terça-feira, setembro 12, 2006
Testemunho de um colega...
Como este, o desespero reina por aí, nos meandros da Enfermagem. A nossa bastonária (com uma Ordem milionária à custa das quotas de desempregados inclusivé) é que não quer saber disto para nada.
Aqui fica. Para ler e ver o como está a Enfermagem em Portugal.
"Hoje li um artigo no "jornal de notícias" que os cursos de tecnologias da saúde estão a formar muitos mais profissionais do que Portugal necessita, que os alunos e respectivas famílas estão a ser enganadas, investindo milhares de euros em escolas particulares sem retorno porque não têm trabalho.
Segundo o mesmo artigo o mesmo não se passa em relação a Enfermagem,o que é literalmente mentira.
Sou Enfermeiro, nos últimos 3,4 anos tenho assistido ao nascimento de escolas de enfermagem particulares, principalmente no Norte do País, com centenas de alunos e muitas vezes sem as mínimas condições de formação.
Existem actualmente milhares de Enfermeiros no desemprego e/ou com vínculos percários.
A título de exemplo temos empresas de recursos humanos que oferecem propostas de prestação de serviços a recibo verde,de 5 euros á hora, sem direito a férias ou subsídio de, sem direito a 14ª mês, sem subsídio de alimentação,a trabalhar por turnos e desses míseros 5 euros ainda têm de descontar 20% para IRS e mais 10% para segurança social.
Os hospitais estatais, privados ou semi privados quase na totalidade oferecem contratos de trabalho 3+3 meses, ou seja ou fim de 3 meses podemos estar no desemprego, alguns não pagam as horas extrodinárias, outros despedem os Enfermeiros no final do contrato sem estes terem gozado as férias a que tinham direito.
Realmente a tutela admite que para os serviço de saúde funcionarem na perfeição e prestarem cuidados de Enfermagem de excelência, seriam necessários mais 21 mil Enfermeiros, mas actualmente em nome dos cortes e diminuição da despesa Pública, assistimos a uma diminuição drástica de recursos humanos em Enfermagem.
Obrigado."
Autor identificado in http://jn2.sapo.pt/seccoes/mensagem.asp?96027
Comments:
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o titulo deste blog diz tudo!Enquanto voces não pararem com esta mania de quererem ser doutores (que não são!) nunca vão evoluir como profissionais!Querem o monopolio da saude para poderem ter 2 e 3 empregos e ganharem à custa dos doentes???Era só o que faltava!Que abrem mais vagas, que venham do leste ou do resto do mundo para ver se acabam com os chulos deste País!Sim são licenciados, mas não se esquçam que Enfermagem não é curso Universitario e existem muitos licenciados a ganharem menos que voces?Trabalho precário?Bem-vindos a Portugal!!Ganham como bacharel?tem a certeza disso?então comparem o vosso indice 100 com o ordenado dos tecnicos de saude (que também são licenciados, de um curso politecnico como o vosso) ou de um tecnico oficial de contas (bacharel) e depois digam qualquer coisa? E quantos engenheiros, economistas, gestores licenciados universitarios ganham menos que voces?já se esqueceram que a Industria é o motor de um País e da responsabilidade que tem um engenheiro ou um arquitecto (da qual dependem milhares de vidas? ou acham que´não é importante se pontes cairem, aviões, etc..?).Por ultimo a prescrição de medicamentos: Acha que faria algum sentido num país com as nossas dimensões?possuiem voces as capacidades cientificas para tal?claro que não, se até os medicos cometem erros...e depois estao a esquecer-se que nesses países os enfremeiros só podem prescrever medicamentos que já seja habitual um médico prescrever, podendo ser julgados e excluidos da ordem e respectiva profissão caso prescrevam medicamentos que não esteja nessas condições! entendam de um vez por todas: Enfermeiro percebe de enfermagem, médico percebe de medicina!As 2 (e outras como tec.diagnostico, auxiliares,etc..) complementam-se em prol da saude do doente mas são PROFISSOES COMPLETAMENTE DISTINTAS!!!
