quarta-feira, janeiro 30, 2008

Abertura de mais uma Escola Superior de Saúde privada? Outra?


Os alunos de Enfermagem de Bragança já nem têm locais de estágio para todos. Agora, a CESPU numa perspectiva meramente comercial quer abrir mais uma Escola Superior de Saúde.

O próprio presidente do Instituto Politécnico de Bragança receia, pois afirma que "é uma área que vai ficar saturada e com excesso de profissionais, o que já acontece na Enfermagem e tecnologias da saúde. Temo que possa não ser sustentável"...
Mas que insustentável, é uma exploração a olhos vistos.

Todos sabemos que a qualidade do ensino de Enfermagem está em causa com o número de cursos e vagas actualmente disponibilizadas.... se abrirem mais, que futuro para a Enfermagem?
Penso que a Ordem dos Enfermeiros (OE) tem-se demitido da sua função primordial: regulação da profissão. Mesmo que se argumente que a OE não tem influência directa sobre esta questão, existem alternativas de actuação junto da tutela respectiva. No entanto, a OE não mostra vontade em intervir, pois continua a sua conivência com este fluxo formativo "rumo ao rácio médio da OCDE" (que há-de ser a destruição da Enfermagem em Portugal - brevemente "postarei" um reflexão assente em dados concretos que permitirá desmistificar este assunto de uma vez por todas...).
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O desemprego tem causado mossa na classe: humilhação, exploração, diminuição do status social, etc... Se a OE não se recorda, eis as atribuições patentes nos seus estatutos (artigo 3º, ponto 1 ) que não são minimamente respeitadas :
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- Zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de enfermeiro, promovendo a valorização profissional e científica dos seus membros;
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- Fomentar o desenvolvimento da formação e da investigação em enfermagem, pronunciar-se sobre os modelos de formação e a estrutura geral dos cursos de enfermagem.
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Portugal não tem condições para formar os Enfermeiros que forma. Acho curioso o argumento que o governo apresenta qaundo o tema se reposta à abertura de mais faculdades de Medicina: "mais nenhuma universidade portuguesa tem condições para desenvolver formação nessa área", ou então: "nenhuma das propostas foi demonstrada como tendo o mínimo de qualidade para ser autorizada a funcionar e a formar médicos".
Não se compreende então a evidente facilidade na abertura de cursos de Enfermagem.
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A Ordem dos Médicos (OM), essa, é bastante concreta e clara na sua posição, quando se propôs a abertura de mais faculdades de Medicina: "lutará incansavelmente contra o alargamento excessivo do numerus clausus e qualquer tentativa de formar Médicos a mais, pelo que rejeita a criação de mais Faculdades de Medicina. O número de Médicos a formar deve estar de acordo com as necessidades do país de modo a impedir o desemprego ou o subemprego Médico, que apenas traria benefícios aos grandes grupos económicos que pretendem dispor de mão-de-obra barata".
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Quem consegue observar diferenças de atitudes entre a OM e a OE?

Comments:
E o que é que a ordem pode fazer? A OEnf não pode fazer nada, não sabe fazer nada, nem consegue fazer nada.
 
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Lamentável...« mais carne...para o desemprego....»


Teixeirinha
 
abram mais :)

Eu acho indecente às vezes uma pessoa ir na rua e não ver um enfermeiro em cada esquina.
Sim! Porque de vez em quando, em certas alturas do dia, uma pessoa está a passar e n vê um enfermeiro (a sério, às vezes acontece-me).
 
Caro Dr. Enfermeiro já tivemos oportunidade de conversar antes sobre este assunto. Foi largamente discutido na campanha e pelo que vistos continua desinformado ou então prefere continuar a se-lo!

A Ordem dos Enfermeiros já tomou posição. aliás a unica que pode tomar em relação à abertura de Escolas, Aprovou no ano passado o modelo de desenvolvimento profissional! Este irá permitir decidir não a abertura de Escolas, que não cabe à ordem (embora possa ter opinião e já o fez anteriormente). Com o modelo por ano ficariam defenidos as vagas para os internatos gerais e da especialidade... Quer melhor método para controlo da qualidade e quantidade?
 
Caro "Life Passenger":


É um facto que não é a OE que controla ou dá parecer p a abertura de novas escolas de enfermagem, mas, cabe à OE verificar a qualidade do ensino, campo de estágio qualificado, etc, etc... Ou seja, a OE tem de ser interventiva, quer de forma institucional (ministerio do ensino sup - OE) quer em termos de comunicação social! Digo comunicação social pq tem o peso de colocar um ministro ou mm governo na rua! é o caso do CC.
Portanto, a proliferação de Escolas de Enfermagem, não pode somente, ter como barreira o novo modelo de internato de enfermagem, pq ainda nem foi aprovado.
Temos de ter uma força de comunicação que seja compreendida pelo público, cidadão!(em q os enf se revejam)
Até ao momento, a nossa Bastonária não é compreendida pela sociedade, nem pelos jornalistas, nem pelos próprios enf, seria de bom senso contratar um especialista em comunicação (o dinheiro q é pago por todos, dá perfeitamente), para podermos ter um futuro risonho nos próximos anos.
Não estou a tentar minimizar o trabalho que a Sra Enfa Ma Auguta fez no SEP e pela enfermagem, mas todos temos áreas com menor vocaçao, de facto a comunicação não é área da Bastonária.


Cumprimentos
 
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