sábado, fevereiro 09, 2008

Dos 71 aos 400!


Este assunto já cá foi focado, mas perante o desenrolar dos acontecimentos, e enquanto se aguardam novidades da última reunião do Sindicato com a Administração do CHLO, deixo-vos o e-mail de uma colega, onde está patente as diferenças de tratamento entre as várias classes profissionais dentro da mesma instituição:

"From: xxxxxxxx@hotmail.com
To: doutorenfermeiro@hotmail.com
Subject:
Date: Wed, 6 Feb 2008 05:09:28 +0000

Olá Sr.Enfº.
O meu nome é (...) e sou enfermeira (...) do Hospital de Santa Cruz. Após um primeiro contacto com o seu blog decidi escrever-lhe um mail e felicitar-lhe pelas excelentes críticas escritas.
Escrevo lhe também por outro motivo, (...), trabalho no local onde sempre quis e estou perfeitamente desiludida com a minha vida profissional, assim como com o que li no seu blog e que desconhecia.

Neste momento a administração do CHLO (Centro Hospital de Lisboa Ocidental) que agrupa o Hospital de Santa Cruz, o Hospital Egas Moniz e o Hospital de S. Francisco Xavier, decidiu deixar de pagar as horas de qualidade como tem feito até agora, para passar a pagar segundo a lei do código de trabalho, isto é, em vez de sermos remunerados a 50% e 100% nas noites, fins de semana e feriados, somos apenas pagos a 25% a qualquer noite a partir das 22h.

E quando digo deixaram de nos pagar é apenas aos enfermeiros contratados, pois os enfermeiros da função publica continuam a ser pagos a 50% e a 100%. Em termos práticos perdemos cerca de 150€ a 200€ por mês.

Após reuniões com o sindicato o conselho de administração do CHLO decidiu atribuir um subsídio de turno de 71€ de "natureza provisória". *sem palavras*

Conheço o panorama nacional, que é muito triste, de qualquer forma não podemos nem vamos consentir uma injustiça destas! Produzimos o mesmo, trabalhamos as mesmas horas e recebemos menos? Assim em poucas palavras quis expor lhe mais uma atrocidade, porém espero daqui a pouco tempo dar lhe melhores notícias.
Muito obrigada.

P.S. - No seguimento do seu blog se calhar faz sentido acrescentar que a administração do hospital fez o mesmo à classe médica, mas que em menos de 1 mês já foram compensandos com um aumento de 400€ no seu ordenado base!"

Comentários para quê?

Comments:
Deixo aqui a minha "pancadinha nas costas" nesta colega. Sou enfº de Cuidados de Saúde Primários e como tal, também não vejo qualquer suplemento no ordenado.
A REVOLTA está nas vossas mãos! Vocês, os novos e os velhos recém-licenciados têm todo o apoio dos Enfs do quadro para iniciarem o "virar de mesa" que estas administrações hospitalares precisam!
Querem serviços por técnicos especializados ao preço da uva mijona!
Que a Força esteja convosco!!
 
..........

Estou sem palavras....
 
Finalmente o gerencialismo está a produzir os seus frutos negativos para os enfermeiros. Os gestores que pululam nos hospitais como cogumelos, nas primeiras chuvas do outono são tão burros que pensam estar a descobrir a forma de porem os serviços a funcionar sem estímulos aos que fazem andar a máquina. Depois vêem com umas migalhas provisórias, cínicos que são, como quem amestra animais irracionais, tentarem que as falhas se minimizem.
Há aqui uma violação da Constituição: "para trabalho igual salário igual". Logo estas práticas destes gerentes, são incorrectas e estúpidas e ilegais, depois.
Abusam dos enfermeiros, porque tudo à sua volta lhes fala do divisionismo, do egoismo, egocentrismo, do não saber que o problema de um colega é o seu: é o de todos. A este fenómeno costuma chamar-se solidariedade, entreajuda, união que faz a força.
Ninguém consegue nada sozinho, num mundo como aquele que se montou, com muitos avisos, para explorar os enfermeiros.
Há um grego filósofo, de seu nome Aristóteles, que descobriu: " o homem é eminentemente social; quem não se associa ou é um deus, ou é um asno".
Vamos ser inteligentes e gregários, para que os problemas de um sejam os de todos e vice-versa.
Vamo-nos a eles, aos exploradores, claro.
Não é preciso fazer muita força; basta usar aquele passo que se torna cada vez mais lento.
Não tens outro passo, escravo?
Tenho, patrão, mas ainda é mais lento...
Uma acção concertada, neste sentido tem o tal efeito mágico que estabelece a diferença entre os 70 e os 400€.
 
fico pasmada com tanta desigualdade ,os colegas não são sindicalizados ? Sindicalizem-se .

Basta uma semana de greve mas greve total com todos os profissionais que os nossos problemas eram resolvidos mas para isso é preciso um sindicato que apoie e que não esteja com o governo.

lutemos pela classe.
 
Sindicaaaaatooooooos....

Onde estão ?

Têm aqui matéria para actuar !

Por onde andam?
De que esperam para actuar?


Teixeirinha
 
Se for para lutar pelo classe contem comigo, mas tem de ser por todos e não só por alguns.

E claro pelos Enfermeiros e não pelos Comunistas.
 
Lutemos pela Classe, Colegas, responde-lhe o eco.
 
A resolução destes problemas não está na sindicalização, mas sim a justiça social que tanto se apregoa...

É justo, é digno, é motivador que se tire a uns e depois se dê a outros?

Incrível. A OE esconde-se atrás de um tabú que são as questões monetárias elegando que não faz parte do seu ambito e deixa que esta e muitas outras injustiças passem ao lado.
 
Vejam qual a única organização que algo tem feito pelos contratados do CHLO ? www.sep.org.pt
pode ser que dentro de dias haja novidades. pelo que tenho lido....o Doutor Enfermeiro pode ter que dar razão a quem faz algo
 
Nós,enfermeiros, temos de perceber uma coisa. Nesta luta estamos sózinhos. O sep não sabe e também não quer agir, a OE está-se completamente "borrifando". Como funcionária do CHLO e uma das 6(!!!!)enfermeiras presentes na última reunião do SEP com os trabalhadores, a única pessoa que dava ideias para a nossa luta, era mesmo a representante do sindicato dos médicos, inclusivamente aconselhou a nossa classe a exigir o aumento do nosso ordenado base, e foram os próprios elementos do SEP que se mostraram CONTRA!!!! Isto é o quê? É alguma forma de luta?!!! Acordem e façam como eu que já enviei dezenas de mails à comunicação social, assinei petições, e sei lá o quê mais, só me falta escrever ao PR. Alguém um dia há-de ouvir-nos (penso eu de que)
 
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