Numa coisa estou completamente de acordo com esta besta que escreveu o comentário anterior. O médico percebe de medicina e o enfermeiro de enfermagem. Isso é inegável.
Mas informo que o Curso de Licenciatura em Enfermagem já se encontra inserido no Ensino Superior Universitário em algumas instituições aqui em Portugal. A Universidade do Minho é um exemplo. Veja no site se não acredita...
E só mais uma coisa: Dr. (Doutor) é o título que designa o grau académico de licenciado. Não sei com que raciocínio idiota afirma que os enfermeiros (licenciados como são) não são doutores. Uma coisa é verdade, tal como os engenheiros não são designados por doutores, também os enfermeiros de tal não necessitam para assumirem o seu papel de licenciados.
E o senhor (sim, a besta que escreveu anteriormente) que não é enfermeiro não se atreva a opinar sobre como a minha profissão e CIÊNCIA poderá ou deixará de evoluir. Opine sobre a sua, se é que a tem.
E, por favor, informe-se antes de vir com verborreia ofensiva, despropositada e sem fundamento.
Mas informo que o Curso de Licenciatura em Enfermagem já se encontra inserido no Ensino Superior Universitário em algumas instituições aqui em Portugal. A Universidade do Minho é um exemplo. Veja no site se não acredita...
E só mais uma coisa: Dr. (Doutor) é o título que designa o grau académico de licenciado. Não sei com que raciocínio idiota afirma que os enfermeiros (licenciados como são) não são doutores. Uma coisa é verdade, tal como os engenheiros não são designados por doutores, também os enfermeiros de tal não necessitam para assumirem o seu papel de licenciados.
E o senhor (sim, a besta que escreveu anteriormente) que não é enfermeiro não se atreva a opinar sobre como a minha profissão e CIÊNCIA poderá ou deixará de evoluir. Opine sobre a sua, se é que a tem.
E, por favor, informe-se antes de vir com verborreia ofensiva, despropositada e sem fundamento.
Bom não lhe vou responder à letra pq o senhor não merece tal. 1º a enfermagem NÃO É UM CURSO UNIVERSITARIO (o facto estar englobado em certos sitios em unIVERSIDADES como acontece no Minho, aveiro, Algarve et..não sigfica que seja um CURSO UNIVERSITARIO) . ENFERMAGEM É UM CURSO POLITECNICO (TAL COMO OS TECNICOS DE DIAG. E TERAPEUTICA) E SE NAO ACREDITA VÁ AO SITE DO MINISTERIO DE EDUCAÇÃO OU DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR. INFORME-SE!~
2º SÓ É DOUTOR QUEM TEM UM DOUTORAMENTO!
3-Convencionou-se chamar-se doutores aos médicos (devido ao ingles MD (medical degree)) e também a todos os licenciados mas universitarios (arquitectos e engenheiros tb costumam por vezes serem designados por doutores embora estas classes prefiram os titulos de arquitecto e engenheiro por forma a distinguirem-se dos demais licenciados.
4-LICENCIADOS POLITECNICOS NÃO SAO CHAMADOS DE DOUTORES EM NENHUMA PARTE NO MUNDO.PONTO FINAL
2º SÓ É DOUTOR QUEM TEM UM DOUTORAMENTO!
3-Convencionou-se chamar-se doutores aos médicos (devido ao ingles MD (medical degree)) e também a todos os licenciados mas universitarios (arquitectos e engenheiros tb costumam por vezes serem designados por doutores embora estas classes prefiram os titulos de arquitecto e engenheiro por forma a distinguirem-se dos demais licenciados.
4-LICENCIADOS POLITECNICOS NÃO SAO CHAMADOS DE DOUTORES EM NENHUMA PARTE NO MUNDO.PONTO FINAL
Permitam-me que me intrometa na discussão.
Efectivamente a Licenciatura em Enfermagem enquadra-se no Ensino Superior Politécnico e não no Universitário. A grande diferença entre estes é a nível do propósito da formação, sendo que o Politécnico está essencialmente dirigido para a preparação para a vida profissional. Não obstante, a Enfermagem enquanto ciência tem sofrido avanços também em Portugal, fruto da investigação que cada vez mais e melhor é realizada pelos licenciados em Enfermagem.
