domingo, abril 29, 2012
Programa "Especial Saúde" na RTP Informação
Este programa dedicou a sua emissão à Enfermagem, convidando para o efeito três Enfermeiros: o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enf. Germano Couto, a Enf.ª Ana Lúcia Freire, enfermeira especialista de Saúde Materna e Obstétrica, e a Enf.ª Helena Almeida, enfermeira especialista de Enfermagem de Reabilitação.
Ordens profissionais: reflexão.
"O Governo quer "harmonizar" a lei que regulamenta as ordens e câmaras profissionais, propondo um estágio máximo de 18 meses, com excepção dos casos das profissões ligadas à saúde, como os médicos e enfermeiros, disse o ministro da Economia". Ler, aqui.
"José Manuel Silva [Bastonário da OM] afirmou que as reservas quanto às diferenças no nível da formação dos médicos levantam também dúvidas quanto sobre o “reconhecimento da capacidade de exercício profissional com autonomia”, dúvidas essas que um exame de acesso à profissão poderia ajudar a dissipar.
“Há a ideia de que a Ordem garante a qualidade dos médicos, mas só garante a qualidade da formação pós-graduada, dos especialistas, não dos médicos." Ler, aqui.
quinta-feira, abril 26, 2012
"As corridas loucas dos carros amarelos"
quarta-feira, abril 25, 2012
Avaliação de Desempenho em Enfermagem
Miguel Portas 1958-2012
Numa entrevista, a respeito do seu estado de saúde e do seu recente contacto com um hospital e respectivos profissionais:
"Descobri muita coisa, atenção. Descobri, nomeadamente, que... uma coisa que nunca tinha entendido... eu nunca tinha estado num hospital, depois em recuperação estive duas, três semanas... e nunca tinha percebido o papel dos Enfermeiros e das Enfermeiras. [pausa emocionada].
Aquilo é verdadeiramente é o coração do hospital. É uma experiência... uma pessoa tem a ideia que há os doentes e há os médicos... há os Enfermeiros! Os Enfermeiros é que tratam da dor das pessoas! E é impressionante. Fiquei muito muito sensibilizado... nunca tinha percebido a importância do trabalho daquela classe profissional..."
As minhas condolências, em memória deste amigo dos Enfermeiros.
Os políticos - decisores e estrategas - nunca perceberam, não percebem, mas anseio que em breve possam perceber o alcance e a importância da Enfermagem. Ignoram o que os Enfermeiros sabem, fazem e podem. Não os reconhecem condignamente. Vivem numa sociedade formata, que atribui ao médico toda a importância e mérito.
Os melhores sistemas de saúde do mundo são, precisamente, aqueles cuja estrutura não está centrada na figura do médico.
Frequentemente (para não dizer quase sempre), só reconhecem a importância dos Enfermeiros, aqueles que de nós necessitaram. Cabe aos Enfermeiros demonstrar o nosso valor a todos os outros. Políticos também.
terça-feira, abril 24, 2012
Hospital fashion II - o bichos multirresistentes que se cuidem!
"A avaliar pelo que se diz neste blog, nos diferentes jornais, redes sociais e outros meios, net, bem como por esta reportagem, bem que se pode dizer, DE perdeu uma boa oportunidade para estar calado." (comentador anónimo)
Encapotar as imposições do código de vestuário sob a égide, é, o que se pode apelidar, perverso (a respeito deste post).
Um dos lados do problema é a higiene/prevenção da infecção. Para esta questão os Enfermeiros estão amplamente sensibilizados (admito que existam excepções à regra). A existência de uma avaliação de desempenho e de um Enfermeiro-Chefe, tem certamente uma finalidade. Escuso-me aqui a explicar - por me parecer tão óbvio - o papel das chefias neste domínio (excluíndo aqueles chefes de gabinete, transportadores de impressos, etc - alérgicos à proximidade ao contexto da prática).
O outro lado do problema é a progressiva aproximação do Saúde, especial e fundamentalmente no sector privado, ao ramo da hotelaria e atendimento, e os seus profissionais pressionados para uma conduta do serventilismo - o que me parece ser o caso do Hospital de Braga.
Se verdadeiramente estivesses preocupados com as "infecções", demonstrariam outra postura resolutiva: apostavam forte e inequivocamente na Enfermagem (a classe que mais pode reduzir a incidência da propagação de fenómenos infecciosos) - para além das medidas serem transversais a todas as classes profissionais que contactam com os utentes. Mas não é o caso.
