quinta-feira, março 27, 2008

Os conceitos da semana! - Parte II


"Revolta"

Sentimento unânime que invadiu a classe de Enfermagem. Os Enfermeiros na sua generalidade estão insatisfeitos com a profissão na sua várias vertentes: económica, social, profissional, etc...
"Visita Surpresa"

Ao contrário da OE, a Ordem dos Médicos (OM) zela pela respectiva profissão, usando, inteligentemente, todo o tipo de estratégias. A "Ordem dos Médicos visitou sem aviso prévio e na madrugada do passado dia 26 de Março os Serviços de Urgência dos dois hospitais da cidade de Coimbra".
Porque é que esta visita teve lugar? "Tal visita destinou-se a verificar o cumprimento dos requisitos técnicos de funcionamento daqueles serviços, nomeadamente a constituição e número de profissionais que formam as equipas médicas, e a adequação da formação dos médicos internos".

E não há lugar a subjectividades nem operações de charme, pois se as instituições de saúde não cumprirem o anterior disposto, o resultado é simples: "a OM pode retirar a idoneidade formativa aos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde que não cumpram as orientações técnicas estabelecidas".
Tão simples para estes, tão complicado para algumas pessoas.

"Cartão Farmácia"

A profissão de farmacêutico resume-se a partir de agora a uma acumulação de pontos num cartão. Mas nem tudo é mau: também serve de cartão de crédito. A profissão de farmacêutico é cada vez mais inerente ao marketing. Lamentável.

"SNS"

O governo fez uma pirueta e aconteceu o inesperado. O Amadora-Sintra vai voltar às mãos do estado. Um cartão vermelho ao exploradores do mal dos outros!

"Fácil"

O Algarve, mais propriamente Tavira tem mais um Centro de Hemodiálise. Até aqui tudo bem. O Director Clínico do respectivo Centro é que não resistiu a uma tentativa de humilhação dos Enfermeiros, mostrando a banalidade que estigmatiza o excesso de profissionais. Não falou em mais nenhuma classe profissional, apenas e só nos Enfermeiros: "Viriato Santos revelou que não existiu qualquer dificuldade em contratar os técnicos de enfermagem para este Centro". Indirectamente fez saber quem manda. "Hoje em dia com as escolas de enfermagem e Universidade do Algarve já é fácil existirem técnicos na área da saúde". Mais claro que isto é impossível! Fica o caminho aberto para a exploração de mais Enfermeiros!

"Acumulações"

É o mais recente bode expiatório para o desemprego dos Enfermeiros. Quando este estiver esgotado, haverá outro. Até que num dia já nem bodes expiatórios existirão. Isto não passa de argumento da lógica da batata - tentar modelar o mercado às necessidades dos Enfermeiros e não o inverso (o mais lógico)!
Antes de mais, penso que todos sabem que a acumulação não é obrigatória. É uma decisão voluntária, logo, não é necessário que alguém venha tentar "libertar" os Enfermeiros deste "problema".

Existem aqui muitos pressupostos falaciosos destinados a atirar areia à cara dos Enfermeiros, principalmente dos mais jovens, fazendo crer que não têm emprego porque alguns colegas acumulam. Isso não é verdade. Não têm emprego porque houve quem fizesse da Enfermagem um negócio (com a conivência de muita gente e muitas instituições, supostamente, reguladoras) formativo de produção massiva!
A acumulação sempre existiu mas, estranhamente, só agora provoca pruridos! Claro que falamos das acumulação remuneradas, pois as acumulações por voluntariado, essas já ninguém cobiça ou está interessado! Aí já não há problemas!
O curioso é que muitos jovens Enfermeiros que se afirmam "totalmente opostos às acumulações", começam a acumular logo que lhes seja oferecida essa possibilidade! Isto reflecte falta de carácter e demonstra que, infelizmente, os Enfermeiros só se preocupam com certos aspectos da profissão se forem atingidos pelos mesmos! Até lá, "porreio, pá"!