Já afirmei variadíssimas vezes (e aqui na blogosfera não foi excepção) que mais do que serem chamados Dr.'s os enfermeiros devem adoptar o comportamento que se exige a qualquer licenciado. Também já defendi que não vejo interesse na prescrição farmacológica pelos enfermeiros, apenas porque o planeamento, execução e avaliação das intervenções autónomas e exclusivas da enfermagem, desde que tornadas "mais visíveis", são garante da evolução da profissão social e cientificamente.
Em alguns países apenas os médicos são chamados "doutores". Aqui em Portugal também os licenciados em Direito são usualmente chamados da mesma forma. Claro que em "ambientes académicos" todos os licenciados são apelidados de doutores (leia-se dr. de licenciado). Quanto aos enfermeiros, penso que deverá ser motivo de orgulho a designação exclusivista que sempre possuíram. (Para mim o respeito, admiração e confiança dos doentes não se vê pelo facto de adicionarem "Dr" no início ou no final das suas expressões).
Não tenho a certeza se Fisioterapia se enquadra no Ensino Politécnico, mas penso que sim e tem vindo a assistir-se também à designação dos fisioterapeutas como Dr's, mesmo socialmente. Talvez o Sr. Anónimo (presumo que médico) possa esclarecer melhor esta situação.
Cumprimentos.
Efectivamente a Licenciatura em Enfermagem enquadra-se no Ensino Superior Politécnico e não no Universitário. A grande diferença entre estes é a nível do propósito da formação, sendo que o Politécnico está essencialmente dirigido para a preparação para a vida profissional. Não obstante, a Enfermagem enquanto ciência tem sofrido avanços também em Portugal, fruto da investigação que cada vez mais e melhor é realizada pelos licenciados em Enfermagem.
Já afirmei variadíssimas vezes (e aqui na blogosfera não foi excepção) que mais do que serem chamados Dr.'s os enfermeiros devem adoptar o comportamento que se exige a qualquer licenciado. Também já defendi que não vejo interesse na prescrição farmacológica pelos enfermeiros, apenas porque o planeamento, execução e avaliação das intervenções autónomas e exclusivas da enfermagem, desde que tornadas "mais visíveis", são garante da evolução da profissão social e cientificamente.
Em alguns países apenas os médicos são chamados "doutores". Aqui em Portugal também os licenciados em Direito são usualmente chamados da mesma forma. Claro que em "ambientes académicos" todos os licenciados são apelidados de doutores (leia-se dr. de licenciado). Quanto aos enfermeiros, penso que deverá ser motivo de orgulho a designação exclusivista que sempre possuíram. (Para mim o respeito, admiração e confiança dos doentes não se vê pelo facto de adicionarem "Dr" no início ou no final das suas expressões).
Não tenho a certeza se Fisioterapia se enquadra no Ensino Politécnico, mas penso que sim e tem vindo a assistir-se também à designação dos fisioterapeutas como Dr's, mesmo socialmente. Talvez o Sr. Anónimo (presumo que médico) possa esclarecer melhor esta situação.
Cumprimentos.