Alguns dos estudos mais difundidos e objectivos do mundo, no que à prevenção da infecção diz respeito, provam claramente que as taxas de infecção, variam, com uma relação fortíssima e directa, com as dotação de Enfermeiros!
Por fim, lendo o código, não me parece muito evidente este anseio do Hospital de Braga (afirmar que o único objectivo do código é a prevenção de infecções... é um atentado à inteligência):
1º - "Sapatinho azul ou preto, estilo clássico" (as invés da soca, lavável e esterilizável). É caso para dizer que os bichos viajarão em grande estilo; clássico. Bom gosto; lindo!
2º - "Cinto azul-escuro ou preto, a condizer com o sapato". Este conjunto é glamoroso e afugenta sensivelmente 99,9% da bicharada. É o fim das infecções cruzadas.
3º - "Camisa sempre dentro das calças". Estilo Freddie Mercury. Que saudades!
Os doutores podem entrar de chancas (sabem o que é?), meias do tweety e gravata sebenta, com bichos já fossilizados, não faz mal.
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Perdoem-me a honestidade, mas a indumentária, além de antiquíssima e obsoleta, é parola. Já estou como o outro: haja decoro!
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Perdoem-me a honestidade, mas a indumentária, além de antiquíssima e obsoleta, é parola. Já estou como o outro: haja decoro!
domingo, abril 22, 2012
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"Farmacêuticos criam Normas de Orientação Terapêutica" link
""Não conheço as normas, não sei qual é o objectivo e os médicos não encomendaram nenhumas normas à Ordem dos Farmacêuticos", revela o Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que sublinha que os médicos receitam os fármacos que os doentes necessitam.
"Não precisamos que os farmacêuticos nos venham dizer que medicamentos precisamos de prescrever (...).""
Hospital fashion.
(Dois profisionais indecisos com tantas regras de código...)
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O Hospital de Braga - da empresa Escala Braga - sob a administração dos Mellinhos (José de Mello Saúde), impôs (unilateralmente, portanto) um código de vestuário e conduta.
Indivíduos verdadeiramente inteligentes percebem que o real valor de qualquer organização centra-se no seu respectivo capital humano: os profissionais!
Indivíduos verdadeiramente inteligentes, como o Steve Jobs, Bill Gates ou Paul Allen, preocupavam-se em admitir e contratar excelentes profissionais, produtivos, competentes, independentemente da sua forma de vestir, do estilo do penteado ou outros pormenores desinteressantes para o efeito (o penteado do Einstein seria motivo para expulsão!). Reitero: mas isso eram os verdadeiramente inteligentes, com QI's de respeito!
Em Portugal temos um "novo" paradigma: o Hospital de Braga quer que todos os funcionáros (todos, mas... não todos) vistam meiazinha não-sei-quê, sapatinho lindo, cinto a condizer, a barbinha de três dia já era, cuequinha suave, cabelinho apanhado (excepto médicos, pois), e outras obras de estética humana. Não tarda muito marcam o horário do banho e o tipo de sabonete!
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Enquanto a grupos profissionais são controlados o penteado, a barba, as meias, as cuecas, etc, no caso dos Médicos, o código é ainda mais rígido e intolerável (será que vão cumprir tudo?):
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Enquanto a grupos profissionais são controlados o penteado, a barba, as meias, as cuecas, etc, no caso dos Médicos, o código é ainda mais rígido e intolerável (será que vão cumprir tudo?):
A mim, por exemplo, interessar-me-iam os bons Enfermeiros, bons Médicos, etc, não vá um dia (espero que daqui a muitos anos) eu dar entrada numa qualquer urgência com as células miocárdicas nas orações finais, e, ao invés de ser assistido prontamente por gente sabedora e expedita, me apareçam uns quantos lindinhos, bonitos e frescos, para quem a "CPK" seja uma uma marca de cueca new-fashion, com um "P" esquisito no meio do acrónimo/sigla.
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Parece-me indigno para a Enfermagem, obrigada a esta subserviência simbólica ou declarada (conforme interpretação), na qual a relações linear é simples: é comum nas categorias profissionais menos intelectualizas e de níveis inferiores nas escalas hierárquicas.