Depois há quem venha dizer que se separassem as "águas" do público e do privado - o que acarretaria a necessidade de Acordos Colectivos de Trabalho (ACT) - os Enfermeiros beneficiariam! É certo que o trabalho liberal, lamentavelmente, não é orientado por uma filosofia remunerativa assente em acordos (mas deveria ser!), mas, sinceramente, não estou a ver qual a vantagem da separação das águas.
O resultado final será sempre a diminuição salarial dos Enfermeiros, o que arrasará ainda mais a classe! Como é fácil compreender, o poder explícito de determinada classe encontra grande parte da sua justificação no seu status económico!

Exemplos: a regime de tempo inteiro, no ACT da Hospitalização Privada (HP), um Enfermeiro Especialista (por exemplo) atinge no topo da carreira cerca de... 1.630,13€! Um Enfermeiro-Chefe cerca de... 1.675,42€! Ridículo!
No Público, o mesmo Enfermeiro Especialista atinge 2.478,27€ (3349€ em regime de horário acrescido) e um Chefe cerca de 2.608,71€ (3525€ em regime de horário acrescido).

E os valores relativos à HP têm mais de 4 anos, agora imaginem negociá-los num período de excesso de oferta, tal como o actual!
Perante isto, mostrem-me lá os anunciados benefícios da separação do público-privado. Será ser explorados, usados e abusados como mão-de-obra barata e banal? Ou humilhados por médicos/administradores/gestores capitalistas? Estou indeciso entre as duas.

"Improdutivos"

Para combater a listas de espera de Oftalmologia, vão ser concedidos incentivos. Vale a pena não fazer nada. Aconselho os Enfermeiros a sentarem-se e ler o jornal, para que logo a seguir reivindicar incentivos para trabalhar! Conclusão: quem não trabalha tem salários mais altos!
Isto é uma questão feudal: "700 oftalmologistas em Portugal é suficiente"!
a
"Dependência Médica"
a
As Escolas não evoluem, não se adaptam, não ambicionam. E o que acontece? O caricato. Um leigo pode ter mais competências do que um Enfermeiro. Dou-vos o exemplo habitual: qualquer pessoa pode comprar paracetamol numa farmácia e proceder à sua administração (é por isso que é denominada de Medicamento Não Sujeito da Receita Médica - MNSRM). Um Enfermeiro, profissional licenciado, não o pode fazer, legalmente, dentro de uma instituição de saúde. É necessária autorização médica. Ridículo.

Mas, recentemente, em conversa com um membro da OE apercebi-me que o problema é mais grave do que isto. A OE anseia tanto em distanciar o Enfermeiros da medicina que, invariavelmente, acaba por apoiar a sua dependência total. Ou seja, a OE não apoia os Enfermeiros num caso de intubação de urgência, na administração de fármacos para o cumprimento do algoritmo do Suporte Avançado de Vida (protocolo universal de Médicos e Enfermeiros!), etc...

Deixem-me ser mais claro: a OE não apoia os Enfermeiros em nada e ponto final.
Nos países desenvolvidos estimula-se a autonomização dos Enfermeiros, descentralizando o sistema de saúde nos seus vários intervenientes.
Em Espanha pensa-se assim: "O pessoal de enfermagem deveria receitar uma grande variedade de substâncias para numerosas doenças". Aqui (Portugal), não. A cultura do empowerment tarda em chegar! Isso também não consta no dicionário da OE.

Comments:
Sr. Dr. enfermeiro, tirei o chapéu por pouca gente nesta vida, tiro-o a si!
Um bem haja!
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Falam tanto do desemprego em enfermagem, mas ninguem refere que dentro da classe existem profissionais que tem 2 a 3 empregos, ocupando o lugar (e ficando com o ordenado) que poderia sr de mais dois! Viva os enfermeiros...essa classe tão brilhante e unida!
 
Mais outro a culpar a acomulaçao de tarefas, burro!
 
Cartão farmácia, médis....a saude é dinheiro meus amigos, e burros somos nós que não o aproveitamos.
 
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

" Camões"

Deixo esta mensagem de Camões que traduz o meu estado de ânimo presente...provavelmente será contestada por quem não a entender...estou-me nas tintas...afinal ..." não se muda já como soía" mas pelo melhor preço que se oferece...

