quinta-feira, outubro 28, 2010
Doutor Enfermeiro conversa com... Enf. Jorge Leitão
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O blog Doutor Enfermeiro inicia uma nova rubrica. Um conjunto de entrevistas, regulares, objectivas, acerca dos temas mais marcantes do sector da saúde, centrado concretamente na Enfermagem, sem nunca colocar de parte outras actualidades de interesse. Serão sempre convidadas um conjunto de personalidades relevantes para o assunto em debate.O próximo rol de entrevistas versarão sobre o Pré-Hospitalar e o papel dos Enfermeiros no Sistema de Emergência.
Entre os próximos convidados encontram-se Operacionais do INEM (VMER, Helicóptero, CODU, SIV, CIPSE), Ex-Presidentes do INEM, Sindicalistas, Presidentes de Associações Profissionais ligadas à Emergência, Enfermeiros dos Corpos Directivos da Ordem dos Enfermeiros, entre outros.
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Entre os próximos convidados encontram-se Operacionais do INEM (VMER, Helicóptero, CODU, SIV, CIPSE), Ex-Presidentes do INEM, Sindicalistas, Presidentes de Associações Profissionais ligadas à Emergência, Enfermeiros dos Corpos Directivos da Ordem dos Enfermeiros, entre outros.
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Enfermeiro desde Dezembro de 1985
Actividade profissional desenvolvida nos HUC (até Setembro de 1997) e CHC (desde Setembro de 1997)
Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Curso de Administração em Serviços de Enfermagem
Curso de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem
Pós-graduação em Urgência e Emergência
Enfermeiro Chefe desde Setembro de 1997 (Centro Hospitalar de Coimbra)
Enfermeiro Director de Julho de 2005 a Novembro de 2009 (Centro Hospitalar de Coimbra)
Enfermeiro na VMER do Centro Hospitalar de Coimbra desde Julho de 2000
Integrou o dispositivo médico do Euro 2004
Formador em diferentes áreas, nomeadamente Técnicas de Emergência Médica, Trauma, SBV e SAV
Sem qualquer dúvida que sim; os Enfermeiros constituem uma das pedras basilares da EPH em Portugal; o seu nível de preparação académica, de conhecimento e de experiência, constituem uma mais-valia para todo o SIEM, seria um grave erro menosprezar ou mesmo ignorar o seu papel fundamental nesta área de intervenção.
2 – Portugal: faz sentido Técnicos de Emergência Médica com competências alargadas (sobrepostas às dos Enfermeiros, por ex. cateterização para acessos, administração de fármacos, etc)?
Não invalidando mais e melhor formação, nomeadamente de aperfeiçoamento (dita contínua), para os actuais TAE (ex-TAS) de modo a melhorar a sua intervenção no terreno, não é entendível nem compreensível criar novos pseudo-profissionais da emergência médica com funções que são da competência dos Enfermeiros; a Ordem dos Enfermeiros no âmbito das suas competências tem o dever legal de intervir.
3 – Enfermeiros nos CODU: sim, não ou “permita-me que explique”?
Inequivocamente que sim. No contexto actual, é impossível excluir os Enfermeiros de qualquer dos momentos em que se organiza a assistência PH. Pela necessidade que os profissionais no terreno têm de transmitir dados clínicos para melhor encaminhamento e orientação dos doentes urgentes e emergentes, não é aceitável nem concebível ao nível actual de conhecimentos que tal seja feita por outros profissionais que não sejam clínicos (Enfermeiros ou Médicos).
O princípio básico a respeitar é que os dados clínicos transmitidos do terreno devem ser obrigatoriamente recepcionados e triados por pessoal clínico, pois só eles têm competência e preparação para processar tal tipo de informação.
4 – SIV: um projecto pré-hospitalar com futuro?
O projecto SIV tem de ser desenvolvido e ser de abrangência nacional. É um projecto com futuro em Portugal e do seu nível de desenvolvimento e implementação dependerá a qualidade da assistência PH em Portugal.
Constitui uma oportunidade para melhorar a visibilidade, a importância e a imprescindibilidade da intervenção dos enfermeiros junto das comunidades no âmbito do PH.
5 - SIV: incrementar as competências dos Enfermeiros e tornar o projecto mais abrangente a nível nacional?
Todas as sedes de concelho do continente deveriam possuir uma ambulância SIV, com competências de intervenção alargadas para os enfermeiros, instaladas em parceria com os respectivos serviços de protecção civil que assegurariam as condições logísticas (espaço, base, etc).