Realemente os fisioterapeutas mtas vezes auto-intitulam-se de dr's, mas no mei cientifico não são designados por tal mas sim por tecnicos (a pop. em geral é que muitas das vezes confunde medico fisiatra com fisioterapeuta daí por vezes a designação errónea de Dr's). Mas relativamente aos titulos isso é tudo uma grande treta (eu por acaso até sou doutor (não só devido à minha licenciatura mas pq até sou doutorado) e não faço questão de usar qq titulos!É pura vaidade meus senhores pois eu não sou melhor que um pedreiro ou servente que carrega o balde de cimento que fez a minha casa!Compreenda-se que eu não odeio os enfermeiros e respeito imenso a classe (que me conhece pode comprovar que eu os trato de igual para igual pq é assim que tem que ser, ja que somos todos iguais). Admiro a enfermagem, acho um profissão linda (como acho todas as outras) mas o que eu realmente não suporto é da mania terrivel que vejo crescer dentro dos enfermeiros mais novos de querer misturar àguas!Não vejo esse comportamento nos enfermeiros formados (tb licenciados) há 10/15 anos. Esses sim verdadeiros profissinais (sem ser capachinhos que é a ideia que voces mais novos tem) e que merecem todo o respeito e serem tratados como profissionais que saõ!A todos os outros enfermeiros, que têm comportamentos tão errados, como muitas vezes se passa no HGO (é só ver as quixas dos doentes) eu só posso dizer uma coisa: Envergonham a classe e se não se respeitarem como profissionais jamais serão respeitados!Até podem ser licenciados em enfermagem, mas jamais serão ENFERMEIROS! qt so senhor Enf Rui, peço perdão pelas palavras que escrevi mais duras (fruto mais da desilusão que sinto pelos jovens de hoje (eu apesar dos meus 35 anos não sou tão jovem como voces)) e permita-lhe que lhe diga pelas poucas palavra que li do senhor que você sim é um verdadeiro doutor!(doutor para mim não é titulo mas mais respeito).Espero que com a nova lei chegue longe no seu cargo, já que ela vai premiar o esforço, a dedicação e a competencia e não duvido que a tenha. Quanto aos outros (enf, medicos, tec.diag, etc...) cuja a única função é terem a mania que são doutores e que querem fazer da saúde um autentico mercenato, se ficarem no desemprego não me vai fazer qq confusao!Um bem haja para todos os enfermeiros que amam VERDADEIRAMENTE a sua profissão (sublinho verdadeiramente pq há tao poucos meus Deus (assim como medicos) e se é enf sabe do que estou a falar). Orgulho-me imenso do que sou, não pelos títulos que arduamente conquistei, mas pela pessoa que sou, pelos meus valores e daí toda esta minha fúria que aqui foi dirigida a alguns enfermeiros, mas que também é comum ser dirigida a outras classes, que pretendem transformar a saúde num negócio sem escrupulos e lucrativo! e com isto me retiro!!
De facto, em teoria, a nova lei "vai premiar o esforço, a dedicação e a competencia". Só espero que estes valores não sejam ultrapassados por outros que por vezes mais se elevam. O interesse, a luta desenfreada pelo poder e as famosas "cunhas"...
Mas concordo que este sistema mude. Andam uns a trabalhar para outros "gozarem".
Cumprimentos.
Mas concordo que este sistema mude. Andam uns a trabalhar para outros "gozarem".
Cumprimentos.
Ex.mo Sr. Anónimo,
Antes de prosseguir com a minha resposta, deixe-me desde já prestar-lhe uma explicação (voluntária) acerca do título deste blog.
É que, no seu comentário, faz denotar que a questão dos “doutores” está intimamente relacionada com os enfermeiros recém-formados. Eu não sou enfermeiro recém-formado. Sou Enfermeiro (licenciado), com um mestrado (título académico) e uma licenciatura a concluir noutra área (fruto de uma paixão intelectual). Trabalho como Enfermeiro, com prazer e dedicação. Deixo claro desde já (visto que já foi acusado outrora), que não pretendo ser médico, comparado a médico ou confundido com um médico. Nunca me candidatei à licenciatura em medicina, nem irei ou pretendo fazê-lo
O título deste blog, “Doutor Enfermeiro”, surgiu devido a uma questão pragmática actual, e alude sob um ponto de vista “pseudo-irónico-causalista” este assunto. Ou seja, sim, os Enfermeiros são licenciados (vulgo doutores), mas têm o seu título individual e característico (“Enfermeiro”). Não pretendemos que nos chamem doutores. O título é reflexivo e apenas reproduz a viragem que decorreu na profissão. Não pretende a assumpção de coisa alguma, mas evidentemente, cada indivíduo (leitor) interpreta-o à luz do seu conhecimento acerca da profissão. O seu conhecimento acerca deste item é notoriamente discrepante do meu. O sr. Anónimo encontra-se no direito de exercício e julgamento cognitivo com a total liberdade que a constituição da República Portuguesa lhe confere.