MB
 
É triste perceber que a OE e em última análise os enfermeiros não conseguem regular a sua própria profissão e estamos couraçados numa redoma que ganha mofo e começa a apodrecer a profissão, sem nenhuma hipótese de lufada de ar fresco... As notícias sobre enfermagem são constantemente negativas...
 
É triste é ver uns a apontar o dedo aos outros como se a culpa estivesse sempre no outro. Não se vê outras profissões a criticarem as acumulações e os duplos empregos. Os professores trabalham no publico e privado, os médicos tb, até o padeiro, a mulher a dias, canalizadores êtc têm duplos e triplos empregos, não vejo qual o problema. Os salários são baixos, o custo de vida é alto e é preciso ganhar a vida. Há colegas com duplos empregos que nada tem a ver com a sua profissão. É preciso tirar a cabeça da areia e começar a pensar o que mudar e debatermo-nos por isso, porque só refilar é fácil. Se todos nós só tivessemos um único emprego, será que a enfermagem estaría nos moldes que está hoje?! Penso que pouca diferença havería!!!
 
O que é acumular?
Eu acho que deveria ser obrigatório os Professores de enfermagem acumularem umas horitas nos serviços de saúde como enfermeiros prestadores de cuidados para ficarem mais em contacto com a realidade e não incentivarem a enfermagem virtual na escola, mas sim a real...já agora o mesmo para MAS da OE e amigos...
As pessoas acumulam (maioritariamente) porque ganham pouco e têm família para sustentar, casa para pagar,...e outros casos (mais raros) para ganhar experiência outras áreas.
Já agora os jovens enfermeiros que tanto criticam as acumulações, não os vejo dizer nada pelas 40 horas que trabalham na maioria dos hospitais, em muitos também podiam optar pelas 35 horas e davam emprego a mais uns jovens colegas!!!
Ganhavam era um pouquito menos...pois é...pois é...
 
Caros:

Estamos a precisar da reuniao!

Estamos a atravessar a nossa grd crise pós sec XX.

Vamos apontar data e reunir.

Podem ser convidados de plateia OE, SEP etc.....

Mas vamos entao à reuniao p transbordar p todos o sentimeno silenciosos, mas com potencial p emergir.

Cumprimentos


Bom post! Parabéns Dr Enf
 
Colegas, é importante divulgar por todos os colegas este Blog e outros desta natureza. (Aproveito para dar os parabêns ao Dr Enfermeiro e a todos os intervenientes por este magnifico espaço)
É necessário que os enfermeiros estejam informados dos verdadeiros problemas da profissão e dos verdadeiros interesses das organizações que nos representam.
Penso que após esta tomada de consciência, os passos seguintes seguir-se-ão naturalmente.
Não podemos permitir que estas organizações nos destruam em prol de interesses de grupos minoritários.
Para bem de todos, por favor, AJUDEM NA DIVULGAÇÂO DESTE(S) BLOG(S)!!
 
Caro amigo administrador deste blo :

Sou um leitor assíduo das suas ideias e opiniões.
Devo-lhe dizer que fazem falta mais pessoas como o sr. na nossa profissão. Com ideias claras e objectivas do estado das coisas...
Votos de que não desista tão cedo deste blog, pois ele já constitui sem dúvida alguma um ícon da nossa revolta e indignação !
PARABÉNS !!!

Não pare...
Paulo Monteiro
Viseu
 
Estimados,
Ideias há que nem ao mafarrico lembra...
Refiro-me, mais uma vez à tal portaria nº 149/2007 que confere aos mini-centros de saúde/mini-estabelecimento comercial (venda a retalho), vulgo farmácias, algumas "competências".
Alguém é capaz de me explicar o que são cuidados farmacêuticos, porra? Dou MIL AÉRIOS a quem tiver a arte e o engenho de me convencer.

PARA QUANDO A REUNIÃO,PORRA!