As ambulâncias SIV constituíram uma rede de âmbito concelhio (designadamente nos concelhos do interior ou naqueles sem meios VMER). Poderia (e deveria) ser complementada com a existência de ambulâncias SBV tripuladas por TAE com formação contínua adequada à função.
6 – Helicópteros: 5 a nível nacional - são poucos, satisfazem as necessidades ou são de mais?
Portugal é um país pequeno e tem muitos quilómetros de auto-estrada, ou seja, as condições de acessibilidade actuais são excelentes nalgumas zonas do país, principalmente na sua faixa litoral. Considerando os custos de exploração de uma aeronave particularmente elevados, poderia ser oportuno alocar esses mesmos recursos financeiros a outros meios no terreno, nomeadamente no projecto de alargamento e implementação de ambulâncias SIV.
Por outras palavras, os custos de um helicóptero de EM poderiam significar várias SIV a nível nacional. Considerando a geografia e dimensão do território, para além de outros factores, nomeadamente a rede actual de IC, IP e AE, 4 helicópteros a funcionar 24 horas/dia seriam suficientes (localização de acordo com os 4 CODU), 5 parece-me um número excessivo tendo em conta o contexto socio-económico actual.
7 – VMER: devem ser da responsabilidade do INEM ou continuam alocadas aos Hospitais?
Devem continuar com base hospitalar com ligação aos respectivos serviços de urgência, médico-cirúrgica ou polivalente, com base nos protocolos assinados entre os hospitais e o INEM. A VMER deve continuar a ser identificada como uma extensão dos serviços de urgência para a comunidade que serve em primeira linha.
8 – VMER: concorda com um modelo de VMER (com actividade protocolada) tripulada por dois Enfermeiros com formação complementar e experiência em cuidados críticos e pré-hospitalares?
Por definição a VMER é uma equipa médica composta por um Médico e um Enfermeiro, ambos obrigatoriamente com competência na área da emergência pré-hospitalar. O funcionamento e o resultado do trabalho desta equipa dependem da complementaridade de funções dos seus intervenientes, digamos que têm de ser “cúmplices” para alcançar um mesmo objectivo, o de salvar vidas em vítimas em estado crítico. Não concordo, parece-me que seria o equivalente a uma SIV tripulada por dois Enfermeiros.
9 – Pré-Hospitalar: Anglo-Saxónico (Scoop and Run) ou Franco-Alemão (Stay and Play)?
Apesar dos dois modelos terem as suas vantagens e desvantagens, considero que o modelo stay and play é o que melhor se adequa à realidade portuguesa, pois é o que apresenta melhores resultados.
10 – Técnicos de Emergência Médica ou Enfermeiros?
Enfermeiros com competências alargadas em emergência médica sem qualquer dúvida. Os Enfermeiros na EPH não podem ser substituídos por outros técnicos no desempenho de funções que são da sua única exclusiva competência.
quarta-feira, outubro 27, 2010
Congresso APTF 2010
Inscrições exclusivamente online / Inscrições Obrigatórias
Download do formulário de inscrição em www.aptferidas.com
Valores de Inscrição no Congresso*:
Até 29 de Outubro após 29 de Outubro
Sócios e alunos de licenciatura** - 60 € Sócios e alunos de licenciatura** - 75 €
Não sócios - 75 € Não sócios - 90 €
* Inscrições aceites mediante pagamento
** Enviar cópia do cartão de estudante ou comprovativo de matrícula (obrigatório), junto com o comprovativo de pagamento
Valores de Inscrição nos Workshops*:
Cada Workshop - 10€**
* Inscrições no(s) Workshop(s) apenas aceites caso já tenha sido efectuada a inscrição no Congresso.
Inscrições Limitadas (máximo - 40 participantes) e sujeitas a confirmação após a recepção do pagamento.
** inscrições aceites mediante pagamento e envio de comprovativo
Resumos de Comunicações Livres e "Posters"
Deverão ser enviados, em impresso próprio, até ao dia 29 de Outubro de 2010 (data do carimbo dos CTT)
Download do Regulamento e do Impresso em www.aptferidas.com
Todas as informações, programa provisório, programa científico e formulários em: www.aptferidas.com
Associação Portuguesa de Tratamento de Feridas (APTFeridas)
Rua Álvares Cabral, n.º 137 - Sala 21
4050 - 041 Porto - Portugal
Telf.: +351 222 026 725
Fax: +351 220 007 890
E-mail: aptferidas@gmail.com ; aptferidas@aptferidas.com
terça-feira, outubro 26, 2010
www.comoserignoranteempraçapública.pt
Chamaram a minha atenção para o um blog que só publica disparates sobre Enfermagem. Não é o primeiro traço de apedeutismo que demonstra. As recidivas são constantes.