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Parece-me indigno para a Enfermagem, obrigada a esta subserviência simbólica ou declarada (conforme interpretação), na qual a relações linear é simples: é comum nas categorias profissionais menos intelectualizas e de níveis inferiores nas escalas hierárquicas.
Por aqui se vê que o regulamento do Hospital de Braga é pouco ambicioso. Para os mais interessados, podem ler o código (com erros gramaticais à mistura) e saber quem é o seu ideolas (proveniente da área da cortiça), aqui.
sábado, abril 21, 2012
14 anos!
Hoje, a Ordem dos Enfermeiros faz 14 anos e estreia-se - onde já figuram a Presidência da República e o Governo Constitucional Português, por exemplo - na maior rede social do mundo: o facebook (ver página oficial)
Excelente iniciativa de proximidade e difusão de informação!
quarta-feira, abril 18, 2012
Assembleia Geral da OE 2012
Decorreu no passado dia 24 de Março (lamento o post atrasadíssimo!) a Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros; a primeira depois do empossamento da “nova “ Ordem dos Enfermeiros. Decorreu no Polo A da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, ex-Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca.
Em antecipação à mesma, vinha eu, já há algum tempo, a tecer as malhas da (im)previsibilidade relativamente ao possível decurso do acontecimento, nos seus diversos e matizados cenários. Por diversas vezes tentei – aqui mesmo, no blog - a minha sorte na futurologia e não me dei mal, até.
A compor a mancha humana do segunda Assembleia mais concorrida da história da Ordem dos Enfermeiros, (excluindo a obvia presença dos actual membros dos órgãos) estavam várias caras conhecidas: o Enf. Jacinto Oliveira, absorto, notoriamente ávido de confrontação, olhos raiados de sangue, prestes a devorar o bigode num só sorvo, pese aqui a minha admiração pela sua astúcia. O Enf. Sérgio Deodato, à semelhança, não quis deixar os créditos presenciais por mãos alheias, e compareceu, estilizado milimetricamente, como é hábito. Nem um fio de queratina fora daquele ordenamento. Calmo e com a postura que é exigível.
Não foi designada nenhuma comissão de boas-vindas para acolher a ex-digníssima ex-Bastonária (prendam-me sob a égide da minha irreverência estatutária), Enf. Maria Augusta de Sousa. Deixou muita tristeza (iupiiii!) no seio de uma classe que frequentemente se posicionava no outro polo opinativo. Aparentemente calma; denunciou-se mais tarde ao levantar o véu. Por pouco não trovejou.
A Enf. Teresa Marçal de Oliveira, dilecta, marcou presença; é mesmo uma querida. Não, não estou a ser irónico.
Enf. Lucília Nunes. Há quem tirite só de ouvir o nome. Dá a impressão de andar sempre sentada nos anéis de Neptuno a falar com o filósofo Heidegger ao telemóvel. A Vodafone, dizem, cobra barato nas chamadas metafísicas.
O “internacional” Enf. António Silva, indomável e fora de si (mais parecia ter engolido o sapo pelo nariz), tomado pela ira, e muitos outros: Enfs. Júlio Branco, Manuel Oliveira, o intelectual Filipe Marcelino… desculpem, mas não consigo deixar passar esta pérola:
(Clicar para amplia e ler... e apreciar bem)
.Não estando certo de ter compreendido esta mensagem na sua plenitude, questiono: a “ex-OE” (passo a expressão) estava intelectualizada? É que isto pressupõe que sim e que se desintelectualizou depois da escolha do último sufrágio! Bom, se estava, talvez tenha sido o peso de tanta intelectualidade que afundou a OE e estava a levar a Enfermagem de arrasto…
Permita-me que ceda o galardão da anedota do ano ao Enf. Filipe Marcelino. Ele merece! É como o Titanic, a ir ao fundo, mas ao som dos violinos…
A Enf. Guadalupe Simões também esteve presente. Zen e bem-disposta, preocupada com o quintal. Há que ser flexível a bem da profissão. Só querer o bem do nosso quintaleco, ser demasiadamente conservador e não contribuir para a evolução sai caro! Tal como estamos a pagar agora…
O Sr. Enf. Jorge Ribeiro Pires estreou-se como Presidente da Assembleia da Ordem dos Enfermeiros. Seguro e democrático; esteve bem. De resto, como em tudo na vida, a experiência lima as arestas.