P.S. - Once again: one thousand aérios!
 
caro dr.enf.estou admirado eu pensava que já não havia horario acrescido par os enfermeiros pois na minha instituição foi retirado e todos os enfermeiros aceitaram calmamente não houve greve não ouve revolta será que andámos todos mal informados aqui no norte ?
(já não há acrescido há dois anos na minha instituição )
 
Ainda existem alguns horários acrescidos. Outros estão em renovação. Basta ler o Diário da República.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Não se esqueçam das origens da Enfermagem e do papel das Misericórdias no imaginário dos nossos actores na saúde:
A Irmã de Caridade = igual a Enfermeira;
Padre Capelão = encaminhador das almas dos que não morriam porque não tinham onde cair mortos. Tem dotes divinatórios;
Médico benemérito = infalibilidade garantida só semelhante à do Papa, quando fala "ex-catedra".
A humildade cristão da Irmãzinha passou para a Enfermeira, por isso não pode pôr em causa a obediência com que foi educada, primeiro a Deus e depois aos seus mais dignos representantes: o Padre, na cura e encaminhamneot das almas; o Médico na infalibilidade dos actos sem crítico dos sem abrigo, que não morriam por não terem onde cair mortos.
Quando o cordão umbilical for cortado nas mentes dos enfermeiros, vão descobrir que já andam por aí muitos desalmados que não precisam de padres pois tanto se lhes dá irem para o céu como para o inferno.
Os médicos já não precisam de ir às misericórdias buscar os que ainda têm a vaquinha e a leirinha para os operarem na privada; os enfermeiros são laicos, com todas as suas consequências.
Enquanto forem obedientes e pouco atrevidos; enquanto não descobrirem que só eles podem fazer evoluir a profissão, como dizem as normas da OE que os seus corpos sociais não entendem, vamos dsabafando sob a capa do anonimato.
Mas não há bem que não se acabe, nem mal que sempre dure.
Gardingo
 
Caro Sr Hugo Roque:

Cuidados farmacêuticos são serviços prestados nas farmácias, por farmacêuticos, a doentes crónicos tendo em vista a melhoria da qualidade de vida desses mesmos doentes.
Os programas de cuidados farmacêuticos tiveram inicio em 92 nos EUA com o programa Minnesota. Em 93 a OMS com o documento de Tóquio examinou as
responsabilidades do farmacêutico, em relação às necessidades dos doentes e da comunidade,
englobando-as no conceito de Cuidados Farmacêuticos. .De todos os factores mencionados
no Documento de Tóquio, os que mais preocupam a OMS, e que podem ser minimizados com o
aparecimento dos Cuidados Farmacêuticos são:
- O envelhecimento da população conduz não só ao aumento do número de doenças crónicas
como também ao de doentes polimedicados. Através da prática dos Cuidados Farmacêuticos é
possível controlar a terapêutica destes doentes e ajudá-los a utilizá-la da melhor maneira.
- O aumento dos custos na área da Saúde Pública. Os Cuidados Farmacêuticos podem contribuir
para a redução destas despesas, por intermédio da prevenção da doença, promoção da saúde e do
uso racional do medicamento.
- Os medicamentos são e serão cada vez mais complexos, pelo que é necessário que os doentes
estejam mais bem informados sobre a sua utilização. Todavia, o aconselhamento farmacêutico
prestado na altura da dispensa não é suficiente. É necessário que o farmacêutico faça o Seguimento
Farmacoterapêutico do doente, para que possa avaliar os resultados obtidos, o que só se torna
viável através da prática de Cuidados Farmacêuticos.
- Os doentes estão cada vez mais bem informados, sendo o seu grau de exigência superior, no
que diz respeito ao seguimento da sua terapêutica, o que se torna exequível com a prática de Cuidados
Farmacêuticos.
- A tendência geral que existe é para que o número de dias de hospitalização diminua, o que leva
a que o doente tenha de ser seguido em ambulatório. O farmacêutico deve estar preparado para
prestar estes cuidados ao doente, fazendo parte integrante de programas de Cuidados Farmacêuticos
Continuados.