Neste caso em particular, o autor - que nutre o gosto pela demonstração pública de in - estabelece um comparação relativa entre "Auxiliares de Enfermeiros" e uns supostos (ou não) "Auxiliares de Técnico de Farmácia ou Técnico de Análises". Isto é o mesmo que promover uma analogia directa entre estes referidos Técnicos e Enfermeiros.
Como é lógico, a Enfermagem não se encontra neste patamar classificativo, sendo incongruente esta consideração.
Se recorrermos à Classificação Nacional de Profissões (maior reportório de indexação profissional), podemos constatar que a Enfermagem pertence ao Grande Grupo 2 "Especialistas das Profissões Intelectual e Científicas", sub-Grande Grupo "Especialistas da Ciências da Vida e Profissionais de Saúde", que se divide e 3 sub-Grupos: "Especialistas das Ciências da Vida", "Médicos e Profissões similares - à excepção de Enfermeiros" e "Enfermeiros".
Como é fácil de verificar, os Enfermeiros constituem por si só um sub-grupo, ao contrário de todos os outros Profissionais de Saúde que se incluem na amálgama das "profissões similares", o que ilustra, de forma distinta, a igual dignidade e autonomia intelecto-funcional da Enfermagem relativamente a qualquer outra classe profissional de formação superior, os vulgos "doutores".
Faleceu o Enfermeiro João Gouveia.
João Carlos Ferreira Gouveia: Director da Revista Nursing, Presidente do GAIF (Grupo Associativo de Investigação em Feridas), Enfermeiro no Centro de Saúde da Pampilhosa da Serra, publicou inúmeros artigos científicos e foi prelector em vários eventos (Congressos, Jornadas, Seminários e Workshops).
Dedicou grande parte da sua vida profissional à investigação e formação. Perdeu - no passado Domingo - uma guerra que vinha travar nos últimos tempos. Sem dúvida, a Enfermagem está mais pobre.
domingo, outubro 24, 2010
Enf. Germano Couto (SRNOE) em defesa dos Enfermeiros - quem mais?
Posição da APE relativa ao Plano Estratégico do INEM.
Posição da Associação Portuguesa de Enfermeiros relativa ao Plano Estatégico de Recursos Humanos do INEM, aqui. É feita uma (excelente) análise contextualizada, ponto-por-ponto, de alguns dos problemas conjunturais da Emergência Pré-Hospitalar.
sábado, outubro 23, 2010
Conclusões da reunião da Ordem dos Enfermeiros com a nova direcção do INEM.
"A Ordem dos Enfermeiros (OE) reuniu esta tarde com o novo Conselho Directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), presidido pelo Dr. Miguel Soares Oliveira.
Classificando o encontro como positivo, a Enf.ª Maria Augusta Sousa, Bastonária da OE, considera que a actual direcção do INEM «está empenhada na resolução de problemas pendentes há muito tempo». A provar isso mesmo encontram-se três medidas que resultam desta reunião:
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As ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida) são meios a manter e a desenvolver a curto-prazo, pelo que a direcção do INEM propôs o seu reposicionamento na arquitectura do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), passando assim a fazer uma abordagem junto dos doentes em situação crítica.
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Neste contexto, o Presidente do Conselho Directivo do INEM admitiu que a Circular nº 3 / 2010 – DEM, relativa à transmissão de dados entre os profissionais que estão no terreno e os CODU, vai ser alterada no sentido de a transmissão de dados dos enfermeiros das SIV ter prioridade absoluta de atendimento por parte do médico regulador dos CODU.
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O novo patamar de intervenção dos enfermeiros das SIV no transporte e acompanhamento do doente crítico implica a definição de protocolos de actuação que permitam garantir a qualidade de cuidados e a autonomia dessa intervenção. Para definir esses mesmos protocolos e discutir as competências dos vários actores que operam na Emergência Pré-hospitalar – de forma coerente e de acordo com as respectivas qualificações – será criado, já na próxima semana, um grupo de trabalho conjunto entre a Ordem dos Enfermeiros e o INEM.
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As ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida) são meios a manter e a desenvolver a curto-prazo, pelo que a direcção do INEM propôs o seu reposicionamento na arquitectura do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), passando assim a fazer uma abordagem junto dos doentes em situação crítica.
