm que acabar: horários fléxiveis, quartos fixos para dormir - são a unica classe que os contribuintes pagam para eles dormirem. Se não têm trabalho da sua especialidade nos dias de banco, vão para o balcão fazer triagem que os doentes agradecem!
 
...o pior é que muito do povo continua do seu lado e até se manifesta contra o fecho da «urgências« ( ? ).
Essas, onde se pagava para ficarem a dormir em casa.

Pode ser que o controlo biométrico, venha a ser uma das formas para ajudar a acabar com essa «mania de superioridade»...
 
...também há alguns enfermeiros a «acordarem com as galinhas».
Pena que, também aqui, possa pagar o justo pelo pecador...
 
Pelo visto acabou a trégua natalícia.

O povo sabe o que quer, e o fecho das urgências é um erro grave, somente mentes atrasadas não vêm isso, substituir uma urgência por uma ambulância tripulada por iluminados é para andar a brincar com a vida do povo.

Mas pelo visto todos sabemos de quem teve a bela ideia, um anormal bastante conhecido.
 
O dedómetro só veio fazer com que os srs. drs. se tenham que levantar da camita um pouco mais cedo para "pôr o dedo", porque de resto está tudo igual.
É vê-los chegar, pôr o dedo e ir embora á sua vidinha. Vejo eu e veem todos quantos ali trabalham. Mas alguem faz alguma coisa?...
Continuam intocáveis!
 
Os argumentos apresentados tanto pelo SIM como da OM são de bradar aos céus. De facto, não existe argumento que justifique nem o absentismo, nem a falta pontualidade. Se todo dito funcionário tem por obrigação zelar pelos interesses da instituição, que passa também pelo cumprimento de regras que SÃO BÁSICAS, logo não há excepção para ninguem. E é extremamente vergonhoso haver uma classe profissional que se demonstre insatisfeita por ver cunprida uma regra social que é (vejam lá) incutida desde o ensino primário.
Também gosto de ver os interesses da minha classe defendidos, mas não a vê-los por cima dos outros.
 
Post ridículo acompanhado de comentarios também eles ridículos...

Um blog de enfermagem a falar tanto de médicos... como diz o "detectordesaloios", também me cheira a complexo de pequenez
 
O artigo em anexo é, no mínimo, anedótico!!!
Ganham, por hora, metade do que ganha um mecânico?
Por favor, haja paciência, que tenham vergonha na cara. Tem que haver controlo para todos os funcionários. Os médicos não estão acima de porra nenhuma nem de ninguém. Hão-de perder esta ideia. Acho muito bem que se controlem as horas. Andamos todos a pagar impostos para estes bandidos estarem a fazer o trabalho deles e eles a passear ou então na privada, a facturar...

Haja justiça!!!

MADureira
 
Acho que o "salio" major é o Bastonário em exercio da OM pelos argumentos que utilizou em que "banalizou" outras classes profissionais desnecessáriamente
Perdeu uma oportunidade de ficar em silencio.
Todo e qualquer profissional que não deve, não deve teme.
 
Pessoal ainda estamos dentro da quadra natalícia por isso não sejam tão mauzinhos...
 
Os médicos sentem-se mal porque cada vez mais estar a deioxer do poleiro onde estavam. Os novo,s que foram para medicina pelo prestígio nunca vão chegar a gozar do estatuto tal como ele era há 30 anos atrás...
São funcionários como todos os outros...
 
Se o homem (da Ordem dos Médicos) acha que os médicos ganham metade daquilo que ganha um mecânico de automóveis, então que vá para mecânico de automóveis! Hello? Terá cérebro o senhor?
 
senhores enfermeiros, do quais também me incluo, não queiram ser pequenos médicos queiram isso sim ser grandes enfermeiros.
para isso ser verdade passa também por nos preocuparmos com a nossa classe e deixar outros se preocuparem com a deles.
Um bom ano a todos.
 
errado, tudo o que concerne à saude, deve preocupar os enfermeiros...
Um enfermeiro que só se preocupa com a enfermagem, não se preocupa mesmo com a enfermagem!!!!!!!
 
Desculpem lá, apanhei a conversa a meio.... e nao percebi...