Existem actualmente nas farmácias aderentes programas de cuidados farmacêuticos para doentes asmáticos, diabéticos e hipertensos.

Nota; eu depois envio-lhe o NIB onde deverá depositar os "mil aérios" que ofereceu a quem o elucidasse.
 
Cara Srª Helena,
Atente bem no que escreveu. Mas leia atentamente...
Com o devido respeito, mas não faz a mínima ideia do são CUIDADOS. É um conceito que não compreende pois não tem formação para o compreender. Os farmacêuticos não prestam cuidados, compreende?
Do que escreveu, apenas na "alíenea 3" (da sua "descrição") poderá ser encontrado aplicação prática para a actividade do farmacêutico, pese embora o conceito a usar ser outro que não, NUNCA, CUIDADOS. Talvez serviços...Talvez!
"A tendência geral que existe é para que o número de dias de hospitalização diminua, o que leva
a que o doente tenha de ser seguido em ambulatório"

Escreveu e muito bem. E são seguidos... PELOS ENFERMEIROS (cuidados ao domicílio). Não inventem o que já está mais que inventado.

"O farmacêutico deve estar preparado para
prestar estes cuidados ao doente, fazendo parte integrante de programas de Cuidados Farmacêuticos
Continuados"
Como é? Desculpe mas isto é de bradar aos céus!
Afinal querem ser o quê? Médicos, enfermeiros, ou farmacêuticos?

Mas que porra é que são "Cuidados Farmacêuticos Continuados"?

Parecia que estava a ler o R.E.P.E. (presumo que não saiba o que é: - Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros), só me apercebendo das "diferenças" quando aparecia a palavra farmacêutico!

P.S. Por favor seja mais convincente. Já agora, em vez do NIB, não prefere antes o tal "cartão das farmácias"? É que assim acumula pontos...
 
pois o mais não faz é ilucidar devia fazer sempre como tomar o medicamento ou quando parar ou xarope pra tosse e afins, e off record alguns antibióticos como já vi um colega seu aviar sem receita, depois tem que existir resistências... quando diz cuidados farmacêuticos quer antes dizer olear bem a caixa registadora, esvaziá-la quando necessário, garantir que existam sempre trocos, é o que vemos na prática, ou fazem outras coisas mais?
Desassossego
 
Ó Helena não seria melhor adoptar outra numenclatura para falar no que faz um farmacêutico?
Essa dos cuidados cheira assim a a modos que a invasão dos termos da Enfermagem (Cuidar, Cuidado, Continuado), não é?
Mas não são só os termos, é também o exercício de profissão titular que não está de acordo com as habilitações titulares do farmacêutico, não lhe parece.
É do domínio público que há centenas de farmácias a fazerem exercício ilegal de enfermagem, quando os enfermeiros eram poucos e tinham de se limitar ao exercício hospitalar. Mas a situação mudou e vai ter de provar isso que diz, porque os enfermeiros vão atacar isso na fonte. Só o não fizeram porque em vez de um Bastonário têm um Cêpo. Mas isso não dá o direito a ninguém de invadir a nossa área, muito menos aos farmacêuticos.
Com que então: prevenção da saúde promoção da doença. Se estivesse a dizer isso com sinceridade e percebesse mais ou menos o dislate, se não houvesse doente e não doentes a comprar medicamentos, tomem-nos ou não, Você Leninha, comia de quê.
A Enfermagem é tão apetecível que vem o médico da Missão Impossível e diz que a DGS só emite indicadores de qualidade para os médicos, não os emite para Enfermeiros. Mas entretanto esqueceu-se de que o médico é para as doenças e os indicadores são de promoção e prevenção da doença. Se não houver doentes para que são precisos os médicos?
Se não houver quem receite medicamentos com ou sem comissão, para que são precisas as farmácias e os farmacêuticos?
Deixem a promoção da saúde aos ginásios de educação física; deixem a prevenção das doenças aos enfermeiros, pois são os únicos que não contribuem para os milhares de toneladas de lixo tóxico (ler medicamentos não tomados).
Sigam o conselho de um anónimo da amazónia: cada macaco no seu galho. Procurai o vosso e não pendem que os enfermeiros estão à deriva. Sosseguem.
Gardingo
 
Esqueci-me de que a lei prevê a obrigação das farmácias contratarem os técnicos de que precisam para exercerem actividades tituladas. Se fizerem enfermagem têm de contratar Enfermeiros, que não estã a vender nem a receitar medicamentos mas a exercerem um direito que lhes assiste: defenderem o bom nome da Enfermagem através do uso de práticas correctas e não de socatices.
 