Vossa excelência, que se mostra tão indignado e indiferente à questão do uso dos títulos académicos (“Mas relativamente aos titulos isso é tudo uma grande treta (eu por acaso até sou doutor (não só devido à minha licenciatura mas pq até sou doutorado) e não faço questão de usar qq títulos. É pura vaidade meus senhores pois eu não sou melhor que um pedreiro ou servente que carrega o balde de cimento que fez a minha casa!”), mostrou-se preocupado acerca dos títulos dos Enfermeiros de uma forma parcial e retrógada. Num momento em que a Enfermagem é das classes com maior incidência de aquisição de títulos académicos nos hospitais (elevada percentagem de mestres), superando mesmo a classe médica (maioria é apenas licenciada), é legítimo pensar numa reformulação da carreira nas suas vertentes científicas, técnicas e humanas. Relembro que os Enfermeiros não querem com isto substituir quem quer que seja. Faz parte apenas da questão formativa característica e inerente aos Enfermeiros. A perspectiva meramente técnica e subordinada dos enfermeiros, deve ser RAPIDAMENTE abandonada (o que vem acontecendo progressivamente).
No que toca à prescrição de ALGUNS fármacos por parte dos Enfermeiros serve apenas para agilizar o sistema de saúde e o atendimento aos utentes. Numa perspectiva actual, os Enfermeiros são dependentes dos médicos na intervenção farmacológica. Ou seja, tome por exemplo, um Enfermeiro sozinho numa ambulância. Este está severamente limitado na sua actuação, acarretando prejuízos graves para a vida humana. Ora, grande parte dos Enfermeiros sabe actuar com muita precisão, e sob algoritmos protocolados poderia intervir farmacologicamente. Actualmente numa questão de vida/morte, o Enfermeiro poderá actuar. Mas todo este processo deveria ser legalmente coberto e clarificado. Nos cuidados continuados, por exemplo, os Enfermeiros deveriam ter autonomia na escolha de analgésico e outros fármacos. O que se verifica em grande parte dos casos, é que o médico apenas regista a administração que o enfermeiro previamente já havia feito. Este tipo de situações não estão contempladas na lei, mas deveriam estar. Não é necessário um médico para administrar um simples paracetamol (note-se: medicamente não sujeito a receita médica), é necessário um médico. Qualquer Enfermeiro deveria estar apto (após certificação de formação farmacológica) a administrar fármacos durante o suporte avançado de vida, deveria poder desfibrilhar sem presença de médico, deveria poder intubar (de facto, imensos enfermeiros fazem-no em pretensão do médico). As experiências levadas a cabo no Reino Unido com a prescrição por Enfermeiros têm revelado resultados espantosos, similares aos médicos e em certas áreas, com menor percentagem de erros técnicos!!
Os Enfermeiro sabem certamente a que me refiro.
É uma questão de qualidade de cuidados.
Em relação aos Enfermeiros na sua globalidade, penso que começa a existir um certo receio da “imposição” dos Enfermeiros na sociedade. Lembro-me do “burburinho” que causou um artigo de Dr. Kuteev-Moreira, que referia a existência de estudos que apontavam a profissão de Enfermagem como uma das cinco mais prestigiadas da actualidade. Portugal inclusivé.
Nos EUA existem estudos que confirmam esta tendência. Estudos esses colocam o prestígio dos Enfermeiros à frente dos engenheiros, advogados, professores, etc… Não sou quem o afirma, são estudos de opinião pública.
Os Enfermeiros não pretendem assumir o lugar de ninguém, apenas demonstrar a qualidade dos seus cuidados e a utilidade pública da profissão. Não prendemos títulos, mas sim formação que nos permita evoluir. E que outra profissão teve um evolução tão célere como a Enfermagem nos últimos anos? Se reflectir bem, absolutamente nenhuma.
Antes de prosseguir com a minha resposta, deixe-me desde já prestar-lhe uma explicação (voluntária) acerca do título deste blog.