São estes os dedos de silicone:?

http://www.erotikacenter.com.br/erotikacenter/produto.asp?ID=15752&tipo=&DepID=Acess%C3%B3rios&catID=287
 
Meus amigos, meus amigos...
Umas respostas a uns "saloios" que vieram para aqui fazer umas rasuras.
Porque carga de água é que se há-de ficar "contente" com comparações a profissionais médicos. PORQUÊ?
São eles o exemplo de alguma coisa? Sabem mais? Talvez, de alguns assuntos e porque foram obrigados a ler. Se me apetecer leio também, certo?
Quanto ao outro que escreveu que este é um blog de enfermagem, então porque falar dos médicos? Meu caro, somos profissionais de saúde, logo, tudo ao que à saúde e políticas de gestão da saúde diz respeito, interessa intrinsecamente aos enfermeiros, compreede?
Por outro lado, não é nada que os médicos não façam nos seus "espaços". Sentem-se como que "obrigados" a emitir opinião. Portanto, onde é que estão as diferenças, meu caro?
Quanto ao colega que escreveu que não quer ser mini-médico, faça o favor de explicar. É que não consigo perceber essa mer... de paleio.
Será que eu não posso estudar? Instruir-me? Porque gosto e porque quero ser UM ENFERMEIRO INSTRUÍDO?

Leia o livro: "Do Silêncio à Voz". Vai fazer-lhe bem. Eu ando a ler.
 
O registo biométrico é realmente passível de repúdio médico. Não sei se é uma questão de status , de intocabilidade ou de desprezo pelo cumprimento de horários , tão do desagrado médico. De qualquer modo com registo ou sem ele , a assiduidade e a pontualidade não são o forte . Mesmo estando presentes no hospital ou outra instituição pública , os médicos acabam por não produzir. Por isso , o Bastonário substituto tem razão. É que , a quem compete (dir. de serviço) distribuir tarefas para preencher o horário de 35 horas semanais de trabalho médico, não o faz. Por isso mesmo em presença , andam a vaguear no hospital até chegar a horinha de fazer < log out>. Assim não há´produtividade que resista...por que não completar o dito horário com consultas , cirurgias ? Os serviços dos médicos terminam às 14,30 ( excepto os que estão de urgência) . Se rentabilizarem o período em que aguardam a hora oficial de saída , aumenta ou não a produtividade ?????....
Ah!!! e já não falo nos que têm horário de 42 horas ..Mas o problema não está só na falta de produtividade conivente com o horário contratado , está também na falta de tomada de posição dos orgãos de gestão hospitalar.
Os enfermeiros têm horários desde sempre que cumprem...gostava de saber porque é que os médicos , administrativos e outros não têm essa especificidade. Com o modelo do registo biométrico está implícito a realizaçãõ do horário que terá de corresponder no final de cada mês aos registos. As chefias de Enfermagem tiveram formaçao , os outros incluindo os directores de serviço , ainda não. Porque?Será que a informatização do horário em consonância com o registo é pedir-lhes demais? Não sabem ? EH!EH!!
 
Medidas de controlo de assiduidade e pontualidade têm também de ser acompanhadas por indicadores de produtividade, com pena de ser um sistema "coxo" à partida e com futura análise enviezada...
 
Mas tem de concordar que é difícil que um maior período de permanência no seu local de trabalho não signifique mais trabalho desenvolvido.
Tem sido interessante ver médicos a chegar aos serviços ainda com a geada formada e outros a sair no último crepúsculo, aliás como sempre devia ter sido, se a produtividade se mantiver, pelo menos não estão, indevidamente, a produzir na privada. Também se tem assistido a pedidos de redução de horários, porque será?
É divertido perceber que até alguns dos referidos aparelhos têm sido vandalizados, como alguns membros da classe médica são baixos. Alguns dos locais onde esses aparelhos foram vandalizados vão ter câmaras de vigilância.
Desassossego
 
Já agora o primeiro saloio que o detector de saloios descobriu foi ele próprio. Cumprimentos você é o saloio môr.
D.
 
O dia mais feliz do "Dr." Enfermeiro (uau! E em apenas 3 anitos, que prodígio!) e das suas focas:

-O dia das colocações na Faculdade!

Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!

...
Verdadeiro ou Falso?
lolll
 
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