Claramente a Farmácia em Portugal é um sector que primava pela preocupação com a credibilidade de um espaço, como tal os profissionais lutavam pela qualidade de prestação de serviços de aconselhamento, ou seja havia bom senso!! O Fenómeno Parafarmcias surge com uma única preocupação: aumentar os lucros, rentabilizar as vendas!! a saúde em último lugar claro está...o mesmo serve para os ditos cartões.
O que é deveras preocupante é existirem as ditas "vendedoras" que se axam capazes de substituir os profissionais de saúde, nomeadamente no que respeita a rastreios e mesmo no aconselhamento!! é verdade neste país tudo é possível.. mas de volta ao cerne da questão, "revolta". O que se passa neste país é um absurdo, o desrespeito pelos profissionais surge acompanhado de um não aproveitamento de recursos humanos...consequentemente queixam-se do atraso nacional comparativamente a outros países!!
Melhores dias virão.
Parabens pelo blog exemplar.

Cumprimentos a todos os enfermeiros
 
"Cuidados" igual a Enfermeiros

Meus caros técnicosinhos de quatro anos de curso, os cuidados farmaceuticos estão previstos em lei! Deviam ler o novo protocolo de intervenção na diabetes assinado pelo governo!

Para vocês os enfermeiros são os salvadores do mundo, e mais nenhum profissional presta!

E ainda vêem com expressões "porra" comentar para um blogue! Nota-se
"mais não faz é ilucidar devia fazer sempre como tomar o medicamento ou quando parar ou xarope pra tosse e afins". Coitadinhos de vocês...mais não fazem vossas excelências que limpar rabinhos, mudar camas, entre outras tarefas....já que é para relativizar....ao menos que sejam mais generalistas!

Cumprimentos!
 
É muito triste ver pessoas que se dizem profissionais de saúde agir assim...
Afinal o termo "cuidados" é exclusivo dos enfermeiros... acham mesmo? Acreditam mesmo nisso?
Sinceramente não tenho nada contra nenhum enfermeiro. Mas podem crer que vou continuar a fazer o meu trabalho, vou continuar a mexer todos os dias na caixa registadora, vou continuar todos os dias a dispensar medicamentos, vou continuar a acompanhar os meus utentes, a prestar-lhes os cuidados farmacêuticos que merecem.
E vou tambem continuar a medir a tensão aos doentes a quem os enfermeiros do centro de saúde o não fizeram e a determinar glicémias aos doentes que vêm do centro de saúde porque lá não o fazem por falta de tiras ou de paciência.
Não é critica, é apenas a realidade de uma localidade longe dos grandes centros como aquela em que trabalho. Uma localidade onde não há urgências no centro de saúde e em que o hospital mais próximo está a 25km. Uma localidade que tem no centro uma farmácia, onde trabalham 3 farmacêuticos, licenciados por faculdades, não sucateiros como referem.
Se um dos pontos que vos atinge é a possibilidade da administração de injectáveis nas farmácias, digo-vos desde já que a mim não me agrada em nada. Afinal de contas fui eu quem escolheu não ser enfermeira. Quando entrei para a faculdade a minha média era suficiente para entrar em qualquer escola de enfermagem.
Mais uam vez repito que não tenho nada contra qualquer enfermeiro e muito menos contra a classe profissional em geral. Mas se no momento estão a tentar chegar a algum porto, sinceramente duvido que seja por aqui. Numa leitura rápida pelo blog há disparos em todos os sentidos. Médicos, farmacêuticos, AAM's, TAE's, paramédicos, técnicos de diagnóstico... À primeira vista parece que a vontade de lutar é grande, não se percebe muito bem é pelo quê...
 