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Neste contexto, o Presidente do Conselho Directivo do INEM admitiu que a Circular nº 3 / 2010 – DEM, relativa à transmissão de dados entre os profissionais que estão no terreno e os CODU, vai ser alterada no sentido de a transmissão de dados dos enfermeiros das SIV ter prioridade absoluta de atendimento por parte do médico regulador dos CODU.
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O novo patamar de intervenção dos enfermeiros das SIV no transporte e acompanhamento do doente crítico implica a definição de protocolos de actuação que permitam garantir a qualidade de cuidados e a autonomia dessa intervenção. Para definir esses mesmos protocolos e discutir as competências dos vários actores que operam na Emergência Pré-hospitalar – de forma coerente e de acordo com as respectivas qualificações – será criado, já na próxima semana, um grupo de trabalho conjunto entre a Ordem dos Enfermeiros e o INEM.
Nesta reunião também estiveram presentes o Enf. Jacinto Oliveira, Vice-presidente do Conselho Directivo da OE, Enf. Júlio Branco, Secretário do Conselho Directivo da OE, o Enf. Sérgio Gomes, Chief Nursing Officer, Dr. Júlio Pedro e o Eng. José Pedro Lopes, ambos vogais do Conselho Directivo do INEM" link
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"No final do encontro com Miguel Soares de Oliveira, presidente do Conselho Directivo daquele organismo, Maria Augusta Sousa mostrou-se convicta de que, da parte da nova direcção, haverá um «reconhecimento» do papel dos enfermeiros no INEM e uma «clarificação do quadro de competências» de cada um dos intervenientes no sistema, escreve a Lusa.
De acordo com a Bastonária [da Ordem dos Enfermeiros], ficou acordado que se irá trabalhar «o mais rapidamente possível» sobre a reorganização global da rede de emergência médica, que permita um reequacionamento dos meios disponíveis para uma melhor utilização dos mesmos..
"No final do encontro com Miguel Soares de Oliveira, presidente do Conselho Directivo daquele organismo, Maria Augusta Sousa mostrou-se convicta de que, da parte da nova direcção, haverá um «reconhecimento» do papel dos enfermeiros no INEM e uma «clarificação do quadro de competências» de cada um dos intervenientes no sistema, escreve a Lusa.
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A reunião serviu para debater o papel dos enfermeiros do INEM, com o Plano Estratégico de Recursos Humanos de Emergência pré-hospitalar - recentemente aprovado pelo Ministério da Saúde - e com a transmissão de dados pelos Enfermeiros das ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida)". link
sexta-feira, outubro 22, 2010
O ónus da gestão.
Hoje, em conversa amena com um ex-Administrador Hospitalar (AH) "puro", ficou patente a fúria deste para com o actual executivo ministerial. Andam irritados pelo facto da Ministra da Saúde, Ana Jorge, ter lançado um véu de culpa sobre os mesmos, no que concerne à má gestão financeira das instituições hospitalares.
Dizia-me: "A Ministra só mostra a sua ignorância ao culpabilizar da crise dos hospitais sobre os Administradores. A má gestão já existia no mundo hospitalar quando para lá fomos"...
É um raciocínio no mínimo caricato, diga-se. Se existia má gestão antes da era "AH" e existe má gestão durante a mesma, questiono, então, a respectiva utilidade e propósito dos AH's.
Foi a dúvida que me assaltou o espírito, que não foi saciada com o fricassé argumentativo que veio a seguir.
quinta-feira, outubro 21, 2010
Governo/MS: Portugal, país de outro planeta.
"Emergência Pré-Hospitalar: novos técnicos custam o triplo dos Enfermeiros" link
Não há um único país no mundo que - havendo Enfermeiros disponíveis e suficientes para o efeito - tenha recorrido à criação de uma classe de Técnicos, mais baratos. A história ensina que sempre foram uma alternativa à escassez de profissionais diferenciados.
Podemos constatar isto, actualmente, em vários países, sobretudo na Europa, onde os Enfermeiros cada vez mais assumem um papel preponderante no Sistema Pré-Hospitalar. A Holanda, por exemplo, só dispõe de Enfermeiros na "rua" e apresenta um dos melhores outcomes do planeta Terra!
Temos um Governo/Ministério da Saúde desconhecedor, incompetente, mentiroso, sem estratégias definidas nem uma espinha dorsal operativa, onde imperam medidas avulsas, obsoletas, descontextualizadas e desprovidas de qualidade!
Temos um Governo/Ministério da Saúde desconhecedor, incompetente, mentiroso, sem estratégias definidas nem uma espinha dorsal operativa, onde imperam medidas avulsas, obsoletas, descontextualizadas e desprovidas de qualidade!
terça-feira, outubro 19, 2010
José Miguel Boquinhas: o bom gestor.