É que, no seu comentário, faz denotar que a questão dos “doutores” está intimamente relacionada com os enfermeiros recém-formados. Eu não sou enfermeiro recém-formado. Sou Enfermeiro (licenciado), com um mestrado (título académico) e uma licenciatura a concluir noutra área (fruto de uma paixão intelectual). Trabalho como Enfermeiro, com prazer e dedicação. Deixo claro desde já (visto que já foi acusado outrora), que não pretendo ser médico, comparado a médico ou confundido com um médico. Nunca me candidatei à licenciatura em medicina, nem irei ou pretendo fazê-lo
O título deste blog, “Doutor Enfermeiro”, surgiu devido a uma questão pragmática actual, e alude sob um ponto de vista “pseudo-irónico-causalista” este assunto. Ou seja, sim, os Enfermeiros são licenciados (vulgo doutores), mas têm o seu título individual e característico (“Enfermeiro”). Não pretendemos que nos chamem doutores. O título é reflexivo e apenas reproduz a viragem que decorreu na profissão. Não pretende a assumpção de coisa alguma, mas evidentemente, cada indivíduo (leitor) interpreta-o à luz do seu conhecimento acerca da profissão. O seu conhecimento acerca deste item é notoriamente discrepante do meu. O sr. Anónimo encontra-se no direito de exercício e julgamento cognitivo com a total liberdade que a constituição da República Portuguesa lhe confere.
Vossa excelência, que se mostra tão indignado e indiferente à questão do uso dos títulos académicos (“Mas relativamente aos titulos isso é tudo uma grande treta (eu por acaso até sou doutor (não só devido à minha licenciatura mas pq até sou doutorado) e não faço questão de usar qq títulos. É pura vaidade meus senhores pois eu não sou melhor que um pedreiro ou servente que carrega o balde de cimento que fez a minha casa!”), mostrou-se preocupado acerca dos títulos dos Enfermeiros de uma forma parcial e retrógada. Num momento em que a Enfermagem é das classes com maior incidência de aquisição de títulos académicos nos hospitais (elevada percentagem de mestres), superando mesmo a classe médica (maioria é apenas licenciada), é legítimo pensar numa reformulação da carreira nas suas vertentes científicas, técnicas e humanas. Relembro que os Enfermeiros não querem com isto substituir quem quer que seja. Faz parte apenas da questão formativa característica e inerente aos Enfermeiros. A perspectiva meramente técnica e subordinada dos enfermeiros, deve ser RAPIDAMENTE abandonada (o que vem acontecendo progressivamente).
No que toca à prescrição de ALGUNS fármacos por parte dos Enfermeiros serve apenas para agilizar o sistema de saúde e o atendimento aos utentes. Numa perspectiva actual, os Enfermeiros são dependentes dos médicos na intervenção farmacológica. Ou seja, tome por exemplo, um Enfermeiro sozinho numa ambulância. Este está severamente limitado na sua actuação, acarretando prejuízos graves para a vida humana. Ora, grande parte dos Enfermeiros sabe actuar com muita precisão, e sob algoritmos protocolados poderia intervir farmacologicamente. Actualmente numa questão de vida/morte, o Enfermeiro poderá actuar. Mas todo este processo deveria ser legalmente coberto e clarificado. Nos cuidados continuados, por exemplo, os Enfermeiros deveriam ter autonomia na escolha de analgésico e outros fármacos. O que se verifica em grande parte dos casos, é que o médico apenas regista a administração que o enfermeiro previamente já havia feito. Este tipo de situações não estão contempladas na lei, mas deveriam estar. Não é necessário um médico para administrar um simples paracetamol (note-se: medicamente não sujeito a receita médica), é necessário um médico. Qualquer Enfermeiro deveria estar apto (após certificação de formação farmacológica) a administrar fármacos durante o suporte avançado de vida, deveria poder desfibrilhar sem presença de médico, deveria poder intubar (de facto, imensos enfermeiros fazem-no em pretensão do médico). As experiências levadas a cabo no Reino Unido com a prescrição por Enfermeiros têm revelado resultados espantosos, similares aos médicos e em certas áreas, com menor percentagem de erros técnicos!!
Os Enfermeiro sabem certamente a que me refiro.
É uma questão de qualidade de cuidados.