De volta à história das acumulações, por mto k se fale, por mto que se lute, caros colegas esse problema nunca será resolvido! Pk o enfermeiro é mto mal pago, todos nós sabemos, e viver com um único ordenado é viver com o cinto bastante apertado. Sou apologista do controle das acumulações, o enfermeiro pode acumular mas com um limite, pois todos os dias me deparo com colegas acumular dois horários completos (em hospitais) e ainda mais umas horas em clinicas ou centros de enfermagem. Na realidade está ocupar pelo menos o lugar de 2 enfermeiros. Nestes casos podemos criar mais alguns postos de trabalho. Falaram nos professores, estes até há uns anos atrás podiam acumular o k keria, mas agora só podem acumular 8 horas semanais. Tudo deve ter um peso e medida, para que haja uma qualidade de cuidados. Um enfermeiro que faz cerca de 70 horas semanais, anda cansado, com menos paciencia e atenção para com os doentes, isso vai influenciar certamente nos seus cuidados.
Que fike bem claro que não sou contra as acumulações, pk todos nós mais cedo ou mais tarde acabamos por o fazer, só acho importante haver um limite de horas, tb para segurança dos nosso doentes/utentes.

cumpts
 
As farmácias poderão facultar o Serviço mas não poderão exercer fora do seu próprio âmbito....


Portaria n.o 1429/2007 de 2 de Novembro O regime jurídico das farmácias de oficina, previsto no Decreto -Lei n.o 307/2007, de 31 de Agosto, consagrou a possibilidade de as farmácias prestarem serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem -estar dos utentes.

Esta portaria visa, então, concretizar os serviços que as farmácias poderão prestar aos utentes. Os serviços prestados pelas farmácias cingem -se, necessária e evidentemente, à actividade farmacêutica, pelo que devem respeitar integralmente as competências atribuídas a outras profissões de saúde.

Assim: Manda o Governo, pelo Ministro da Saúde, em cumprimento do disposto no artigo 57.o do Decreto -Lei n.o 307/2007, de 31 de Agosto, o seguinte:

Artigo 1.o Objecto A presente portaria define os serviços farmacêuticos que podem ser prestados pelas farmácias.

Artigo 2.o Serviços farmacêuticos

As farmácias podem prestar os seguintes serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem -estar dos utentes: a) Apoio domiciliário; b) Administração de primeiros socorros; c) Administração de medicamentos; d) Utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica; e) Administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação; f) Programas de cuidados farmacêuticos; g) Campanhas de informação; h) Colaboração em programas de educação para a saúde.

Artigo 3.o Requisitos para a prestação de serviços 1 — Os serviços referidos no artigo anterior têm de ser prestados nas condições legais e regulamentares e por profissionais legalmente habilitados.
2 — Para a prestação dos serviços previstos nas alíneas b), c), d) e e) do artigo anterior, as farmácias devem dispor de instalações adequadas e autonomizadas.
Pelo Ministro da Saúde, Francisco Ventura Ramos, Secretário de Estado da Saúde, em 29 de Outubro de 2007.

Portaria n.o 1430/2007 de 2 de Novembro O regime jurídico das farmácias de oficina, estabelecido no Decreto -Lei n.o 307/2007, de 31 de Agosto, eliminou as regras restritivas de acesso à propriedade das farmácias.

NÃO ESQUECER ISTO :

" Os serviços prestados pelas farmácias cingem -se, necessária e evidentemente, à actividade farmacêutica, pelo que devem respeitar integralmente as competências atribuídas a outras profissões de saúde."

E ISTO :

Artigo 3.o Requisitos para a prestação de serviços

1 — Os serviços referidos no artigo anterior têm de ser prestados nas condições legais e regulamentares e por profissionais legalmente habilitados.

E Não esquecer o Código Deontológico dos Farmacêuticos Portugueses , no que respeita a relação com outros profissionais de saúde.......

Espero ter esclarecido...
 