"Dezenas de profissionais abandonam Hospital de Cascais" link
"Falta de organização, horas a mais, saída dos profissionais mais experientes, promessas não cumpridas e horas extraordinárias que não são pagas"
"Horários feitos não estão de acordo com as regras estabelecidas para o sector privado, nem com as do público"
"Horários que ao final de quatro semanas deviam dar 140 horas, mas dão 200 ou 300 horas"
"Muitos dos Enfermeiros mais antigos estão a pedir transferência para os centros de saúde e para outros locais sempre que possível. É preciso perceber que não se constroem equipas com enfermeiros que estão ainda numa fase embrionária"
"Pessoas com horas infinitas realizadas e que estão por pagar. Mesmo os que estão a pedir em tempo de descanso não as recebem"
"Demitiram os Directores dos Serviços sem qualquer justificação. Os chefes de turno, em boa parte, também foram demitidos e substituídos por pessoas que ganham o dobro"
"Fazem-se dez a 12 horas seguidas com bloco operatório e consultas. A administração recomendou aos médicos para não fazerem coisas muito complicadas porque não há dinheiro"
"Prometeram a alguns profissionais que este seria um hospital topo de gama e agora referem que os aparelhos são caros"
"O impacto deste abandono de profissionais [Enfermeiros] é desvalorizado; "não tem havido problemas em colmatar as saídas"
Chamo especial atenção para o último excerto de texto. Questiono o SEP (porque agita sempre a bandeirola da falta de Enfermeiros em Portugal): que estratégia pretende seguir para o futuro negocial das condições laborais dos Enfermeiros? Manifestação com apitos?
segunda-feira, outubro 18, 2010
0.
A Ordem dos Enfermeiros tornou público o estudo "Situação Profissional dos Jovens Enfermeiros - 2010". Não o li na íntegra, não vale o trabalho. As conclusões eram previsíveis empiricamente: mais desemprego do que nunca, cada vez mais o período de tempo que medeia o fim do curso e o ingresso do mercado de trabalho aumenta, o número de Enfermeiros que emigram aumentou exponencialmente e a taxa de potencial abandono da profissão é a mais elevada de sempre.
Registei, porém, numa abertura espontânea de página, a seguinte afirmação: "É inadmissível que haja jovens licenciados no desemprego" (Pág. 42). Portanto, após esta afirmação - demagógica - a água fica sacudida do capote. Bons rapazes e raparigas, bem intencionados.
Novidades? Nenhumas. Propostas de intervenção? Zero.
domingo, outubro 17, 2010
Requerimento para autorização para acumulação de funções.
Modelo-Tipo para requer acumulação de funções (Administração Pública), aqui.
Contribuição: Enf. Carlos Mendes/Dr. Luís Camejo
Os desperdícios promíscuos continuarão?
"Ministério da Saúde lidera os cortes na despesa consolidada para 2011 com um decréscimo de 12,8%" link - Ver aqui Orçamento do Estado para 2011.
Enquanto um Estado Democrático de Direito pagar a um funcionário - Médico - um acréscimo de 500 euros mensais só para este ser pontual no seu emprego, dificilmente se concretizam cortes estratégicos substanciais. Há imensos funcionários públicos cujo mês de trabalho não rende 500 euros!
sábado, outubro 16, 2010
I Jornadas do SUB de Ponte de Lima
quinta-feira, outubro 14, 2010
SURPREENDENTE: Foram (re)criados os Auxiliares de Enfermagem!!!!
O Governo acaba de (re)criar a classe dos Auxiliares de Enfermagem (!!), extintos há mais de três décadas!!
Desta vez os fanáticos dos rácios da OCDE podem congratular-se: vamos poder incluir os "Técnicos Auxiliares de Saúde" (nova denominação) na contabilização dos tais rácios e estabelecer comparações em igualdade circunstancial! Eu avisei e previ.
Agora já estamos no mesmo patamar da Europa (e restante conjuntura mundial). Parabéns a todos os que, indirectamente, fomentaram esta medida! - Machadada final? Inevitabilidade?
99,9% dos Enfermeiros não se apercebeu, mas sub-repticiamente o Governo já fez publicar a portaria (Portaria 1041/2010) que conduz à sua criação. A Ordem dos Enfermeiros nem piscou os olhos. Já é conhecido o respectivo plano formativo (curso técnico com 3100 horas; por exemplo estão contempladas mais de 150 horas de "Biologia" e 200 horas de "Gestão e Organização dos Serviços e Cuidados de Saúde") e conteúdo funcional!