Em relação aos Enfermeiros na sua globalidade, penso que começa a existir um certo receio da “imposição” dos Enfermeiros na sociedade. Lembro-me do “burburinho” que causou um artigo de Dr. Kuteev-Moreira, que referia a existência de estudos que apontavam a profissão de Enfermagem como uma das cinco mais prestigiadas da actualidade. Portugal inclusivé.
Nos EUA existem estudos que confirmam esta tendência. Estudos esses colocam o prestígio dos Enfermeiros à frente dos engenheiros, advogados, professores, etc… Não sou quem o afirma, são estudos de opinião pública.
Os Enfermeiros não pretendem assumir o lugar de ninguém, apenas demonstrar a qualidade dos seus cuidados e a utilidade pública da profissão. Não prendemos títulos, mas sim formação que nos permita evoluir. E que outra profissão teve um evolução tão célere como a Enfermagem nos últimos anos? Se reflectir bem, absolutamente nenhuma.
No país dos doutores, porque razão não hão-de os enfermeiros ser doutores? Por múltiplas razões que não vou pretender esgotar. Os profissionais academica e legalmente habilitados a exercer medicina são tratados pelo título de doutor em qualquer país dos mundo. Só para citar alguns países civilizados, a França, o Reino Unido e Alemanha o título de Doutor está reservado aos médicos e aos doutorados sendo que neste útimo caso acresce o ramo (Doutor em Letras, p. explo). A Universidade de Bolonha, berço da instituição universitária, foi criada para ministrar os cursos de Medicina, Direito e Teologia pelo que a tradição universitária da Medicina é suficientemente antiga e merecedora do título profissional. A habilitação profissional dos Enfermeiros, reconhecida pela directiva europeia de equivalência de formações, é o Diploma em Enfermagem. Para tratar os enfermeiros por doutores (o que seria abusivo, pois mesmo os licenciados não têm formação universitária) teriam de escrever as habilitações na testa. Como seriam tratados os enfermeiros espanhóis e os bacharéis por exemplo? Os mestrados e doutoramentos em Enfermagem são habilitações académicas e não, profissionais, pelo que não modificam os títulos profissionais. Para um médico, com formação universitária de 6 anos e 2 de estágio para estar profissionalmente habilitado, tratar um enfermeiro por senhor doutor (o que seria ridículo), o enfermeiro teria de tratá-lo por senhor super doutor.
Apenas uma correcção se tal me for permitido. Nos países anglo-saxónicos os médicos utilizam a abreviatura latina MD que significa Medicinae Doctor (exemplo: Fulano, MD). Se existe para designar Medical Degree desconheço e se existir não é a mesma que empregam junto ao nome dos médicos.
Poxa vida!! Como é que pode em meio a tanta coisa mais importante, ficar brigando pelo fato de ser ou não doutor, de ser um curso universitário ou não?
A enfermagem está muito acime de tudo isso!
Aqui no Brasil, a Enfermagem É SIM um curso superior... Não vejo porque não deveria ser.
Ainda assim, pergunto-me qual a razão dessa discussão? Alias, qual a razão de um ser que aparentemente nao é enfermeiro, vir discutir entre os que são sobre a profissão?
Enfermeiros Doutore, sim. Enfemrmeiros em Nível Superior, sim!
Agora, que tem coisa mais importante pra ser discutida... isso é certeza!
Da próxima vez que vier falar contra a Enfermagem, pense antes em que vc anda fazendo com sua profissao? Se preocupa-se tanto com o crescimento desta, é porque não tem confiança na ecolução da sua, seja lá qual for!!
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A enfermagem está muito acime de tudo isso!
Aqui no Brasil, a Enfermagem É SIM um curso superior... Não vejo porque não deveria ser.
Ainda assim, pergunto-me qual a razão dessa discussão? Alias, qual a razão de um ser que aparentemente nao é enfermeiro, vir discutir entre os que são sobre a profissão?
Enfermeiros Doutore, sim. Enfemrmeiros em Nível Superior, sim!
Agora, que tem coisa mais importante pra ser discutida... isso é certeza!
Da próxima vez que vier falar contra a Enfermagem, pense antes em que vc anda fazendo com sua profissao? Se preocupa-se tanto com o crescimento desta, é porque não tem confiança na ecolução da sua, seja lá qual for!!
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