Concluído o discurso inicial do Sr. Bastonário, eis que cólera recalcada da derrota de Dezembro entenebreceu o anfiteatro. Aqueles que estiveram na Ordem desde que esta existe, iniciaram, indignados, a política da oposição, da dificuldade, do contraditório: as vírgulas não estavam bem, o papel tinha um vínculo no sítio errado, o tipo de letra esta démodé e uma alínea da catacumbas estatutárias obrigava a que se espirrasse três vezes do início da cada parágrafo do plano de actividades. “É tradição” – foi uma das afirmações mais ouvidas! Embirraram (como na escolinha) para que fosse apresentado o relatório de actividades de 2011! Será mesmo necessário? A realidade não nos deixa esquecer o ano! Ou deixa?!
Enquanto se discutia o sexo dos anjos, cá fora, os Enfermeiros, por esse Portugal fora, andar a penar no desemprego ou no emprego humilhante, mal reconhecidos, perseguidos, com imposições não consonantes com a dignidade da profissão de Enfermagem! Mais isso não faz mal, parece. Ainda exibiram propostas (esperem… não estiveram, os velhos do restelo, em sede de elaboração estratégica da OE e operacionalização das linhas de desorientação, durante anos a fio!? Tiveram anos e anos para as apresentarem!)
Algumas delas (des)interessantes (íssimas). Meta-se requerimento para votação: deve o Presidente da Assembleia Geral tossir, amparando a mesma com a mão direita ou esquerda? Deve o Bastonário pentear com risca do lado esquerdo ou direito? Deve o papel usado na impressão de relatórios da Ordem provir da madeira das seculares árvores do Cambodja ou da Amazónia? Era, mais coisa menos coisa, este género de propostas…
Entretanto um sinal divino. Intempestuosa, a Enf. Lucília Nunes decidiu descer dos anéis de Neptuno e usar da palavra. Fez-se silêncio, que o momento era magno! Para ser sincero, já nem me lembro o que disse (é o que dá escrever posts com vários dias de atraso). Quer dizer, se a memória não me falha, parece-me que intercedeu a favor de um casal de esquilos indonésios que não-se-quê-não-sei-que-mais, e realçou o modo como o acasalamento entre esses mamíferos roedores poderia enriquecer os currículos dos Enfermeiros! Ah, disse, de forma memorável, que o quinquagésimo segundo ponto final do plano orçamental estava deslocado 0,01 milímetros. Revelou-se preocupadíssima com a decoração, apenas.
Esta colega anda a dever umas horas de divã ao Fróide. Sim, ao Fróide; isto porque o Freud não teria pachorra, desditoso.
A Enf. Maria Augusta de Sousa, esbraseada (inicialmente até parecia serena), fez acontecer a sua intervenção. Tanta coisa para dizer e foi logo apontar uma intervenção (um “problema”, cito) relacionada com actual da Ordem relativamente à DGS. Por lapso esqueceu-se que o “problema” foi concebido, redigido e publicado durante o seu mandato, não no actual. Portanto, se é um problema, chegou cá... herdado. Mas pode ficar tranquila, que muita gente anda a desenvolver esforços e a interceder para o resolver.
O Enf. Jacinto Malva Oliveira (a quem eu devo uma resposta relativamente aos rácios da OCDE, porque decididamente o colega não percebe - ou não quer perceber! - ou então quer obrigar-me a desbaratar tempo) também se pronunciou. Durante uns minutos, inebriantes, aquele bigode andou num badanal, numa ira impossível de esconder, com uma derrota mal contida psicologicamente. Convém não esquecer que o sufrágio foi democrático; não é da minha responsabilidade ou de ninguém em particular!
Para quem afirmava que a equipa do Bastonário era a continuidade e não a renovação, certos objectivos do plano de actividades foram criticados (por medo, ou apenas pela vã crítica, sem conteúdo). Um dos objectivos era zelar pela dignidade da Enfermagem, pugnando pelo devido reconhecimento económico da profissão de Enfermagem. Ui, o que se foi dizer! Os sindicalistas da sala logo marcaram a sua posição… obliterada pelo pensamento rígido! O Enf. Azevedo, esteve presente, mas de visita fugaz; trouxe apenas três papaias para a discussão, mas relevou um aspecto importantíssimo: a Ordem deve no seu foco de atenção o conteúdo e não a forma das coisas! Concordamos todos, excepto as Lucílias et les amis…
Parece-me basilar, que a Ordem vele, indubitavelmente, pela Enfermagem e pelos Enfermeiros. Quem se revelou contra a introdução do conceito “remunerações/honorários” no seio das preocupações da Ordem? Isso. Os “afastados”… Pareciam de medo. As outras Ordens não têm tantos pruridos como esta.