Há mais de 30 anos os Enfermeiros lutaram para que se extinguisse tal classe. Em 2010, o XVIII Governo Constitucional (o que mais prejudicou a Enfermagem) recria-a.
Analisarei, a muito curso prazo, todos os prós e contras (porque existem ambos), mas, categoricamente, posso afirmar que - como consequência directa - o desemprego subirá em flecha... ainda mais. Muito mais. Abruptamente.
quarta-feira, outubro 13, 2010
Portaria 801/2010 será republicada amanhã!
A famigerada Portaria 801/2010 (que visa estabelecer os requisitos mínimos relativos à organização e funcionamento, recursos humanos e instalações técnicas das unidades privadas de serviços de saúde onde se exerça a prática de Enfermagem) condicionava de forma intolerável a prática autónoma do exercício da Enfermagem! Como tal foi contestada e submetida para rectificação. O DE sabe - e informa em primeira mão - que será republicada amanhã, 14 de Novembro, em Diário da República.
Aguardemos para constatar se a rectificação foi aceite nos moldes propostos.
2690 euros
terça-feira, outubro 12, 2010
Depenar.
Depenar
v. tr.
1. Tirar as penas a.
2. Fig. Extorquir; chupar.
3. Deixar sem nada.
"(...)[Para] Cortar já este ano estão as (...) horas de trabalho nocturno - que passa a ser a partir das 22 horas (...)" link
Depois de devidamente roubados, os Enfermeiros foram expoliados. Agora preparam-se para ser depenados: o horário considerado para o pagamento de percentagens suplementares vai ser encurtado, o que é intolerável. É uma falta de respeito e uma total desvalorização!
Proponho (matéria de índole sindical) a negociação de um regime de excepção para os Enfermeiros (mantendo a regra anterior), uma vez que somos a classe mais penalizada em toda esta congeminência, com a criação de uma carreira desonesta e injusta, vários patamares abaixo dos restantes licenciados da Administração Pública.
O Governo do "suspensório"...
"A suspensão de concursos decidida na semana passada compromete a contratação de milhares de funcionários, entre os que se encontram quatro mil Enfermeiros" link
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Reacção da Ordem dos Enfermeiros, aqui.
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Reacção da Ordem dos Enfermeiros, aqui.
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Nota pessoal: este tipo de questões conjunturais são inerentes a uma questão debatida vezes sem conta neste blog: não vale a pensa perseguir os rácios mágicos da OCDE (utópicos, impossíveis de extrapolar), quando não estão reunidas as seguintes condições:
Nota pessoal: este tipo de questões conjunturais são inerentes a uma questão debatida vezes sem conta neste blog: não vale a pensa perseguir os rácios mágicos da OCDE (utópicos, impossíveis de extrapolar), quando não estão reunidas as seguintes condições:
1 - Estudos de contabilização (os tais da OCDE) sem validade comparativa relativamente a Portugal (relembro, pelo milésima vez, que a Europa anexa os Auxiliares de Enfermagem e Técnicos afins aos Enfermeiros "diplomados", sobrestimando o respectivo rácio); Portugal é um dos raríssimos cenários onde existe apenas uma classe de Enfermeiros - condição "all-graduate");
2 - Não existe qualquer disposição legal (objectiva e rigorosa) que regule as dotações de Enfermeiros (salvo algumas missivas (que já circularam furtivamente) de reduzido valor jurídico);
3 - Como consequência do ponto anterior, quem decide com quantos Enfermeiros se dotam o sistema de saúde é o Governo/Empregadores Privados;
4 - Toda a restante argumentação são estórias de alguém que não quer conviver com a realidade emergente, preferindo divagar em mundos de fantasia.
Torre de Babel dos Enfermeiros...
Ninguém se entende na Enfermagem.
Não há harmonia conceptual ou opinativa.
Não há diagnósticos objectivos, inequívocos ou absolutos perante os problemas que se impõe.
Não há sintonia estratégica ou resoluções consensuais.
Não há sintonia estratégica ou resoluções consensuais.
Não há formações coincidentes e estruturadas entre as várias Escolas de Enfermagem - cada uma determina o seu plano de estudos, bem à medida das (in)capacidades do seu corpo docente.
Não existe uma matriz de desenvolvimento planeado.
Não há uma postura/mentalidade de sucesso e de verdadeira equidade circunstancial (para com as outras profissões) semeada pelas Escolas. A maioria fomenta a obediência, serventilismo e a falta de iniciativa.