Cuidados já não é termo exclusivo dos enfermeiros.
E lembrar-me eu daqueles dragões médicos a vomitar fogo quando os enfermeiros começaram a usar a expressão "consulta" de Enfermagem.
Ser um bombeiro (estão na moda e são alunos muito aplicados nas lições que alguns enfermeiros lhes dão), ou um advogado ou engenheiro, não os preocupava. Mas o Enfermeiro, senhores... está tão próximo que pode dar confusão ao intitular-se consultor de Enfermagem.
Consultor só há um: o médico e mais nenhum!
Agora para receberem aquelas bateladas das USF, parece que é castigo?!
Então não querem ver que são tudo expressões dos enfermeiros!!!
E para que não haja confusões até dão preferência de execução aos mesmos.
O Pisco diz que são como o OMO a var e eles a descansar.
"O gato a fazer versos e o poeta no telhado; compadre, está tudo errado, compadre está tudo errado".
Gardingo
 
Assim como o Sr. Rui Barbosa, tiro o chavéu pra você. Sou Farmacêutica no Brasil. Pela sua postagem percebo que as "coisas" por aí são exatamente como aqui.Você disse tudo e mais um pouco.
Visite meu blog/site , será um prazer.
Abraços

www.saude-com-ciencia.blogspot.com
 
Aos"Cuidados farmacêuticos"aqui no Brasil chamamos de Assistência Farmacêutica.
Acompanhamos o paciente após o início do tratamento com relação ao correto uso do medicamento prescrito pelo médico e, por vezes, aplicado pelo enfermeiro.A saber...às vezes existem efeitos colaterais e eventos adversos, interações com outros medicamentos ou alimentos.E nós, farmacêuticos, estamos lá incansáveis e sempre atentos para propiciar a excelência na Assistência farmacêutica.Quantas e quantas vezes já perguntei a um paciente: Você irá tomar essa cápsula (com tetraciclina) de que forma? Ele respondia:Com leite.É sabido que com leite a tetraciclina não atua. Então orientava que a devida administração deveria ser com água.
 
Bem, sou Licenciado em Ciências Farmacêuticas e Licenciado em Enfermagem. Por opção, exerço desde sempre Enfermagem. Informo os defensores de certas práticas por parte de Farmaceuticos que estes não estão, de forma alguma, habilitados ou detentores do mais elementar conhecimento para o fazerem. Informem-se sobre os programas de Licenciatura em Ciencias Farmaceuticas: 80% Engenharia Quimica, 15% de Biologia e uns 5% de noções de saúde, tal como uma anatomia de "atirar pó para os olhos..."! E são estes profissionais que vão prestar CUIDADOS? O seu a seu dono! Cuidar é para ENFERMEIROS! Mas a culpa é de quem? Nossa, de cada um de nós, mas tambem de quem (NAO) nos representa e (NAO) nos defende - nomeadamente a Ordem dos Enfermeiros. Porque será que nunca ouvi a Ordem propor consultas de enfermagem e prestação de cuidados primários nas Farmácias, em parceria? Elementar, e uma boa solução de empregabilidade... Mas se calhar sou muito iluminado e esta ideia é aberrante... Temos pouco, cada vez nos tiram mais... e quem podia marcar a diferença aceita isto calado! Lamentável... Cumprimentos e PARABENS pelo trabalho, Doutor Enfemeiro! Bem haja!
 
Srª Helena, com o devido respeito... conhece o modelo pedagógico de formação em Farmácia nos Estados Unidos, correcto? É que estar a comparar esse mesmo modelo ao que é aplicado no ensino superior Portugues revela ousadia, descaramento e porque não dizê-lo... ignorância! Aplique aqui no blog a realidade nacional: a quimica, o marketing, o lucro, o tratamento impessoal do utente (desde logo afastado por um balcão) e o perfeito desconhecimento da doença, da prevençao, da cura, do cuidado e da arte do cuidar... Não queremos saber de tóquio, de minnesota... E não nos venha relembrar as guidelines/recomendações da OMS: Nós somos Enfermeiros, lidamos com elas todos os dias!
 
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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!