O Enf. Rui Santos usou da palavra afirmou – e muito bem! – que a Ordem não vai negociar carreiras ou salários (não é o seu desígnio, parafraseando o Enf. Jacinto Oliveira, que repete isto incessantemente, e que o acompanhará na sua jornada eterna entre os bichos da terra – todos para lá vamos). Os sindicatos podem dormir descansados; a Ordem é um parceiro dentro da sua jurisdição e não um inimigo!
A preocupação capital dos “afastados” era a provocação, a procura insensata do pormenor incompleto, o confronto, etc; há ali esteios psicológicos a resolver. Aquelas cabeças preocupam-se com o inconcreto, acessório e pouco essencial. Mas a ira domina-lhes o espírito e não permite que vejam as coisas com clareza.
Alguém que surpreendeu foi o Enf. António Manuel Silva, ex-Coordenador do Gabinete das Relações Internacionais, magnata do turismo, da representação pura, sem objectivos estratégicos definidos. É bom fazer amigos na “estranja”, mas só isso é pouco e não serve a Enfermagem. O móbil é intervir com inteligência estratégica. Estava doido, enrubescido, e os perdigotos voavam como loucos. Pudera; findaram-se as passeatas. Isso enfureceu-o visivelmente (oh sim), ofuscando-lhe a razão…
A razão, essa, estava do lado do Enf. Belmiro Rocha, pragmático e sem papas na língua, desde de logo separou as águas: "quem não quer estar do lado da solução, no mínimo não se coloque do lado do problema". Os “afastados” vêem problemas em tudo. Parece-me um raciocínio pantanoso. Nunca fazem nada, nem saem do sítio a dissecar tantos problemas.
Ainda ninguém os informou, mas dos problemas estão os Enfermeiros conscientes; carecemos é de soluções. E se em tantos anos não as compuseram, fica-lhes mal dificultar a vida a quem as queira construir/edificar!
Com toda esta confusão, um dos Enfermeiros presentes revelou-se inteligente e terminou a paródia que os "afastados" estavam a enredar. Apresentou um requerimento para votação imediata do plano de actividades, aceite e procedida pelo Presidente Jorge Ribeiro Pires. Para tristeza dos “inflamados”, a novela terminou, mas com grande tensão. Simplesmente, porque, eleitoralmente, a classe lhes puxou a cadeira que julgavam garantida e transmissível por herança à linhagem que mais lhes convinha.
Uma nota final para a Enf. Margarida Filipe. Acusou o Presidente da Mesa de falta de democracia, por este ajustar o tempo para cada intervenção dos membros que a requereram, perante a assembleia (todos poderem apresentar a sua opinião é um sinal de justiça democrática). Ela questionou: só se pode falar 2 minutos? E se estivessem aqui os 64 mil Enfermeiros? (a Enf. Margarida Filipe queria discursar uma hora… dizia ela que já saiu à meia-noite de algumas Assembleias…)
A matemática é simples: em teoria, se os 64 mil Enfermeiros comparecessem na Assembleia Geral e todos quiserem interpelar durante uma hora, as próximas 64 mil horas seriam para discursar. Mas enfim, tudo é possível, mas 64 mil horas representam mais de 7 anos de palavra ininterrupta. Façam as contas. Portanto, sairia à meia-noite, mas num qualquer dia de Maio/Junho de 2019.
Embora, inicialmente o ambiente fosse efusivo e com comentários circenses entre eles, os "sensíveis" saíram zangados, enfunados, a fazer birra: "dá cá a minha proposta, vou levá-la embora!" Os “afastados/inflamados” retiraram as propostas. Não bateram nos membros estatutários e apoiantes da actual Ordem (estavam fora de si!) porque estes eram muitos. Estavam em maioria; fosse como fosse, as votações estavam garantidas para o lado do Enf. Germano Couto e equipa, que representam definitivamente a estratégia da renovação. Doa a quem doer, a bem da Enfermagem. A herança negra é pesada...
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P.s. - ... faltou lá alguém... laranja (andava no Congresso do PSD).