Ninguém se entende, sequer, relativamente ao que é a Enfermagem e ao que faz (ou deve) fazer um Enfermeiro.
Há classificações que visam uniformizar a profissão, mas ninguém fala a mesma língua.
Já pensaram que a infertilidade de várias acções e concertações (viabilizadas pela classe) se deve à divergência no investimento de esforços?
O Festim do CHTS...
O Director Clínico nada faz e ninguém respeita. O Enfermeiro-Director, agora com carro novo do hospital, sente-se o rei do sítio...
Depois da notícia do Conselho de Ministros a reduzir para 5 os elementos dos CA dos hospitais EPE com 7 administradores, os actuais elementos do estão pegados para ver quem fica...
Dos 4 novos elementos do CA que tomam posse em Abril dois não têm qualquer experiência ou competências formais na área da administração hospitalar, tal como se poderá constatar nos respectivos CV publicados no site. São estes os 2 administradores a quem foram delegadas competências para áreas diferenciadas e críticas como internamentos, a farmácia, o aprovisionamento (do qual o director foi afastado), a informática, os recursos humanos, etc...
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Com o aumento de 5 para 7 administradores executivos, adquiriram-se mais dois automóveis, novos. São automóveis "modestos", é certo (2 Citroen C4), mas creio que estando o país em "estado de emergência" os automóveis de administradores deveriam ficar nas garagens e apenas sair para actividades em serviço, não para fins pessoais...
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Com o aumento de 5 para 7 administradores executivos, adquiriram-se mais dois automóveis, novos. São automóveis "modestos", é certo (2 Citroen C4), mas creio que estando o país em "estado de emergência" os automóveis de administradores deveriam ficar nas garagens e apenas sair para actividades em serviço, não para fins pessoais...
Um dos novos administradores-analfabetos invade consultórios médicos durante as consultas, manda abrir salas de emergência para atender filhos de amigos e age com se fosse dono e senhor do hospital, beneficiando os doentes que são conhecidos...
Como são ignorantes em administração hospitalar, gerem as áreas da saúde como se estivessem numa fábrica de parafusos, boicotando, desautorizando e perseguindo as lideranças, colocando "espiões" e criando clima de suspeição nos serviços, etc., etc..
Quando analisamos as ligações ao partido do governo, constatamos que um é destacado militante do PS de Valongo (fala-se que se perfila para ser candidato autárquico), outro é líder do PS de Paços de Ferreira, outro é "afilhado" de casamento do líder parlamentar do PS...
Desde a tomada de posse do novo CA (Abril) até à presente data cerca de 50 novas contratações aconteceram (sem manifestação de tais necessidades pelos serviços), impondo-os, sem concursos ou anúncios, estando outras para acontecer... Escusado será dizer que muitos terão ligações directas ou indirectas ao PS, andaram em campanhas e/ou são familiares..."
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Fonte: recebido por e-mail
domingo, outubro 10, 2010
Blog Doutor Enfermeiro: 2 milhões de visitas.
sábado, outubro 09, 2010
Prof. Abel Paiva e o "âmago da Enfermagem".
Enfermagem no fim do Séc. XIX...
Enfermagem para o Séc. XXI??
"O Prof. Abel Paiva, o primeiro doutorado em Ciências da Enfermagem em Portugal, insistiu junto dos mais jovens que a «Enfermagem tem um âmago próprio e não precisa de se insinuar para se desenvolver ou tentar substituir-se aos médicos nas suas funções», tal como sucede neste momento nos EUA, no Canadá, no Reino Unido, por razões financeiras" link
Ponto 1 - Os Enfermeiros não querem substituir os Médicos, querem mais autonomia e poder de decisão, o que é substancialmente diferente. A "autonomização" não visa abandonar as actuais funções, mas antes munir os Enfermeiros, cumulativamente, de um conteúdo funcional ainda mais amplo;
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Ponto 2 - "A definição de Enfermagem não é para toda a vida. Creio que a Enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde." - Virgínia Henderson;
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Ponto 3 - A afirmação do Prof. Abel Paiva não terá muito sentido de realizarmos uma análise longitudinal da profissão como estratégia de antevisão/projecção evolutiva. Logicamente, podemos inferir/depreender que o raciocínio argumentativo do Prof. Abel Paiva assenta na "venda" do seu "produto académico teorizado" (ou não fosse ele um Professor com o respectivo posto de trabalho a defender!). É compreensível o "facto intencional", mas é desajustado da realidade;
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Ponto 4 - O argumento de que a autonomização da Enfermagem (em vários cenários europeus e norte-americanos) se deve a "razões financeiras" prende-se com premissas obsoletas e falaciosas, assentes numa linha filosófica neo-extremista;
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Ponto 5 - A questão da "substituição" é dúbia e errónea. Os Enfermeiros apenas estão, gradualmente, a assumir funções que, por coerência científica e sócio-profissional, já deveriam estar integradas da sua esfera de acção;
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Ponto 6 - A autonomização dos Enfermeiros torna o respectivo Sistema de Saúde mais dinâmico, fluído, acessível, rápido, rentável e descentralizado, com ganhos substanciais sobretudo para os utentes. Citando o ex-Presidente da ERS, Álvaro Santos Almeida: "Vivi em Londres três anos, fui várias vezes ao Centro de Saúde e nunca vi um Médico";
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Ponto 7 - Vários estudos e descrições empíricas demonstram/relatam que os Enfermeiros com mais autonomia técnica, funcional e decisional, sentem-se mais auto-realizados, motivados, e são retribuídos com melhores salários, respeito e valorização/status sócio-profissional.
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Ponto 8 - Num mundo tão concorrencial e particularmente num sector tão complexo e competitivo - onde a um ritmo alucinante nasce um manancial de novas profissões paralelas - é, no mínimo, um comportamento incauto, não dirigir as nossas metas profissionais e funcionais, em função das necessidades da sociedade/utentes e das exigências técnico-científicas que resultam da evolução do mercado de trabalho e da investigação.
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Ponto 2 - "A definição de Enfermagem não é para toda a vida. Creio que a Enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde." - Virgínia Henderson;
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Ponto 3 - A afirmação do Prof. Abel Paiva não terá muito sentido de realizarmos uma análise longitudinal da profissão como estratégia de antevisão/projecção evolutiva. Logicamente, podemos inferir/depreender que o raciocínio argumentativo do Prof. Abel Paiva assenta na "venda" do seu "produto académico teorizado" (ou não fosse ele um Professor com o respectivo posto de trabalho a defender!). É compreensível o "facto intencional", mas é desajustado da realidade;
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Ponto 4 - O argumento de que a autonomização da Enfermagem (em vários cenários europeus e norte-americanos) se deve a "razões financeiras" prende-se com premissas obsoletas e falaciosas, assentes numa linha filosófica neo-extremista;
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Ponto 5 - A questão da "substituição" é dúbia e errónea. Os Enfermeiros apenas estão, gradualmente, a assumir funções que, por coerência científica e sócio-profissional, já deveriam estar integradas da sua esfera de acção;
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Ponto 6 - A autonomização dos Enfermeiros torna o respectivo Sistema de Saúde mais dinâmico, fluído, acessível, rápido, rentável e descentralizado, com ganhos substanciais sobretudo para os utentes. Citando o ex-Presidente da ERS, Álvaro Santos Almeida: "Vivi em Londres três anos, fui várias vezes ao Centro de Saúde e nunca vi um Médico";
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Ponto 7 - Vários estudos e descrições empíricas demonstram/relatam que os Enfermeiros com mais autonomia técnica, funcional e decisional, sentem-se mais auto-realizados, motivados, e são retribuídos com melhores salários, respeito e valorização/status sócio-profissional.
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Ponto 8 - Num mundo tão concorrencial e particularmente num sector tão complexo e competitivo - onde a um ritmo alucinante nasce um manancial de novas profissões paralelas - é, no mínimo, um comportamento incauto, não dirigir as nossas metas profissionais e funcionais, em função das necessidades da sociedade/utentes e das exigências técnico-científicas que resultam da evolução do mercado de trabalho e da investigação.
A demissão e abandono de determinados e potenciais vectores da Enfermagem, fomenta a invasão do nosso conteúdo profissional e o assalto premeditado a espaços de responsabilidade e teor clínico.
Tudo isto equivale a dizer que vários grupos profissionais investem os seus esforços no alargamento dos seus domínios práticos, atropelando uma Enfermagem desinteressada e incapaz de corresponder às imposições evolutivas, presa a um colete de forças de índole filosófico.
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Ponto 9 - "O importante não é o que nos faz o destino, mas o que nós fazemos dele" - Florence Nightingale.
Tudo isto equivale a dizer que vários grupos profissionais investem os seus esforços no alargamento dos seus domínios práticos, atropelando uma Enfermagem desinteressada e incapaz de corresponder às imposições evolutivas, presa a um colete de forças de índole filosófico.
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Ponto 9 - "O importante não é o que nos faz o destino, mas o que nós fazemos dele" - Florence Nightingale.