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P.s. - ... faltou lá alguém... laranja (andava no Congresso do PSD).
sexta-feira, abril 13, 2012
Asfixiado...
...pela falta de tempo e excesso de trabalho. Espero, amanhã, retomar o normal funcionamento do blog com o prometido (e atrasadíssimo) post da AG 2012.
sexta-feira, abril 06, 2012
MAC
"Os médicos e enfermeiros da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, reuniram-se para debaterem as medidas que irão tomar face ao encerramento da instituição, uma situação que, garantem, os apanhou de surpresa." link
quarta-feira, abril 04, 2012
Ordem imparável! (nem me dá tempo para outros posts!!)
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OE com a Administração da ACSS
.Se outrora a Ordem dos Enfermeiros vivia nas ombreiras das portas do "seminarismo" ético, é com agrado que se percebe (e sem dúvidas marginais) um maior dinamismo e um incremento indiscutível do seu peso sócio-político (veja-se o caso da urgência do CH de Vila Nova de Gaia, com a inversão da posição ministerial após intervenção da OE).
Em prol do futuro, a Ordem tem intervido cirurgicamente junto de quem deve. Como tal, quem semeia, colhe.
Os problemas que se acumularam dos últimos dez anos (se não só!) não se solucionam em três meses, mas considera as intervenções da Ordem de elevado inteligência estratégica.
Desta feita, reuniram (Enf. Bruno Noronha e Bastonário Germano Couto) com a Administração da ACSS, onde estiveram em cima de mesa matérias de importância acrescido, tal como a incorporação do trabalho dos Enfermeiros na ponderação e orçamentação financeira das instituições de saúde, que eu, pessoalmente, considero ser a chave das chaves para a evolução da Enfermagem, rumo ao reconhecimento (social e económico), valorização e autonomia profissional.
Sem demoras, intervieram, também, junto da Presidente da Assembleia da República, Drª Assunção Esteves, num encontro profícuo, com um conjunto de assuntos da maior consideração em cima da mesa (que mereceram especial atenção da Srª Presidente):
- Desemprego e a emigração de enfermeiros portugueses;
- Dotações seguras em cuidados de Enfermagem;
- Desperdício das competências dos enfermeiros especialistas;
- Modelo de Desenvolvimento Profissional;
- Revisão de directivas comunitárias, nomeadamente a que estabelece o reconhecimento das qualificações profissionais.
Ordem dos Enfermeiros discute Enfermagem com o Presidente da República!
Comitiva da Ordem dos Enfermeiros (da esquerda para a direita): Enf. Ribeiro Pires, Enf. Bruno Noronha Gomes, Enf. Lúcia Colaço Leite e Digníssimo Bastonário Enf. Germano Couto.
."O Presidente da República mostrou-se "bastante preocupado" com o desemprego dos enfermeiros em Portugal, contou à Lusa o bastonário Germano Couto, que esta terça-feira foi recebido por Cavaco Silva em Belém.
"Abordámos diversas matérias, de forma especial o desemprego em enfermagem, com o qual o Presidente da República se mostrou bastante preocupado", explicou o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, eleito no final de 2011 para o triénio 2012-2015.
Acrescentou que sobre este assunto, Cavaco Silva questionou sobre "as razões de haver desemprego na enfermagem e quais eram os destinos mais procurados pelos enfermeiros, considerando mesmo que seria uma matéria [sobre a qual] teria de haver uma preocupação dominante do governo e do ministério da saúde".
Durante aquela que foi a primeira audiência do bastonário com Cavaco Silva, foi também abordada a "questão da discriminação dos enfermeiros nas forças armadas", um tema que terá deixado o Presidente da República "bastante admirado".
"Os enfermeiros não têm um reconhecimento automático pelo facto de terem uma licenciatura para subirem ao posto de oficial. São os únicos que quando ingressam nas forças armadas se mantêm no posto de sargento e isto é um caso paradigmático que em termos europeus só acontece em Portugal", explicou o bastonário.
Germano Couto manifestou ainda a sua preocupação perante a possibilidade de a Alemanha tentar baixar o nível de qualificação de acesso ao ensino da enfermagem "para o 10.º ano de escolaridade, quando em Portugal, e na maioria dos países europeus, é preciso o 12.º ano".
"A Alemanha está a tentar reverter isso, o que seria prejudicial para Portugal, para os enfermeiros e para os cidadãos", frisou o bastonário." link